O homem da casa ao lado.

[Rawen]

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O homem da casa ao lado.

Era uma tarde comum, ela estava deitada num sofá, a televisão ligada — Ela não estava assistindo. Olhando pro teto, teve a ideia de ir ler um livro, porém, era muito pequena para alcançar os que ficavam na estante do quarto de seus pais. Teve de mudar de ideia, a nova era dar um passeio naquele dia ensolarado.

Quando chegou à calçada, pôde ver cachorros correndo para todos os lados, demorou pra perceber que corriam atrás do homem distraído, este era o vizinho que carregava algo numa caixa enquanto corria dos animaizinhos. Ela achou que ajudar o rapaz seria uma gentileza, então foi falar com ele. Ele falava rapidamente e ofegante, parecia estar naquela situação à muito tempo. Haviam dois cachorros próximos ao portão da casa nova, pareciam uma organização criminosa preparando o assalto, isso era o que ele dizia. Com ajuda da garotinha conseguiu entrar na sua casa.

Deu para ela um copo de leite. Colocava algo no forno que acabara de ligar, logo se sentou ao lado dela com um copo de café em mãos e começaram à conversar. Ele perguntava sobre os pais dela e ela perguntava sobre os dele, como se tivessem a mesma idade. Quando estava prestes a anoitecer e seus pais já haviam chegado, ele pode ouvir os gritos em sua porta, era a mãe da garotinha. Ela foi embora, prometeu voltar no outro dia.

E isso se repetiu por semanas, logo meses e se tornou rotineiro. Num dia, o rapaz apareceu novamente com a caixa em mãos e os cachorros mordiscando seus calcanhares, mas desta vez com um papel em mãos. A garotinha não entendia o que era aquele papel, mas teve de dar tchau para o rapaz, mesmo que confusa.

Já dentro do caminhão, enquanto conversava com o motorista, disse: "Novamente me senti como criança, pena que tão brutalmente fui puxado para meu mundo... sabe, acho que preciso de um trabalho".[/box2]
Mais um texto nesse estilo, espero que tenham desvendado o final :3
-Abraços do Manec, até*

[Corvo]

Teve de mudar de ideia, a nova era dar um passeio naquele dia ensolarado.

O estilo está evoluindo. Parabéns! A introdução também foi excelente. Quanto menos, melhor. É o que dizem por aí. Deixando os comentários técnicos de lado, achei que teríamos um sociopata carregando ossos em sua caixinha de papelão, mas não temos nada disso. Temos? Sem dúvida este está melhor que os outros. Estou pensando seriamente em organizar uma Antologia de Contos com os membros do Centro.  A lista de possíveis convidados conta com quatro, inclusive o senhor.

[Rawen]

Não kkkk não tem nenhum osso ali, mas agora que citou seria algo interessante, mas esse animais são atraídos por qualquer coisa  E me sinto honrado de me considerar um bom escritor :3

[Pudino]

Eu percebi que esse começou diferente, digo, do tipo que deu para entender o que tava acontecendo no começo, já que os outros você tinha que entender do começo ao fim os acontecimentos da historia. :será:

Em compensação esse foi impossível de mim entender o final, serio você escondeu muito bem ou eu sou burro mesmo. 

Ainda estou bolando minhas teorias aqui :v

Enfim mais uma bela historia com uma escrita impecável.
~Abraço

[Rawen]

Fala suas teorias, vai que está certo 
Que bom que gostou, obrigado :3

[Ahiane]

Ótimo texto! Só ficou ainda meio obscuro para mim esse final. Pensei que talvez o que está dentro da caixa seja alguma comida, uma carne talvez (pensei até em um gatinho morto x-x) e que ele colocou no forno quando chegou em casa já que isso também não foi revelado. Mas provavelmente estou viajando. Agora o papel e o aparecimento do caminhão não faço ideia do que poderia ser.

[Rawen]

Que pena, vou ter que dar spoiler 

 spoiler, literalmente.

A caixa era parte da mudança, o que ele colocou no forno não era nada de mais.
O papel era o despachamento da casa e o caminhão era o caminhão de mudança, ele falava dos problemas que um adulto tem que enfrentar e que aquela garotinha não conseguiu entender 

[close]

[Pudino]

Nossa, e eu quebrando a cabeça pra entender. :v

Simplesmente genial Manec conseguiu esconder perfeitamente, mas acho que podia dar uma pequena facilitada ou mais pistas.

[Rawen]

Num pode, fica fácil de mais, preguiçoso 
Brincadeiras a parte, nos próximos vou dar uma facilitada.