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Escolhas

Iniciado por Kernots, 10/08/2016 às 23:19

 Bem aqui vai uma história minha que escrevi enquanto estava no ônibus um dia desses. Depois de ler a história, responda a pergunta:
"Como se sentiria estando limitado sempre a duas escolhas totalmente opostas?"

Spoiler
   Eu nasci com uma habilidade estranha, tudo na minha vida tem duas escolhas, sempre é "sim" ou "não", "gosto" ou "desgosto", "frio" ou quente". Odeio isso, só tenho escolha de opostos, se não te amo, com toda a certeza do mundo te odeio, se não sou rico, sem duvida sou pobre.
   Essa é minha realidade, nasci para tomar escolhas, vim a este mundo para ter responsabilidades desde o primeiro momento. Perdi muitos amigos desta forma, as garotas me odeiam, afinal, quando se declaram sou obrigado a me limitar entre "te amo também" ou "te odeio".
   Buscar um terceiro caminho? Impossível, é como se a vida me impedisse de fazer isso e caso eu tente, ela tomara a escolha por mim, ela irá decidir se minha casa irá pegar fogo ou será inundada.
   Quando entrei no ensino médio, tive que tomar a escolha que mudaria completamente a minha vida. E por conta disto, sou o cara mais odiado do colégio, sou o mais solitário e possivelmente o mais triste. Não irei desistir de viver, mas esperarei pelo dia em que a vida me entre as duas escolhas, algo que eu possa me orgulhar e viver em paz.
   Certo dia, no colégio, uma garota que aparentava ser muito legal se aproximou de mim, nos tornamos melhores amigos, mesmo que sem querer, e não me senti tão odiado assim. Vivíamos sempre um do lado do outro, ela sempre sorria para mim e eu devolvia o sorriso com um maior ainda. Isso durou meses, até que...
   Um dia, ela me chamou para um canto e disse que me amava a muito tempo, me perguntou se namoraria com ela, por tudo o que há de mais sagrado, eu juro, naquele momento eu me ajoelhei e comecei a chorar, não sabia como havia me apegado tanto a alguém na minha vida e o quão confuso era aquele sentimento, tenho certeza que ela me achou um trouxa. Simplesmente, tentei mais uma vez na minha vida usar pela terceira escolha e perguntei:
   "Pode me dar um tempo para pensar?". Ela simplesmente sorriu e aceitou esperar.
   Ao chegar em casa, deitei-me na cama e comecei a refletir sobre tudo o que havia feito na vida e nesse momento me toquei que pela primeira vez nela, a minha terceira escolha havia funcionado e finalmente teria meu tempo para pensar. Pensei o máximo que pude e percebi que sentia algo por ela também. No dia seguinte, iria me declarar.
   Foi o que pensei...
   Dia seguinte, estava ela de mão dadas com um cara no colégio e pela primeira vez na vida senti que havia perdido algo. Desmaiar por amor? sim, talvez o único a fazer isso. Em meio a confusão de minha mente tive um encontro comigo mesmo.
   "O que você quer?" me perguntei.
   "Viver uma vida normal, como um estudante normal, poder achar um terceiro caminho, mesmo que só veja dois" me respondi quase chorando.
   "Isso é tudo?"
   "Sim, apenas isso que eu quero" respondi com determinação.
   Tudo ficou escuro e de repente, acordei na sala de um hospital. Ao meu lado estava a garota a qual amei, mas que vi de mãos dadas com outro garoto.
   "Olá" eu disse.
   "Por que isso tinha que acontecer?" respondeu ela com lagrima nos olhos.
   "Ver você com outro, um dia após se declarar a mim foi chocante, principalmente pelo fato de eu nunca ter me sentido assim antes" respondi com tristeza.
   "Outro?" perguntou, confusa.
   "Sim, aquele que você estava de mãos dadas no colégio" respondi baixinho.
   Ela levantou a cabeça como se tivesse tentando lembrar. E disse:
   "Está falando do meu irmão? Eu iria te apresentar ele. Ele tomou um esporro depois, estávamos entrando no colégio escondidos, ele não estuda lá." disse ela, com um sorriso.
   "Aquele cara é seu irmão?" perguntei envergonhado.
   "Sim, ele queria conhecer meu namorado" disse ela, de uma forma muito fofa.
   De repente, tudo parou e pude ouvir no fundo da minha mente:
   "Essa foi a ultima escolha que tomei por você. Agora, você decidi as coisas do jeito que quiser". Então entendi, que para resolver meu problema, bastava eu tomar uma decisão e viver normalmente, afinal, querer encontrar mais escolhas, já é uma decisão.
[close]

