Nevasca

[Ureca]

Nevasca

A lenda contada

    Sucumbido pela fria noite. Os telhados banhados pela neve. A simplória estrutura de madeira. Uma pequena estrada à frente. Os grandes vales ao leste, para além da imensa floresta de pinheiros que o cercava. Ali, naquele lugar longínquo, o frio trespassava um pequeno casebre.
    Do lado de fora - ao redor de uma pequena fogueira - um homem, já há muito velho, e uma pequena garota conversavam calma e divertidamente enquanto saboreavam pequenos petiscos em espetos.
    – Hahaha! Muito engraçada essa tio, conte mais, conte mais. – Dizia freneticamente a garotinha. – Amo histórias! Continue, continue!
    – Tudo bem, tudo bem, mas essa é a última, entendeu? A última. Depois dessa voltamos para dentro.
    O senhor olhou para trás e depois por cima da sobrinha, como se verificasse se tinha alguém ali, naquele lugar solitário, observando-os. Após isso, sussurrou:
    – Contarei para você uma lenda muito antiga, acredito que feita sobre a ideia de o frio ser o mais poderoso dos males, fazendo, até mesmo... Enfim, deixa eu começar a história – Disse o senhor exibindo um leve sorriso no rosto.
    "Em uma época, quando o frio extremo tomou conta de todos, criaturas terríveis despertaram" – Não se sabe como, nem onde. Não me pergunte, por favor. – Tornou a murmurar o tio.
    – Essas criaturas invadiram facilmente as cidades, enfraquecidas pelo frio, e destruíram-nas, derramando o sangue de muitos. – fez-se uma pausa dramática e então:
    – Poucos foram os que sobreviveram. Essa minoria aguardou, aguardou e aguardou, na tentativa de se reerguer, mas o frio não a deixou.
    Fez-se um profundo silêncio quebrado apenas pelo farfalhar das folhas das árvores. Por fim, a pequena menina falou, com um tom muito melancólico:
    – Nossa... Que triste.
    – Sim, sim. Muito triste. Mas, – tonou a falar o velho senhor, agora muito em um tom de voz elevado – um dos sobreviventes, muito inteligente, versado em magia, desenvolveu um feitiço para o aprisionamento das feras.
    – E então? – falou rapidamente a garota.
    – O feitiço exigiu muita energia mágica, muito mais do que ele pensou. Ele teve que dar a vida para realizá-lo.
    – E? – tornou a perguntar a menina.
    – Os monstros ficaram aprisionados em um local mágico sem poderem de lá sair, mesmo se o intenso frio voltar... O local é protegido por um selo. O selo da vida. A vida do mago.
    Fez-se um novo silêncio. Dessa vez mais profundo. Agora, a garota era quem ficava olhando para os lados, temendo achar algo que não queria. Seu tio, percebendo isso, disse:
    – Não se preocupe. Essa é apenas uma lenda. Esses monstros não existem de verdade.
    – Mas... – disse a garota, ainda virando a cabeça de uma lado para o outro.
    – Sem "mas". Vamos entrar, está ficando cada vez mais frio aqui fora. Temo que comece a nevar dentro de alguns minutos – falou isso olhando para o céu, visando, talvez, pequenos flocos de neve inexistentes até aquele momento.
    E, assentindo com a cabeça, os dois, tio e sobrinha, entraram na pequena, mas quente e confortável casa.
    Ao entrarem, a menina fez uma nova pergunta:
    – Tio Beto... – começou a menina – a maioria das lendas contadas... Bem... São baseadas em fatos ou histórias reais... – agora com a cabeça baixa e com uma voz tristonha – e se essa também for baseada em um fato que realmente ocorreu?
    O tio, já prevendo essa pergunta, respondeu rapidamente:
    – Teremos que torcer para que o selo não chegue a se romper.

As famosas expedições

O início de tudo____                   
    O reino de Nivis (similar à neve na linguagem ancestral) sempre sofreu por só possuírem terras nevadas e infertéis, em sua maioria. Por isso, tornou-se comum o rei Sancho enviar diversas expedições à procura de novas terras, principalmente as propícias para o plantio, ou com grandes riquezas minerais. Enfim, uma dessas expedições, comandada por Boris, um bravo comandante, descobriu uma gruta, riquíssima em diversos minérios, alguns até sem nenhum registro de descoberta. Animado com a tal, Boris informa seu rei, que automaticamente envia uma nova expedição. Agora de coleta de materiais.

Uma busca minunciosa____                 
    A segunda expedição, comandada por Virs, chega ao local descrito por Boris e seus homens, porém nesse local nada vê além da imensidão do branco da neve. Uma busca aos arredores dali é feita rapidamente, mas novamente nada se vê. A segunda expedição então retorna à Hiems (Algo como frio. Também na linguagem ancestral), capital do reino de Nivis. Não contentado com a notícia o rei envia outra expedição, que, como a primeira tem caráter de busca e descoberta.

