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Iniciado por Misty, 03/09/2014 às 17:28

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03/09/2014 às 17:28 Última edição: 15/09/2014 às 16:48 por Mistyrol
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[box2 class=red title= Hora de votar!]
   O prazo de inscrição chegou ao fim, agora é o momento de votar! Recebemos ao todo 5 textos, mas somente 4 deles se enquadraram nas regras, portanto, votem naquele que acreditarem ser o melhor texto para ajudar o Rickas. Lembrando que a formatação foi retirada e o que deve ser levado em consideração na hora de depositar o seu voto.
   Sem mais delongas, vamos aos inscritos:

> Inscrição 1:
Spoiler
Ela era a confusão encarnada. Sempre em busca de uma picuinha, como uma velha nazista com algum retardo mental. Era casada com o Josevaldo, um cara de 27 anos, enquanto ela faria seus 29 dentro de algumas semanas. Tinha cabelos castanhos de uma tonalidade bem escura e era bem alta, mais alta que Josevaldo.
"Calma Patrícia", dizia Josevaldo em um de seus excessos de raiva (ela era incontrolável, histérica). "Por favor não me bata", "Pegue leve" e "Eu prometo ser bonzinho" eram frases que Josevaldo repetia diversas vezes ao longo de um dia.
Essa mulher era um animal! E, para o pesar de Josevaldo, não uso esse termo como conotação sexual. E todo animal pode ser facilmente domesticado (com exceção dos dinossauros, eles são o cúmulo da malvadeza), mas essa regra não se aplica à Patrícia, ela é o cúmulo da malvadeza (Seria ela um dinossauro? A interpretação é por sua conta).
Patrícia irritava a todos e, quando a ofendiam, demonstrava-se totalmente sentimental. Isso irritava Josevaldo, é claro. Pois quando ele falava de sua inteligência ela ou ficava triste e chorava, ou ficava extremamente brava e o enchia de porradas.
"Como você pode ficar bravo comigo? Eu sou a vítima aqui". E logo em seguida dizia: "Sabe... Quem deveria estar puto com você sou eu, e não ao contrário! Você é um frouxo incompetente". Pobre Zévaldo (como o chamamos lá no bar), a única coisa que dizia era: "Sim, a culpa é minha, eu sou uma merda".
No dia de seu aniversário, Zévaldo a ofereceu um passeio ao parque, com todo prazer do mundo. A implicância começou antes mesmo de saírem de casa, o que era natural. "Não, não vamos ao parque nessa lata de lixo, que você chama de moto, vamos no meu carro. Você dirige".
Era um calhambeque conversível cor-de-rosa, brilhava como uma pérola no lusco-fusco. Dentro daquele carro, os dois pareciam um casal feliz da Califórnia, indo à Frisco ao som de Fuller. Mas eram apenas um casal paulistano infeliz, que ia à um parque ao som do leppo-leppo, que o cara ao lado estava ouvindo.
Josevaldo encostou o carro em uma viela e começou a beijá-la, ela ficou bem excitada, levantou a camisa e pediu uma massagem. Ele escorregou seus dedos pela sua pele e começou a esfaqueá-la. Esfaqueava por todas as vezes que ela o humilhou em frente aos seus pais. As vezes que ela o rebaixava, dizendo que ele não conseguiria um emprego decente, que ele era fraco e morreria sendo sustentado por ela. Essa era a prova final da força de Josevaldo. A jogou no banco de trás e 15 minutos depois tocava minha campainha.
Contou-me a história toda, fiquei abismado! Ele teve que tolerar um engarrafamento mais o leppo-leppo! Esse cara é meu herói! Pediu-me para dar um fim no cadáver, pois tinha alguns compromissos e que depois falava comigo.
Mais tarde fiquei sabendo que foi pro rio. Apenas consigo imaginá-lo com o calhambeque rosa, passando pela Rio-Santos. Ao som de Pretty Woman ele ia por aquelas curvas, em busca de um amor mútuo e não uma vadia louca como Patrícia.
O que eu fiz com o corpo? Sempre achei Patty bem gostosa, então fiz essas coxinhas, que estamos comendo. Pretty woman, walking down the streets, Pretty woman is now some raw meat.
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> Inscrição 2:
Spoiler
A água molha o meu rosto, e a baixíssima temperatura queima minha pele, o choque térmico me trazendo do mundo escuro e misterioso para a realidade. Espero alguns segundos para eu poder me orientar na minha própria existência. Enxugo-me no cobertor grosso e áspero, tentando exorcizar o frio para fora de mim. Alguém segura minha mão. Papai. Ele me puxa e me deixa de costas eretas. Respiro fundo, e instintivamente volto a tentar me deitar. Ele perde a paciência e soca meu braço.
Saio da cama.
Vejo todos no lugar acordarem comigo. Todos parecem tão desanimados quanto eu. Sou puxado para tomarmos café da manhã. Vou com ele.
A vida nem sempre foi tão cinza. Já morei no campo. No meio do verde, do ar que era gostoso de respirar, das pessoas que sorriam quando você passava por elas, e não tentavam roubar seu pão. Queria as matas de volta. Queria você de volta.
Meu pai pergunta no que estou pensando. Respondo que no de sempre. Ele diz que eu tenho a sua orelha e a sua boca. Como sempre.
Comemos o pão em silêncio. Ou melhor, no que você considera ser silêncio em uma cidade como essa. Mas o café tava bom, pelo menos.
O Sol não vai levantar tão cedo, então viro meu olhar para o Grande Relógio ao longe, no horizonte negro e empoeirado. Daqui ele é do tamanho de uma moeda. Já visitei a torre uma vez, não é tão bonita quanto parece daqui.
Papai pega minha mão, e vamos caminhando para a estação de trem. Pelo caminho, precisa-se de alguma pratica para diferenciar os trabalhadores dos mendigos. Se nossas roupas já são esfarrapadas, a deles consegue ser um pouco pior. Um vira-lata magrelo me segue pelo caminho. O chamo de Carrapatão, porque ele tem um do tamanho de um caranguejo preso na barriga. Deve doer muito andar com um desses por aí.
Estamos na periferia.
