O TEMA DO FÓRUM ESTÁ EM MANUTENÇÃO. FEEDBACKS AQUI: ACESSAR

Devastada

Iniciado por Connel, 25/01/2018 às 21:10

Fala galera. Faz muito tempo que não participo da comunidade maker.
Acho que desde a epoca em que o mundoRPG maker estava online ahsuahsusahas
Enfim. Tive uma ideia aqui, mas tenho andado muito ocupado e pelo que vi no RPG Maker MV que baixei eu teria que reaprender a usar o software e não sei se terei tempo...
Então, pra não perder a ideia completamente, achei que seria melhor postar aqui. Assim alguém pode ver, opinar ou até dar algumas dicas.
Bem la vai.
A ideia que pensei é em trazer uma terra pós-apocalíptica medieval. Tendo toda a questão de poucos recursos, humanidade devastade, perigo constante, etc...

Nesse mundo, um meteóro atingiu a terra na idade média, espalhando uma bacteria desconhecida causando uma doença mortal que se espalhou rapidamente entre a humanidade e causando mutações nos animais (boa parte dos animais mutantes seriam os monstros presente em jogos de rpg mesmo).

Os protagonistas são uma mercenária por volta dos 50-60 anos e um garotinho de 10 anos.
Nesse ambiente, um garotinho de uns 9 ou 10 anos acaba de perder a mãe para a doença mortal. Ele decide procurar pelo pai que se juntou ao exército pouco depois dele nascer. As poucas informações que ele tem é uma carta que o pai escreveu para sua mãe um ano atrás. Ele então contrata essa mercenária para levá-lo até a cidade onde o pai provavelmente está.

Esse seria resumidamente o inicio da história. A chamada para a aventura... Enfim. São só as ideias iniciais.

Pensei em referencias como Central do  Brasil, The last of Us, Logan e o novo God of War que vai lançar. Para desenvolver essa relação maternal/fraternal entre a mercenária e o garoto.

Pensei em desenvolver essa doença semelhante ao Fulgor de Maze Runner (do livro não do filme). Mas não sei se vale a pena colocar algo parecendo zumbis ou os cranks nessa história...

25/01/2018 às 23:15 #1 Última edição: 25/01/2018 às 23:39 por Sasaki
Olá Connel, uma boa noite!!
Bom, eu não sou um maker nada experiente e, com certeza, muitos aqui sabem bem mais coisas que eu acerca de roteiros etc. Mas espero que tudo o que eu disser possa de alguma maneira te ajudar. Certo, vamos lá!!

A princípio eu sugiro que você organize melhor o tópico, isso auxilia as pessoas que vão ler e até você mesmo, na questão de encontrar informações precisas/específicas de sua ideia. Sugiro que observe outros tópicos para tomar como exemplo, não precisa fazer nada estonteante, simples é o suficiente!

A respeito da história... Bem, ela é um tanto comum. (Cenário pós-apocalíptico; protagonista que parte para uma aventura após a morte de um ente querido, etc). Particularmente não acho nada disso mal, no entanto é importante que você consiga torna-la mais interessante, com elementos bem próprios.
Por exemplo, sugiro que desenvolva bem a personalidade do seu protagonista, afinal em um mundo "tão devastado e perigoso" é difícil de se tomar uma decisão tão arriscada, a não ser que seu propósito seja mais forte do que os próprios perigos do mundo, caso contrário qualquer um preferiria ficar em casa rsrsr... Então planejar bem como funciona o psiquê desse garoto é um ponto extremamente importante!!

Ainda falando sobre o objetivo do protagonista, você tem mais detalhes sobre isso ou visualiza somente o destino final da aventura (Encontrar o pai)? Ao meu ver esse não seria muito forte, a não ser que existissem outras tramas por trás desta, ou ainda derivaria de ideias e sentimentos nutridos pela mãe, conforme a imagem que o pai apresentava.

Da mesma maneira que o protagonista, saiba desenvolver bem a mercenária, a relação entre os dois, afinal acredito que a maioria do tempo os dois estarão juntos.

Não sei se você pensou em conflitos interpessoais, mas é o que normalmente acontece quando a humanidade percebe que os recursos naturais são finitos, além disso, também pode acontecer que exista uma monopolização desses recursos por um pequeno grupo de pessoas, enfim, são sugestões.

Acho que seria interessante frisar também as mudanças de hábitos trazidos pela catástrofe, uma vez que os animais estão sofrendo mutações  isso pode ser interessante ou não para a humanidade, visto que, novas formas de exploração podem acontecer, bem como outras podem ser extintas... E de uma maneira geral a sociedade vai se adaptando aos novos estilos de vida, etc.

