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Centro Geral => Matérias => Tópico iniciado por: Nandikki online 03/11/2015 às 21:34

Título: A Representatividade nos Jogos
Enviado por: Nandikki online 03/11/2015 às 21:34
(http://i.imgur.com/iMCErnr.png)

   As pessoas brancas compõem juntas apenas 7% da população do nosso planeta. Na mídia, jogos e histórias, entretanto, compõem mais de 90% da população existente (às vezes 100%). Hoje eu proponho outra discussão que acredito ser nobríssima: a representatividade nos jogos. Pra começar, abra seu projeto e conte quantos personagens negros existem.

   Todo mundo aqui já sabe (ou deveria saber) que a mídia brasileira sofre de uma crônica crise de representatividade no que diz respeito à orientações sexuais aparentemente minoritárias (gays, lésbicas e bissexuais) e principalmente aos negros. Se você acha que estou "doutrinando esquerdices igual o MEC", se proponha a assistir uma novela nacional, e me diga quantos negros achou, e ainda: quantos negros achou que não eram faxineiros ou empregados. Afinal até no Egito Antigo só tinha brancos, segundo a Record.

(http://i.imgur.com/rsPZVFq.png)

[box class=titlebg]
Por que eu me importaria com isso? Eu só quero criar meu jogo e ser feliz.



(http://i.imgur.com/3KefoMZ.png)
E por que não criar seu jogo com personagens negros também? Nada mais natural, não é? Até mesmo porque mais da metade de seu público-alvo provavelmente não possui as características eurocêntricas dos personagens do seu jogo. Além disso, você estará pregando um avanço social.

"Paulo baixou a versão gratuita (porque o jogo fez tão sucesso que a versão paga custa uns 30 euros) do novo hit da playstore, o jogo que você desenvolveu. Ao começar o jogo notou a presença de alguns heróis negros. Paulo não iria mais passar o resto do jogo almejando os lindos olhos azuis do protagonista, por que podia se espelhar na beleza nítida dos outros heróis mais parecidos com ele."

   Como desenvolvedor de jogos você deve estar consciente de que acabará por se tornar também um formador de opiniões e, sobretudo, um agente social.

[box class=titlebg]
Eu entendo que é importante a presença de negros e outros grupos "minoritários" no meu jogo. Mas como inseri-los adequadamente?

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   De forma natural. É difícil achar hoje uma cidade (no Brasil) onde não haja negros ou gays. Então inseri-los no jogo não será nada espalhafatoso, dependendo do modo como colocará. No fim das contas será só mais um ator, então não é necessário colocar junto ao character uma enorme placa dizendo OLHE, EU SOU NEGRO ou até OLHE, EU SOU GAY. Nem será preciso no tópico de divulgação - ou na sinopse - escrever em caixa alto que um dos personagens é negro. Você deve entender que a presença de negros no jogo não deve ser encarada como algo inovador, mas como algo natural.

[box2 class=blue title=Para o membro Lima...]
Bem, sinceramente quando eu vou jogar um jogo eu não olho se são negros ou brancos, ou seja, interessa-me os gráficos e o tipo de jogo, não é relevante se o personagem é negro ou branco, mas agora que fala no assunto, noto que raramente existe um personagem negro, até o próprio RTP do MV não inclui qualquer personagem negro, talvez isso nunca os interessou, mas era ótimo haver personagens negros nos jogos, porque conseguíamos provavelmente que os jogos chegassem a outros continentes, que tivessem maior diversidade cultural e que com isso, aprendêssemos mais um pouco sobre os outros povos.
[/box]


[box2 class=red title=Para o membro Cronus...]
Acho que quando se fala em diversidade em jogos, pra muita gente o problema inicial tá em simplesmente considerar isso. Em lembrar que você pode fazer um personagem de etnia diferente, que poderia fazer um personagem de outro sexo, que poderia contar uma história diferente do que a maioria conta. Muitos ignoram e sequer pensam nisso por hábito ou até por acharem que isso limita sua liberdade criativa, mas é o contrário. Ter em mente essas diferenças aumenta seu leque de possibilidades e te incentiva a criar novos conceitos e até a aprender coisas novas. Quando se reconhece a importância da diversidade, passa a ser mais fácil tratá-la com sutileza e de forma natural, sem ter que forçar.


[box class=titlebg]
Eu concordo que é importante a presença de negros no meu jogo. Mas meu jogo não é gay, então por que eu colocaria um?

[/box]

   Porque a não ser que seu jogo goste de jogos de gênero opostos ao dele, ele também não é hétero. Inserir um personagem gay no seu jogo não significa dedicar uma história inteira pra ele, é apenas uma característica de um dos personagens. Na verdade são poucos os personagens que possuem a sexualidade totalmente esclarecida, mas como vivemos numa sociedade hétero-normativa: para nós todo mundo é hétero. Se você deseja passar a informação de que tal personagem é gay, ou bi, você pode utilizar-se dos diálogos para isso. Invente um namorado(a) ou algo assim, sem precisar abordar diretamente isso, afinal não é desejável que o personagem seja visto apenas pela sua sexualidade.

Título: Re: A Representatividade nos Jogos
Enviado por: GuilhermeNunes online 04/11/2015 às 00:54
 Eu endosso o texto e acrescento que os desenvolvedores pequenos tem a liberdade que um designer de uma grande empresa não teria. Jogos com personagens brancos e nenhum traço polemico ou curioso já existem aos montes e eu não tenho nenhum interesse em bater de frente com eles, por isso sempre me preocupo em dar aos meus personagens características que os façam diferentes do mercado eurocentrado e higienizado.

Título: Re: A Representatividade nos Jogos
Enviado por: Phantomx online 04/11/2015 às 02:30
Na minha opinião, se eu não concebi uma personagem como negro ou gay, não adianta forçar. Se eu concebi 100% das personagens como "arianos", eu não vou colocar alguns negros ali no meio só por causa de um falso moralismo, o mesmo vale para o mesmo mimimi de sempre, gays, transsexuais, travestidos, gordos, mulheres, mulheres mais condizentes com a realidade, violência contra animais, violência em geral, erotismo, vulgarização, etc, a lista é longa e a tendencia é infelizmente só aumentar.

Arte é algo pessoal, totalmente livre e espontâneo, as quais as regras quem dita é o próprio autor, não por pressão da sociedade, ou porque alguém diz que você deve colocar minorias. Se você segue essas regras, bacana cara, é algo nobre, mas o que não pode fazer é querer impor a sua visão para os outros, porque se não, você vai matar o cara artisticamente, ele vai deixar de fazer por livre e espontânea vontade e vai passar a fazer para agradar uma certa minoria.

Vou separar um trecho da matéria do Hynx (http://www.gamesfoda.net/2015/08/quando-a-intolerancia-e-combatida-com-intolerancia/) que acho que convêm:

"Uma das desculpas para essa visão controladora é a preocupação com alguns temas sociais e a responsabilidade que o artista deve ter em passar uma mensagem positiva para o mundo. Dizem que o artista tem a obrigação de tratar desses temas em sua arte, representar minorias, esse tópicos que conhecemos bem . Quem não o fizer estará equivocado."
Título: Re: A Representatividade nos Jogos
Enviado por: Strato online 04/11/2015 às 03:45
Eu poderia discutir "moralmente" mas vou responder como artista porque não foi levado em consideração no tópico: Negros e/ou gays dão mais trabalho para se fazerem. Acredito que pelo senso comum ninguém goste de ter trabalho acrescido. Pragmatismo! Essa é a palavra essencial.

Bem, agora segue meus exemplos peculiares: O que é mais fácil desenhar/pintar, black power ou chapinha? Acho que não preciso responder. Vejo, se é pra fazer de qualquer jeito só para dizer que tem, prefiro não fazer. Mexer com tons escuros de forma geral é mais trabalhoso, o que influencia na obra num todo, exemplo, roupas escuras não ficam legais porque não destaca o personagem e etc. Desenhando mangás tive um problema parecido onde eu precisei criar uma reticula especifica para que fosse usada no personagem, baita trampo.

Se tratando de homossexualidade, também podem haver implicações na elaboração da arte(ex: adaptação de roupas+anatomia) mas é a filosofia que pesa na criação. Eu mesmo não conheço a filosofia deles, como poderia representar algo que não conheço? Apelar para estereótipos é pior ainda porque só serviria para depreciar meu trabalho. Neste caso eu precisaria desenvolver um estudo "especifico" para isso, o que significa = trabalho extra.

Partindo do pressuposto que tais representações não sejam essencialmente importantes na direção/produção do trabalho, não há porque se dar ao trabalho extra. Ou seja, tais personagens se tratariam de um "luxo" pois demandariam atenção especial. E outra, a temática é quem manda, se o jogo fala sobre a dengue, não faz qualquer importância se os infectados são brancos, negros ou etc, pois o jogador estará apego ao tema em si, é unicamente o que importa ali pra ele, e não as peculiaridades do autor.
Título: Re:  A Representatividade nos Jogos
Enviado por: Cronus online 04/11/2015 às 14:08
Citação de: Phantomx online 04/11/2015 às 02:30
Na minha opinião, se eu não concebi uma personagem como negro ou gay, não adianta forçar. Se eu concebi 100% das personagens como "arianos", eu não vou colocar alguns negros ali no meio só por causa de um falso moralismo, o mesmo vale para o mesmo mimimi de sempre, gays, transsexuais, travestidos, gordos, mulheres, mulheres mais condizentes com a realidade, violência contra animais, violência em geral, erotismo, vulgarização, etc, a lista é longa e a tendencia é infelizmente só aumentar.

Acho que o problema tá exatamente aí, CONCEPÇÃO.

Uma certa vez, tava lendo um texto do Glauber Kotaki chamado "Politicamente correto é liberdade criativa" (https://medium.com/@unseven/politicamente-correto-%C3%A9-liberdade-criativa-dc1b16e9f05e) que me fez perceber isso. Recomendo a leitura, inclusive.

Sim, se você concebeu personagens ou o mundo do jogo só com personagens brancos, atléticos e com heróis masculinos exalando testosterona, não deve mudar os seus designs ideais se não quiser, mesmo que estar aberto a mudanças durante o desenvolvimento seja uma qualidade (até essencial) pra se fazer jogos. Mas aí é que tá: se todos os seus jogos são concebidos dessa forma, significa você está comprometendo a sua própria liberdade criativa por puro hábito de não se fazer personagens diferentes.

Criar personagens diversos enriquece muito um jogo. Seja na personalidade, sexualidade, etnia, nacionalidade ou tipo físico. A razão pelos quais tantos jogos usam os mesmos arquétipos de personagens o tempo todo é que os desenvolvedores sequer consideram a diversidade dos personagens na fase de concepção. Você já tem o impulso de fazer um personagem branco, e o negro é só uma possibilidade que você esquece. Acho que a partir do momento que um desenvolvedor começa a se importar com isso, ele vai considerar a diversidade logo na fase de concepção, e isso aumenta o seu leque de recursos criativos ao invés de limitá-lo.