As ruelas se alongam sujas e bolorentas, espremidas desconfortavelmente no meio das construções, infestadas de ratos e trapos de pessoas. Seus becos e estradinhas de cascalho se espalham como garras que te agarram e te conduzem pela escuridão até o seu destino. Muitos e muitos e muitos fios, vigas e encanamentos cruzam os céus e os prédios por todo canto que você olhar, como teias negras e emboladas. Barracos se misturam aos edifícios e casas, mas tudo parece retorcido, feito de qualquer jeito, desengonçado, esquecido. A paisagem parece uma maquete que alguém pisou em cima sem querer. Centenas de vigas protuberantes se espetam em meio aos tijolos e ferrugens que pintam o cenário com um toque amarronzado. A periferia, para um olhar mais atento, tem também certa melancolia. Os restos industriais a deixa com um tom de algo esquecido, um robô antiquado que ninguém se importou em voltar para cuidar.
Piso em uma poça, distraído com meus pensamentos. A água suja e fedida de coco vai me perseguir pelo resto do dia, pelo visto. Papai me manda continuar andando.
Cruzamos algumas ruas, até já poder ver a grande estação.
Entramos na estação que fica em uma região de dégradé entre o caos da periferia e a classe do Centro. Já se pode ver o começo de uma região de mais respeito, mas não menos poluída. O ar parece algo que nos lembra de que somos todos iguais. Todos tem que respirar essa droga, sendo pobre ou rico.
Entramos na estação de teto alto, e depois de algum tempo, no trem. É como ser uma mosca voando pra dentro da boca de um dragão. Agora já me sinto como num formigueiro. Tento ignorar o alto barulho da massa e seguir em frente.
A estrutura gigantesca me assustava das primeiras vezes que vim nesse lugar. Quando era menor e não morava aqui, as únicas coisas desse tamanho eram algumas nuvens, e olhe lá. O trem se abre e se conecta em uns dez andares, e várias pontes de entrada. O enorme farol se liga e surge na névoa da madrugada, a máquina é um titã se despertando. Ainda sinto um pouco de ansiedade. Sento na janela, ver para onde vamos me passa a sensação de controle. Papai sabe disso.
Ouço um apito retumbante. Finalmente entramos em movimento, e saímos dali.
O Centro está fervilhando de pessoas e de informação. Como de costume.
O sol desponta no horizonte, com um pouco de sua luz laranja perpassando pelas camadas e camadas de fumaça do ar.
O lugar é imensamente mais bonito. Apesar de ser muitíssimo mais lotado de gente, a classe e o bom gosto parecem ter sido levados mais em conta pelos arquitetos. Mesmo assim, tudo ainda é escuro e cinzento, com pontuais postes de luz pálida para iluminar o caminho das calçadas, já que o sol não dá mais muita conta mesmo. Ah, é, existem calçadas. Aliás, até entre os prédios escuros existem muitas pontes que permitem a passagem de pedestres pelo ar de uma construção à outra.
As damas andam com seus ilustres vestidos e sombrinhas esbanjando charme, e seus olhares são hipnóticos. Sinto sempre uma vontade imensa de ir dar "oi!" para uma delas. Os senhores também estão por toda parte, com seus ternos e sua elegância de cavalheiro, sendo perseguidos por engraxates por onde quer que eles vão.
Os meninos jornaleiros berram sobre burgueses que morreram como se fosse uma tragédia. Se visse a montanha de gente morta de doença que tem na periferia, teriam uma surpresa e tanto.
E, como sempre, vários operários inundam as ruas. Somos sempre a maioria, não importa o lugar. Os bem-vestidos nos olham como se fossemos um insetinho irritante e nojento que tivessem que aprender a aturar. Isso me deixa furioso. E quando falo disso com papai, ele apenas fica com raiva por eu ter raiva, então costumamos ignorar o assunto. Meu pai era um cara legal, inclusive engraçado de vez em quando. Mas agora qualquer coisa o deixa irado.
Chegamos à entrada do aglomerado industrial. Nós trabalhamos na mesma fábrica. Esse lugar sempre me lembra dum parque de diversões, por causa dos montes de pessoas e máquinas funcionando. Só que este é um muito mais sério e aterrorizante, claro. A roda-gigante geralmente não pode te fritar em ácido ou te despedaçar em meio às engrenagens.
Entramos numa longa fila, para confirmar que viemos hoje. Anotam nossos nomes na grade de horário, e nos deixam entrar. Lá dentro, solto um "béé", e meu pai ri da brincadeira boba. É algo que fazíamos desde que vimos pra cá pela primeira vez. Papai tinha feito uma piada com gado, e estávamos tão tensionados de nervoso no primeiro dia que acabamos rindo pra caramba. Isso porque parece que somos ovelhas sendo empurradas de um canto pro outro pelos inspetores. Eu sei que é bobo, mas é uma coisa nossa.
Sou empurrado por um homem bruto e grande, e meu pai me levanta para que eu não seja pisoteado outra vez. Um tempo depois, dou uma segurada forte na mão dele como forma de despedida, e sigo o meu caminho para o setor de trabalho com as outras crianças.
Isso é uma tremenda injustiça. Cara... Eu tenho dez anos, idade suficiente pra trabalhar com papai. Não sei por que acham que tenho que ficar aqui. Que saco.
Sempre vamos para um setor diferente da fábrica, em forma de rodízio. Mas existem poucas coisas que crianças sabem fazer direito, então nossos trabalhos costumam ser bastante repetitivos.
Só que, pelo visto, hoje não. Um inspetor me separa do grupo e diz que tem uma tarefa especial pra mim. Isso nunca tinha acontecido antes, desde que viemos pra cidade trabalhar, há uns anos atrás. A ideia me assusta no começo, mas depois penso melhor e concluo que devo estar sendo promovido a alguma coisa. Sempre trabalhei mais que o resto, mesmo.
A partir daí, tudo aconteceu muito rápido. Enquanto eu vivi esses momentos eles se arrastaram sufocada e exaustivamente, como se alguém congelasse o tempo. Mas agora, olhando para trás, tudo aconteceu em cerca de quinze minutos.
Quinze minutos. Nada mais que isso.
Acompanhei o inspetor até o almoxarifado, e ele me passou as instruções para me juntar ao grupo de limpeza. E me designou para um canto da fábrica bem afastado dos outros. Foi uma caminhada longa até lá, e fui carregando um baldinho com água e sabão bastante pesado, junto com o esfregão. Sabia que seria castigado se derramasse algo no chão e fizesse alguém escorregar, então fui cauteloso.
Todos os operários me olhavam com algo diferente no semblante, alguns até com certa pena ou vergonha de me encarar. Qual era o problema deles? O que estaria acontecendo? O que eles sabiam que eu não sei?
