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[Magic Building] Soft Magic vs Hard Magic

Iniciado por Grimoire, 14/02/2016 às 01:31

14/02/2016 às 01:31 Última edição: 14/02/2016 às 01:34 por Grimoire
Comecei à escrever um texto de fantasia à alguns dias e pretendo transformá-lo em um livro (só pretendo, porque sempre falta animo de escrever depois de um tempo, mas quem sabe...), mas estou tendo certos problemas com o "Magic System" do mundo. Não consigo decidir como ele deve ser, queria algo puxado mais para o Hard Magic mas não consigo me decidir. Antes de mais nada, acho que vale uma pequena explicação para quem não sabe o que é Hard/Soft Magic.

Hard Magic e Soft Magic são denominações usadas pelo escritor de fantasia Brandon Sanderson (autor de Elantris e Mistborn) para distinguir dois gêneros/tipos de magia usadas em livros.

Soft Magic
No meu entendimento, o sistema de soft magic é quando não é dada muita explicação para a magia em si, deixando que ela sirva mais como uma forma de maravilhar o leitor. O Senhor dos Anéis é um bom exemplo de livro com o sistema de soft magic. Raramente você recebe informações sobre como o poder dos Magos realmente funciona, mas ele está lá com certa frequência. É meio que "it is what it is, period". É uma boa forma para resolução de problemas futuros, já que as regras não são tão rígidas, você sempre pode encontrar aquela brechinha para um novo poder ou algo do gênero.

Hard Magic
Do outro lado temos esse sistema. Hard Magic é quando o autor explicitamente descreve as regras da magia. Seus poderes e limitações, feitos de um modo que o leitor entenda e que futuramente force o autor a rachar a cuca um pouco mais para tirar os personagens daquela maldita situação que ele mesmo criou. A magia meio que se torna uma espécie de ferramenta científica ao invés de estar sempre envolta de todo aquele misticismo, o que faz com que o leitor seja capaz de sentir como se ele fizesse parte daquilo. Um bom exemplo de Hard Magic é a Simpatia em Cronicas do Matador do Rei.

Aos interessados, deixo aqui o link da tradução da "Primeira Lei de Sanderson" que explica um pouco melhor tudo isso:  AQUI

Depois de uma explicação porca como essa, finalmente chegamos ao ponto: Qual desses sistemas te atrai mais numa história? Caso seja o Soft Magic, como fugir de SEMPRE resolver seus problemas com uma nova magia ou poder? Caso seja o Hard Magic, como desenvolver um sistema mágico consistente e que não limite excessivamente a história? (O próprio Sanderson dá algumas dicas no texto, mas sempre gosto de novas opiniões)
Por último, peço desculpas caso tenha postado na área errada. Sou novato por aqui, então... Tenham um pouco de paciência.  haha

Desde já, gostei de sua escrita. É agradável e chamativa.
Em minha sincera opinião, eu gosto mais do Hard Magic. É algo que limita o autor, porém é algo bem inteligente de se usar.
Quando você acha que tudo está perdido para os protagonistas, eis que o autor cria uma esperança lógica que o faz pensar: "Ah, é mesmo. Como não pude me lembrar?".
Por outro lado, o Soft Magic é mais para fantasias leves, histórias não muito complexas. Neste modo é possível cometer diversos furos, porém como não há regras para a magia, é mais evidente para o leitor que o autor irá inventar alguma desculpa como utilizar o "protagonismo" ou "poder da amizade/amor".

Esta é minha opinião, espero que seja de utilidade.

Bom, acho q vc tem q pensar um pouco sobre qual sentimento vc espera q seus leitores terão, eles devem se sentir perdidos em um mundo gigante em q eles são apenas pequenas peças ou vc prefere q eles tenham plena consciência do q pode ou não acontecer?

de qualquer forma, eu nem sei se essa deve ser a primeira pergunta q vc deve se fazer a respeito do seu futuro livro... eu dificilmente penso nas regras q definem o mundo em q estou escrevendo a história, e mesmo q vc pense q vou pro tal do soft magic o q eu faço é delimitar os poderes q meus personagens terão, dessa forma, eu tenho q resolver os problemas com aqueles poderes já delimitados.

eu se fosse vc até poderia criar as "leis da magia do meu mundo", mas não contaria para os leitores, deixaria implícito, mas o q eu faria com certeza seria delimitar os poderes q os personagens já possuem e quais irão aprender no decorrer da história.

quanto a usar a magia para resolver problemas q vc próprio se meteu, isso me parece mais um problema de falta de planejamento da história... pra mim, quando falta planejamento, sobra poderes inexplicáveis, ai eu não vejo maravilhamento do leitor, eu vejo tentativa de subestimar a minha capacidade intelectual... rs...

de qualquer forma, acho q regras implicitas e/ou levemente explicadas trazem mais misterio para a trama do q se o leitor souber melhor do q o mago como funciona para tirar a magia do coração da terra e gastar globulos brancos como ingrediente de cada feitiço lançado... rs

Eu também prefiro Hard Magic.