Claro, o primeiro passo é começar a pensar a respeito. Depois disso vem a parte de representação, que é extremamente importante também. Não adianta colocar uma mulher só pra ser a princesa em perigo, colocar um negro só pra ser o mano do gueto que vende itens ilegais e colocar um gordo que só pensa em comida. Mas essa parte já é um outro assunto tão extenso quanto esse e não é bem o foco do tópico.

Às vezes o pessoal tem que tirar a cabeça de dentro da própria bunda e se dar conta de que o mundo é feito de mais culturas além da dos filmes de hollywood com estrelas caucasianas ou animes e jogos japoneses de elenco asiático. Nós vivemos na américa, um continente formado pela diversidade cultural de colônias de várias partes do mundo, e deveríamos não só reconhecer o valor disso como também estarmos abertos a trabalhar com essa diversidade cultural e étnica dentro dos nossos jogos.

Estar aberto a mudar e a considerar mais diversidade na concepção do seu jogo é um libertador, e não um limitador.

CitarBem, agora segue meus exemplos peculiares: O que é mais fácil desenhar/pintar, black power ou chapinha? Acho que não preciso responder. Vejo, se é pra fazer de qualquer jeito só para dizer que tem, prefiro não fazer. Mexer com tons escuros de forma geral é mais trabalhoso, o que influencia na obra num todo, exemplo, roupas escuras não ficam legais porque não destaca o personagem e etc. Desenhando mangás tive um problema parecido onde eu precisei criar uma reticula especifica para que fosse usada no personagem, baita trampo.

Esse argumento é bem nível "desculpinha da Ubisoft por não incluir mulheres pois mulheres são mais difíceis de produzir", tanto que eles mesmos notaram que falaram merda e incluíram uma protagonista do sexo feminino no novo Assassin's Creed como forma de se redimir. Dizer que criar personagens mais diversos é muito trabalhoso nada mais é do que assumir que você só trabalha na sua zona de conforto. Se desenhar um personagem com tom de pele escuro e cabelo afro é muito mais difícil pra você, só significa que não tem experiência o suficiente fazendo isso justamente por falta de prática.

CitarEu mesmo não conheço a filosofia deles, como poderia representar algo que não conheço? Apelar para estereótipos é pior ainda porque só serviria para depreciar meu trabalho. Neste caso eu precisaria desenvolver um estudo "especifico" para isso, o que significa = trabalho extra.

Sim, se você não conhece, estude a respeito. É o que os desenvolvedores e artistas fazem :­)
Não só vai ajudar aumentar a diversidade e possivelmente qualidade do que você está produzindo, mas também vai expandir seus conceitos como pessoa. Não é muito diferente, por exemplo, de se estudar a anatomia de um animal antes de desenhá-lo de qualquer jeito se baseando no que você viu só por cima ou na sua imaginação.

Todo ciclo de desenvolvimento tem desafios e requere que você os enfrente, caso contrario vai ficar só na sua zona de conforto fazendo a mesma coisa pra sempre por pura conveniência.


Fechando com as palavras finais do Glauber, um cara com quem já tive a oportunidade de conversar e admiro bastante como profissional da área:

[box title= Citação de Glauber Kotaki class=calendar]"Felizmente, no nosso jogo e em muitos outros, ainda há espaço para mudar. Meu medo é ver um conceito de personagem limitado ou insípido porque ele era uma escolha segura e sem quaisquer limitações ou desafios na sua criação. Um personagem esquecível e importante para ninguém."[/box]


Título: Re: A Representatividade nos Jogos
Enviado por: Rhit online 04/11/2015 às 16:52
Mais um tópico,em outro site, sobre o mesmo assunto...

Cara é tão difícil entender que todos somos iguais? Que se um game/história/arte tiver 100% branco/hétero/negro/gay é a mesma coisa?

Daqui a pouco os "politicamente corretos" vão colocar cota de negros e homossexuais em histórias/artes/tudo, apenas para aumentar seu próprio ego e dizer que apoiam a igualdade, sem entender que forçar isso é a maior representação de racismo que existe!
Título: Re: A Representatividade nos Jogos
Enviado por: Phantomx online 04/11/2015 às 19:22
Agora quer dizer que personagens diferentes não se referem mais as suas personalidades e sim pela cor da pele ou se são gays ou não? Que o jogador vai gostar mais de um personagem por conta de sua orientação sexual ou cor da pele? Gosto muito da Samus Aran, não porque ela é mulher ou qualquer outra besteira, um dos personagens que mais gosto do chrono trigger é um sapo, e não olho para a cor da pele dele e digo "eu me identifico com ele" ou "nossa, ele é um sapo que nem eu" não, o que fala mais alto é a sua personalidade. Colocar algumas minorias não significa um maior leque maior de recursos criativos.

Eu sou aberto a diversidade, desde que, ela venha de forma natural para mim, em um projeto abandonado meu, os três personagens eram uma mulher, um árabe e um chines, e queria que eles fossem assim porque eu quis, não porque alguém tentou enfiar um moralismo na minha goela dizendo que eu deveria colocar mais diversidade ou porque eu tenho um "dever social como artista". Agora o que me deprime é ver alguém mais se preocupar com a quantidade de Brancos X Negros, Homens X Mulheres e/ou Héteros X Homo e se essas personagens agradarão meia duzia de gato pingado, do que querer se expressar de forma livre criando personagens independentes da cor da pele ou orientação sexual, mas se é isso mesmo que você quer para a sua arte, então boa sorte, não vou reclamar nada, afinal, é sua obra é a sua visão.

e do mesmo texto de antes...

" Ah, mas o cara poderia fazer ~~~assim~~~... não custa nada.

Então use esse exercício mental dentro da sua própria arte: como você se sentiria se uma grande massa de pessoas dissesse pra você não fazer arte da forma como ama fazer? Não quero entrar no âmbito social, nem medir se quem sofre mais é o artista ou a parcela da sociedade que ele representa em sua arte. Mas sério, por que logo um artista, que vive e respira arte, iria querer fazer isso com outro, bloqueando e ditando a forma como se deve expressar seu talento? Para um bem maior? Ou quem sabe dois parágrafos atrás eu estava certo, e o artista que não faz a arte que você aceita é desconsiderado como um membro dessa academia metafórica?"
Título: Re:   A Representatividade nos Jogos
Enviado por: Strato online 04/11/2015 às 20:08
CitarEsse argumento é bem nível "desculpinha da Ubisoft por não incluir mulheres pois mulheres são mais difíceis de produzir", tanto que eles mesmos notaram que falaram merda e incluíram uma protagonista do sexo feminino no novo Assassin's Creed como forma de se redimir. Dizer que criar personagens mais diversos é muito trabalhoso nada mais é do que assumir que você só trabalha na sua zona de conforto. Se desenhar um personagem com tom de pele escuro e cabelo afro é muito mais difícil pra você, só significa que não tem experiência o suficiente fazendo isso justamente por falta de prática.
CitarSim, se você não conhece, estude a respeito. É o que os desenvolvedores e artistas fazem :­)
Não só vai ajudar aumentar a diversidade e possivelmente qualidade do que você está produzindo, mas também vai expandir seus conceitos como pessoa. Não é muito diferente, por exemplo, de se estudar a anatomia de um animal antes de desenhá-lo de qualquer jeito se baseando no que você viu só por cima ou na sua imaginação.
Concordo com que disse, mas é uma visão muito generalizada. Vamos ser mais pragmáticos como eu propus inicialmente e considerar o ambiente: RPG maker, a maioria usa como hobby, não resta muito tempo diário/semanalmente para investimento. Obviamente otimizar o tempo é a primeira preocupação. Artistas estão inseridos em ambientes diferentes, o que torna o julgamento impreciso.  Nem sempre é porque ele é preguiçoso e etc. embora muitos sejam preguiçosos mesmo xD
Título: Re: A Representatividade nos Jogos
Enviado por: Nandikki online 04/11/2015 às 20:45
Gulherme Nunes

:clap:
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Phantomx
CitarNa minha opinião, se eu não concebi uma personagem como negro ou gay, não adianta forçar. Se eu concebi 100% das personagens como "arianos", eu não vou colocar alguns negros ali no meio só por causa de um falso moralismo, o mesmo vale para o mesmo mimimi de sempre, gays, transsexuais, travestidos, gordos, mulheres, mulheres mais condizentes com a realidade, violência contra animais, violência em geral, erotismo, vulgarização, etc, a lista é longa e a tendencia é infelizmente só aumentar.

Claro que ninguém deve forçá-lo a fazer isso. Entretanto, se você coloca 100% de seus personagens arianos de forma consciente (porque a maioria nem percebe), você tem algum problema, ou, então, Adolf Hitler foi um herói.

Sobre essa lista que aumenta, você misturou as coisas. Erotismo, violência em geral e vulgarização podem ser aspectos de um jogo. Mas no que diz respeito a negros, gays, mulheres etc, não é infelizmente que essa lista cresce, é felizmente. Por que apenas brancos podem ser considerados perfeitos ou aptos a aparecer na mídia (de maneira geral)? Queira você ou não, negros, gays e mulheres "reais" existem.

CitarArte é algo pessoal, totalmente livre e espontâneo, as quais as regras quem dita é o próprio autor, não por pressão da sociedade, ou porque alguém diz que você deve colocar minorias. Se você segue essas regras, bacana cara, é algo nobre, mas o que não pode fazer é querer impor a sua visão para os outros, porque se não, você vai matar o cara artisticamente, ele vai deixar de fazer por livre e espontânea vontade e vai passar a fazer para agradar uma certa minoria.

Você está errado ao dizer que arte é algo pessoal, totalmente livre e espontâneo, as quais as regras quem dita é o próprio autor, não por pressão da sociedade. Você está erradíssimo, pois é exatamente o contrário que acontece. Seria muito bom se acontecesse conforme você diz.

E, por favor, não entenda meu texto a mal. Não quis impor minha visão, eu apenas fiz um texto falando da importância dessas "minorias" (que não maioria).

É normal, entretanto, as pessoas se sentirem ofendidas quando ao invés de falarmos que somos todos iguais, falamos que precisamos ser todos iguais. Nós não somos iguais ainda, e estamos longe de ser.
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Strato
CitarEu poderia discutir "moralmente" mas vou responder como artista porque não foi levado em consideração no tópico: Negros e/ou gays dão mais trabalho para se fazerem. Acredito que pelo senso comum ninguém goste de ter trabalho acrescido. Pragmatismo! Essa é a palavra essencial.

Besteira, é a palavra certa. Ir no gerador de Character e colocar cor branca ou negra dá o mesmo trabalho. Modificar a cantada direcionada a mulher, e direcionar ao homem, dá o mesmo trabalho.

CitarSe tratando de homossexualidade, também podem haver implicações na elaboração da arte(ex: adaptação de roupas+anatomia) mas é a filosofia que pesa na criação. Eu mesmo não conheço a filosofia deles, como poderia representar algo que não conheço? Apelar para estereótipos é pior ainda porque só serviria para depreciar meu trabalho. Neste caso eu precisaria desenvolver um estudo "especifico" para isso, o que significa = trabalho extra.

