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Observe Morrer

Iniciado por B.loder, 02/02/2014 às 04:17


 1. Poder.
A luz do sol forte refletia na lâmina brilhante enquanto ela traçava seu percurso até a espada de madeira que o jovem segurava com a técnica de uma criança. Uma criança sem braços. A mulher por trás da arma de aço golpeou rapidamente e ele deixou a espada de madeira cair mais uma vez, ela suspirou frustrada.

— Dan...

— Só mais uma vez — ele falou já se esticando para pegar a arma novamente.

— Só depois que você me disser por que está fazendo isso.

— Não é nada, Serina — ele virou o rosto e encarou o chão.

Ela tinha o longo cabelo loiro amarrado em um rabo de cavalo que pendia pelas costas. Trajava calça e camisa de linho, ambas pareciam grandes na jovem de estatura baixa e corpo bem definido. Ela se aproximou e ele tentou golpeá-la na barriga com a arma quase inofensiva. Serina esquivou com facilidade e desviou a espada para o lado. Girou sobre si mesma e parou com a outra mão já próxima do pescoço dele.

— Nem com você desarmada... — ele falou com um sorriso entristecido que debochava de si mesmo. — Tudo bem, eu desisto.

— Vai me falar sobre o que é isso agora?

— Não agora — meneou a cabeça.

— Você não acha que eles vão baixar ainda mais, acha? Eles não fariam isso, Dan. Você está seguro, não precisa se preocupar.

— Na verdade estou surpreso que a idade máxima ainda seja dezessete — ainda parecia desinteressado. — Mas não faz diferença. Logo eles vem atrás de mim.

— A guerra não vai durar muito tempo.

— Você tem razão, Serina — falou sarcasticamente enquanto fuzilava ela com o olhar. — Dezenove anos de guerra e ela vai acabar justo agora — revirou os olhos. — Quer me passar um pouco do seu chá com pó de fada agora?

— Isso foi idiota.

— Eu sei que foi — bateu as mãos na roupa de linho para tirar a poeira e passou-as no cabelo negro curto. — Mas não é isso, não se preocupe.

— Então o que foi?!

— Você vai rir.

— Eu não vou rir.

— Sim, você vai — pensou um pouco. — Eu também riria.

— O que foi?

— Podemos falar disso depois?

— Não.

— Amanhã apareça na minha casa ao nascer do sol.

— Danny!

— Não me chame assim.

Ambos ficaram calados, se encarando.

— Tá, amanhã.

Dan se despediu dela e depois, com um aceno, do pai dela que colhia algumas verduras naquele quintal simples. Saiu pela portinhola de madeira e desceu a colina pela rua repleta de casas inclinadas que pareciam poder cair a qualquer momento. Chegou à cidade. Entrou pela porta da frente de sua casa e encontrou seu irmão mais novo. O garotinho tinha uns seis anos e cabelos negros longos. Estava entretido puxando o rabo do gato da família.

Aquela casa tinha um vazio sombrio que lhe esmagava o coração. Não tanto tempo atrás, ali estariam seus dois irmãos mais velhos, Ioric e Lucio, e seu pai, Tadeu. Primeiro, quando decidiram que os maiores de quarenta anos não estavam dispensados do serviço militar, seu pai fora obrigado a ir para a guerra. Nunca haviam ouvido qualquer notícia dele. Nada que pudesse dizer se estava vivo. Tudo levava a crer que estava morto.

A família não tinha tido tempo para luto. Em menos de um mês a faixa de etária para soldados havia baixado para dezoito, foi quando Ioric partiu. Mal havia a tristeza tido tempo de se dispersar quando um novo recrutamento para todos os homens maiores de dezessete anos foi anunciado. Tentaram esconder Lúcio. Fracassaram. Militares levaram o garoto para a guerra antes que pudesse sequer chamar aquele tempo que passara entre os vivos de vida.

A morte deste irmão fora a única da qual ouviram. Havia morrido defendendo o general bravamente e graças a sua coragem o homem passava bem. Dan não se importava com aquele general e a única razão pela qual não o odiava, é que aquele sentimento já tinha um alvo.

Sua mãe chegou em casa carregando uma cesta com algumas folhas de alface e dois pães. Ela tinha cabelos grisalhos e sua coluna já não era a mesma. Usava um vestido de um cinza fúnebre já fazia muito tempo, nunca com vontade de trocá-lo. Ela exibiu um sorriso falso ao qual já estavam acostumados e colocou a cesta na comida.

— Eu preciso ir em um lugar. Só estava esperando você chegar para não deixar o Lucas sozinho — ele comentou sem jeito. Fazia tempo que não falava com sua mãe e definitivamente ela não estava disposta a conversar.

— Volte antes do jantar — não chegou a observá-lo diretamente em nenhum momento, partindo para o poço.

Hesitou por um momento. Caminhou para a porta de trás, passando pelo pedaço da casa que chamavam de cozinha e chegou ao quintal onde ficava o poço que era a única coisa de valor ali. Puxou o balde cheio de água antes que ela pudesse fazê-lo e levou-o para a cozinha.