Bom, acredito que é isso, espero te-lo ajudado!!


26/01/2018 às 17:26 #2 Última edição: 26/01/2018 às 17:28 por RaonyFM
Olá,


   Então, pelo que pude analisar na sua apresentação, trata-se de uma clássica história ambientada num cenário pós-apocalíptico. Isso pode ou não ser um problema. Você pode simplesmente repetir os clichês desse gênero e entregar só mais um jogo na lista infindável de um gênero há muito saturado (Fallout 3 usou e abusou do plot "filho que procura pelo pai desaparecido"); ou, você pode tentar subverter o gênero usando os clichês ao seu favor, entregando ao público algo capaz de surpreendê-lo.
   O sucesso de jogos como The Last of Us (cito-o pois ele figura nas tuas referências) não vem do fato de serem jogos pós-apocalípticos, mas sim por usarem esse conceito como alegoria para a degeneração do espírito humano. Ele nos faz questionar quais os limites do humano, o que significa ser humano, e como, forçados pela situação, acabamos por nos transformar em monstros, desconectados da humanidade que outrora nos definia. E para isso funcionar faz-se necessário um intenso investimento na psicologia das personagens. Joel é um reflexo desse mundo decadente, uma pessoa quebrada por esse mundo, incapaz de estabelecer com os outros uma relação que fosse além da conveniência e da utilidade. A Ellie, por sua vez, representa a possibilidade de redenção do Joel, por ensiná-lo a superar o seu fantasma e fazê-lo novamente se importar com alguém além de si próprio. Ela restitui nele o sentido do humano. Percebe? Não é um jogo sobre monstros, mas sobre relações humanas, sobre o que nos faz humanos e possuidores de um sentido de comunidade. Tanto que os principais inimigos do jogo não são os infectados pelo fungo, mas o próprio ser humano com suas perversões.
   Tendo isso em mente, sua ideia tornar-se-á muito mais interessante e atrativa. Mas você precisará encontrar uma forma de fazer o jogador sentir pelas personagens desse mundo e seus dramas. Se não houver esse investimento emocional por parte do jogador, toda a proposta cai por terra, resumindo-se a um genocídio de monstros quaisquer sem sentido. Por isso, procure desenvolver muito bem esses dois protagonistas, aquilo que os move, a relação entre eles, suas personalidades, seus conflitos etc.
"A arte é o que resiste: ela resiste à morte, à servidão, à infâmia, à vergonha." (Gilles Deleuze)

Bem, vamos la. Começarei pelo Sasaki.

Cara. Suas ideias ajudaram muito! Vou tentar melhorar o tópico e deixá-lo mais organizado quando tiver um tempo. Quanto à suas considerações:

CitarA respeito da história... Bem, ela é um tanto comum.
Sim. Inclusive, até então eu pretendo seguir os moldes da jornada do herói. Mas quanto aos propósitos do protagonista. Até o momento sua motivação seria encontrar seu pai para ter quem cuide dele, ja que nesse ambiente ele não tem ninguém além da mãe. Ele se vê sozinho e sua esperança parece ser encontrar o pai. Mas pensei em antes de morrer a mãe dar uma carta ao filho, pedindo para ele procurar o pai (ao invés do filho ter a carta que opai mandou). Essa poderia ser uma carta informando ao homem que ele o garoto é filho dele...

CitarDa mesma maneira que o protagonista, saiba desenvolver bem a mercenária, a relação entre os dois, afinal acredito que a maioria do tempo os dois estarão juntos
Sim. Eles passarão a viagem toda juntos. Inclusive, a trama principal gira em torno do desenvolvimento da relação entre os dois e as transformações dos personagens. Nesse ponto me inspiro um pouco em Central do Brasil em que o garoto desperta em Dora um sentimento maternal...

CitarNão sei se você pensou em conflitos interpessoais, mas é o que normalmente acontece quando a humanidade percebe que os recursos naturais são finitos, além disso, também pode acontecer que exista uma monopolização desses recursos por um pequeno grupo de pessoas, enfim, são sugestões.
Algo que pensei é de ao longo da jornada eles descobrirem algum esquema de monopolio/corrupção entre as autoridades que deveriam proteger as pequenas comunidades ou algo assim. Também pensei em diversos momentos eles se depararem com grupos perigosos ou até momentos de questões morais (momentos em que eles tenham que roubar de inocentes para próprio sustento). Nesses momentos é onde haverá o desenvolvimento do garoto em conhecer a crueldade desse mundo e ter que conviver com decisões difíceis.