Se você desenha um personagem homem, ele estará apto a ser hetero ou gay, não importa como você o desenhou. E eu confesso que fiquei profundamente irritado e ofendido com essa parte.

CitarPartindo do pressuposto que tais representações não sejam essencialmente importantes na direção/produção do trabalho, não há porque se dar ao trabalho extra. Ou seja, tais personagens se tratariam de um "luxo" pois demandariam atenção especial. E outra, a temática é quem manda, se o jogo fala sobre a dengue, não faz qualquer importância se os infectados são brancos, negros ou etc, pois o jogador estará apego ao tema em si, é unicamente o que importa ali pra ele, e não as peculiaridades do autor.

Se for verdade, por que todos os personagens tem que ser brancos? Vamos fazê-los azuis então. Você disse que se trataria de um 'luxo', mas por quê? Por que ter personagens brancos e normal e negros seria algo adicional, um 'luxo'?

"não faz qualquer importância se os infectados são brancos, negros ou etc, pois o jogador estará apego ao tema em si, é unicamente o que importa ali pra ele, e não as peculiaridades do autor"

Volto a perguntar, por que todos brancos então? Por que o normal é colocar brancos?
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Cronus
Já falei que te amo, não é?
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RhitDark
CitarMais um tópico,em outro site, sobre o mesmo assunto...

Cara é tão difícil entender que todos somos iguais? Que se um game/história/arte tiver 100% branco/hétero/negro/gay é a mesma coisa?

Daqui a pouco os "politicamente corretos" vão colocar cota de negros e homossexuais em histórias/artes/tudo, apenas para aumentar seu próprio ego e dizer que apoiam a igualdade, sem entender que forçar isso é a maior representação de racismo que existe!

Desculpe se te ofende pensar na possibilidade de negros ou gays poderem ter tanto respeito quanto brancos. Desculpe querer competir no pódio com você, desculpe termos saído da senzala. Desculpe, desculpe-nos.
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CitarAgora quer dizer que personagens diferentes não se referem mais as suas personalidades e sim pela cor da pele ou se são gays ou não? Que o jogador vai gostar mais de um personagem por conta de sua orientação sexual ou cor da pele? Gosto muito da Samus Aran, não porque ela é mulher ou qualquer outra besteira, um dos personagens que mais gosto do chrono trigger é um sapo, e não olho para a cor da pele dele e digo "eu me identifico com ele" ou "nossa, ele é um sapo que nem eu" não, o que fala mais alto é a sua personalidade. Colocar algumas minorias não significa um maior leque maior de recursos criativos.

@Phantomx:

Eu respondo assim que você compreender que negros não são minorias, mas sim A MAIORIA DO PAÍS ONDE VIVES E DO MUNDO INTEIRO.

E uma perguntinha: já que não é importante a cor da pele, por que todo mundo é branco nos jogos*?




Sei que é lindo imaginar um mundo onde todo mundo é igual e que não existe racismo. Mas não somos iguais e existe racismo, aceitem esse fato e então poderemos atingir um mundo igual. Não é deixando de falar do racismo que ele sumirá. Strato, pragmatismo ou hobby não é a causa disso, e você deve saber disso. Não é por 'pragmatismo' que a maioria esmagadora dos personagens são brancos.

P.S: Não tive a intenção de ofender ninguém em minhas respostas.



Título: Re: A Representatividade nos Jogos
Enviado por: Cronus online 04/11/2015 às 20:58
CitarCara é tão difícil entender que todos somos iguais? Que se um game/história/arte tiver 100% branco/hétero/negro/gay é a mesma coisa?

Se todos fossem realmente tratados e representados igualmente, haveria uma proporção muito bem distribuída de jogos com protagonistas brancos/negros/hetero/gay/homem/mulher. Mas essa proporção regular não existe e existem arquetipos bem dominantes, e é por isso que as pessoas levantam discussões como essa.

Essa falácia de dizer que são todos iguais e em seguida acusar quem busca diversidade de ser "politicamente correto que quer fazer cota" é bem irônico. Se são todos iguais, não teria gente dizendo "ah mudar meus personagens é limitar minha liberdade artística" - afinal de contas daria no mesmo, né?




CitarAgora quer dizer que personagens diferentes não se referem mais as suas personalidades e sim pela cor da pele ou se são gays ou não? Que o jogador vai gostar mais de um personagem por conta de sua orientação sexual ou cor da pele?

Não sei de onde é que você tirou a primeira questão. Mas acho que a resposta pra essas perguntas seria "não e sim" respectivamente. Um exemplo: não sei você, mas a maioria das pessoas que eu conheço gosta de ver personagens brasileiros bem representados em jogos gringos - ou seja, tem um carinho extra com o personagem por ter uma característica em comum com ele. Mas também não significa que você goste dele só por isso, ou que não possa gostar de outros.
Personalidade é só um dos atributos que distinguem individuos. E não se trata de julgar a pessoa pelo seus atributos, e sim de valorizar e reconhecer sua individualidade pelo conjunto deles.

CitarEu sou aberto a diversidade, desde que, ela venha de forma natural para mim

Então não deveria haver problema com o assunto. Consigo entender a crítica sobre forçar isso e concordo que não é a melhor maneira, mas em contrapartida há quem acha que só por sugerir diversidade e melhor representação é "forçar" a fazer isso.

CitarEntão use esse exercício mental dentro da sua própria arte: como você se sentiria se uma grande massa de pessoas dissesse pra você não fazer arte da forma como ama fazer?

Você meio que está invertendo os valores com essa frase. Promover diversidade não é o mesmo dizer "você não deve fazer de jeito X" e sim "você pode fazer de jeito Y". É bem frequente se observar esse tipo de atitude defensiva quando se levanta esse tipo de questão. As pessoas assumem que incentivar diversidade é ameaçar a sua liberdade artística, porque agora significa que você deve atender a uma "demanda social" - quando geralmente quem cria esse paradigma são as pessoas que simplesmente não querem pensar em diversidade.



CitarVamos ser mais pragmáticos como eu propus inicialmente e considerar o ambiente: RPG maker, a maioria usa como hobby, não resta muito tempo diário/semanalmente para investimento. Obviamente otimizar o tempo é a primeira preocupação. Artistas estão inseridos em ambientes diferentes, o que torna o julgamento impreciso.  Nem sempre é porque ele é preguiçoso e etc

Eu entendo o que você quer dizer, só acho que não é tão complicado quanto diz. Além disso, não deixa de ser um bom exercício pra quem também é hobbysta =P




É notável que quando se fala do assunto, as pessoas se prendem muito ao conceito de diversidade associando isso à moralismo, quando as duas coisas não precisam ser necessariamente interligadas. Na minha opinião, não se trata de preencher cotas imaginárias ou de tentar ser politicamente correto ao pé da letra (que é só um termo generalizado pra abordar o assunto). As duas coisas acabam se associando por consequência de como esses assuntos já são tratados.

Só uma coisa que quero deixar bem claro, mas eu acho que a a introdução de diversidade em jogos é bem contextual. Não acho que comparar a introdução de negros com homossexuais é a mesma coisa por exemplo. Tom de pele é apenas uma característica visual que pode, no entanto, denotar também diferenças regionais culturais. Preferência sexual já algo é subjetivo, e dificilmente relevante em um jogo onde os personagens sequer demonstram relações afetivas em algum momento.

Então é claro, pra certas coisas você não deve fazer só por fazer porque acha que é politicamente correto e pronto. Apenas sou a favor de ser aberto à diversidade étnica e cultural e tentar sair da sua zona de conforto, fazer algo diferente. Pra muita gente, colocar cores de pele diferentes ou abordar sexualidade é algo que sequer passa pela cabeça. Mas quando se tem em mente essas possibilidadades, você já aumenta muito seu leque de opções e tem a chance de criar coisas mais originais e únicas.
Título: Re: A Representatividade nos Jogos
Enviado por: Caio Varalta online 04/11/2015 às 21:16
A matéria veio com um tema muito interessante!
Parabéns, Nandikki, achei a ideia bem interessante, e prontamente sigo o tópico para ficar a par desta discussão.


Se eu nunca joguei algum game com predominância de negros, senão vilões, é porque tem algo errado, de fato, e não tem relação apenas com criatividade.
Título: Re: A Representatividade nos Jogos
Enviado por: Rhit online 04/11/2015 às 21:17
Me retirando do tópico, como sempre trolls estão dominando ...

@Nandikki
Sério, sobre sua citação...
Eu sou negro cara...
... só não sou chorão como essa nova geração da mexerica descascada...

Sou contra as cotas, porque isso faz parecer que não sou capaz de lutar de igual pra igual, e sou muito contra tópicos desse tipo, porque só acaba em mimimi
CitarDesculpe se te ofende pensar na possibilidade de negros ou gays poderem ter tanto respeito quanto brancos.
Pra eu ter respeito de igual pra igual eu tenho que ganhar uma cota e fazer chororô na internet? Sério? Pela forma que escreveu, deu a entender que é irmão, mas com essa cabeça acaba não parecendo ...

E sim, te desculpo ...



@Cronus
Sim isso é verdade, mas creio que é de fato pela cultura que é trazida a nós dos gringos, se você assiste novelas brasileiras, já se encontra essa proporção (mesmo que bem ruizinha) E sim, na minha visão da no mesmo mudar os personagens, se for a vontade do próprio autor oras!

O artista não coloca todo mundo branco porque é "racista" creio que é porque se baseia em um outro game americano/japonês que vem com um porre de gente branca mesmo, ai vai no automático

Título: Re: A Representatividade nos Jogos
Enviado por: Strato online 04/11/2015 às 21:29
@Nandikki
Então cara, aí você já está me julgando moralmente e não como artista. Tente ter um pouco mais de empatia.

@Cronus
Concordo plenamente. Em momento algum eu quis insinuar que estou certo ou que tenho a razão, porque entendo que muitas vezes envolve preguiça e falta de esforços nas concepções. Ex: Em pixel art, é claramente mais trabalhoso fazer curvas do que retas. Então é bem isso que você falou, envolve comodismo? Sim, mas ao mesmo tempo, não necessariamente.
Título: Re:  A Representatividade nos Jogos
Enviado por: Nandikki online 04/11/2015 às 21:52
Citação de: RhitDark online 04/11/2015 às 21:17
Me retirando do tópico, como sempre trolls estão dominando ...

@Nandikki
Sério, sobre sua citação...
Eu sou negro cara...
... só não sou chorão como essa nova geração da mexerica descascada...

Sou contra as cotas, porque isso faz parecer que não sou capaz de lutar de igual pra igual, e sou muito contra tópicos desse tipo, porque só acaba em mimimi
CitarDesculpe se te ofende pensar na possibilidade de negros ou gays poderem ter tanto respeito quanto brancos.
Pra eu ter respeito de igual pra igual eu tenho que ganhar uma cota e fazer chororô na internet? Sério? Pela forma que escreveu, deu a entender que é irmão, mas com essa cabeça acaba não parecendo ...

