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Dicas para fazer uma Língua Artificial

Iniciado por OrangeFox, 05/04/2017 às 20:30

05/04/2017 às 20:30 Última edição: 05/04/2017 às 21:36 por OrangeFox


Olá! Meu nome é Kevin e sejam bem-vindos ao meu tópico, nele eu irei dar algumas dicas para começar a criar sua língua artificial. Lembrando que as habilidades que tenho sobre este assunto é apenas o que eu aprendi com o tempo, e irei tentar falar de uma maneira para que todos consigam entender. Iremos usar o inglês como base de gramática, pois o português é uma língua muito complicada para utilizar como base, então para iniciantes comecem com o inglês (não sei o que estou falando, uso o inglês como base até hoje...).




Dica 1 - Para começar a criação de uma língua é muito simples, basta começar pelo os pronomes pessoais. Caso você queira fazer o alfabeto primeiro, é opção sua, mais se quiser fazer depois também é. Os pronomes pessoais são divididos em duas partes: o singular e o plural. E cada uma dessas partes tem o que eu chamo de subpartes, que seriam basicamente a subparte sujeito e a subparte objeto. A subparte sujeito seria basicamente: I, e a subparte objeto seria basicamente: Me. Pesquise alguma tabela na internet mostrando os pronomes pessoais, depois basta substituir as palavras em inglês para sua língua.


Dica 2 - Agora é a mais simples de todas, basta criar todos os tipos de pronomes. Irei citar todos que fiz para a minha língua: Pronomes pessoais, pronomes interrogativos, pronomes possessivos, pronomes indefinidos, pronomes indefinidos para locais, pronomes demonstrativos, pronomes adjetivos e pronomes relativos. Basta fazer como eu falei na Dica 1, substitua as palavras para a sua língua.


Dica 3 - Caso esteja pensando: "E a gramática?", a gramática é a mesma que a do inglês. Caso queira utilizar a de outra língua, isso é totalmente plausível, mais a língua inglesa é a mais fácil para estar criando. Agora vamos para o que importa. Crie a forma de verbo, elas são três no inglês: infinitivo, passado simples e verbos irregulares.


Dica 4 - Comece a formar algumas frases, assim você não só irá estudar mais o seu idioma, como também já poderá passar ele para outras pessoas. Tente também misturar certas frases caso queira, assim torna mais único a sua língua mais única, e faça também algumas expressões idiomáticas, como "Quebrar o gelo", "Dor de cotovelo, "Andar na linha", crie isso para sua língua também.


Dica 5 - Essa é a última e mais valiosa, sempre vai estar faltando alguma coisa na gramática, sempre vai ter algum sistema de palavras que você não criou, então pesquise, se joga de cabeça e tudo na criação da sua língua, no final você irá gostar do resultado.




Caso tenha alguma dúvida, basta falar no tópico que eu irei tentar te ajudar. Obrigado por ter lido, até mais.
ᚨᛚᚠᚨ

05/04/2017 às 21:06 #1 Última edição: 05/04/2017 às 22:01 por Corvo
Olá [user]OrangeFox[/user]. A iniciativa é muito legal, mas eu preciso discordar de alguns pontos (Embora seja um texto com dicas, e eu não tenha que discordar de nada).

  Se você usa a gramática de outro idioma, você está criando um dialeto.
Se você começa criando palavras aleatórias, mesmo que baseadas em outro idioma, há oitenta por cento de chance dessa aleatoriedade ficar na cara e, consequentemente, seu trabalho ter sido em vão.
Não é necessário reproduzir todos os pronomes possíveis. Só os que serão usados. Se você reunir as frases usadas por Tolkien, nos idiomas que ele criou, de TODOS os livros em que foram usadas, você tem menos de dez páginas, se não copiar a diagramação das canções.


Agora, algumas dicas que eu sei que são úteis, porque venho tentado criar um há dois anos (e não tenho palavras suficientes para uma boa frase.):

A forma escrita é a última coisa na qual pensar. Primeiro vem a cultura onde ela surgiu, e todos os respectivos dados sobre a a sociedade/civilização (ou inversos) em questão. Como surgiu a linguagem? O modo como a linguagem surgiu interfere muito. E qual era a função que necessitava dessa comunicação?

Tendo noção do modo e do objetivo da linguagem, podemos pensar na fonética, que é o que dá profundidade, verossimilhança e orienta a gramática do idioma. Um erro comum é ignorar a fonética. Algumas pessoas começam a criar palavras aleatoriamente, marcando uma ou outra  semelhança em verbos/advérbios e etc, e acaba com um monte de palavras relativamente inúteis. Um exemplo: Frases esporádicas. Isso não é um idioma, é uma sentença aleatória com um significado qualquer, feita pra ornamentar. Ou é uma tentativa vã de transformar uma obra em uma Obra.