Então saí da vista da maioria dos operários, e continuei seguindo meu caminho. Desci uma escadaria, e já estava tão afastado da massa que agora já mal podia ouvi-la. Agora os operários ficavam mais escassos conforme eu avançava, até se passar mais alguns minutos e eu estar completamente sozinho, andando por um corredor silencioso, carregando o baldinho e o esfregão.
Cada nervo do meu corpo parecia estar acordado e atento, como se eu fosse uma fiação elétrica desencapada.
Entrei em um corredor com iluminação precária, sujo pra caramba. O atravessei, os passos leves para não despertar os fantasmas. Finalmente eu chegava ao meu local designado. Entrei no largo banheiro.
Mas isso foi completamente abandonado! Por que alguém me pediria para vir lavar isso daqui? Ninguém usava essa parte da fábrica. Senti-me enganado, e a minha vontade era de correr dali o mais rápido possível. Tinha algo muito errado acontecendo.
O banheiro estava imundo, os espelhos rachados e empoeirados, os aterros para as necessidades não eram higienizados faz muito tempo. A única janelinha pela qual entrava um pouco de sol da manhã ficava do outro lado do grande salão, e fazia sombras macabras em todo canto do corredor. O chão cheio de restos era escorregadio, e tive a sensação de que todo o cômodo era hostil.
Andei até o outro lado, para conferir se não tinha ninguém ali comigo. Na outra extremidade do banheiro, ouvi o barulho da porta se fechando e trancando. Grudei minhas costas atrás da última cabine. Prendi a respiração.
— Eu sei que você está aí. Tá com medo de mim?
A voz era muito grossa e anasalada. Ouvi uma gargalhada. Agachei-me, e vi seus sapatos caros de couro pela soleira das cabines entre nós. É um burguês.
De repente, alguém tampou a janelinha com algum pedaço de metal. O banheiro mergulhou na escuridão. O terror se instalou como um soco no meu corpo, e apavorado, me virei instintivamente para a porta e me inclinei para a saída.
— Podemos fazer do jeito fácil ou difícil, moleque. Se você parar de se esconder, quando acabarmos ainda posso te dar um doce.
Perdi meu fôlego, e comecei a respirar ruidosamente.
— Te achei!
Ouvi seus passos pesados e rápidos virem até mim, então me arrastei por baixo da cabine, tentado fugir. Ele me agarrou pela perna, e seu toque me causou tanta repulsa que de imediato acertei um chute certeiro em seu rosto. Como eu queria poder vê-lo sangrar, mas apenas senti seu grito ecoar na escuridão. Depois de me desvencilhar, corri até a porta, tropeçando nas coisas que não podia ver. Trancada.
Mas ela era tão velha que a madeira molhada e mofada já estava mole, então depois de alguns chutes consegui arrombar.
A partir daqui as coisas aceleraram mais ainda.
Fugi e procurei meu pai. Quando ele me ouviu, gritou com todos os amigos dele. A fúria se espalhava rapidamente entre todos os operários. Isso parecia um abuso que eles não tolerariam mais. Meu pai estava uma fera quando os inspetores chegaram para me buscar de novo, e foi uma briga feia.
Muita gente entrou no meio para ajudar meu pai e seus amigos, e nunca vi tanto sangue na minha vida. Meu pai fincou a cabeça do burguês numa estaca de madeira. Chegaram balões dirigíveis pelos céus, e eles tacaram bombas incendiárias. Tivemos que correr muito. As fábricas foram destruídas pelo fogo. Papai foi morto na minha frente. Um amigo dele, revolucionário, teve que me carregar de lá. Levei um tiro no braço e fui amputado. Muitas crianças morreram. Muitos pais morreram. Muitos burgueses também, pelo menos.
Mãe, quando você receber essa carta, me escreva de volta. Estou com saudades, mas com medo também. Porém, se lembre de que tem muita gente valente aqui. Penso em imitá-los quando sinto medo. Espero que você faça o mesmo. Eles nos dizem pra ter esperança, que talvez o mundo vire um lugar melhor. Eu acredito totalmente neles. E espero que você acredite neles também.
Abraços.
Do seu filho.
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> Inscrição 3:
Spoiler
Era um dia estranhamente silencioso, mas tão bonito e colorido como a manhã de hoje. Eu estava procurando algo mais eficiente do que meu antigo amolador que havia me deixado na mão, para afiar a minha bela Legend, que eu não usava há um bom tempo, e quem me conhece sabe que não sou de deixar uma espada na solidão.
Depois de pegar o DLC e chegar na Centro Oeste, percebi na cidade que os poucos ferreiros estavam ausentes, e eu esperava que a minha espada fosse cuidada pelas mãos de um profissional... mas onde eles estariam? Tiraram férias? Ficaram doentes? Mas todos ao mesmo tempo? Eu achei isso muito estranho.
Foi quando eu comecei a chamar por eles em suas portas, bater nelas quase arrombando-as, querendo chamar a atenção de alguém da cidade que estava quase deserta.
Quebrando o silêncio, ouvi um rangido de porta antiga se abrindo, e de fato era isso. Uma senhora mostrou-se na porta de sua casa, apertou seus pequenos olhos. e me olhou com desgosto, dizendo:
"Mas que algazarra infernal! Meu jovem, no único dia que tem paz e sossego nessa cidade, você vem perturbar? Vá descansar, hoje é feriado, todos estão em suas casas ou nas casas de seus familiares, milagrosamente tranquilos! Para de me encher, ou eu vou chamar a staff!"
— e bateu a porta com força. Me lembrei que eu enchi a cara na noite passada, e concluí: Eu simplesmente havia esquecido que era feriado, ora, por isso tudo estava fechado.
Eu estava me sentindo um idiota. Tinha ido na Centro Oeste á toa, e gasto uma boa grana na passagem do trem, para nada. Mas eu não quis me dar por vencido, e decidi que faria tudo valer a pena! Estava certo que encontraria algo inovador.
Eu devo ter caminhado durante uns 20 minutos em direção da floresta Urbana da Centro Oeste, mas em verdade nem reparara para onde ia. Quando me toquei já estava dentro da floresta, e o meu sexto sentido de Maker estava aguçadíssimo. Alguma coisa impactante ia acontecer naquele lugar. Coloquei minhas mãos apoiadas em minha cintura, ergui a cabeça e com um longo suspiro, dei um primeiro e largo passo, enfiando a Legend com força no chão. Olhei para todos os meus lados, reparando em cada animal escondido entre a vegetação, e alucinadamente gritei:
