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Debate CRM #12 - O que você está cansado de ver em um jogo de RPG Maker?

Iniciado por Rickas, 14/08/2019 às 10:30







[box2 class=black title=O Quadro]
Há algum tempo, existia um quadro conhecido como Debate CRM. Seu objetivo era fazer os membros discutirem um tema, compartilhando seus conhecimentos.

O objetivo continua o mesmo, porém agora será postado com intervalos de quinze dias. Dito isso, espero que todos possam usufruir e discutir civilizadamente.
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[box2 class=black title=Regras]
Esperamos que debatam de forma consciente e que respeitem opiniões adversas. O intuito deste debate não é o consenso, mas sim o conhecimento de diferentes respostas e pontos de vista de todos os membros.

As regras gerais também se aplicam e qualquer infração será punida de acordo.
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[box2 class=black title=Tema]
O que você está cansado de ver em um jogo de RPG Maker?
Hoje em dia tem uma quantidade enorme de jogos completos feitos no RPG Maker, vários que estão na Steam e em outras ferramentas. A pergunta é bem simples, o que você considera estar repetitivo nos jogos do RPG Maker? O que pode impedir de você jogar algum jogo no RPG Maker? O que você tenta evitar ao máximo que tenha no seu jogo (RTP? Batalhas aleatórias? Sistemas repetidos? História clichê?) ?
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 De fato, o que eu estou farto de ver em um jogo de Rpg Maker, é o "Padrão Rpg Maker".

Os mesmos recursos gráficos. Do RTP, ou não. O tamanho dos tiles, que são sempre iguais. A mesma movimentação dos characters, até mesmo a mesma velocidade da caminhada e corrida, a mesma quantidade de frames, proporção e estilo. O sistema de batalha lateral e frontal genérico, com uma barrinha ou duas de diferença. Até mesmo a resolução padrão. *Risos




Bom acho que vai ficar um pouco extenso, mas aqui vai  :XD:



Antes de dar minha opinião sobre o que não gosto nos jogos, acho legal falar primeiro que cada maker tem que saber o que seu jogo é e o que quer atingir. Eu costumo dividir em 3 tipos de jogos diferentes:
  • Aquele que o maker faz pra ele, ele quer só usar o RPG Maker como se fosse um jogo qualquer então ele não liga que os recursos estão combinando e o que vai ter, porque é para ele.
  • O que quer que outros joguem, querem divertir outras pessoas, mas não espera que o jogo dele seja um "Hit".
  • O que quer fazer um Hit, o que vai atrair as atenções das pessoas, vai ser compartilhado em n páginas de jogos indie e comparado com jogos profissionais.

    Dito isso, eu por jogar pouco acabo sempre indo na terceira opção quando opto jogar algo por um período mais longo. Os jogos de rpg maker que estão nessa categoria são exatamente os jogos que o que menos tem é RPG Maker. Resumindo o que mais me cansa em ver um jogo de RPG Maker é o RPG Maker, se eu bater o olho e saber a engine que está sendo usada eu como jogador não me interesso 100% por ele, salvo raras exceções.

    Porém como foi dito em cima, esse tipo de jogo requer um trabalho gigante para ser realizado, então não pode ser o "único" jeito certo de fazer um game. Não acho que tenha um jeito certo de fazer jogos no RPG Maker, se quer usar o RTP inteiro com sistemas padrões, sons e músicas do RTP, faça, mas saiba quais são as pessoas que vai atingir com isso. Faça o jogo para si porque gosta, mas o que me faz jogar um jogo é exatamente quando olho para ele e não faço ideia como ele foi feito, de onde vieram os gráficos, de onde veio a sonoplastia etc.

    O que me cansa sendo extremamente detalhista seria:
  • Gráficos padrões (p.a/menus)
  • Sistemas repetitivos (mesmo com scripts/plugins que eu já vi em vários projetos sem alteração alguma sobre eles)
  • Sons e músicas do RTP
  • Histórias sem motivações, destruir os 4 cristais, juntar 7 pedras porque o demônio matou a familia dele.
  • Mapas pouco detalhados e sem inovação


    Lembrando o que disse antes, eu sou o terceiro tipo de jogador, o que iria jogar apenas jogos que realmente me cativam, mas para fazer um bom jogo não precisaria seguir nada disso e por isso é bom saber o que quer criar antes, para um jogo excepcional ai sim  :XD:

Nunca parei para pensar nisso, mas acabo de descobrir que implico bastante com projetos que não exploram todo o potencial da ferramenta. Digo, a configuração padrão e o RTP em si não são problemas. Exemplos disso são jogos que misturam os tiles do XP com os personagens do VX. Ambos padrões que funcionam muito bem juntos. Eu mesmo uso o Ace, mas até conseguir pagar o Zaggo a sonoplastia é o RTP do 2003.

Citação de: Lhu! online 14/08/2019 às 13:51
[...]

Do tamanho dos tiles, se entendi bem, não tem como fugir. Todo o programa se baseia nos quadradinhos de 16x16/32x32/48x48, incluindo os eventos. Concordo com o senhor em relação aos frames, pretendo reduzir. :D

Citação de: Raizen online 14/08/2019 às 14:49
[...]

