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A História de Cthael

Iniciado por FilipeJF, 31/10/2016 às 21:10

31/10/2016 às 21:10 Última edição: 31/10/2016 às 23:32 por Mistyrol
Tô fazendo uma história pra incluir numas parada muito bobinha aew, e quero fazer algo bem extenso.




A História de Cthael, a Morada das Vidas Pensantes



Aqui são revelados relatos que remontam desde o Nascer Absoluto na alvorada da Existência e que, em detalhes, contam de momentos decisivos como a Marcha dos Primogênitos depois do Qundag e dos problemas dos Anos Atuais nas vésperas da Segunda Contenda.



1: DO NASCER ABSOLUTO AO NASCIMENTO DO LIMBO

Spoiler

1. A HISTÓRIA DOS PLANOS EXISTENCIAIS

Perante o conhecimento e visão dos Divinos

1.1 OS PLANOS ORIGINAIS

A Origem da Existência, ou o Nascer Absoluto, como os poucos conhecedores da verdadeira História o chamam, foi o evento que definiu os caminhos que a vida tomaria. É impossível concluir concretamente quem ou o quê construiu as sublimes e tênues teias entrelaçadas da Existência, embora existam predicações indicando que a Aura, a Mãe das Vidas, não tenha surgido em conjunto com os Planos - que, na verdade, ela seja uma Força à parte, responsável pelo Nascer Absoluto, e pelas coisas que se conhece.

No princípio, houve o surgimento de dois Planos, o Mundano e o Divino (ou Plano Etéreo), todos entrelaçados pela Aura, que passeava por entre ambos sem esforço, demonstrando o único vínculo aparente entre eles. No Plano Divino, a concentração de Aura era absurdamente maior e mais congruente que no Plano Mundano. Com o tempo, enquanto o Universo Físico do Plano Mundano construía e moldava por conta própria o que viria um dia se tornar um grande mundo cheio de histórias, seres poderosos e pensantes acordavam de um longo sono desde seus nascimentos no Plano Divino, e apesar de suas formas e poderes  baseados na Aura, eles não eram capazes de viajar até o Plano Mundano.

O Plano Divino não contém nenhuma forma física definida pois toda sua consistência é um imenso amontoado de Aura, e os seres que nele vivem são capazes de reproduzir o local pelo qual anseiam em estar, dando a ele características surreais e personalidades impossíveis no Plano Mundano. É tido, pelas Pessoas Que Vagueiam, ou Peregrinos Díspares, e até mesmo por Tentações específicas (os Ern-faelan), como a única forma existencial que deveria de fato existir, e que o Mundo foi uma consequência gerada pela quantidade absurda de Aura, ou pelo nascimento dos Denn-faelan (os Divinos), cujo surgimento impactou na Existência e gerou outro Plano.

A verdade é que, acerca de todas as teorias e crenças sobre o Nascer ronda um mistério absoluto sobre o que é de fato a Aura. Nem os Divinos ou os Seres Mundanos ou as Tentações sabem dizer o que ela é, ou o porquê de existir como uma Força acima de todas as outras.

1.2 A TEIMOSIA E O ENCONTRO DE OUTRAS MENTES PENSANTES

Mundos vivos apareceram rapidamente quando a Aura criou os Planos. Criaturas Colossais vagueavam pelas fronteiras escuras do Plano Mundano desde a alvorada dos tempos, e embora se distinguissem em padrões estéticos, compartilhavam entre si uma característica vital — a Velha Alma.

A Velha Alma é uma forma ancestral do Espírito (ou Nova Alma, ou apenas Alma), e uma das poucas coisas que se entende sobre a Aura, fato que convém da sua natureza relacionada às coisas carnais e Mundanas, simplistas sob olhos Divinos. Entretanto, levou tempo até que se compreendesse totalmente essa Força Menor. Foi apenas quando um dos Divinos, Crea'j, o Criador de Mentes, sem algum nome próprio até então, interessou-se pelo Plano Mundano e as peças que mantinham o frágil universo em funcionamento. Passou a estudar e compreender a Aura, observando e se comunicando da melhor maneira possível com as Criaturas Colossais, que não dispunham de ideias racionais como eles. Sua teimosia era, apesar de perigosa e desaprovada por muitos de seus ditos irmãos, admirável, pois acima de todos eles, apenas Crea'j decidiu explorar a estrutura da Existência para entender todo o mistério que compunha o contexto de Tudo.