"Eu vou te encontrar, espere por mim!"
No mesmo momento, o silêncio da floresta fora quebrado por milhares de guinchos, ruídos e rosnados simultâneos que quase tomaram meus tímpanos. Vendo a floresta e todos os animais indo para o interior da mesma, e eu me senti ainda mais idiota, e culpado. Parecia que os animais estavam reclamando, assim como a senhora fizera mais cedo. Por um momento, eu sentei no chão tristemente concluindo que aquele não era o melhor dia para uma aventura, tudo o que eu fizera foi atrapalhar a tranquilidade e a paz do mundo, e que o melhor era voltar para casa e consertar o relógio de uma pessoa que eu estava devendo. Me levantei, tirei a Legend fincada no chão e saí arrastando a espada como alguém sem forças.
Não dei quinze passos, e senti que a Legend estava presa em alguma coisa. Olhei para trás e os meus olhos antes cansados, abriram arregalados, fazendo com que eu soltasse a espada e desse um passo para trás, de susto. Uma árvore estava a devorar a minha pobre Legend! E novamente eu troquei minha expressão: de um susto e até um toque medroso, para um tom agressivo. Eu comecei a chutar inutilmente a árvore, esmurrava ela com muita raiva e muita força, como querer descontar as frustrações do dia. Mas ao ver que a árvore estava comendo a espada com a lâmina virada para a boca, a minha vitória ficou muito simples: agilmente agarrei a ponta da espada ainda presa à árvore, puxei levemente para mim e em uma alavanca esmurrei a espada na árvore com toda a força, perfurando profundamente o maldito vegetal. A Legend não estava inutilizável, afinal. A árvore largou a espada com fraquesa e chegou a soltar um leve guincho, o que me fez rir.
Depois de derrotar a árvore, derrubei ela para garantir que não me pregraria mais nenhuma peça (e isso me custou um pedaço da lâmina da Legend, o que me deprimiu um pouco), e percebi algo curioso.
No tronco oco da árvore, brilhantes e radiantes pedras podiam ser vistas. Eu estava muito confuso, nunca tinha visto nada como isso antes. Olhando mais de perto, concluí que eram ovos, pelo formato e rigidez da superfície da casca. Eu queria pegá-los, mas não sabia se eram frágeis, então eu os toquei. Pude sentir uma rápida queimadura que me surpreendeu (de dor, Hahá), mas que me fez ficar ainda mais curioso sobre aqueles ovos tão pequenos, porém letais.
Concluí que eu não poderia levá-los de nenhum jeito, pois não podia segurá-los com minhas mãos, nem com minhas roupas, nem com minhas armas, ou iria acabar com elas todas. No mesmo instante, porém, lembrei da lasca da Legend que havia quebrado, e usei a mesma como uma espécie de espátula. Obviamente, não funcionou: a lâmina era muito estreita para sustentar 5 ovos como aqueles. Demorou um pouco demais para processar: a árvore. Os ovos estavam lá, era só usar a árvore, duh. Arranquei um pedaço da casca e levei para casa. Reparei que o dia tinha passado rápido demais quando vi que a noite estava chegando, então fui para casa e coloquei os ovos embaixo de uma cesta.
Acordei com um guincho muito alto e estridente (tive sorte da minha mãe ter saído de casa antes), que me fez cair da rede. Quando olhei, o quarto estava todo zoneado e os ovos não estavam na cesta. Só uns bichos enrolados em roupas correndo feito loucos pelo quarto (que por sorte, estava fechado e eles não podiam sair), e eu agarrei as roupas que estava envolvendo-os, então eles pararam e me encararam.
Muito, muito sérios mesmo. Me encaravam parecendo que queriam perfurar a minha alma. Mas foram interrompidos por um novo longo e estridente guincho, como o de antes. No mesmo momento eles olharam para a janela do quarto e começaram a tentar arrombá-la, com muita euforia. Eu percebendo que queriam sair, me preparei, peguei novamente a Legend (que havia me dado sorte no dia anterior), e abri a janela. Aquelas coisinhas saíram voando (figurativamente falando) como famintos atrás de uma barraca de cachorro-quente. E eu corri atrás deles, e todas as pessoas olhavam para mim intrigadas com as coisas que eu perseguia.
Eu corri como nunca na minha vida. E essa corrida me levou até o mesmíssimo lugar, onde estava a mesmíssima árvore que eu derrubara no dia anterior, e as coisas soltaram uma chama lilás de suas bocas para queimar a raiz ainda presa fortemente à terra, que virou cinzas em poucos segundos. Em baixo das cinzas, mostrou-se uma abertura no chão bastante grande. Um após o outro entraram no grande túnel, e eu, com meu instinto aventureiro e suicida fui atrás.
Foi... surpreendente. Maravilhoso. Era um tipo de cidadela subterrânea, com uma infinidade de criaturas como as que eu vi antes, de todas as sortes. Tinham dragões, bestas, quadrúpedes de duas cabeças, e muito mais. Era muito lindo.
De repente, todos se viraram para mim, mas enquanto me encaravam com olhos ainda mais ameaçadores, um dos pequenos que estava comigo antes se aproximou de mim, e deu um guincho estridente, porém suave e gentil. Nisso, todos soltaram o olhar de mim, como se eu não estivesse lá. Focavam no pouco de luz que saía da entrada do túnel, admirados.
Calculando rápidas estatísticas, eu supus que meu TP e meu MP eram suficientes para gerar um Center Void Machine, e não é que eram? Eu consegui gerar uma esfera de vácuo enorme que abriu passagem para todos os que estavam na cidadela, e assim, eles subiram (não posso dizer que foram animados, não pude reconhecer os sentimentos deles naquele momento).
Na tarde que se seguira, eles se espalharam por todo o Centro. E sendo amigáveis, rapidamente criaram laços com as pessoas da superfície, que os adotaram como seus pets. Eu fiquei sem nenhum, estou aguardando até agora meu ovo chocar.
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> Inscrição 4:
Spoiler
  Esse é o meu diário de pesquisa pessoal, decidi divulgá-lo para passar o que aprendi.