A 'geração atual' não é chorona, é corajosa. Não é que você não seja chorão, é que não quer aceitar o fato de que existe racismo ou o fato de que existe opressão.

Nesse quesito nem há o que discutir, se você acredita que não é preciso de movimentos ou discussões contra o racismo, então tudo bem. Mas não pense que o mundo é assim perfeito.

E diga-se por passagem, eu também sou contra o sistema de cotas para negros.

P.S: Não era pra me desculpar, eu realmente não pediria desculpa com alguém que é contra esse tipo de discussão.

Entenda que parar de falar do racismo não fará ele sumir. Você por ser negro é oprimido e inferiorizado pela sociedade, deixar de falar nisso não mudará esse fato.

Eu sou bi e repudiava paradas gays e esse tipo de coisa. Achava mimimi também, justamente porque não queria aceitar que eu era, de alguma forma, inferiorizado por um determinado grupo social.

Citação de: Strato online 04/11/2015 às 21:29
@Nandikki
Então cara, aí você já está me julgando moralmente e não como artista. Tente ter um pouco mais de empatia.

Sua arte está intimamente ligada com sua ética. Por meio da sua arte você forma opiniões e propaga valores.

Ah, Strato, não leve minhas respostas como agressivas, não é minha intenção. Faço questão de continuar a debater com você.



Título: Re: A Representatividade nos Jogos
Enviado por: GuilhermeNunes online 04/11/2015 às 22:01
 Interpretar um debate como esse só como sendo uma visão moralista a favor de minorias sociais é um tanto simplista. Quem leva criação de jogos só como hobbie não é afetado, mas olhando para outros seguimentos mais solidificados como o cinema, produções de baixo orçamento ganham muito mais destaque quando abordam temas e personagens fora do convencional.

Título: Re: A Representatividade nos Jogos
Enviado por: Ven online 04/11/2015 às 22:08
Assim eu nunca realmente para pensar nisso, e realmente em todos os jogos ou os 99,9% o protagonista é um cara com Cabelo de anime, olhos azuis e bela aparência sedutora (rs), mas lendo isso parei para refletir um pouco e ainda estou para dizer a verdade, então no momento não tenho alguma ideia, alguma opinião em certo a por em debate, mas devo parabeniza-lo, este é um ótimo tema a se discutir e a refletir  :clap:

That's All~
Título: Re:   A Representatividade nos Jogos
Enviado por: Strato online 04/11/2015 às 22:09
Citar
Sua arte está intimamente ligada com sua ética. Por meio da sua arte você forma opiniões e propaga valores.

Ah, Strato, não leve minhas respostas como agressivas, não é minha intenção. Faço questão de continuar a debater com você.
Pelo jeito você desconhece tanto a palavra arte quanto empatia.

1 - Arte é a representação de ideias, não de ética. Porque nem toda ética(ou falta dela) é cabível onde a arte é propagada.

2 - Empatia significa se por no lugar da pessoa. Em momento algum você se põe em meu lugar antes de criticar. Seu antipático :p

Tô ligado, é divertido xD

Título: Re: A Representatividade nos Jogos
Enviado por: Nandikki online 04/11/2015 às 22:16
Pelo jeito você desconhece a interpretação. Em momento algum disse que arte representa ética, e sim que estão intimamente ligadas. Se você faz um jogo onde a história tende a mostrar os nazistas como heróis, você está propagando uma ideia. É diferente de fazer um jogo onde os nazistas venceram, isso é só a história do jogo. Os nazistas podem vencer em seu jogo sem você passar a ideia de que eles estão certos. E num jogo desses, você deve deixar claro que eles não representam o certo (até porque você seria preso se fizesse o contrário). Como eu disse, a arte está intimamente ligada a sua ética, ao seu eu. Seu pateta :p.

Título: Re: A Representatividade nos Jogos
Enviado por: Strato online 04/11/2015 às 22:39
No no no. Vamos fazer um mapa mental maroto:

1 - A arte não está ligada à ética.
2 - Porque são as ideias que estão ligadas à ética.
3 - Então, a arte é apenas uma representação dessas ideias que estão ligadas à ética.
4 - Porém, nem toda ética(ou falta dela) é cabível onde a arte é propagada.
5 - Logo, uma ideologia (como o nazismo que você citou) não é aceitável moralmente em certos lugares.

Conclusão do mapa:
Ideias são intrinsecamente mutáveis, a ética não. Logo, se preciso adaptar minha arte para certo lugares onde ela não é aceita, é porque as ideias tem o poder de mutação. Sendo assim, não há como a arte está ligada com a ética.
Conexão: Arte> ideias> ética.

ps: nossa cansei vei -.-
Título: Re: A Representatividade nos Jogos
Enviado por: Nandikki online 04/11/2015 às 23:04
A sua arte é afetada pela sua moral ou ética. Pois, a arte em seu nível mais essencial é uma forma de expressão. Seu mapa mental maroto não contradiz nada do que eu disse.

P.S: como chegamos até aqui?
Título: Re: A Representatividade nos Jogos
Enviado por: Zugzwang online 04/11/2015 às 23:39
Citação de: Nandikki online 04/11/2015 às 20:45
Claro que ninguém deve forçá-lo a fazer isso. Entretanto, se você coloca 100% de seus personagens arianos de forma consciente (porque a maioria nem percebe), você tem algum problema, ou, então, Adolf Hitler foi um herói.

E, por favor, não entenda meu texto a mal. Não quis impor minha visão, eu apenas fiz um texto falando da importância dessas "minorias" (que não maioria).

Besteira, é a palavra certa. Ir no gerador de Character e colocar cor branca ou negra dá o mesmo trabalho. Modificar a cantada direcionada a mulher, e direcionar ao homem, dá o mesmo trabalho.

Volto a perguntar, por que todos brancos então? Por que o normal é colocar brancos?

Desculpe se te ofende pensar na possibilidade de negros ou gays poderem ter tanto respeito quanto brancos. Desculpe querer competir no pódio com você, desculpe termos saído da senzala. Desculpe, desculpe-nos.

O que você sabe e é capaz de fazer (p. ex. desenhar) sobre cultura africana (um país estupidamente racista) é suficiente para fazer um jogo decente? E sobre a egípcia?

E o mais importante, se você morasse na África, conseguiria fazer um jogo contando sua história?

Você quer que as pessoas façam uma cota de chars no gerador (olha o tamanho da besteira!) para preencher uma demanda social. Ou seja, um material lixo e raso.

A resposta é que simplesmente a maioria dos jogos tem o lore focado na Idade Média e no combate. É óbvio que é mais fácil produzir coisas nesse contexto. Visualmente, é uma sociedade menos complexa, inclusive. Historicamente, a cultura ocidental é mais influente. Eles foram racistas, ok, mas não tanto quanto certas etnias africanas. Embora isso também não importe dado contexto.

Mulheres são protagonistas de novelas. Aí é que está. Jogos no geral são focados no combate (corporal também). Historicamente (e se você quiser, evolutivamente), este papel foi dos homens. Pesquisas apontam que o corpo e a mente das mulheres é devastado pela rotina da carreira militar (até aqui estamos sendo evolucionistas, para efeito do argumento). É ironicamente mais fácil fazer um jogo em que uma mulher se comporte num arquétipo másculo de herói do que feminino (as diferenças são apontadas em The Hero Within).

Assim como o homossexualismo e a conduta efeminada de homens não são a normalidade. Se fossem, a humanidade não existiria.

É uma boa idéia aproveitar a lacuna do mercado para criar jogos de culturas diferentes? É claro, mas isto não vai tornar seu jogo necessariamente melhor e superior moralmente. É uma questão de criatividade e de mensagem, não de representatividade.

Mas a questão é que a mídia que vocês consomem é puro lixo. Leia Irmãos Karamazov e você verá um ateu com ótimas piadas sobre religião escritas por um católico fervoroso. Notas do subsolo tem um protagonista doentio. Poe tem um personagem praticamente autista (vocês conseguiriam fazer um jogo com um?). Morte em Veneza tem um personagem homossexual que não agradaria aos SJW.

Já a literatura feita para atender demandas revolucionárias na Rússia foi nitidamente inferior. "Os romances escritos pelos conservadores pululam de revolucionários, comunistas, anarquistas, terroristas e assassinos políticos retratados com toda a complexidade moral da sua vida interior e das situações que atravessam".
Uma coisa curiosa, em don't take it personally, babe, it just ain't your story todos os relacionamentos heterossexuais são doentios. Eu recomendo jogar porque tem bons personagens. E reconheço que relações heterossexuais degeneradas são um bom tema. Mas isso já não seria uma forçação queer da autora? Ou seria uma coisa válida?

Gran Torino
tem um protagonista racista. O filme é racista ou é contra o racismo?  Devemos representar menos personagens racistas e mais gays no lugar? Se o gay for racista, estou atacando o movimento?

"Não adianta colocar uma mulher só pra ser a princesa em perigo, colocar um negro só pra ser o mano do gueto que vende itens ilegais e colocar um gordo que só pensa em comida."


O protagonista de Actual Sunlight é um obeso que só pensa em videogames.

O vendedor de itens ilegais pode ser visto como um empreendedor oprimido pelo estado. Assim como um negro que odeia funk e drogas pode ser visto como um coxinha.

Por que a princesa não pode ser um personagem bem construído e valer mais do que um NPC-minoria-feliz de gerador?

Eu conheço homossexuais cuja identidade sexual foi provavelmente afetada por abusos na infância. Conheci um homossexual que perseguia pessoas. Todos eles existem mas talvez não cumpram a cota de representatividade.

Mas o racismo existe? Claro que existe. A cultura japonesa tende a ser racista e fechada. Mas eu não culpo os devs japoneses. Eles apenas representam o mundo deles. Em certos contextos não cabem personagens de outras etnias. Inclusive eu posso escolher representar o racismo.

Ironicamente, o racismo também facilitou o contato com outros povos por meio da escravidão. Que eu saiba, italianos vieram para cá porque eram mais baratos do que escravos, inclusive. Representar a diversidade também pode ser representar um lore onde existiu racismo.

Eu jogo PBP com uma personagem lésbica. Mas não me importo com representatividade, me importo com inovação e bons personagens.

Citação de: Nandikki online 04/11/2015 às 20:45
Você está errado ao dizer que arte é algo pessoal, totalmente livre e espontâneo, as quais as regras quem dita é o próprio autor, não por pressão da sociedade. Você está erradíssimo, pois é exatamente o contrário que acontece. Seria muito bom se acontecesse conforme você diz.
É normal, entretanto, as pessoas se sentirem ofendidas quando ao invés de falarmos que somos todos iguais, falamos que precisamos ser todos iguais. Nós não somos iguais ainda, e estamos longe de ser.

O racismo, homossexualismo e a diversidade cultural poderiam ser abordados num contexto que expandisse a imaginação moral do público, especialmente num mundo globalizado que dá a possibilidade de pesquisa. Mas você transformou tudo numa insinuação de que não querem que negros ou mulheres não recebam o mesmo respeito que o resto das pessoas.