Crea'j perdurou por milênios, gerações e eras em constante observação das Criaturas Colossais, imortais, que nadavam entre grandes e calorosas estrelas e mundos vazios e escuros, que resguardavam nada além de mais segredos e histórias próprias. Através desses tempos, onde por conta própria reduziu a própria existência à pura paciência, foi capaz de pressupor e conjecturar diversos meios pelo qual poderia interferir no Plano Mundano. Embora a Aura fosse definitivamente presente no Universo Físico, sua concentração era baixa, impossibilitando quaisquer contatos profundos com o seu Plano vizinho. Por isso, Crea'j passou a lançar ondas de Aura com frequência pelos caminhos das Criaturas Colossais. Após muitos anos, efeitos começaram a surtir, e uma das Criaturas passou a emanar de seus corpos filetes de uma substância verde e nebulosa, expondo a estética que a Aura adotou em sua formação mundana.

Crea'j e os seus irmãos se admiraram ao saber que o esforço não havia sido em vão, e passaram todos a suportar a ideia de interferência no Plano Mundano para desencadear novas maneiras de convívio e interação. Juntos, alguns observaram por mais muitos anos os caminhos das Criaturas Colossais, enquanto outros desviaram seus olhos para longe, na direção de outros lugares do Plano Mundano, e não demorou até que se deparassem com mais vidas — desta vez, viventes de um corpo celeste, um mundo, e que ostentavam a existência não só por meio de criaturas, mas também pelas partes da natureza que ocupavam as terras, como nas árvores de grandes florestas e nos capins de vastos campos.

Nesse mundo, formas de vida finalmente se revelaram capazes de comunicação, pois eram racionais, e sabiam de métodos de manipular a própria Alma em diversas e variadas formas.

Imortalidade Universal no Plano Mundano. Até então, todas as criaturas existentes eram imortais; se a forma física fosse perdida, a Alma (nessa época, a Velha Alma), permaneceria viva no Plano Mundano, pois ela possui uma forma: assim como uma mera pedra. Ela não significava ou representava a complexidade do Espírito, que viria gerações depois. A Velha Alma era, em sua mais pura essência, uma parte do Plano Mundano, indiferente à existência do Plano Divino. 

A Aura pendia pelas correntes infinitas da Existência atravessando o Plano Mundano e o Etéreo, os mantendo  de certa maneira próximos e interligados, mas também muito distantes e dissemelhantes.

1.3 AS PRIMEIRAS RELAÇÕES E O NASCER DAS TENTAÇÕES

Após milhares de anos convivendo ao uso de uma comunicação ancestral e lenta com as criaturas antigas do Mundo, os Divinos perceberam que jamais fariam algo além de transmitir quantias descomunais de ondas de Aura e transbordar as vidas com suas propriedades desconhecidas. No entanto, a existência deles era fato para algumas das Velhas Almas que repousavam sobre o mundo: seres misteriosos, silenciosos, que com o passar de muitos anos, passaram a identificar com vividez a influência da Aura em seus corpos que não envelheciam. A origem dos primeiros conhecimentos mundanos sobre a manipulação da Aura foi gerada.

Nesse tempo, as línguas faladas no mundo eram marcadas majoritariamente pelo uso de sinais. Os seres não passavam tanto tempo em conversações entre si, com exceção de alguns personagens bem específicos. Mas a existência dos Divinos era mais do que clara. Suas vozes graves e possantes que se espremiam por entre as veias atemporais da Aura eram ouvidas nas cabeças daquelas Velhas Almas, que, embora as escutasse, não sabiam o que significavam.