— Obrigada, Dan — a mulher comentou voltando sua atenção para o balde e balançando a cabeça no que pareceu ser um gesto de agradecimento.

Saiu de casa e fechou a porta atrás de si. No céu o crepúsculo anunciava a noite que se aproximava. Esperava chegar à casa de Becca antes do escurecer. Como o sol, seguiu seu caminho. Bateu à porta de madeira da casa velha torcendo que ela não tombasse. A voz rouca da mulher ordenou que voltasse outra hora. Bateu outra vez. Ela decidiu ignorar. Bateu uma terceira vez, já não se importando tanto em derrubar a porta.

— O que você quer?! — gritou irritada enquanto ele esperava com surpreendente paciência. Ouviu os passos dela e finalmente ela destrancando. Becca tinha nariz pontudo e cabelos grisalhos que anunciavam sua idade. Usava um vestido arroxeado. Observou-o tentando entender o que queria.

— Eu preciso falar com você.

— O que você poderia querer a essa hora, Dan?

— Posso entrar?

Ela hesitou. Estudou-o mais uma vez e abriu espaço para que entrasse. O teto era baixo, não havia piso e as paredes eram feitas de madeira. Puxou uma cadeira e se sentou à mesa. Parecia estranhamente presunçoso. Ela fez o mesmo e parada de frente para ele, suspirou aborrecida.

—  Agora pode me dizer o que você quer?

—  Eu preciso da sua ajuda.

—  Do que exatamente estamos falando aqui?

—  Aquela história de que você é uma bruxa...

— Ah, por favor! — revirou os olhos imediatamente. — Você não pode estar falando sério!

— Becca! — ela parou e fitou-o. — Está vendo algum forcado aqui?

Ficou irritada.

— Eu vim te pedir ajuda — suspirou. — Eu sei que você é uma bruxa. Foi você quem me curou quando eu era mais novo, não foi?

— Do que... — lembrou-se e ficou surpresa por ele lembrar.

— Não se preocupe — deu de ombros. — Mas eu preciso da sua ajuda.

— Ou você vai espalhar para todo mundo que eu sou uma bruxa?

— Não, além de ser injusto com você... Se meu pai não falou para ninguém, ele tinha um bom motivo. Você vai me ajudar por vontade própria. Eu vou vingar seu filho.

— Do que diabos está falando?

— Eu preciso de poder para matar uma pessoa — suspirou. — E eu sei que você tem algum jeito de conseguir esse poder.

— Você não está falando sério — ela virou o rosto. Estava fazendo força para se levantar.

— Marcus me disse — falou com a voz seca, perfurando a alma da mulher. — Eu sei que você é uma bruxa. Eu sei que você pode me ajudar, então por que não acabamos com isso e você me diz logo como conseguir o que eu quero? — ela fitou por alguns poucos segundos. — Bruxa — completou.

— Você tem uma língua afiada — ela pareceu se acalmar. Relaxou os músculos e sentou preguiçosamente à cadeira de madeira. — Mas de quem exatamente estamos falando? Quem você vai matar?

— Aidan Quintus.

— E como exatamente você pretende fazer isso?

— É por isso que estou aqui, não é?

— Então você espera que eu diga umas palavras mágicas e de repente ele cai morto? É isso? — suspirou. — Estou desapontada. Esperava mais de você.

Ele continuou de braços cruzados, observando-a irritado.

— Acabou? — ela deu de ombros. — Ele me explicou como isso funciona. Eu preciso saber como conseguir um pacto.

— Não é tão fácil... — meneou a cabeça. — Bem, sempre depende do preço que você está disposto a pagar — ela sorriu sarcasticamente. — Quanto você está disposto a pagar, Dan?

— O que for necessário.

— Até mesmo sua vida?

— Eu vou ficar feliz se for só o que custar — falou sem qualquer hesitação.

— Estou surpresa. Achei que fosse só um garoto estúpido com um objetivo estúpido... Eu estava enganada? Ou talvez você seja mesmo tão burro a ponto de achar que pode acabar com Aidan sozinho.

— É por isso que eu preciso de magia — olhou-a nos olhos enquanto dizia, sem mover qualquer músculo. — Eu vou acabar com essa maldita guerra e pôr um fim nisso, mas eu preciso da sua ajuda, Becca.

— Bem, é raro ver isso em rapazes da sua idade — alegrou-se. — Tudo bem, Dan. Eu vou te ajudar. Por meu filho ter confiado em você, acho que posso fazer o mesmo — se levantou devagar e começou a andar para um quarto que ficava ao lado da cozinha onde estavam. — Venha me ajudar! — gritou de lá.