Dia 1 - Fui contatado pelo governo, pediram que eu lhes acompanhassem para um laboratório bem escondido nas montanhas, não deixaram eu ver o percurso para obviamente não saber a localização.  Não vou mentir, fui forçado a ir.
  Na sala de reunião estavam vários cientistas e possivelmente agentes dos governo. Sem falar muito iniciaram um slideshow mostrando a tal proposta. Fiquei pasmo, nunca havia visto nada do tipo, algo que iria mudar a minha vida e a vida de toda a nação, provavelmente. Aceitei na hora, mesmo sabendo os riscos.

Dia 2 - Estou trabalhando no projeto X (assim que chamamos) desde que cheguei ontem, as nove da noite. Estão exatamente cinquenta e três cientistas trabalhando no mesmo projeto, só quem em partes separadas. A minha parte é responsável pela parte cerebral. Nunca trabalhei em nada assim antes, mas já comecei e tive alguns avanços nesse primeiro dia.

Dia 3 - Depois de um belo avanço na minha parte, resolvi entrar no chat em grupo com os outros cientistas, somente para esfriar um pouco a cabeça já que não durmo a 49 horas. Fiquei sabendo pelos outros que poderíamos estar trabalhando em uma máquina de guerra, outros diziam que era nada mais nada menos do que um projeto bobo do governo sobre cultura. Mas o que era fato era que haviam sumido trinta cientistas da lista de contatos que nos foi fornecida. Os mesmos trabalhavam também nesse mesmo projeto, com suas respectivas partes.
Não estranhei, devem ter desistido.

Dia 4 - Nos foram dados mais informações, mas estranhamente a minha parte não recebeu detalhes, só deixaram claro que ficaria por último. Terminei o que tinha que fazer e fiquei entrando em contato com os outros cientistas para ver se descobria mais sobre tal projeto.
Juntando todas informações, descobri que se tratava realmente de uma arma, mais precisamente um soldado de, como descreveram, carne e ciência. Chamavam de ciborgue, mas com o tanto que pediram, seria algo mais que isso.

Dia 5 - Depois de ficar quase um dia inteiro sem nada pra fazer, chegaram as minhas ordens. Criar, programar e inserir uma personalidade na minha parte. Exatamente assim que eram minhas ordens, nada mais que isso. Estou confuso, como assim? Como posso criar a personalidade de algo sem ter referência alguma? E como vou fazer isso? São tantas perguntas, me sinto tão confuso.
E cada dia que passa, mais cientistas somem.

Dia 6 - Passei o dia todo pensando em como criar uma personalidade. Programar ela não seria problema, nem inserir, mas criar? Eu nem ao menos sei definir a minha própria personalidade! Isso é um fato que só parei para pensar agora. Seria fácil eu programar qualquer personalidade e que assim seja, mas não é só isso, não sei que uso essa personalidade terá. Tenho medo de criar algo que não seja bom o suficiente para tal fim que eu nem ao menos sei qual é. Talvez se eu perguntasse... Acho melhor não.
Vou dar uma saída, esfriar mais a cabeça, talvez eu tenha ideias.

Dia 10 - Não escrevi nesses dias que passaram pois precisava pensar, e bastante. Viajei para a cidade vizinha que eu ainda não conhecia, conversei, brinquei, briguei, cantei, dancei, chorei, tudo isso em um fim de semana explorando todos os pontos da minha e das personalidades alheias. Cheguei a conclusão que, mesmo eu sabendo programar, não tem como eu criar uma personalidade, isso vem de cada um. A nossa ciência pode estar avançada o suficiente, mas o bom senso sempre prevalecerá. Não é porque temos o poder de fazer algo, que devemos fazer. Parei para pensar nisso e vou abandonar o projeto.