Evolução dos indivíduos que utilizam a linguagem: como a sociedade/grupo cresceu? Em qual ambiente? Bioma, clima? Tudo isso interfere na fonética. E passando para a escrita, o ambiente interfere mais ainda. Digamos que a sociedade X se desenvolveu em uma caverna. O que pode ser usado para escrever aqui? Argila, pedra, carvão? E quais ferramentas temos pra isso?

O que foi citado acima também interfere diretamente nos caracteres, logo não precisam de muita explicação. Aqui começa a escrita. É preciso saber também, qual o objetivo dela? E qual a relevância da escrita na sociedade?


Enfim, esse assunto rende um tópico de discussão, então paro por aqui. Já rendeu alguns fóruns especializados em criação de idiomas/dialetos, não tão difíceis de se encontrar. E pra finalizar, repito: Sua obra/projeto não existe para mostrar a grandeza do seu universo. O universo, o idioma, a mitologia, cultura e too o resto são completamente irrelevantes do ponto de vista criativo e servem UNICAMENTE para suportar e ornamentar o enredo principal.

05/04/2017 às 21:33 #2 Última edição: 05/04/2017 às 21:48 por OrangeFox
Spoiler
Citação de: Corvo online 05/04/2017 às 21:06
Olá [user]OrangeFox[/user]. A iniciativa é muito legal, mas eu preciso discordar de alguns pontos.

  Se você usa a gramática de outro idioma, você está criando um dialeto.
Se você começa criando palavras aleatórias, mesmo que baseadas em outro idioma, há oitenta por cento de chance dessa aleatoriedade ficar na cara e, consequentemente, seu trabalho ter sido em vão.
Não é necessário reproduzir todos os pronomes possíveis. Só os que serão usados. Se você reunir as frases usadas por Tolkien, nos idiomas que ele criou, de TODOS os livros em que foram usadas, você tem menos de dez páginas, se não copiar a diagramação das canções.


Agora, algumas dicas que eu sei que são úteis, porque venho tentado criar um há dois anos (e não tenho mais que três frases):

A forma escrita é a última coisa na qual pensar. Primeiro vem a cultura onde ela surgiu, e todos os respectivos dados sobre a a sociedade/civilização (ou inversos) em questão. Como surgiu a linguagem? O modo como a linguagem surgiu interfere muito. E qual era a função que necessitava dessa comunicação?

Tendo noção do modo e do objetivo da linguagem, podemos pensar na fonética, que é o que dá profundidade, verossimilhança e orienta a gramática do idioma. Um erro comum é ignorar a fonética. Algumas pessoas começam a criar palavras aleatoriamente, marcando uma ou outra  semelhança em verbos/advérbios e etc, e acaba com um monte de palavras relativamente inúteis. Um exemplo: Frases esporádicas. Isso não é um idioma, é uma sentença aleatória com um significado qualquer, feita pra ornamentar. Ou é uma tentativa vã de transformar uma obra em uma Obra.

Evolução dos indivíduos que utilizam a linguagem: como a sociedade/grupo cresceu? Em qual ambiente? Bioma, clima? Tudo isso interfere na fonética. E passando para a escrita, o ambiente interfere mais ainda. Digamos que a sociedade X se desenvolveu em uma caverna. O que pode ser usado para escrever aqui? Argila, pedra, carvão? E quais ferramentas temos pra isso?

O que foi citado acima também interfere diretamente nos caracteres, logo não precisam de muita explicação. Aqui começa a escrita. É preciso saber também, qual o objetivo dela? E qual a relevância da escrita na sociedade?


Enfim, esse assunto rende um tópico de discussão, então paro por aqui. Já rendeu alguns fóruns especializados em criação de idiomas/dialetos, não tão difíceis de se encontrar. E pra finalizar, repito: Sua obra/projeto não existe para mostrar a grandeza do seu universo. O universo, o idioma, a mitologia, cultura e too o resto são completamente irrelevantes do ponto de vista criativo e servem UNICAMENTE para suportar e ornamentar o enredo principal.
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Todas as dicas que passei neste tópico foram o que eu aprendi com o tempo, eu disse no começo que as dicas são uma representação do que eu aprendi com o tempo. Concordo com alguns de seus pontos, mais acredito que a  forma e como a pessoa irá criar a língua isso dependera dela, assim como você, eu não quero começar uma discussão, apenas quero apresentar o que eu aprendi, mais uma coisa que de certa forma você quis dizer no final foi que muitas das  coisas que irei fazer não serão tão equivalentes no enredo principal, já viu algum dothraki não falar dothraki? Ou algum elfo não falar Quenya? Bom, quero colocar uma pedra neste assunto, pois minha intenção desde o começo era apenas dar algumas dicas para as pessoas que querem começar a criar uma língua, o meu tópico não é uma certa etapa do que se deve fazer ou não. Mais de qualquer forma, obrigado por ter comentado!  :XD:
ᚨᛚᚠᚨ