O colapso____           
    A terceira expedição, também comandada por Virs nada encontra na sua procura, apesar dessa está sendo auxiliada por Sniffers (grandes monstros da neve, de difícil contenção e domesticação, que possuem o sentido olfativo muito aguçado). Virs então envia uma mensagem - "via" falcão, é claro - de volta ao reino relatando tal notícia.
    Nada, além da carta, retorna ao reino. Outra expedição é perdida. Os casos são abafados pelo rei.

O idioma ancestral

    Utilizado pelos antigos magos. Nos tempos que se passam tem apenas um objetivo figurativo, digamos assim. Serve apenas para nomear cidades, templos ou animais. O poder das palavras foi esquecido. Poucos (ou até mesmo nenhum) magos remanescentes dos antigos clãs sabem utilizá-lo para proferir magia utilizando tal palavriado.

Maiores esclarecimentos e um possível esboço

    Pois bem, essa é a base de No reino de Nivis. Acredito que todos tenham entendido o propósito, mas explicarei assim mesmo: essa lenda torna-se real. As grutas perdidas das expedições são os covis dessas terríveis criaturas. O mundo está prestes a tornar-se caótico.
    É claro que a história acima só é uma introdução... Uma base.
    Tenho em mente três personagens para o possível jogo. Cada um sendo sobrevivente de uma região e com características diferentes, mas com um propósito em comum: terminar com tudo isso. Reforçar o selo criado pelo mago há anos. Para isso, os mesmos terão que passar por diversos perigos, um enorme aprendizado (o do idioma ancestral)... Entre outras coisas. É isso.

Até

[LoboShow]

  Olá, Urucanesh.

  A "Lenda Contada" está bem original.  Gostei das ações e as descrições das mesmas, feitas pelos personagens, muito melhor do que histórias que vemos por ai que não são capazes de descrever as ações dos personagens.  Tirando alguns erros de pontos nos lugares das virgulas, está tudo muito bem.  Até hoje eu nunca tinha lido algo parecido, então para mim foi inovador, e eu gostei.

  As expedições mostraram muitas coisas do cenário, pois foi nela que sabemos que existe criaturas fantasiosas no mesmo - os Sniffers.  O que mais gosto é dessas inserções fantásticas nas histórias, sejam elas Pé Grandes ou criaturas mitológicas.  É sempre bom ver algo além de simples humanos nos jogos.

  Acredito que você tenha um bom gancho ai, já tem uma base legal para começar.  Me agradaria se esses três protagonistas não fossem menor de idades (como vemos em muitos RPGs, qual é a graça disso?) e que os mesmos não se encontrem assim: "Olá, vou ir lá tentar manter o selo fechado, gostaria de ir comigo? Ok, tâmo junto!".  Crie uma situação complexa e detalhada para os três agirem juntos.  Claro, é uma ideia, faça o que quiser.  Eu simplesmente citei pois é algo que sempre vejo nos jogos makers, e já está cansativo.

  No mais, estarei seguindo a sua ideia, me interessou até agora.  Boa sorte e espero que continue com ela.

[Ureca]

@lobozero: obrigado.
Sobre os personagens: Pois é ainda não defini bem sobre a idade, mas pensarei nessa questão das crianças... E realmente fica chato assim. Talvez tenha uma adolescente, os outros dois adultos.
Sobre o encontro: hahaha, esse eu já tenho em mente direitinho, ao menos do encontro de dois.

Enfim, obrigado novamente.

[Uhtred]

Se inspirou em Game of Thrones, né?

Ainda tá de pé isso aí? Boa sorte. 

[Ureca]

Isso é uma pergunta que eu venho esperando há algum tempo...
Sim, sou fã dAs Crônicas de Gelo e Fogo, mas não, não me inspirei na história dos Outros.
Ao menos não propositalmente. Meu subconsciente tava lá pensando direto, eu só não estava ouvindo o pensamento (viajei aqui, mas foda-se. Depois de um tempo com isso aí pronto que vim me tocar que realmente parece muito com a história dos Outros... Enfim, coincidência ou sei lá o quê.).

Sobre ainda estar de pé... Tenho os scripts que gostaria no projeto já; algumas coisas definidas, a intro feita. Mas parei há algum tempo. Falta de motivação. Gostaria de alguém com essa motivação. Eu só ficaria em segundo plano na produção do projeto. É isso.

Até

[GabrielMoon]

Isso é uma pergunta que eu venho esperando há algum tempo...
Sim, sou fã dAs Crônicas de Gelo e Fogo, mas não, não me inspirei na história dos Outros.
Ao menos não propositalmente. Meu subconsciente tava lá pensando direto, eu só não estava ouvindo o pensamento (viajei aqui, mas foda-se. Depois de um tempo com isso aí pronto que vim me tocar que realmente parece muito com a história dos Outros... Enfim, coincidência ou sei lá o quê.).

Sobre ainda estar de pé... Tenho os scripts que gostaria no projeto já; algumas coisas definidas, a intro feita. Mas parei há algum tempo. Falta de motivação. Gostaria de alguém com essa motivação. Eu só ficaria em segundo plano na produção do projeto. É isso.

Até

E tipo aquelas historias que você cria do nada só que não tem nada para complementa e as
vezes leva alguns anos ,meses para completar a historia.
Mas realmente parece que tem um "toque" de Game of Thrones ,muito bom cara.