Foi então que, sob fruto de suas ideias, um desses seres passou a imaginar quem ou o quê representava as vozes em sua mente. Perturbado com as imparáveis falas, passou a manipular a Aura em rivalidade aos Divinos: da mesma forma como eles enviavam suas ondas, o ser passou a fazê-lo, com sentimentos de ódio e raiva. Seu nome é Acalidam, a Égide dos Horrores, a Mãe dos Pensamentos Tentadores: pois foi ela que, ante ideais de fúria e discursos efêmeros, gerou as primeiras Tentações nas mentes dos Divinos. A Voz de Crea'j, ressoante em infindáveis murmúrios de palavras desconhecidas, foi moldada em sua mente sob uma forma qualquer, a qual ela amaldiçoou com suas manipulações de Aura. Seus pensamentos influenciavam diretamente em suas ações: lentamente, a mente de Crea'j foi imposta de ideias odiosas e repletas de desordem. Foi então que em uma luta duradoura com a própria consciência, Crea'j foi capaz de disturbar seus pensamentos ruins. Expulsou-os de sua camada existencial, e viu surgir uma nova alma, munida apenas dos males que Acalidam atiçou em sua consciência. Tal ato é conhecido como a Origem das Tentações.

Tentações (ou Va'aesum, no Namtu dos Namtulim) não significam ou se limitam a ideias ruins ou malignas. Quaisquer ideias que forem impostas às mentes dos Divinos durante muito tempo usando-se da Aura serão gradativamente levadas a consumir sua existência. Mais tarde, um famoso estudioso nomearia tal ato de Poder de Crença, na sua obra "Os Milagres e os Horrores da Força Maior".

Lá jazia a derivada maligna de Crea'j, o Criador de Mentes, encarando ele e seus irmãos, repulsando de características que Acalidam, em sua fúria, gerou. Uma batalha se iniciou, e todos os Divinos se puseram a lutar, e os dois Planos estremeceram por décadas. Dizem que durante esse período chamado de Primeira Contenda o Plano Mundano foi radicalmente afetado. O Mundo sofreu de terremotos, maremotos e de muitas explosões de Aura. Suas características geográficas foram veemente machucadas, e muitas das Velhas Almas que nele viviam tiveram suas formas físicas destruídas, inclusive Acalidam, embora isso não significasse, de maneira alguma, o fim.

1.4 A TERRÍVEL CONTENDA E O NASCIMENTO DO TERCEIRO PLANO

Os infinitos Divinos dos espaços eternos do Plano Etéreo uniram-se em quantidades absurdas, mas, mesmo com o uso de todo seu poder e vontade, não foram capazes de destruir a Dag Va'aesum, a Primeira Tentação. A colossal batalha não visava um fim, enquanto o Mundo estremecia e se alterava em rajadas de catástrofes apocalípticas.

E o tempo passou, e suas brisas da eternidade contemplaram o progresso inteiro dos Etéreos, duramente combatendo a Tentação; e atravessando longos caminhos e distâncias pelo Plano Etéreo, Crea'j e seus companheiros lutavam, e lutavam, e lutavam. Foi quando um dos Divinos, abandonando a batalha que corria em vão, percorreu o caminho de volta: seu nome é Obalam, conhecido mais tarde nas terras mundanas como o Divino dos Bons Presságios. Foi ele que, em sua jornada solitária pelas florestas disformes e vales flutuantes do Plano Etéreo, na rota que a batalha percorreu e alterou ao longo dos ecos do tempo, encontrou os vestígios deixados pela Dag Va'aesum. Vestígios que representavam sua forma e vitalidade eternas, que pingaram como o sangue das vidas carnais do Mundo.

Através dos Vestígios, Obalam retornou a Crea'j, depois de uma longa jornada, coletando tudo que conseguiu no caminho. Nisso, uniu-se a duas poderosas deidades irmãs: Sanngrinod e Kam'q, os Dois Inseparáveis. E, juntos, recolhendo na estrada de volta os restos da Dag Va'aesum, eles finalmente alcançaram a batalha, ainda abalando brutalmente o Plano Mundano e suas histórias.