CitarAcho que seria interessante frisar também as mudanças de hábitos trazidos pela catástrofe, uma vez que os animais estão sofrendo mutações  isso pode ser interessante ou não para a humanidade, visto que, novas formas de exploração podem acontecer, bem como outras podem ser extintas... E de uma maneira geral a sociedade vai se adaptando aos novos estilos de vida
Vou tentar desenvolver esse mundo melhor. Creio que dessa forma esses pontos vão se desenvolvendo naturalmente...

Agora as considerações do Raony.

Cara. Muito boa suas considerações também.

CitarVocê pode simplesmente repetir os clichês desse gênero e entregar só mais um jogo na lista infindável de um gênero há muito saturado (Fallout 3 usou e abusou do plot "filho que procura pelo pai desaparecido"); ou, você pode tentar subverter o gênero usando os clichês ao seu favor, entregando ao público algo capaz de surpreendê-lo.

Realmente ta bem clichê.  Vou tentar pensar em coisas que poderiam surpreender o público.

CitarO sucesso de jogos como The Last of Us (cito-o pois ele figura nas tuas referências) não vem do fato de serem jogos pós-apocalípticos, mas sim por usarem esse conceito como alegoria para a degeneração do espírito humano

Então. A ideia era seguir um raciocino parecido.Traria esse questionamento de "O que é humano", ou essa degeneração do espirito humano também. Mas o foco que eu queria dar é na relação mãe e filho que surgiria entre a mercenária e o garoto.
Ness eponto se assemelha mais à Central do Brasil.

No caso da mercenária, ela é uma mulher com mais de cinquenta anos, algo  que seria difícil encontrar num ambiente como esse. Logo para ela ter chego até essa idade, ela teve que endurecer muito seu espirito. Ela experimentou a crueldade desse mundo por muito tempo. Ela não tem filhos, não tem família. Prefere viver sozinha como mercenária por que é a melhor maneira de sobreviver nesse mundo é sendo egoísta.Não se apegando. Ela chegou nessa idade pq ela é uma mulher durona, forte e que sabe sobreviver.

Ja no caso do garoto é o oposto. Ele é a inocência. Não sabe como o mundo é cruel. É fácil de ser enganado... E a convivência com essa mulher amargurada é o que vai fazer ele perceber que o mundo é hostil. Ele vai ver ela enganando, roubando, matando pra sobreviver e vai percebendo que pra viver muito tempo tem que fazer o que ela faz. Pensei até em se inspirar na relação do Sandor Clegane e da Arya Stark. Um homem que não se importa em roubar de uma família pobre por que sabe que eles morreriam em alguns meses de qualquer jeito...

Ou seja, o foco mesmo é nesse relacionamento entre os dois. Um transformando o outro... Por isso citei TLOU. Pois é uma relação parecida entre Joel e Ellie. Entre Dora e Josue (Central do Brasil), entre Logan e X23... Ao mesmo tempo em que o garoto traz essa humanidade para a mercenária, ela mostra que ele tem que perder um pouco da sua também.

   Agora que você abordou um pouco mais a psiquê das personagens, pude ter uma visão maior da tua ideia. E despertou meu interesse. Você mostrou ter refletido sobre o roteiro e a narrativa, e eu aprecio isso, pois geralmente o storyteller e o roteiro são negligenciados nos projetos. Também aprecio histórias que falam de pessoas, isso é muito raro entre os jogos dos makers, que costumam utilizar a mesma fórmula do grande herói chamado a salvar o mundo. Meu projeto também segue esse caminho de falar sobre pessoas, e não sobre heróis ou semi-deuses, com a diferença de que optei pela fantasia como ferramenta alegórica. Espero futuramente ler um tópico seu na seção de projetos do fórum - eu jogaria teu jogo. Aliás, que referência inusitada, Central do Brasil; é uma bela referência, pois é um grande filme!

:)
"A arte é o que resiste: ela resiste à morte, à servidão, à infâmia, à vergonha." (Gilles Deleuze)

É que quero quero ser escritor e roteirista, então tb aprecio mais essa area sahaushsauhasu
Inclusive por isso q tenho tido pouco tempo. To me enchendo de projetos...
CitarTambém aprecio histórias que falam de pessoas, isso é muito raro entre os jogos dos makers, que costumam utilizar a mesma fórmula do grande herói chamado a salvar o mundo
Para nossa infelicidade não é só em games. Vejo muitos livros no wattpad que seguem essa formula.  Não que seja ruim, estou lendo a serie MAgnus Chase do Rick Riordan e to curtindo... Mas tb prefiro historias que falam de pessoas.Ou de personagens com mais profundidade... com conflitos morais e tal...

Enfim... vou ver se arrumo um tempo e tento tirar o projeto do papel... Valeu mesmo pelas considerações. Ajudou bastante a organizar melhor as ideias!