Como já dito anteriormente, esta série de pequenos textos irá abordar alguns pontos importantes a serem levados em consideração para aqueles que aspiram a arte da escrita. O texto que eu trago hoje é um dos menores trechos e aborda um pouco da Nomenclatura.

     E então você está introduzindo ao leitor o grupo de personagens principais, são estes: Thrain, Thron, Threr, Thrish e... Júlia. É nessa hora que o leitor para, respira fundo e se pergunta: "Mas o que diabos?". Um elemento importante em qualquer obra, seja ela literária, musical ou visual é a consistência. Você tem que elaborar pequenas regras para o que você cria e então segui-las. Digamos que sua história se passa em um lugar com fortes influências germânicas. Todos os seus personagens e lugares tem nomes influenciados por esta cultura. E, então, aparece do nada um personagem chamado Júlio. Você logo se pergunta "Quem é Júlio?" ou então "Por que diabos o nome Júlio?". A temática por trás do nome de Júlio é incoerente com a temática da terra do texto. Cá estamos nós, em uma terra cheia de nórdicos e nos aparece um homem com um nome egípcio (claro que isto não faz mais parte do exemplo de Júlio).
     Nós temos que levar em consideração o fato de que todas as regiões do mundo, seja ele presente ou passado, possuíam costumes que regiam diversos âmbitos da sociedade, e isso incluía os nomes dos indivíduos que a compunham. Por exemplo, você dificilmente irá encontrar um homem com o nome de Sválbârdd no Brasil, assim como você pouco provavelmente vai encontrar uma mulher chamada Maria na Dinamarca. Nomes exóticos são poucos e devem se manter raramente usados, de maneira a simular uma demografia mais realista. Isso não significa que você não possa ter uma personagem chamada Júlia no mesmo grupo que Thrain, Thron, Threr e Thrish. Só significa que você deve ter um bom motivo para fazê-lo, como, por exemplo, fazer de Júlia uma estrangeira.
     Outra coisa importante a se notar é a repetição de nomes similares. Como vocês devem ter percebido acima, os nomes Thrain, Thron, Threr e Thrish são imensamente semelhantes. Nas primeiras vezes que eles forem enfileirados o leitor terá grande dificuldade em separá-los devido à sua semelhança. Logo que ele se acostumar aos nomes, eles podem acabar sendo novamente exposto em ordem, mas desta vez em uma ordem alternada, e isso torna a confundir o leitor. Ter muitos personagens com nomes semelhantes para acabar sendo um detrimento para a saúdo e o bem estar de seu texto e, por este motivo, é bom sempre checar esta área de seus textos para garantir que eles não sofram deste problema.
     Além da repetição, é bom levar em consideração os nomes e as alcunhas de pessoas e lugares antes de tentar publicar o seu texto. Ter ambientes chamados de "Pico do Desespero" ou "Rio de Chamas" está okay desde que você saiba ambientar estes lugares para trazer a tona o motivo de terem estes nomes. Mas chamar um lugar de "Entrada Soturna do Desespero Desolador" é simplesmente desnecessário e, em muitas vezes, um tanto ridículo.