Em resumo, você transformou num discurso de ódio barato travestido de tolerância e vitimismo.




Num ensaio publicado em 1961 na Partisan Review, Lionel Trilling observava que o traço essencial da cultura intelectual moderna era "uma crença de que a função primária da arte e do pensamento consiste em libertar o indivíduo da tirania da sua cultura -- no sentido ambiental do termo -- e permitir-lhe erguer-se diante dela com autonomia de percepção e de julgamento".

O tema da cultura intelectual versus cultura ambiental aparece já num estudo anterior do crítico norte-americano, The Opposing Self ("O Eu Oponente"), de 1955. A literatura romântica entre os séculos XVIII e XIX assinala o advento do "escritor" como tipo humano marcado pela capacidade -- ou necessidade -- de sobrepor ao império do discurso coletivo a autoridade intrínseca de uma visão do mundo nascida da experiência pessoal. Numa época de derrocada geral das crenças e valores, quando tudo parecia naufragar na banalidade compressiva da sociedade de massas, o testemunho direto do artista adquiria uma força moral comparável à de Sócrates ante a assembléia de seus carrascos. A "cultura intelectual" era o refúgio do espírito contra a "cultura adversária" -- a cultura dos slogans e da demagogia.

http://www.olavodecarvalho.org/semana/111031dc.html

**
Himmelfarb observa que, ao longo das obras de Trilling, algumas das palavras mais freqüentes são "variedade", "possibilidade", "complexidade", "dificuldade", "sutileza", "ambigüidade", "contingência", "paradoxo" e "ironia". São os termos que traduzem a própria substância da vida moral, não como aparece no esquematismo abstrato dos códigos e regras, mas na realidade da existência concreta, que não é acessível à compreensão intelectual antes de ser elaborada em símbolos pela imaginação literária.
....
Daí a importância de examinar o fundo de símbolos e emoções por baixo das idéias esquerdistas em evidência. E a primeira coisa que o crítico aí notava era a rigidez esquemática das reações morais, a falta daquela abertura para a variedade e ambigüidade das situações humanas, que tão nitidamente transparecia entre os conservadores como Samuel Johnson, Edmund Burke, Samuel Taylor Coleridge, Mathew Arnold – ou, acrescento eu, Balzac, Dostoievski, Leonid Andreiev, Manzoni, Papini, Henry James, Conrad, Mauriac, Bernanos, Soljenítsin, V. S. Naipaul, Eugenio Corti.
http://www.olavodecarvalho.org/semana/111031dc.html
Título: Re:  A Representatividade nos Jogos
Enviado por: Strato online 05/11/2015 às 00:10
Citação de: Nandikki online 04/11/2015 às 23:04
A sua arte é afetada pela sua moral ou ética. Pois, a arte em seu nível mais essencial é uma forma de expressão. Seu mapa mental maroto não contradiz nada do que eu disse.

P.S: como chegamos até aqui?

Lol, já respondi isso no item 4:
Citar4 - Porém, nem toda ética(ou falta dela) é cabível onde a arte é propagada.

Não fazemos ou podemos fazer tudo aquilo que nos afeta/influencia. Eu sou influenciado a comer carne de vaca, mas se for para a Índia não poderei fazer isso. Minha ética/moral vai mudar por causa disso? Nop. Nem um pouco, continuarei achando que comer carne de vaca é saudável e correto. Mas não é cabível, sendo assim, não irei desenhar carne de vaca sendo servida. Preciso mudar minhas ideias(concepções) para se adaptarem ao ambiente. Se essas ideias mudam, automaticamente a arte muda também, porém, minha ética/moral permanecerá a mesma. Ela não vai mudar da noite pro dia. Continuarei gostando de carne de vaca mesmo que minha arte diga o contrário.
A arte não está ligada à ética :p
Arte> ideias> ética.
Título: Re: A Representatividade nos Jogos
Enviado por: Geraldo de Rívia online 05/11/2015 às 08:13
Citação de: RhitDark online 04/11/2015 às 21:17
Me retirando do tópico, como sempre trolls estão dominando...
[...]
Mano, que trolls? O papo tá tão bom que eu até li todos comentários.  :clap:

Bom, acho que de todos aqui, concordo mais com o que o Phantomx disse. Se eu já bolei o universo
do meu jogo, já encaixei o conceito dos personagens como os fiz, o enredo do jogo ficou fechadinho
e sem furos, não preciso mudar nada disso exclusiva e unicamente para passar a imagem de um autor
preocupado em representar as minorias e/ou com o intuito de agradar essas novas tendências.

Todavia, isso esbarra no que o Cronus falou. Eu mantendo o jogo sem diversidade, vai deixar
ele um tanto pobre em material. Grandes jogos vem com conceitos muito bem trabalhados dos personagens,
com uma fase de estudo e criação às vezes tão grande quanto o desenvolvimento do restante do jogo.
Se eu fizer todos personagens sob uma mesma base (raça, cor, estilo, armas, background, etc), acho
que vai perder um pouco da surpresa que o jogador poderia ter ao encontrar um possível personagem
in game.

Também acho válido o impasse da dificuldade em fazer personagens diferentes. Não só pela preguiça,
obviamente, nem só pelo visual, mas mais mesmo por inserir aquele personagem ali. Por exemplo, um
protagonista negro em meio a um jogo de brancos. Como ele fora parar ali? Viajou de sua terra natal?
Foi preso e ficou livre? Está a negócios? Porém, se substituí-lo por um branco pode justificar como
ele nasceu ali, viveu ali e ali está ele.


Também acho que muito disso é gosto pessoal. Se alguém não gosta de protagonistas femininos,
tu pode até aconselhá-lo a tentar ou algo assim, mas nada no mundo vai sentir ele ter o prazer
de desenvolver o projeto se ele não se sentir a vontade com essa ideia. Eu por exemplo, em todo
rpg que jogo, passo a imagem do meu personagem como justo, digno, correto e se tiver lança,
uso lança, se não, uso espada. Não consigo lidar bem com magos, ou arqueiros, da mesma forma
que não curto escolher raças meio-animal. Em Guild Wars 2 dessa vez fiz uma guria, tá que justa,
digna, correta e de lança, mas já é um avanço e-e

E acho que um pouco do nosso caráter a gente tenta passar
nisso, daí talvez a ética tenha um pouco a ver com a arte sim, não daquilo impresso no papel,
mas o que você vê a partir dela, afinal o autor vai ver um universo dali, o jogador verá algo
mais limitado e nem sempre na mesma diretriz.

Por fim, temos muitos exemplos de personagens que fugiram do guerreiro-herói-branco-quesalvaprincesas
e que deram muitíssimo certo. Mace Windu, que era o segundo melhor jedi, só atrás do Yoda, E o próprio
Yoda, que era um et, em Star Wars. Aliás, esse próximo Star Wars vai ter o Finn, que to ansioso pakas
pra conhecer também. Bah, de mulher tem uma lera. A Lara, que todo mundo tá cansado de conhecer,
a Ellie de The Last of Us, um game lindo. Cara, a Aurora de Child od Light *-*

Enfim, é uma variedade imensurável de aspectos a serem aproveitados e que tendem a enriquecer muito
os universo dos jogos quando usados. Mas usa quem quiser, ao meu ver só tem a incrementar, mas se
não vai se sentir confortável desenvolvendo sobre essa nova ideia, acho que vai acabar atrapalhando.
Então eu não vejo algo como "os desenvolvedores alimentam uma sociedade gamer racista", longe disso.
É uma questão de tradição, que jogos foram feitos assim, deram certos, e assim servirão de base para
novos jogos, e isso vai se modificando ao passo em que a sociedade se modifica. Um protagonista
negro hoje, um mulher amanhã, na próxima um homossexual, e assim vai. Da mesma forma como citaram
as novelas: hoje o público para esse entretenimento e dominantemente feminino, logo é lógico que as
protagonistas terão um foco feminino.

Esse é meu TL DR, haha.
Título: Re: A Representatividade nos Jogos
Enviado por: Nandikki online 05/11/2015 às 10:12
Perdoem o Zugzwang pela besteira dele, é uma característica dele querer bancar de culto e sabichão. E postando de novo já que excluíram:

A humanidade não existiria, querido, se pessoas como você, arrogantes e egocêntricas, fossem a normalidade. A humanidade existe até hoje porque o humano aprendeu a se ajudar em todos os aspectos. Você só está sentado numa cadeira teclando besteiras porque milhares de pessoas permitiram/permitem que isso aconteça. Antes de vim dar uma de cult aqui só falando besteiras, aprenda o conceito de humanidade. Acredite, você pode se superar.
 




Concordo Strato. Mas no caso da de colocar negros, nada do que você falou impediria isso. O objetivo geral da matéria e fazer os makers atentarem para isso, não que eu queira forçá-los. Acontece que isso é um fato que passa em branco pra maioria das pessoas.





É interessante não só colocar negros em jogos, como também explorar as diversas culturas africanas. A áfrica nos proporciona um tesouro inexplorado e fantástico de heróis, mitos e tradições! Podemos encher nossos jogos de culturas jamais vistas por muitos, podemos nos inspirar cada vez mais.

Título: Re: A Representatividade nos Jogos
Enviado por: Pri177 online 05/11/2015 às 10:38
ate você postar isso eu nunca tinha pensado sobre, seria interessante mesmo que um povo de um determinado local do universo criado pelo autor tenha características locais.. não seria ruim da uma mudada em outros locais, quem sabe ate tudo misturado e de pele roxa xD rsrs

e sobre as tretas.. pelo o que eu vi.. se homossexualismo não é natural pq existe na vida animal? alguém chegou e transformou magicamente todo mundo gay? pra eu saber qual é a minha sexualidade por acaso precisei ser abusada? qual é o próximo passo? que gays se tornam gays pq conheceram gays na infância? ohh tive que ver casais héteros ou tive que ser abusada pra gostar de homem? to confusa... ja ja o rei da hipocrisia vem apagar meu post, que fofo <3
Título: Re:  A Representatividade nos Jogos
Enviado por: Vifibi online 05/11/2015 às 11:54
Sabe, algum dia eu vou entender porque sempre me chamam só quando tem treta. Hoje não é tal dia, contudo. Hoje, considerem-me Shylock, e nosso colega Zugzwang como vosso querido Antônio. Por mais válido que meus pontos possam vir a ser, ainda hei de ser castigado e expulso no final. Então, com as regras postas em lugar, prossigamos:

Citação de: Zugzwang online 04/11/2015 às 23:39
O que você sabe e é capaz de fazer (p. ex. desenhar) sobre cultura africana (um país estupidamente racista) é suficiente para fazer um jogo decente? E sobre a egípcia?

E o mais importante, se você morasse na África, conseguiria fazer um jogo contando sua história?

