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Análise do jogo: Angellus - Asas do anoitecer | Zugzwang

Iniciado por Zugzwang, 18/04/2014 às 20:24

18/04/2014 às 20:24 Última edição: 20/04/2014 às 10:44 por Zugzwang

Dados técnicos:
Nome do jogo: Angellus - Asas do anoitecer
Gênero: RPG
Produzido em: RPG Maker VX
Data de conclusão: 28/04/09
Versão: 1.0 / Fallen version
Equipe: Rvdr Produções (@Matt RvdR / Joel de Souza)

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Prós

  • História envolvente.
  • Ótimo mapeamento (com sistema de partículas bem aplicado).
  • Sonoplastia bem escolhida.
Contras

  • Batalhas fáceis.
  • Puzzle é necessário para descobrir final.
  • Personalidade dos personagens pouco desenvolvida.

Sistemas destacados

  • Sistema de batalha lateral.
  • Distribuição de pontos por evolução.
  • Sidequests.

Angellus é um jogo que dispensa apresentações. Mas vamos fazê-las mesmo assim. Angellus: Asas do Anoitecer foi criado por @Matt RvdR em RPG Maker VX. Seu enredo mostra as relações conturbadas entre anjos, humanos e demônios. Mais especificamente, é sobre o que acontece quando anjos despertam sentimentos humanos, como o amor. E de como isso põe o mundo em risco. De uma perspectiva aprofundada, é sobre sacrifícios pessoais, e suas eventuais inutilidades frente a implacabilidade do destino. O Cello decide salvar a vida de uma escrava chamada Orchy, mesmo sabendo que interferir na linha da vida de uma humana lhe custará a perda da imortalidade. Este é só começo do seu embate com a sociedade angelical. E nem de longe reduz todas as dimensões e reviravoltas do roteiro de Angellus.

A narrativa demonstra uma excelente manipulação de vários clichês de RPG. Com explicações coerentes, os artifícios da história estão bem amarrados a complexidade das decisões dos personagens. Desta forma, lugares comuns são ressignifcados por uma série de dilemas e ambigüidades morais. Além disso, o aspecto sentimental do game combina com estilo anime adotado nos gráficos dos personagens.

Cabe fazer uma ressalva. Embora a trama seja boa, há uma leve distância de qualidade entre a caracterização dos personagens, às vezes reticentes e omissos, e aquilo que eles representam na narrativa. O desenvolvimento dos protagonistas é pouco trabalhado, se comparado com o impacto das decisões que o jogo lhes dá. Estamos mais fascinados com o destino trágico deles do que com suas respectivas atuações, apesar delas também não serem ruins. (Talvez isto passasse desapercebido se não fosse a intensidade da história contada.)

Jogabilidade

A jogabilidade de Angellus é boa. Não chega a atrapalhar. Exceto por ser possível se travar (apesar de facilmente evitável) em puzzles de empurrar estátuas. E parecer mais fácil encontrar itens secretos do que prosseguir pela Montanha Camphpiel.

As batalhas são relativamente fáceis e não apresentam grandes desafios. Nem mesmo a última luta. Embora não deixem de divertir. O bom do sistema de combate é que você pode distribuir os pontos entre as características dos personagens de acordo com sua evolução de nível. Infelizmente, a falta de dificuldade proporcional demonstra um desajuste entre o sistema de progressão de características e os atributos dos inimigos. O script de distribuição de pontos não foi bem contrabalanceado pelo poder ofensivo dos adversários. Por causa de seus outros jogos, temos a impressão de que @Matt RvdR prefere lidar com ABSystem.

Curiosamente, certos jogadores acharam Angellus um game difícil. Por isso, foi disponibilizada uma nova versão mais fácil. Somos levados a crer que o jogo, no geral, segue por um sistema de batalhas fácil, porém difícil para não habituados a RPG tradicionais. Isso termina por desagradar ambos os públicos. De qualquer forma, o problema poderia ser amenizado por pelos menos um último chefe mais poderoso.

Também é frustrante notar que o jogo só possui um encerramento real. E, se você não realizar os puzzles necessários, não irá descobrir qual é. Por outro lado, esses puzzles aprofundam os NPC's de Angellus de uma maneira extremamente agradável e estimulante. E, no final das contas, o desfecho da história é excelente e vale a pena.

Conclusão
O mapeamento e os efeitos visuais empregados são ótimos. A trilha sonora também é boa, e a música desbloqueada no final secreto é especial. A história é intrigante. O jogo é visualmente bonito, apesar de não tão espetacular quanto outros feitos na mesma engine. Por todos estes motivos, com toda certeza, Angellus: Asas do Anoitecer é um grande título. Mostra que, por vezes, inovações na mecânica do gameplay ou gráficos soberbamente fora de série são absolutamente dispensáveis. Altamente recomendado!
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For all to be accomplished, for me to feel less lonely, all that remained to hope was that on the day of my execution there should be a huge crowd of spectators and that they should greet me with howls of execration.

Spoiler
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