Deixe-me lhe explicar um pouco do meu ponto de vista.
Justamente agora, nesses últimos dias, estive discutindo bastante esse tema com meu roteirista (escrevemos um enredo juntos, este que deve se adaptar a um jogo e um livro). Estamos no ponto final da iniciação e nos preparando para adentrar de forma profunda no enredo e, para isso achamos melhor resolver algumas pontas que deixamos soltos enquanto apenas escrevíamos e uma delas era a magia no mundo. Para nós, magia é algo que deve ser explicado e o leitor deve entender o que aquilo é, mesmo que seja apenas um conceito entre vários outros. Na minha opinião, Hard Magic lhe estende uma gama de vantagens para a construção de um roteiro mais complexo e inteligente, tudo depende apenas da sua criatividade na hora de criar o funcionamento da magia. É bem difícil usar magia atualmente, principalmente por ser um conceito muito usado e extremamente complicado de usa-lo de forma não clichê.
Mas então, ao contrário do que disseram, não acho que Hard Magic limite o roteiro. Muito pelo contrário, lhe da muitas possibilidades, e quando bem construída, possibilita tomadas inteligentes e tudo mais. O maior desafio é mesmo, inseri-la no roteiro de forma criativa, se isso for feito, apenas faça as regras como lhe convier.


Alisson
Isso é um problema que eu tenho com alguns animes shounen. Fairy Tail é um exemplo. O personagem tá apanhando tanto que até a décima quinta geração da sua família vai sentir e do nada, BUM! Poder tirado da bunda pra vencer o vilão.
O meu maior desafio por enquanto é criar um sistema consistente e que se encaixe bem no mundo e na história. Gastei um bom tempo pensando nisso e meio que empaquei aí. rs

Hanzo
Sim, entendo. A questão é que antes de começar a dar sequencia na história propriamente dita, eu gosto de brincar com WorldBuilding. Imaginar uns pedaços do passado do mundo (ou continente, no caso), religiões, culturas e sociedade em geral... E a magia. Isso varia de escritor para escritor, mas whatever. Não vem tanto ao caso.
Eu concordo muito com uma coisa dita pelo Sanderson, que é: "A habilidade de um autor em resolver conflitos usando magia é DIRETAMENTE PROPORCIONAL ao quão bem o leitor compreende essa magia." Quero que a magia seja meio que uma ferramenta, portanto acho que deva explicar como ela funciona. O mistério da trama não envolve a magia em si, ela seria um meio de ajudar a resolver problemas de forma inteligente no futuro.

Skyloftian
Sim, sim. O meu problema reside exatamente na criação desse sistema. Mas também penso que tendo um conjunto de regras, poderes e limitações bem estabelecido, o Hard é mais interessante. Não sei se já leu Cronicas do Matador do Rei (se não leu, vá ler. Sério. Mesmo.), o sistema é muito bom. Tem várias ramificações e mesmo assim, é com um conceito bem simples. Imagino o tempo que o Rothfuss gastou só para criar isso.  haha


Agradeço pelas opiniões, galera! Caso pense em algo mais concreto como sistema de magia, posto aqui para avaliação. Espero que me ajudem.  haha

Bom, acabei de conhecer ambos os termos aqui. Como acabei de vir de um tópico no qual eu me refiro à "ideia" de um RPG que pretendo tocar pra frente, minhas ideias ainda estão frescas.

Se eu tivesse que optar entre um dos dois, eu optaria pelo "Hard Magic". O "Soft Magic" pode ser menos limitado em relação às possibilidades, porém, a história fica meio à "mercê" da vontade de que está contando. Por mais que você possa dizer "ah, mas quem está criando a história faz como bem entende"... bom, não é bem assim. Se o autor se impôr limites, uma vez trilhado certo caminho, por mais que futuramente haja o interesse de voltar atrás de algo, você simplesmente não poderá, devido às restrições que se impôs. Isso dá um toque de realismo à fantasia que faz com que a história se torne envolvente, como se você estivesse participando ativamente da mesma (imaginando o que você faria no lugar do personagem, por exemplo).

Porém, o problema que vejo em "Hard Magic" não é nem as limitações impostas pelas "regras do universo", eu diria que o problema é você ter que expôr essas regras, tirando boa parte de certos mistérios e incógnitas do mundo criado.

Eu diria que eu utilizo regras "Hard Magic", porém, como eu não exponho nem irei expôr algumas delas (e a grande maioria terá que ser descoberta ativamente pelo indivíduo), dá uma impressão de ser "Soft Magic" para aqueles que não decifraram ou entenderam como as coisas funcionam.