Dia 11 - Expliquei toda minha situação para eles, resolveram me enviar então um "modelo de personalidade" para assim só inserir. A minha consciência vai estar limpa, pois mesmo eu tendo me envolvido com a criação, não precisei dar uma de criador de personalidades, o que era realmente meu medo. Medo de criar uma personalidade que não fosse correspondente para os fins do projeto; medo de criar uma personalidade em si. Cada pessoa descobre a sua com o tempo, eu descobri a minha assim.
Repito o que escrevi ontem: Você pode fazer, mas poder não quer dizer que você deve fazer. Pense nisso antes de aceitar qualquer trabalho ou se envolver em qualquer coisa. Eu não pensei e aqui estou com essa personalidade que não conheço me encarando até hoje, talvez nem queriam usá-lo para algum fim e sim me dar uma lição. Não só uma lição em mim, mas em todos os que eu compartilhasse essa minha experiência.
Está curioso em saber o que eu criei? Bem, tente criar uma personalidade para algo que você não sabe o que é que você saberá.
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[/box2]

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Regras.



  Aqui vão poucas especificações sobre a fase de votação:

  • Cada pessoa deverá votar em apenas 1 inscrição.
  • Não é necessária nenhuma justificativa de voto, mas agradecemos qualquer tipo de comentário.
  • NÃO é permitido revelar os autores das inscrições, caso isso aconteça, aquele que foi revelado (mesmo que por terceiros) será desclassificado.
  • As votações serão encerradas no dia 14/09/2013.
  • O evento ocorrerá em duas etapas, essa primeira etapa é de escrita, a segunda etapa será divulgada ao término desta.
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    [box2 class=red title= Recompensas]
      Claro que aqueles que forem capazes de ajudar o Rickas nesta primeira etapa receberão uma boa premiação, veja como estas serão feitas:

    PREMIAÇÕES






    [box class=windowbg3]
    [box class=button_submit]
    Colocado
    [/box]
    [box class=button_submit]- 80 Ouros
    [/box][/box]
    [box class=windowbg3]
    [box class=button_submit]
    Colocado
    [/box]
    [box class=button_submit]
    - 50 Ouros
    [/box][/box]
    [box class=windowbg3]
    [box class=button_submit]
    Colocado
    [/box]
    [box class=button_submit]
    - 20 Ouros
    [/box2]

    [/box2]

  Parabéns a todos que participaram. A Inscrição 3 está realmente muito boa, parabéns ao autor, tem talento. Vai ganhar, certeza. ;D

07/09/2014 às 22:42 #2 Última edição: 07/09/2014 às 22:45 por Felipe@Pedro
Opa, acabei que andei esquencedo de fazer meu texto, e quando fui ver o prazo já tinha acabado, também gostei bastante do texto 3 mais enfim Boa sorte a todos os participantes todos os textos estão bem legais.
''Você nunca sabe a força que tem, até que a sua única alternativa é ser forte.''

Então, gostei mais do número 2 e número 3.

Certamente a escrita do número 2 é superior as demais, o texto tem bastante descrição dos lugares e das situações e isso faz com que a leitura seja melhor interpretada, já que é possível imaginar o que se está lendo com maior facilidade, mas não gostei muito do tema utilizado, achei uma história meio sem graça e acho que demorou mais tempo pra chegar no acontecimento principal do que durante o acontecimento que foi passado rapidamente e terminou o texto.

Já a inscrição 3 tem uma escrita pior mas a história é mais envolvente, assim como a 2 tem mudanças de cenários mas conta com surpresas e um final um pouco mais inesperado, gostei mais pela história contada mesmo e por isso foi meu voto.

Já sobre as outras inscrições, a de número 1 não teve tão boa escrita e a história também não foi tão interessante, teve uma boa sacada com um trocadilho ali no fim e sendo curta foi bem agradável de ler, e a inscrição 4 teve um perfil bem diferente das demais, mais como uma lição do que história e algo a ser pensado, mas a forma de diário não me agradou muito.

 Acabei não conseguindo participar desse evento... :t
Eu gostei bastante da inscrição 3, então dou meu voto a ela. Achei que teriam mais textos... mas estes já são de bom grado.

2010 ~ 2016 / 2024

Eu votei...Não tem muitas pessoas que votantam.
Bem... tomara que vem um outro concurso mais animado : )

Votei :D.
Espero que muitas outras pessoas votem, pois todos os 4 textos estão espetaculares. Parabéns aos autores.

15/09/2014 às 16:59 #7 Última edição: 15/09/2014 às 17:03 por Mistyrol
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[box2 class=red title= Chegaram os resultados!]
   O prazo de votação chegou ao fim, todos os inscritos foram avaliados e receberam os votos que os membros confiaram em dar, o voto que ajudaria o nosso jovem amigo Rickas a resolver o seu problema. Tivemos ao todo um número de 14 votos, e foi decidido que o vencedor, contabilizando 10 votos, foi a Inscrição 3, de [user]Strong Rock[/user]. Vamos rever o texto do ganhador:

> Inscrição 3: Strong Rock (10 votos)
Spoiler
Era um dia estranhamente silencioso, mas tão bonito e colorido como a manhã de hoje. Eu estava procurando algo mais eficiente do que meu antigo amolador que havia me deixado na mão, para afiar a minha bela Legend, que eu não usava há um bom tempo, e quem me conhece sabe que não sou de deixar uma espada na solidão.
Depois de pegar o DLC e chegar na Centro Oeste, percebi na cidade que os poucos ferreiros estavam ausentes, e eu esperava que a minha espada fosse cuidada pelas mãos de um profissional... mas onde eles estariam? Tiraram férias? Ficaram doentes? Mas todos ao mesmo tempo? Eu achei isso muito estranho.
Foi quando eu comecei a chamar por eles em suas portas, bater nelas quase arrombando-as, querendo chamar a atenção de alguém da cidade que estava quase deserta.
Quebrando o silêncio, ouvi um rangido de porta antiga se abrindo, e de fato era isso. Uma senhora mostrou-se na porta de sua casa, apertou seus pequenos olhos. e me olhou com desgosto, dizendo:
"Mas que algazarra infernal! Meu jovem, no único dia que tem paz e sossego nessa cidade, você vem perturbar? Vá descansar, hoje é feriado, todos estão em suas casas ou nas casas de seus familiares, milagrosamente tranquilos! Para de me encher, ou eu vou chamar a staff!"
— e bateu a porta com força. Me lembrei que eu enchi a cara na noite passada, e concluí: Eu simplesmente havia esquecido que era feriado, ora, por isso tudo estava fechado.
Eu estava me sentindo um idiota. Tinha ido na Centro Oeste á toa, e gasto uma boa grana na passagem do trem, para nada. Mas eu não quis me dar por vencido, e decidi que faria tudo valer a pena! Estava certo que encontraria algo inovador.
Eu devo ter caminhado durante uns 20 minutos em direção da floresta Urbana da Centro Oeste, mas em verdade nem reparara para onde ia. Quando me toquei já estava dentro da floresta, e o meu sexto sentido de Maker estava aguçadíssimo. Alguma coisa impactante ia acontecer naquele lugar. Coloquei minhas mãos apoiadas em minha cintura, ergui a cabeça e com um longo suspiro, dei um primeiro e largo passo, enfiando a Legend com força no chão. Olhei para todos os meus lados, reparando em cada animal escondido entre a vegetação, e alucinadamente gritei:
"Eu vou te encontrar, espere por mim!"
No mesmo momento, o silêncio da floresta fora quebrado por milhares de guinchos, ruídos e rosnados simultâneos que quase tomaram meus tímpanos. Vendo a floresta e todos os animais indo para o interior da mesma, e eu me senti ainda mais idiota, e culpado. Parecia que os animais estavam reclamando, assim como a senhora fizera mais cedo. Por um momento, eu sentei no chão tristemente concluindo que aquele não era o melhor dia para uma aventura, tudo o que eu fizera foi atrapalhar a tranquilidade e a paz do mundo, e que o melhor era voltar para casa e consertar o relógio de uma pessoa que eu estava devendo. Me levantei, tirei a Legend fincada no chão e saí arrastando a espada como alguém sem forças.
Não dei quinze passos, e senti que a Legend estava presa em alguma coisa. Olhei para trás e os meus olhos antes cansados, abriram arregalados, fazendo com que eu soltasse a espada e desse um passo para trás, de susto. Uma árvore estava a devorar a minha pobre Legend! E novamente eu troquei minha expressão: de um susto e até um toque medroso, para um tom agressivo. Eu comecei a chutar inutilmente a árvore, esmurrava ela com muita raiva e muita força, como querer descontar as frustrações do dia. Mas ao ver que a árvore estava comendo a espada com a lâmina virada para a boca, a minha vitória ficou muito simples: agilmente agarrei a ponta da espada ainda presa à árvore, puxei levemente para mim e em uma alavanca esmurrei a espada na árvore com toda a força, perfurando profundamente o maldito vegetal. A Legend não estava inutilizável, afinal. A árvore largou a espada com fraquesa e chegou a soltar um leve guincho, o que me fez rir.
Depois de derrotar a árvore, derrubei ela para garantir que não me pregraria mais nenhuma peça (e isso me custou um pedaço da lâmina da Legend, o que me deprimiu um pouco), e percebi algo curioso.
No tronco oco da árvore, brilhantes e radiantes pedras podiam ser vistas. Eu estava muito confuso, nunca tinha visto nada como isso antes. Olhando mais de perto, concluí que eram ovos, pelo formato e rigidez da superfície da casca. Eu queria pegá-los, mas não sabia se eram frágeis, então eu os toquei. Pude sentir uma rápida queimadura que me surpreendeu (de dor, Hahá), mas que me fez ficar ainda mais curioso sobre aqueles ovos tão pequenos, porém letais.
Concluí que eu não poderia levá-los de nenhum jeito, pois não podia segurá-los com minhas mãos, nem com minhas roupas, nem com minhas armas, ou iria acabar com elas todas. No mesmo instante, porém, lembrei da lasca da Legend que havia quebrado, e usei a mesma como uma espécie de espátula. Obviamente, não funcionou: a lâmina era muito estreita para sustentar 5 ovos como aqueles. Demorou um pouco demais para processar: a árvore. Os ovos estavam lá, era só usar a árvore, duh. Arranquei um pedaço da casca e levei para casa. Reparei que o dia tinha passado rápido demais quando vi que a noite estava chegando, então fui para casa e coloquei os ovos embaixo de uma cesta.
Acordei com um guincho muito alto e estridente (tive sorte da minha mãe ter saído de casa antes), que me fez cair da rede. Quando olhei, o quarto estava todo zoneado e os ovos não estavam na cesta. Só uns bichos enrolados em roupas correndo feito loucos pelo quarto (que por sorte, estava fechado e eles não podiam sair), e eu agarrei as roupas que estava envolvendo-os, então eles pararam e me encararam.
Muito, muito sérios mesmo. Me encaravam parecendo que queriam perfurar a minha alma. Mas foram interrompidos por um novo longo e estridente guincho, como o de antes. No mesmo momento eles olharam para a janela do quarto e começaram a tentar arrombá-la, com muita euforia. Eu percebendo que queriam sair, me preparei, peguei novamente a Legend (que havia me dado sorte no dia anterior), e abri a janela. Aquelas coisinhas saíram voando (figurativamente falando) como famintos atrás de uma barraca de cachorro-quente. E eu corri atrás deles, e todas as pessoas olhavam para mim intrigadas com as coisas que eu perseguia.
Eu corri como nunca na minha vida. E essa corrida me levou até o mesmíssimo lugar, onde estava a mesmíssima árvore que eu derrubara no dia anterior, e as coisas soltaram uma chama lilás de suas bocas para queimar a raiz ainda presa fortemente à terra, que virou cinzas em poucos segundos. Em baixo das cinzas, mostrou-se uma abertura no chão bastante grande. Um após o outro entraram no grande túnel, e eu, com meu instinto aventureiro e suicida fui atrás.
Foi... surpreendente. Maravilhoso. Era um tipo de cidadela subterrânea, com uma infinidade de criaturas como as que eu vi antes, de todas as sortes. Tinham dragões, bestas, quadrúpedes de duas cabeças, e muito mais. Era muito lindo.
De repente, todos se viraram para mim, mas enquanto me encaravam com olhos ainda mais ameaçadores, um dos pequenos que estava comigo antes se aproximou de mim, e deu um guincho estridente, porém suave e gentil. Nisso, todos soltaram o olhar de mim, como se eu não estivesse lá. Focavam no pouco de luz que saía da entrada do túnel, admirados.
Calculando rápidas estatísticas, eu supus que meu TP e meu MP eram suficientes para gerar um Center Void Machine, e não é que eram? Eu consegui gerar uma esfera de vácuo enorme que abriu passagem para todos os que estavam na cidadela, e assim, eles subiram (não posso dizer que foram animados, não pude reconhecer os sentimentos deles naquele momento).
Na tarde que se seguira, eles se espalharam por todo o Centro. E sendo amigáveis, rapidamente criaram laços com as pessoas da superfície, que os adotaram como seus pets. Eu fiquei sem nenhum, estou aguardando até agora meu ovo chocar.
[close]