Ó, defendo clichês até meu último suspiro. Inclusive, ainda quero escrever uma matéria sobre como o pessoal está catando cristais até hoje. Mas concordo que falta personalização. Os jogos não tem identidade, o RPG Maker tem. Individualmente os recursos são bem bons, quando bem utilizados. E também jogo muito pouca coisa. >.>

Vou tentar ser direto e reto.  :batrick:

→ O que eu to cansado de ver em jogos de RPG Maker são os famigerados jogos de "Terror" (entre aspas mesmo)... é sempre você em um
   mapa com a tela toda escurecida com apenas um foco de luz envolta de você ou à sua frente (geralmente uma lanterna) onde existem
   dilemas e questões / respostas à serem resolvidas que no final te levará a achar uma chave que abre uma porta... isso quando não
   resolvem colocar Scare Jumps em todo lugar que francamente, prefiro nem comentar. Sério, podem discordar, mas acho que esse
   tipo de jogo não fica bom se feito no RPG Maker, sei que tem uns bem feitos por aí, mas acho que não combina.

→ Quanto aos conteúdos do RTP, eu até gosto (quando bem usados)... mas concordo que nem dá vontade de jogar o jogo quando você vê
    aquele jogo de RTP todo mal mapeado e sem nenhuma novidade relevante.

Acho que é só isso, se eu lembrar de mais alguma coisa eu edito essa mensagem e coloco.

Obs: quanto aos jogos de terror não é nada contra os clichês, eu gosto de um clichezinho as vezes... é contra o gênero do jogo mesmo.
:hmm:

Citação de: Corvo online 14/08/2019 às 18:29
Ó, defendo clichês até meu último suspiro. Inclusive, ainda quero escrever uma matéria sobre como o pessoal está catando cristais até hoje. Mas concordo que falta personalização. Os jogos não tem identidade, o RPG Maker tem. Individualmente os recursos são bem bons, quando bem utilizados. E também jogo muito pouca coisa. >.>

Imaginei que iria vir isso exatamente de ti hahaha  :XD: . Eu concordo bastante que mesmo com esses inicios mais clichês dependendo do decorrer do jogo acho que pode ficar espetacular, e o que realmente eu quis enfatizar era que esse toque a mais pode mudar totalmente a história. Então de certo modo concordo 100% contigo.

Citação de: Mestre R. online 14/08/2019 às 19:03
→ O que eu to cansado de ver em jogos de RPG Maker são os famigerados jogos de "Terror" (entre aspas mesmo)... é sempre você em um
   mapa com a tela toda escurecida com apenas um foco de luz envolta de você ou à sua frente (geralmente uma lanterna) onde existem
   dilemas e questões / respostas à serem resolvidas que no final te levará a achar uma chave que abre uma porta... isso quando não
   resolvem colocar Scare Jumps em todo lugar que francamente, prefiro nem comentar. Sério, podem discordar, mas acho que esse
   tipo de jogo não fica bom se feito no RPG Maker, sei que tem uns bem feitos por aí, mas acho que não combina.

Ah até curto os terrorzinhos no RPG Maker e acho uma boa engine pra isso, mas acho que terror em qualquer jogo é algo delicado haha, tem que realmente se dedicar na ambientação senão é só um jogo, e não um jogo de terror.

O que mais se tornou cansativo nos jogos de RPG Maker, para mim, com certeza foi a parte visual do RTP. Eu posso até dar alguma chance para jogos que foram feitos usando gráficos do RTP das engines anteriores ao VX, se estes parecerem bem feitos, mas aqueles que usam os benditos cabeçudos que se tornaram a cara da engine há alguns anos, costumo passar longe.
No entanto, mesmo que o projeto use do abusado RTP dos cabeçudos, eu ainda me interesso por aqueles que mostram algo diferente no visual e nas mecânicas, como uma GUI toda personalizada, entre outros sistemas que fujam do padrão do RPG Maker, porque há a possibilidade de fazer, basta pôr a mão na massa.
Oxe

O que eu mais to cansado em jogos de RPG Maker é a "cara de joguinho de RPG maker" kkkkk

[Que fique claro que isso que estou dizendo, segundo minha opinião pessoal, sendo que não sou o dono da verdade, só é dirigido a jogos feitos com objetivo comercial e não os de estudo]

O RPG Maker vem com muita coisa pronta, vários padrões e RTP para as pessoas poderem criar jogos "sobre" aquilo e não simplesmente "com" aquilo. Embora seja totalmente permitido e não seja nada errado ou desonesto.

Mas... nem tudo nada vida pode ser tão fácil, não é. E infelizmente isso afeta o rpg maker.