Opa, curti, curti mesmo. A ideia é criativa, dá pra fazer coisas legais com ela também, como escrever vários textos assim ou até mesmo um livro.
Quanto à pergunta: Eu costumo criar pra mim mesmo as duas escolhas, mas não é como se eu fosse obrigado, em alguns momentos eu crio o meio-termo que é aquilo que quero, não deixa de ser uma escolha, então não vejo problemas pra mim.
-Abraços do Manec, até*

11/08/2016 às 16:33 #2 Última edição: 11/08/2016 às 17:08 por Joseph Poe
Ideia interessante.
Gostei bastante das duas primeiras frases. Uma introdução clara e precisa. Percebi uma mudança de estilo - senão gênero - ao longo do texto. O começo deu a entender que grandes escolhas teriam de ser feitas, com consequências interessantes. No ápice, achei um tanto estranho o "acordar", um pouco artificial. Já no final, o texto envereda em um romance adolescente. Nada de errado nisso. É uma boa ideia, recomendo trabalhar nela.

Sobre sua pergunta: Provavelmente eu estaria limitado a me sentir bem ou mal, o que iria variar dada a situação  :será:

Citação de: ManecBR3 online 11/08/2016 às 14:30
Opa, curti, curti mesmo. A ideia é criativa, dá pra fazer coisas legais com ela também, como escrever vários textos assim ou até mesmo um livro.
Quanto à pergunta: Eu costumo criar pra mim mesmo as duas escolhas, mas não é como se eu fosse obrigado, em alguns momentos eu crio o meio-termo que é aquilo que quero, não deixa de ser uma escolha, então não vejo problemas pra mim.
-Abraços do Manec, até*
Muito obrigado cara, eu tenho vontade de escrever um livro, mas a minha vida anda muito ocupada ultimamente. Meu colégio é muito barra pesada. Nessas férias vou tentar desenvolver essa história e quem sabe eu lanço um livro.
Sua resposta é muito interessante, estar acostumados a criar duas escolhas é muito legal, mas só para nós que não temos a obrigação de segui-las, podendo assim, ver outras escolhas caso seja necessário.

Citação de: Joseph Poe online 11/08/2016 às 16:33
Ideia interessante.
Gostei bastante das duas primeiras frases. Uma introdução clara e precisa. Percebi uma mudança de estilo - senão gênero - ao longo do texto. O começo deu a entender que grandes escolhas teriam de ser feitas, com consequências interessantes. No ápice, achei um tanto estranho o "acordar", um pouco artificial. Já no final, o texto envereda em um romance adolescente. Nada de errado nisso. É uma boa ideia, recomendo trabalhar nela.

Sobre sua pergunta: Provavelmente eu estaria limitado a me sentir bem ou mal, o que iria variar dada a situação  :será:
Obrigado pela opinião. Sim, digamos que eu tenho uma dificuldade de manter um estilo de escrita e as vezes até gênero, mas isso acaba sendo o meu jeito de trabalhar nas coisas. Acho que ficou um tanto artificial pelo fato de ser uma história bem resumida, então, seguirei seu concelho e irei trabalhar nela, tenho um desejo de escrever um livro, mas sei que ainda tenho muito a aprender.
Sobre a resposta, legal pensar que estaria limitado em estar bem ou mal, mas hipoteticamente falando, se alguém que você não gosta se declara para você, mas é uma amiga ou um amigo muito importante, nessa situação, você só tem duas escolhas, namorar com ela, mesmo não gostando ou se afastar para sempre de uma grande amizade, oque faria?

11/08/2016 às 19:30 #4 Última edição: 11/08/2016 às 19:41 por Joseph Poe
Citação de: Kernots online 11/08/2016 às 19:09
Sobre a resposta, legal pensar que estaria limitado em estar bem ou mal, mas hipoteticamente falando, se alguém que você não gosta se declara para você, mas é uma amiga ou um amigo muito importante, nessa situação, você só tem duas escolhas, namorar com ela, mesmo não gostando ou se afastar para sempre de uma grande amizade, oque faria?

Nesse caso, grande maioria ficaria com a primeira opção, mas isso seria um passivismo muito grande. Certamente varia de acordo com a personalidade, mas acredito que ficaria com a segunda opção.