  Os demais inscritos finalizaram essa etapa do concurso nas seguintes condições:

> Inscrição 1: Dias Lunatic (3 votos)
> Inscrição 2: RuanCarlsyo (0 votos)
> Inscrição 4: Master Lobo (1 voto)

  Fiquem no aguardo, a segunda etapa do concurso será divulgada em breve!

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[box2 class=red title= Recompensas]
  Esses são os membros que foram capazes de ajudar nosso amigo Rickas:

PREMIAÇÕES






[box class=windowbg3]
[box class=button_submit]Strong Rock
[/box]
[box class=button_submit]- 80 Ouros
[/box][/box]
[box class=windowbg3]
[box class=button_submit]Dias Lunatic
[/box]
[box class=button_submit]
- 50 Ouros
[/box][/box]
[box class=windowbg3]
[box class=button_submit]Master Lobo
[/box]
[box class=button_submit]
- 20 Ouros
[/box2]

[/box2]

Ohloko. Strong Rock botou pra foder, uaheuahea. Tipo a Alemanha. -q

Parabéns aos participantes. E agradeço pelos votos. <3
(Eu acho que meu texto ficou com muita cara de Dias, though. Não ficou? Lulz).

Paz e Segurança.
ALGUÉM FALOU EM JAIMES DESING?!

// -> cHEAT .exeKUTIVE OFF-ice ~~//


Poxa Dias, ia votar em você, mais me embolei todos com a configuração, e acabei votando no da Strong Rock...
Parabéns a todos, ficou muito bons os textos em questão, e muito bom que a Centro teve esse numero de participantes nesse concurso, pois mostra que o povo ainda tá de pé na batalha.

15/09/2014 às 20:42 #10 Última edição: 15/09/2014 às 20:45 por RuanCarlsyo
Nooooossa, mas que K.O. hein, roc?
Imaginei que o texto do Dias (pensei q era do jackfrost, nem pareceu seu) fosse ganhar. Foi o mais pop, pro o público e tals. O que ganhou foi bem simples, esperava um pouco mais (mas quem sou eu pra falar né? Perdi de 10 a 0). Acho que a maior parte do pessoal que escreve no fórum tava na Disputa Épica durante esse daqui. Inclusive, o meu texto foi escrito pra ela, mas não consegui enviar pra lá e então vim parar aqui. Dá pra perceber a diferença de tom, né?
Enfim, na minha opinião a 1 foi a melhor. A mais condizente com o concurso, ser algo leve e pop. Não votei em nada porque queria votar em mim, e me sentiria um retardado fazendo isso.
A 2 (minha) e a 4 não estavam dentro do tom do Conte-me mais. A 4 pareceu mais avoada que a minha, inclusive.
Apesar de tudo isso, não desanimem só porque esse concurso foi fraco. Quero deixar uma sugestão pra moderação: Acho que ter dado um tema pro concurso o faria ter mais sucesso, e não o deixaria cheio de histórias destoantes. As pessoas se empolgam mais em saber que vão ter que escrever todas sobre um gênero, cria um ambiente específico e fomenta mais a imaginação. Estimula até os votantes, na minha opinião.
Ah, agora as desculpinhas por meu texto ter ficado ruim.
Uhthred, valeu por elogiar minha escrita. Pra esse ambiente, um texto steampunk contemplativo realmente é ruim (aqui nem deve ter parecido steampunk, só teve o começo). Pra qualquer lugar, talvez, quando o texto é ruim. Sobre a parte do clímax ser muito rápido, eu nunca escrevi nesse limite antes. O texto vai além disso. (((Se quiser, vai lá na área de roteiro que posto o resto daqui a uma semana, vou tentar terminar depois das minhas provas))), a história já passa das 3500 palavras. Isso foi um começo com um resumo do fim.
Enfim, obrigado a todos que votaram em mim. Ou melhor, que leram meu texto. Espero me sair melhor na próxima, nessa nem dinheirim eu ganhei. Abraçous