Vou dar um exemplo:
Há uma comunidade que edita ROM de pokemon de GBA, chamada de comunidade de Rom hacking (tem de outros games, mas não compõe 1% da comunidade).
Essa comunidade começou a fazer muito sucesso quando trouxe para as roms de GBA, ferramentas de edição muito faceis de usar. No entanto requeria estudo, muito tempo e edição grafica indexada.
Com isso, coisas incriveis aconteceram, adicionaram pokemons até da 7ª geração (807 pokemon) em uma rom que antes só tinha até a 3ª geração (380 pokemon). Trouxe novas mecanicas, novos tipos, novos graficos, mega evolução, z-moves estava tudo indo de vento em popa, até uma pessoa, talvez bem intencionada, começar a disponibilizar patchs. Aí começou o declínio. O que antes era incrivel se tornou repetitivo e chato, hoje, todo dia sai uma nova rom hack por hora, todas elas com aqueles patch que vc clica em um botão e automaticamente ja tem todas aquelas features anteriormente citadas. Pode se dizer então, que já morreu a comunidade de rom hacking.  Existe um ou outro projeto, mas... fadado a nenhuma visibilidade e mau julgamento junto às milhares de roms genéricas.

O mesmo já é uma realidade se multiplicando no RPG Maker. Muito se usa da frase verdadeira e inspiradora "o que importa não são os graficos e sim história/diversão" pra ignorar o capricho em todas as áreas e "supostamente" caprichar na area da historia e diversão.

Em minha experiencia própria, jogando esses projetos/demos/completos de rpg maker desde 2008, concluí que 90% dos jogos de rpg maker são puro RTP, ou seja, sem identidade visual propria. Se um game é só RTP, mesmo eu sendo duro ao dizer, ele não terá identidade visual propria, não será diferente "visualmente" dos outros milhões de jogos de RTP.

Hoje, mesmo quem não usa rpg maker, já manja que o jogo é de RPG Maker, e há muito preconceito com isso "ah é um joguinho de rpg maker que todo mundo faz igual se quiser". Mas isso é culpa dos milhares de joguinhos de RTP da steam e forums, os quais muitos baixam pra jogar, com toda boa intenção, "beleza, nao é grafico que importa" e quando vai jogar a historia é simplesmente ruim (geralmente copias pouco disfarçadas de Naruto, DragonBall ou Sword Art Online, quando não é um jogo de terror que a personagem é uma garotinha loli fofinha com "-chan" no titulo do jogo).

Foi assim que eu acabei evitando jogos de RTP, pra mim acabou ficando provavel que se vc nao capricha em todas as áreas, provavelmente não caprichou na parte da historia/mecanicas/diversão. Há exceções, claro, ja vi também uns bem legas, raramente, mas não queira tentar ter a sorte das exceções raras e sim considerar o maximo que possa agregar valor ao seu projeto.

E antes que me apedrejem, quando eu falo capricho, nao quero dizer que vc deva do nada se tornar um grande designer de arte para jogos, ou um programador eximio de Javascript/rgss, mas sim usar artificios para dar ao seu game uma cara propria. Uma identidade para as pessoas não passarem por uma lista e seu jogo não chamar atenção pra ser jogado pelo simples fato que é visualmente igual a todos os outros da lista.

Todo mundo pode ver uns tutoriais e usar de forma simples, um editor de imagem, e mesmo usando rtp, dar uma carinha diferente, eu ja vi games ficarem bem originais, com edições bem bobas que se aprende numa tarde. Sua area pode ser só roteiro mas se vc quer programar um game, vai ter que tirar um tempo e se dedicar a dominar as areas da programação do rpg maker pra criar algumas coisas no game que não sejam o padrãozão que veio e nem apenas o que um plugin faz de forma plug & play.

E pra finalizar, se a parte "aprender a editar graficos" ou "aprender a programar algum sistema por si só" deu preguiça só de ler, provavelmente seu roteiro vai estar ruim também, porque é uma área tão dificil e requer tanta dedicação quanto todas as outras.

Espero que não me entendam mal.  :heart:








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Citação de: Ludovic online 15/08/2019 às 15:42
...
Falou bem :).
O que você escreveu me fez lembrar de um tópico que o pessoal discutiu bastante na rmweb também e ele diz muito sobre quem é fora desse meio saber o tipo de jogo que é pelo RTP.
Alguém colocou assim "Porque meu jogo está na steam e não consigo nem atingir 500 vendas?" lembrando que 500 vendas daria tipo uns R$1.500 pra ele pelo preço que ele colocou no game, em um jogo que ele diz ter gasto uns 4 meses e mais do que esse valor em algumas coisas como músicas e talz.

Eu peguei o jogo pra olhar, e realmente ele não está malfeito, tem uma trama e tudo mais, mapeamentos ok, alguns sistemas (mesmo totalmente conhecidos pela gente) ok, mas ele grita RPG Maker e certamente isso foi um dos maiores problemas dele.


Assim eu acompanho os projetos lá, tem vários projetos legais, mas a maioria é bem mediana em vários pontos. Isso é um problema? Acho que não, simplesmente o autor tem que estar consciente de onde ele quer chegar e o que quer alcançar.

Só completando, existe um dos maiores publishers de rpg maker, ele lançou 10+ jogos na steam e todos medianos e o que ele falou sobre isso? "Meus jogos são medianos e eu tenho noção disso, mas gosto de manter no cronograma e criar um novo jogo a cada 4 meses". O problema é mais o cara saber que o jogo dele pode ter um público alvo muito menor.