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Histórias de Andeur I

Iniciado por Eliyud, 29/10/2019 às 12:10

29/10/2019 às 12:10 Última edição: 30/10/2019 às 11:19 por Corvo
Trilha Sonora
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Meu prezado amigo Humir...


    Assim como me foi pedido, te escrevi essa carta para contar sobre as histórias e os humores que ouvi dos humanos e de alguns elfos durante a minha viagem. Prepare os olhos, meu senhor! Pois quero que conte sobre essas histórias para os seus filhos e para a sua honrosa esposa.

    Há muito já sabemos sobre os problemas diplomáticos (guerra inter-racial, eu diria) entre os humanos e os reptilins, não é mesmo? Pois bem! Ouvi dizer que esses tenebrosos "homens-lagartos", que tanto nos assolam, atacaram um acampamento de mineiros com cerca de 12 homens no continente de Mareille. Poucos sobreviventes conseguiram fugir e eu nem preciso dizer que todos os recursos foram saqueados.

    Você deve estar se perguntando onde está a novidade nisso, certo? Bom, os sobreviventes relataram que havia um reptilin monstruosamente poderoso entre eles. Como já os conhecemos comumente, eles possuem escamas verdes cobrindo o seu corpo, que seria idêntico ao nosso se não fosse os olhos e boca de lagarto. O reptilin monstruoso, porém, possuía escamas escuras, asas, chifres e, além dessas características físicas, manuseava com notável facilidade o elemento fogo. Você tem noção do que é isso, meu amigo Humir? O que será de nós, humanos, caso essa "quimera bestial" nos encontre? Que os deuses estejam do nosso lado!

    Ah, e por falar em deuses... Preciso contar sobre as lendas que aprendi entre os sábios elfos.

    Nós sabemos muito bem que os nossos amigos orelhudos não são adeptos de nenhuma religião. Entretanto, eu não fazia ideia do quanto eles estudavam as religiões dos reptilins! Um jovem elfo (que ironicamente já vivia a 236 anos) chamado Zithalion me contou que os homens-lagartos cultuam o dragão da terra, a quem nomearam Bahamut. Disse ele que há uma profecia anciã, que diz:


"No tempo em que a peleja
entre irmãos planetários
for maior que a paz entre eles,
o tempo em que o caos
for maior que a harmonia,
o vazio assolará o mundo.
Nessa mesma época,
o deus dragão enviará
o seu avatar,
repleto de seu poder,
para lutar pela paz."

Zithalion acredita que os reptilins vêem os humanos como os causadores do caos. Isso me pôs pra pensar, meu caro Humir. E se tudo for verdade? E se o monstruoso reptilin que atacou os nossos irmãos for o avatar desse deus dragão e aniquilar a nossa raça? De qualquer forma, não estou tão preocupado! Ainda possuímos o maior império, no continente de Luverna, não é mesmo? Apesar de nossos irmãos que lá vivem serem um pouco mais frios do que o normal, tenho certeza que nos defenderiam de qualquer ameaça.

    No momento em que escrevi essa carta, me encontrava hospedado num estalajadeiro de uma cidade portuária no continente de Devana, reino dos elfos, nossos queridos amigos e vizinhos. Sinto falta de Forde, de minha mulher, minha filha, de meus amigos e de você, meu prezado amigo. Quando estiver lendo, eu provavelmente já terei embarcado com destino à Khorion. Assim que chegar e souber de mais histórias, com certeza voltarei a te escrever.


Um abraço do seu amigo!

Andeur, o ferreiro
Terceira, 26 de Lupus - 852a.

Continua...

Interessante isso aí. Da parte técnica, só me incomoda um número aí no meio. Digo, é frescura minha, mas evito usar algarismos quando dá pra escrever por extenso. Agora, o enredo está interessante. É muita informação de uma vez e algumas coisinhas podem ser tiradas ou trocadas de lugar:

Como já os conhecemos...
Há muito já sabemos...
Nós sabemos muito bem...


Sempre que você usa um destes termos, já sabemos que é uma informação conhecida tanto pelo autor da carta quanto pelo destinatário. Soa um pouco estranho, pois se já sabemos por que repetir? Entramos em um ponto interessante em que o ideal é mostrar ao leitor, não contar. Por exemplo, a descrição dos homens largarto é irrelevante até o momento em que o autor da carta se encontrar pessoalmente com um. É normal que ele queira transmitir a sensação que a criatura causou, então cabe uma descrição.

Por causa do número de informações distintas, não consegui identifcar o propósito da viagem propriamente dita. Ele está visitando os elfos em uma viagem pelo mundo? Está coletando informações sobre os conflitos em alguma missão oficial? Essa motivação, possivelmente, já é conhecida pelo destinatário da carta, portanto não é algo que você deva obrigatoriamente contar de cara.

Referências para o estilo, recomendo Drácula e qualquer conto de terror do Dickens. :D