Só um aviso amigável: África é um continente, não um país. Você está pensando na África do Sul, que de fato teve um regime extremamente racista do apartheid, e que até hoje sofre com as sementes plantadas pelas atitudes racistas e imperialistas dos holandeses e ingleses que tomaram o lugar para si próprios. Mas, independente de atitudes racistas, , de fato, uma cultura sul-africana. Onde há uma sociedade, uma cultura é certa de emergir. E alguém que vivenciou tal cultura poderia fazer um jogo sobre tal cultura.

Citação de: Zugzwang online 04/11/2015 às 23:39
Você quer que as pessoas façam uma cota de chars no gerador (olha o tamanho da besteira!) para preencher uma demanda social. Ou seja, um material lixo e raso.

A resposta é que simplesmente a maioria dos jogos tem o lore focado na Idade Média e no combate. É óbvio que é mais fácil produzir coisas nesse contexto. Visualmente, é uma sociedade menos complexa, inclusive. Historicamente, a cultura ocidental é mais influente. Eles foram racistas, ok, mas não tanto quanto certas etnias africanas. Embora isso também não importe dado contexto.

O historiador dentro de mim chorou quando leu tal... digamos argumento, por falta de palavra mais adequada. Primeiramente, a maioria dos jogos têm sua história e background fundadas em fantasia. Provavelmente Tolkeniana, embora já tenha visto aqueles que tentam algo mais diverso. Tal fantasia Tolkieniana foi feita a partir de mitos e folclore originalmente nórdico e anglo-saxão, tais como os mitos de Baldr, Loki, Thor, Wodan, entre outros. Gandalf, por exemplo, além de ser uma alteração de um nome originalmente nórdico (Gandalfr), é uma óbvia referência ao sábio "pai-de-todos," Wodan. Então fica óbvio que, em tal mitologia, não há muito espaço para uma "cota," como você colocou. Mas também não há espaço para Jesus. Nem para armas da alta Idade Média (tais como suas amadas espadas bastardas, Zweihanders, etc.), já que a cultura nórdica foi quase que totalmente erradicada durante o século IX e X, seguindo apenas por nome no século XI, sendo totalmente modificada para acomodar ideias cristãs, como Baldr subitamente se tornando uma forma de messias, algo que ocorreu repetidamente através da história do cristianismo. Mas, curiosamente, eis algo que caberia num jogo baseado em história nórdica: Uma personagem muçulmana! (https://www.sciencenews.org/article/ring-brings-ancient-viking-islamic-civilizations-closer-together)

Mas, se você vai fazer um jogo baseado em história medieval, há, dá e sobra espaço para personagens não-brancas. Não apenas figuras históricas da era medieval foram negras (Pesquise sobre o Império Ethiope, ou Abyssinia), como também nossos amigos muçulmanos não apenas conquistaram diversos lugares outrora de cristãos, tais como quase toda a península ibérica (isto é: Espanha e Portugal), o Império Bizantino, e toda a costa mediterrânea da África, mas eles também mantiveram e aumentaram nosso repositório de conhecimento julgado "herético" pela Igreja. A Primavera Árabe, como a chamam, é o motivo pelo qual nós temos coisas preciosas e importantes hoje em dia tais como álgebra e calculus. Quando, depois das Cruzadas, a Europa começou a ter relações comerciais com reinos muçulmanos, subitamente nós começamos a nossa Renascença. Engraçado como isso ocorre, né?

Citação de: Zugzwang online 04/11/2015 às 23:39
Mulheres são protagonistas de novelas. Aí é que está. Jogos no geral são focados no combate (corporal também). Historicamente (e se você quiser, evolutivamente), este papel foi dos homens. Pesquisas apontam que o corpo e a mente das mulheres é devastado pela rotina da carreira militar (até aqui estamos sendo evolucionistas, para efeito do argumento). É ironicamente mais fácil fazer um jogo em que uma mulher se comporte num arquétipo másculo de herói do que feminino (as diferenças são apontadas em The Hero Within).

Assim como o homossexualismo e a conduta efeminada de homens não são a normalidade. Se fossem, a humanidade não existiria.

[Citation needed] no "pesquisas apontam." Citation VERY needed. Mulheres são protagonistas de novelas? Desde quando? Pensei que era sempre o cara meio boboca que quer o bem de todo mundo mas que tem uma mulher vil que abusa da boa-vontade dele ao manipular todo mundo com seu charme e temível sexualidade. Yeah, novela não é exatamente um exemplo de progresso. Historicamente, o Império Romano, tomando deixa dos mini-reinos Gregos, pegaram na cabeça que o homem era superior à mulher, e que a mulher devia ficar no Oikos ("Casa," no antigo Grego), porque a esfera social da Polis (cidade) era o lugar de homens. Isso, do nosso bom amigo Sócrates. Isso significa que ele estava errado sobre tudo? De forma alguma. Só que ele devia ter percebido que ele não sabia ser mulher. E pensar que ele disse que não sabia de nada... Mas enfim. Graças ao Império Romano e sua cultura tomando conta de... uhm, 60 até 70% da Europa, dependendo dos seus cálculos e se você considera ou não Rússia parte da Europa (Se você considera, Vladimir Putin quer lutar com você. Sem camisa), e de uma religião adotada que também dizia que mulheres não deviam interferir, é bem simples ver o porquê de não se terem mais mulheres proeminentes em tal história. Porque, você pode apostar, elas aparecem. Dido, que fundou Cartago (embora seja parte mito), Theodora, a prostituta que basicamente controlou o Império Bizantino através de seu marido (mais um caso de mulheres usando algo que nós queremos delas contra nós... é quase como se machismo fosse fruto da insegurança masculina com relação aos seus desejos para com mulheres!), Joanna d'Arc, que salvou França dos ingleses e recebeu uma fogueira como seu presente de gratidão, Wu Zetian, imperadora da China (na época, Tang)... Boadicea (ou Boudicca), que rebelou-se contra os romanos. Fato é, mulheres são parte da história da humanidade quer queiramos ou não. E essas são apenas mulheres basicamente lendárias por seus atos. Imagine você agora, se elas não tivessem tais preconceitos como o seu contra elas, as coisas que elas poderiam fazer, tanto boas quanto más? Afinal, vale lembrar: Napoleão nasceu em Corsica. Corsica só virou uma ilha francesa poucos anos antes de Napoleão nascer. Imagine o quanto a história teria mudado se não tivesse mudado de dono!

E, antes de continuar para a próxima citação, vou trazer atenção a algo dito por você: "Assim como o homossexualismo e a conduta efeminada dos homens não são a normalidade."

Você não tem como saber o quê, exatamente, é normal para a humanidade pré-sociedade. Ninguém tem. Desde que começamos a desenhar figuras em cavernas, já começamos a assinar o contrato social que nos faz esperar alterações não apenas em nossos colegas e iguais, tanto quanto em nós mesmos. Num estado natural, pré-contrato social, e pré-sociedade, é bem possível — e provável, considerando-se as outras espécies com animais homossexuais — que uma conduta "efeminada" e homossexualismo sejam o estado natural de uma parte da matilha humana. Afinal de contas, quem vai cuidar de todos os bebês que os "machos alfa" insistem em ter?

E vale também lembrar que "conduta efeminada" é uma construção praticamente inteiramente social. Em determinadas vilas chinesas, comportar-se efeminadamente é agir como um "homem" na sua cabeça: dar ordens e estar no comando.

Citação de: Zugzwang online 04/11/2015 às 23:39
É uma boa idéia aproveitar a lacuna do mercado para criar jogos de culturas diferentes? É claro, mas isto não vai tornar seu jogo necessariamente melhor e superior moralmente. É uma questão de criatividade e de mensagem, não de representatividade.

Mas a questão é que a mídia que vocês consomem é puro lixo. Leia Irmãos Karamazov e você verá um ateu com ótimas piadas sobre religião escritas por um católico fervoroso. Notas do subsolo tem um protagonista doentio. Poe tem um personagem praticamente autista (vocês conseguiriam fazer um jogo com um?). Morte em Veneza tem um personagem homossexual que não agradaria aos SJW.

Já a literatura feita para atender demandas revolucionárias na Rússia foi nitidamente inferior. "Os romances escritos pelos conservadores pululam de revolucionários, comunistas, anarquistas, terroristas e assassinos políticos retratados com toda a complexidade moral da sua vida interior e das situações que atravessam".

Um cristão fervoroso ortodoxo, que acreditava na mensagem de seu Deus, mas que via a completa e absurda discrepância entre a vida dos ricos e poderosos na Rússia com aqueles que sofriam com fome, desabrigo, e uma simples falta de compaixão daqueles supostamente acima deles. Re-leia Os Irmãos Karamazov, pois você obviamente apenas leu o que queria ler. Ivan não é um ateu. Não verdadeiramente. Ele quer acreditar. Desesperadamente. Mas, diante de tal estado absurdo e repugnante de si mesmo, e de uma Rússia tão decrépita, ele não tem escolha senão debater consigo mesmo e com aqueles que o rodeiam a inexistência de um Deus. Isso é o que o torna uma personagem trágica. Não ele ser ateu, mas ele não conseguir encontrar um simples momento para refletir, com calma, sua vida. Acho que você ficou cego demais pelo seu "deus" que não conseguiu entender isso na leitura.

E você chama a nossa literatura de lixo, menospreza nossa arte, nossas ideias, nosso grito primordial de justiça, e contudo se vê tal como a nobreza Russa! Menospreza o trabalho daqueles que vê como inferiores, vê o trabalho de pessoas já mortas e que concordam com seu ponto de vista (até onde você sabe) como infinitamente superior! Você não é Dostoyevski, Zugzwang! Você não é o árbitro infinitamente sábio, que vê um mundo corromper-se e não tem escolha senão chorar por sua passagem! Você é Javert. Cego por sua devoção, cego por seu nojo e preconceito, incapaz de ver o valor que brilha diante de ti! És, de fato, uma figura trágica... mas não a que desejas.

Citação de: Zugzwang online 04/11/2015 às 23:39
Uma coisa curiosa, em don't take it personally, babe, it just ain't your story todos os relacionamentos heterossexuais são doentios. Eu recomendo jogar porque tem bons personagens. E reconheço que relações heterossexuais degeneradas são um bom tema. Mas isso já não seria uma forçação queer da autora? Ou seria uma coisa válida?

Gran Torino
tem um protagonista racista. O filme é racista ou é contra o racismo?  Devemos representar menos personagens racistas e mais gays no lugar? Se o gay for racista, estou atacando o movimento?

Gran Torino tem uma personagem inicialmente racista que percebe que tem mais a ver com os "gooks" (como ele os chama) que inicialmente despreza que com sua própria família, que cresceu, se mudou, e passou a ressentir suas atitudes racistas. O filme é contra racismo, definitivamente, e contudo você perdeu a moral mais importante do filme, uma obra-prima de Clint Eastwood: O valor que é ter um olhar crítico não de outras culturas ou orientações, mas de si mesmo, de seus preconceitos, e daquilo que considera como importante.