Crea'j, trafegando entre a luta e atenção para com seus companheiros, compreendeu rapidamente as ideias intermediadas por Obalam. Através dos Vestígios, tratariam de armar um ambiente impenetrável para acabar de uma vez por todas com a ameaça da Dag Va'esum e trazer, enfim, ordem à Existência. No entanto, suas forças impensáveis não eram capazes de desenvolver o imaginado ambiente apenas com os Vestígios perdidos da Tentação; afinal, ela representava os frutos de uma mente perturbada do Plano Mundano, de uma Velha Alma, cujos pensamentos e vontades se diferiam tremendamente daqueles conjecturados no Plano Divino. Os Vestígios, e a própria Dag Va'aesum, significavam, mais que qualquer coisa, o contato verdadeiro entre os Denn-faelan e Mundanos: pois apesar de ter sido gerada em Crea'j, sua mais remota origem proveio da mente de Acalidam, a Égide dos Horrores.

A primeira ideia para terminar a Contenda estava finalmente proposta, embora faltasse uma peça vital para que fosse viável de verdade. Essa peça foi logo descoberta: Crea'j, em sua luta, também perdia partes de sua forma — mas que eram recompostas muito rápido — e Vestígios eram largados pelos lugares, mas em modestas quantidades, e muitas vezes recolhidos e embaralhados entre os Vestígios da Dag Va'aesum, que choviam em acúmulos enormes. Levou muito tempo para que Obalam, Sanngrinod e Kam'q separassem os Vestígios; e a guerra prosseguiu, atravessando terrenos imemoriais no Plano Divino, retumbando entre os mundos do Plano Mundano, remodelando drasticamente as características daquele membro da Existência.

E, então, o Momento chegara. Nas claridades do Plano Etéreo, geradas pelos próprios Divinos, sob a sombra do Totem erguido depois da descoberta do Mundo, eles organizaram os Vestígios. Obalam, Sanngrinod, Kam'q, e muitos outros fieis irmãos, na assistência do bravo e grandioso explorador Crea'j, fundiram seus poderes e lançaram a Aura sobre a Dag Va'aesum, furiosa como sempre, lutando e lutando com vigor, jamais visando um fim em sua violência desenfreada. Crea'j a conteve entre os Vestígios, que lentamente tomaram forma sob a Força da Aura, e ao redor dela, e do Totem e do próprio Crea'j, fileiras de brilhantes pontículos esbranquiçados vieram a surgir, pairando ao relento, erguendo-se em espirais mirabolantes até o ápice de pedras polidas que compunham o Totem; e elas, as fileiras, continuavam, vinham e surgiam sem parar, cada vez mais cintilantes e espessas, envolvendo as Três Pequenas Existências em um círculo misterioso e isolado, mas cheio de luz, aguçado na esperança de que as coisas finalmente encontrariam a calmaria definitiva.

A luz crescente dos Vestígios afogados em Aura adotou um teor esverdeado-esbranquiçado, de uma claridade forte, muito potente, superior às estrelas ardentes de chamas do Plano Mundano. E ao fim, quando Aura e Vestígio acumulavam-se exorbitantes ao redor das Três Pequenas Existências, as espirais cintilantes preencheram todos as lacunas de visibilidade e encobriram a visão de todos, formando uma grande coluna de luz de pontículos brilhando em verde-claro e branco. Mas um momento antes disso, quando a última lacuna que permitia a visão das almas se preparava para ser fechada, um tremor ensurdecedor e crível abalou os Planos, anunciando num último ato de conturbação que a Primeira Contenda chegara ao seu fim. Nas vidas dos ulbalam, que virão depois, essa batalha teria perdurado por milênios, determinando o fim de todo seu povo.

NO NAMTU DOS NAMTULIM: AVACH-ERA-VADARJ
NA FALA DOS ULBALAM: O SURGIMENTO DO LIMBO

Quando o Esteio se formou, depois de muito esforço por parte dos Denn-faelan, e os Planos estremeceram diante do tremor profundo e desagradável que se instalou nos mais escuros cantos de todas as almas que existiam, foi decretado a fundação e início de um novo Plano; pois, com os Vestígios da Tentação, que eram formações derivadas de Pensamentos Mundanos, e com os Vestígios de Crea'j, puridades do Plano Etéreo, uma nova extensão da Existência foi feita: Vadarj, ou Limbo na Palavra das Pessoas, que seria então o Terceiro Plano Existencial, prole da unificação das propriedades Etéreas e Mundanas, sendo a Casa das Novas Almas e de outras Va'aesum que viessem a seguir.

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fear is the mind-killer