Não tendo jogado Don't Take it Personally Babe, It Just Ain't Your Story (abreviá-lo-ei para DTiPBIJAYS daqui em diante. Exceto que essa é a última vez que irei mencionar tal jogo), não posso fazer uma análise dos relacionamentos da história, mas posso comentar sobre "forçação queer," porque eu duvido que a única escolha que você tenha no jogo seja qual relacionamento homossexual deve seguir. Muitas vezes — e, sendo alguém que discute cultura popular frequentemente, eu vejo isso quase todo dia —, o que chamam de "forçar o gay goela abaixo" nada mais é que duas personagens gays mostrando afeto, algo que, estranhamente, ninguém tem problema com quando é um afeto heterossexual. Talvez eles não tenham mostrado o beijo das duas personagens direito, ou talvez precisem mostrar mais. Não sei, eu não sou essas pessoas. Prossigamos.

Citação de: Zugzwang online 04/11/2015 às 23:39
"Não adianta colocar uma mulher só pra ser a princesa em perigo, colocar um negro só pra ser o mano do gueto que vende itens ilegais e colocar um gordo que só pensa em comida."[/b]

O protagonista de Actual Sunlight é um obeso que só pensa em videogames.

O vendedor de itens ilegais pode ser visto como um empreendedor oprimido pelo estado. Assim como um negro que odeia funk e drogas pode ser visto como um coxinha.

Por que a princesa não pode ser um personagem bem construído e valer mais do que um NPC-minoria-feliz de gerador?

Sendo alguém gordo que só pensa em comida e, ocasionalmente, seios, eu estou francamente ofendido que conseguiram me descrever tão perfeitamente. Mas, voltando ao assunto em questão, é, de fato, preferível ter personagens bem-construídas a personagens "tokens," que só estão ali para satisfazer uma cota imaginária. Mas esse era justamente o ponto que nosso colega estava fazendo. Não faça só tokens! Não faça uma princesa ser só a garota que precisa ser resgatada! Não faça a personagem negra ser vendedora de mercado negro só por ela ser negra. Adicione uma história. Uma regra fundamental da escrita é e sempre foi que, com suficiente catarse, até o vendedor de kibe da esquina é uma figura trágica que faz o leitor chorar.

Nosso colega não fez um pedido para tokens, ele fez um desafio aos escritores muitas vezes complacentes deste fórum. Não se atenham apenas por estereótipos! Não se permitam o conforto que é uma rotina na escrita! Desafiem-se! Façam personagens maiores, melhores!
[/quote]

Citação de: Zugzwang online 04/11/2015 às 23:39
Eu conheço homossexuais cuja identidade sexual foi provavelmente afetada por abusos na infância. Conheci um homossexual que perseguia pessoas. Todos eles existem mas talvez não cumpram a cota de representatividade.

Mas o racismo existe? Claro que existe. A cultura japonesa tende a ser racista e fechada. Mas eu não culpo os devs japoneses. Eles apenas representam o mundo deles. Em certos contextos não cabem personagens de outras etnias. Inclusive eu posso escolher representar o racismo.

Ironicamente, o racismo também facilitou o contato com outros povos por meio da escravidão. Que eu saiba, italianos vieram para cá porque eram mais baratos do que escravos, inclusive. Representar a diversidade também pode ser representar um lore onde existiu racismo.

E é aqui onde meu bom humor acaba. "Eu conheço homossexuais cuja identidade sexual foi provavelmente afetada por abusos na infância." Não. Você não conhece. Você, Zugzwang, você e seu zelo singularmente focado não conhecem absolutamente nada sobre "homossexuais." Você se recusa a conhecer. Você vê apenas o que quer ver, lê apenas o que quer ler, e reconhece apenas o que quer reconhecer. Você esquece o tema de Irmãos Karamazov, não percebe a mensagem de Gran Torino, ignora o abuso e sofrimento de seus supostos amigos homossexuais — não quando crianças, mas sim por simplesmente serem homossexuais, e tenta passar-nos uma imagem culta, desenvolvida, e sofisticada. Não há nada dessas três qualidades em você. Você não consegue ver além de seu próprio preconceito, não consegue reconhecer que África é um continente multicultural, que não tem só UMA cultura, não entende o quanto a história que temos hoje foi modificada post-factum por interesses racialistas, e se vê, de alguma forma, como alguém sábio. Você é um rei vestindo uma fábrica "invisível" a idiotas. E eu me recuso a fingir que você não está pelado. Se há alguém neste fórum, e provavelmente há, que deseja aprender mais sobre nossa sociedade e cultura, sem preconceitos tão óbvios e contudo tão orgulhosamente guardados, não ouçam este homem. Nada adianta um homem uma biblioteca com todo o conhecimento do mundo se ele se recusa a ler.

E, pelo bem de seus amigos, se é que você os tem, nunca diga tais coisas diante deles. Nós todos, sem exceção, somos humanos. Cometemos erros, guardamos raiva e ressentimento, e fazemos merda. Não deixe que a sua idiotice arruine sua amizade com seus amigos. Reflita sobre si mesmo. A segurança de si mesmo é o caminho mais rápido que conheço ao ódio. Mas, no fim do dia, eu torço que você, algum dia, encontre um verdadeiro conhecimento, uma verdadeira compaixão, e aprenda o quão importante é, nesses momentos breves que temos uns com os outros, ouvir e entender, e não só tentar impor nosso suposto "vasto conhecimento" para explicarmos nossos preconceitos. Nenhum de nós sabe de tudo... não importa o quanto tentemos fingir diferente.
Título: Re: A Representatividade nos Jogos
Enviado por: Zugzwang online 05/11/2015 às 21:31
Hoje, considerem-me Shylock, e nosso colega Zugzwang como vosso querido Antônio. Por mais válido que meus pontos possam vir a ser, ainda hei de ser castigado e expulso no final. Então, com as regras postas em lugar, prossigamos:


Jamais o teria em tão pouca estima! Você é um escritor publicado, altamente conceituado no Brasil, que faz os leitores chorarem pedindo mais, e até se ajoelharem, a quem eu deveria dar 5 dólares por história pequena, casado e ao mesmo tempo uma máquina de sexo.

Como faço para contribuir?


Sua resposta não fala de nada importante.

Só um aviso amigável: África é um continente, não um país. Você está pensando na África do Sul, que de fato teve um regime extremamente racista do apartheid, e que até hoje sofre com as sementes plantadas pelas atitudes racistas e imperialistas dos holandeses e ingleses que tomaram o lugar para si próprios. Mas, independente de atitudes racistas, há, de fato, uma cultura sul-africana. Onde há uma sociedade, uma cultura é certa de emergir. E alguém que vivenciou tal cultura poderia fazer um jogo sobre tal cultura.

Estou falando das disputas étnico espalhadas pelo continente africano. Uma generalização óbvia que você usa para não discutir a questão.


Tal fantasia Tolkieniana foi feita a partir de mitos e folclore originalmente nórdico e anglo-saxão, tais como os mitos de Baldr, Loki, Thor, Wodan, entre outros


Tem isso, mas fiquei com preguiça de editar depois.

mas eles também mantiveram e aumentaram nosso repositório de conhecimento julgado "herético" pela Igreja

Espero que não esteja falando dos clássicos gregos estudados pelo catolicismo.

Imagine você agora, se elas não tivessem tais preconceitos como o seu contra elas, as coisas que elas poderiam fazer, tanto boas quanto más?

Continua sendo mais fácil fazer jogos de hack-and-slash do que jogos com as mulheres que você citou. Se você não estivesse apenas interpretando um papel, entenderia o que eu disse. Tanto que eu citei o modelo de heroínas femininas. (The Hero Within). Se você estivesse falando sério, teria abordado isso.

Citation VERY needed.

Marines Katie Petrônio na revista Marine Corps Gazette fala sobre, pegando um relato.

Você não tem como saber o quê, exatamente, é normal para a humanidade pré-sociedade. Ninguém tem. Desde que começamos a desenhar figuras em cavernas, já começamos a assinar o contrato social que nos faz esperar alterações não apenas em nossos colegas e iguais, tanto quanto em nós mesmos. Num estado natural, pré-contrato social, e pré-sociedade, é bem possível — e provável, considerando-se as outras espécies com animais homossexuais — que uma conduta "efeminada" e homossexualismo sejam o estado natural de uma parte da matilha humana. Afinal de contas, quem vai cuidar de todos os bebês que os "machos alfa" insistem em ter?

O papel dos homens foi lutar. Nem estou falando de pré-sociedade. Estou dizendo que quanto mais brutal a sociedade mais requerido dos homens foi lutar. "Conduta efeminada" como não lutar.

Ivan não é um ateu. Não verdadeiramente.

Entretanto é um ateu. E tem ótimos momentos defendendo o ateísmo, o que é a questão relevante.

Não tendo jogado Don't Take it Personally Babe, It Just Ain't Your Story (abreviá-lo-ei para DTiPBIJAYS daqui em diante. Exceto que essa é a última vez que irei mencionar tal jogo), não posso fazer uma análise dos relacionamentos da história, mas posso comentar sobre "forçação queer," porque eu duvido que a única escolha que você tenha no jogo seja qual relacionamento homossexual deve seguir. Muitas vezes — e, sendo alguém que discute cultura popular frequentemente, eu vejo isso quase todo dia —, o que chamam de "forçar o gay goela abaixo" nada mais é que duas personagens gays mostrando afeto, algo que, estranhamente, ninguém tem problema com quando é um afeto heterossexual. Talvez eles não tenham mostrado o beijo das duas personagens direito, ou talvez precisem mostrar mais. Não sei, eu não sou essas pessoas. Prossigamos.

Não sabe do que está falando.

Mas esse era justamente o ponto que nosso colega estava fazendo.

Não, não era. Era pra adicionar no gerador, mesmo, e cumprir demanda social.

Você não consegue ver além de seu próprio preconceito, não consegue reconhecer que África é um continente multicultural, que não tem só UMA cultura, não entende o quanto a história que temos hoje foi modificada post-factum por interesses racialistas, e se vê, de alguma forma, como alguém sábio. Você é um rei vestindo uma fábrica "invisível" a idiotas.

Você sabe que é isso que eu penso sobre você. Seu texto é apenas desvio dos pontos que levantei. Tanto que levantei o fato do racismo ter formado nossa cultura. Mas isso está longe de justificar demanda social, que é o ponto do texto.

Se quer saber sobre meus amigos, pergunte para os escritores do fórum que você cita o quanto rimos dos seus textos. Vindo de quem escreveu Memento Mori e O Velho Jardineiro, eu me sinto lisonjeado.

Você deve estar me confundindo com algum fake que mente a idade, o estado civil e se gaba de ter publicado um livro todos os dias, que, segundo os escritores que conheço, é seu alter-ego bonzão e chupinscação de Hemingway.

E você chama a nossa literatura de lixo, menospreza nossa arte, nossas ideias, nosso grito primordial de justiça, e contudo se vê tal como a nobreza Russa!

A da Christine Love é interessante. Mas a sua provavelmente é lixo.

E é aqui onde meu bom humor acaba. "Eu conheço homossexuais cuja identidade sexual foi provavelmente afetada por abusos na infância." Não. Você não conhece. Você, Zugzwang, você e seu zelo singularmente focado não conhecem absolutamente nada sobre "homossexuais." Você se recusa a conhecer.

Eu não vou postar prints aqui, mas a própria pessoa me disse isso.

Mais um dos post mais vazios e cheios de espantalhos seu.

Eu vou sumarizar as questões.

1. Se a arte deve cumprir ou não demanda social.
R: Não.

2. Se nossa cultura foi influenciada pelo racismo e machismo.
R: Foi. Mas isso não justifica (1).

3. Se há outros fatores além do racismo e machismo que justifiquem a pouca aparição de negros, mulheres e afins.
R: Sim. (a). Jogos focados em combate e, naturalmente, em homens, são mais fáceis de se criar. (b) A cultura "branca" foi mais bem-sucedida por motivos que vão além da exploração e racismo (que existem em larga escala na África antes da influência branca). (c) Se o racismo formou uma cultura, ainda assim, pode ser mais útil criar um bom personagem racista do que criar personagens em gerador negro. (d) Se o racismo formou uma cultura, ainda assim, um artista não é obrigado a suprir demandas sociais.

Você não é Dostoyevski, Zugzwang! Você não é o árbitro infinitamente sábio, que vê um mundo corromper-se e não tem escolha senão chorar por sua passagem!

Spoiler
EU QUERO PARABENIZAR VOCÊ intensamente por ter humilhado escritores como Lotmaker todos os dias no chat e no fórum, para no dia seguinte vir com um relativismo cretino, dizendo que todos os vencedores do Awards eram ativos (um cara só tinha um post), e, que todos os vencedores (um contra o qual você conspirava e que não serviria nem de garçom do Jabuti, segundo você) e que o concurso era inútil, com apoio da staff.

Só um idiota levaria você a sério.

Meus amigos estão perguntando por onde você anda no chat. Volte lá, ksks.
[close]

Título: Re:  A Representatividade nos Jogos
Enviado por: Vifibi online 05/11/2015 às 22:03
Citação de: Zugzwang online 05/11/2015 às 21:31
Se quer saber sobre meus amigos, pergunte para os escritores do fórum que você cita o quanto rimos dos seus textos. Vindo de quem escreveu Memento Mori e O Velho Jardineiro, eu me sinto lisonjeado.

Você deve estar me confundindo com algum fake que mente a idade, o estado civil e se gaba de ter publicado um livro todos os dias, que, segundo os escritores que conheço, é seu alter-ego bonzão e chupinscação de Hemingway.

Eu não pretendo responder a nada além desta citação, porque meu argumento já foi feito e ir além de tal seria redundante, mas isto é simplesmente engraçado demais para não comentar sobre. Primeiro porque eu não citei nomes, já que faz tempo que não apareço por aqui e muitos escritores provavelmente apareceram e sumiram desde meu tempo, como é o normal. De fato, estou até surpreso que se lembraram de mim! Pelo visto, meus textos foram tão ruins que eles deixaram cicatrizes. Mas, segundo: Haja rancor, colega! Haja raiva! "bonzão e chupinscação de Hemingway!" Eu tive inclusive que procurar o que raios é "chupinscação," tal limitado meu pobre conhecimento. Pelo visto, é um boquete.

Francamente, se eu soubesse que minha aparição iria causar tantas emoções, teria guardado ela para algo mais climático. Seria mais apropriado para uma boa história. E, se você vai tentar envenenar o poço que é a minha poça d'água rasa, ao menos faça um trabalho completo: Também sou gordo, feio, tenho um nariz todo esquisito, não faço a barba por pura preguiça, de vez em quando não tomo banho porque meu estado emocional é simplesmente paralizante, não arranjo um bom trabalho há anos, sou um mentiroso patológico, não sei física térmica, meu nome do meio é Fischer, eu tenho depressão crônica e tomo remédio para isso, meu primeiro livro de merda foi publicado apenas porque a editora publica qualquer coisa usando um modelo "à demanda" onde o próprio autor age como vendedor, e o nome tosco que eu dou para meu pênis que ninguém em vinte mil anos tocaria é "Cebolinha."

Tente o quanto quiser, meu amigo, ninguém consegue me humilhar tão bem quanto eu mesmo.
Título: Re: A Representatividade nos Jogos
Enviado por: Strato online 06/11/2015 às 07:04
Nandikki, confesso que fui muito literal. Eu quis expor que para a arte nós não somos todos iguais. Porque os processos de criação são diferentes.
Eu, como pessoa, também acredito que indiferente de cor, raça, sexo e etc, sejamos essencialmente todos iguais. Mas como artista já não concordo. Então o que disse inicialmente era um contraponto, e não é uma questão do que impede ou deixa de impedir na inserção de diferentes tipos étnicos e culturais nos jogos.
Título: Re: A Representatividade nos Jogos
Enviado por: Lhu! online 06/11/2015 às 10:04

Bem o meu conceito é o mesmo que o de Nandikki

  O mundo felizmente e infelizmente não tem um conceito fixo, algumas pessoas são homofóbicas e racistas hoje em dia e mesmo com um conceito geral criado pela lei ou religioso. Uma outra questão é pessoas que dão importância a este tipos de pessoas não concordando com a atitude deles e se importando a agrada-lá mesmo assim.

  As pessoas tem pensamento diferentes e temos que tentar manter a harmonia, o que nos resta é o respeito caso não haja isso só nos resta a guerra (Se não vou quebrar todos eles).




Um abraço a todos, seus tesudos!




Edit*
Título: Re: A Representatividade nos Jogos
Enviado por: Magic D online 06/11/2015 às 16:00
Depois desse texto Nandikki eu já tenho os personagens que faltavam para o meu próximo game..
Mas devo confessar, personagens Gay "Ou com três jeitos" eu já criei diversos, mas nunca, nunca mesmo, em todos meus roteiros eu criei um personagem negro, não por racismo ou algo assim, talvez por me inspirar em jogos onde os protagonistas são todos brancos ou só por nunca ter pensado em fazer mesmo.
Contudo, gostei bastante da ideia e com certeza dará um up nos meus próximos trabalhos :ok:
Título: Re:  A Representatividade nos Jogos
Enviado por: Nandikki online 06/11/2015 às 16:50
Citação de: Strato online 06/11/2015 às 07:04
Nandikki, confesso que fui muito literal. Eu quis expor que para a arte nós não somos todos iguais. Porque os processos de criação são diferentes.
Eu, como pessoa, também acredito que indiferente de cor, raça, sexo e etc, sejamos essencialmente todos iguais. Mas como artista já não concordo. Então o que disse inicialmente era um contraponto, e não é uma questão do que impede ou deixa de impedir na inserção de diferentes tipos étnicos e culturais nos jogos.

:blink:

Citação de: Magic D online 06/11/2015 às 16:00
Depois desse texto Nandikki eu já tenho os personagens que faltavam para o meu próximo game..
Mas devo confessar, personagens Gay "Ou com três jeitos" eu já criei diversos, mas nunca, nunca mesmo, em todos meus roteiros eu criei um personagem negro, não por racismo ou algo assim, talvez por me inspirar em jogos onde os protagonistas são todos brancos ou só por nunca ter pensado em fazer mesmo.
Contudo, gostei bastante da ideia e com certeza dará um up nos meus próximos trabalhos :ok:

Personagens com trejeitos é quase um clássico  :o:  :XD:. É comum Magic, não é que seja racismo, é que as pessoas as vezes nem param pra pensar mesmo. Tá aí o intuito da matéria, dar aquele alerta.

Título: Re: A Representatividade nos Jogos
Enviado por: JosephSeraph online 05/12/2015 às 04:26
meus olhos tão sangrando depois de ver algumas respostas @_@
não sei se volto pra RMN pra me esconder do holocausto iminente
ou se eu fico aqui pra estender minha mão @_@

Welp.
Condensando e resumindo toda a intenção do tópico em poucas palavras:
"façam o que quiserem, mas pensem no que façam. bjs"

anyway, excelente iniciativa nandikki

4kisses2u hav a good day
Título: Re: A Representatividade nos Jogos
Enviado por: Nandikki online 06/12/2015 às 20:01
Citar"façam o que quiserem, mas pensem no que façam. bjs"
²

Tranquilo, certeza que nossos queridos administradores terão postura mais coerente depois do ocorrido por aqui.
Título: Re:A Representatividade nos Jogos
Enviado por: Inoa Nowl online 15/02/2021 às 19:11
Adorei sua postagem! Só queria comentar mais algumas coisas:
Ninguém ta obrigando ninguém a encaixar um personagem "de minoria" no seu jogo, segura lá.

Primeiro que a sexualidade, classe social, tipo físico, gênero, cor da pele (etc) não deveriam afetar sua história (o que dirá os npcs), ao menos que seja relevante para ela.
Por exemplo, você vai fazer um jogo que visa fazer uma critica social, é possível que algum desses atributos sejam relevantes. Seu personagem é uma pessoa pobre da periferia. Ok. Agora você precisa estudar pessoas que vivem/viveram nessa situação para dar profundidade psicológica, e ao mesmo tempo fazer um retrato respeitoso desse grupo.
Não, seu personagem não vai falar por todo mundo, mas acho que se você não faz parte do grupo que ele representa, é necessário tratar a questão com respeito. Não fale você por um grupo que não conhece.


Sendo esses atributos irrelevantes, por que não "temperar" os personagens com diversidade? Poxa faz tons diferentes de pele, não precisa ser um branco, um amarelo e um preto. Mas não use o mesmo tom pra todo mundo (algo que acontece muito). Po você é brasileiro, vai dizer que todo mundo que você conhece tem o mesmo tom de pele??? Se seu protagonista não tem envolvimento romântico ou sexual com ninguém, por que não fazer dele assexual (alguém sem atração sexual alguma)?
Ps: sexualidade não é personalidade ta? Ou você hétero define sua personalidade como "hétero"???

Percebe como isso não muda nada de fato na história? (Quando feito direito *COF)

Uma analogia simples sobre "não incluir a diversidade" seria dizer que vou pintar o que vejo pela minha janela usando apenas tons de amarelo. Ainda seria arte, e você entenderia o que pintei. Mas será que é realista? Será que vai expressar o que eu gostaria?
Sua intenção é mesmo falar sobre um mundo em que negros e gays não existem? Isso me preocupa.


É só uma reflexão.

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Ps: quando a história gira em torno dos "atributos de diversidade" sem um propósito, ela é ruim ou os personagens são mal construídos. Por exemplo, a live action de Mulan e a animação. Recomendo fortemente que você busque por uma analise desses dois filmes para entender o que quis ilustrar. A principio era para ser a mesma personagem. Mas no original ela é bem construida e na segunda um bait infeliz de "mulher empoderada" que ironicamente reforça os ideias sexistas.

Ps2: Se você ainda vê isso como frescura, só posso dizer que lamento sua falta de empatia. Nossa sociedade nunca estará livre dessas discussões enquanto as pessoas se tratarem com essa frieza.