Ele seguiu tenso, imaginando o que ela faria. As regras da magia lhe pareciam bem simples. Marcus havia explicado tudo algum tempo antes. Todo o sobrenatural era regido por entidades de poder além do mensurável, mas nenhuma delas estava disposta a simplesmente emprestar esse poder. Alguns deixavam o poder crescer para ser controlado, estes tinham habilidades mais abrangentes, como controle de elementos. Outros faziam contratos diretos. O dom de ver o dia da morte de uma pessoa, por exemplo. Estes tinham habilidades específicas e geralmente aprendiam a controlá-las muito rapidamente. Era do que precisava. Os feitiços eram algo para o qual não tinha tempo, eram trabalho de bruxas e elas raramente estavam dispostas a realizá-los para outros.

— Aqui, me ajude a arrastar o guarda-roupas.

Ele ajudou e o móvel deslizou com certa dificuldade para o canto. O quarto já era bem escuro e empoeirado, mas o cheiro de mofo ficou ainda pior quando tirou um pedaço do piso de onde ficava o guarda-roupas. Lá estavam três livros. De volta a mesa, agora sentado ao lado de Becca, ele analisava as escrituras avidamente.

— Então aqui está o que vai me ajudar?

— Sim — falou passando a página. — Você precisará de um contrato que há muito não é feito.

— Por quê?

— Porque a morte mostra um surpreendente desinteresse nos vivos.

Ele piscou duas vezes.

— Eu vou fazer um contrato com a morte?

— É a única forma que eu conheço de lhe dar o poder que precisa em pouco tempo — passou outra página. — Quanto tempo você tem até completar dezessete?

— Como você...

— Tão jovem e disposto a desistir da vida tão fácil? Você não teve escolha, mas fez a decisão mais inteligente. Então, quanto tempo?

— Dois meses.

— Como imaginei, você não vai poder ficar treinando alguma habilidade. Esse contrato com a morte é justamente o que você precisa — finalmente chegou à página onde uma figura sombria de chapéu largo estava desenhada. — Vamos torcer para que Nifelin mostre interesse em você.

— Nifelin...

— É o primeiro nome da morte — sorriu. — Já tive o desprazer de encontrá-lo uma vez. Aqui está tudo que posso fazer por você, Dan. Esse é o ritual, você sabe ler?

— Uh-hum — respondeu lendo apressadamente a página enorme. — Se eu fizer isso ele vai aparecer?

— Sim. Mesmo que seja só para dizer não, ele vai vir. Sempre vem.

— Obrigado.

Se afastou com a cadeira e ficou de pé, observando a figura embaçada novamente, estudando-a. Caminhou na direção da porta.

— Eu quero que saiba que... O preço. Não acho que ele vá cobrar apenas a sua vida. Ele teria ela de qualquer jeito.

— Eu sei — suspirou. — Mas não há muita coisa que ele possa pedir que não justificaria o fim dessa guerra.

— Você está mesmo nisso pela causa nobre?

— Pela causa e porque eu quero ser o que matou aquele bastardo. Não importa como eu faça isso.

—  Vou fingir que é pela causa nobre, é mais fácil simpatizar.

— Talvez seja mesmo — deu de ombros. Pegou uma tocha que estava pendurada ao lado da porta e ascendeu em uma vela. Becca permitiu que a levasse com um movimento da cabeça e ele saiu ao luar.

Estava nervoso e algo em si queria hesitar, mas não o fazia. Finalmente chegou à saída da cidade. Decidiu caminhar até o lago próximo dali, ele deveria estar vazio naquele horário. Não levou muito tempo de caminhada até que sob a luz da lua chegasse ao lago que a refletia. Não havia sinal de vida em qualquer das margens, então decidiu que era a hora.

Pegou a adaga que passara a carregar consigo desde a morte dos irmãos e inspirou fundo. Fez um corte leve na mão esquerda e sentiu a dor desaparecer lentamente. Segurou a arma com força. Molhou o indicador direito no próprio sangue e passou-o sobre os dois olhos fechados. Ergueu a mão direita e pressionou a ponta da lâmina contra a própria testa até sentir escorrer dela um filete de sangue. Sua visão enegrecida pelos olhos fechados agora ficou vermelha. Sentiu calor e frio por todas as partes de seu corpo, parecendo a sensação alternar aleatoriamente entre elas.

— Já pode abrir os olhos, garoto — uma doce voz feminal falou.

— V-você... — gaguejou. — A morte é mulher?

— Oh, isso é com certeza raro — a voz tinha o sotaque de um homem e falava como um homem, mas era definitivamente de uma mulher.

Abriu os olhos e sentiu certo desconforto no peito. À sua frente estava um amontoado de fumaça negra que também parecia tentar formar uma mulher. Sorriu. Se repreendeu por sorrir da morte. Se recompôs, inspirou fundo e expeliu o ar com calma.

— Nifelin.

— Daniel — cumprimentou.

— Peço perdão pelo comentário sobre você...

— Ah, não se preocupe com isso. Cada pessoa vê a morte de uma forma — a fumaça parecia tentar imitar expressões humanas enquanto dela saiam todos os sons certos. — Devo dizer que foi na verdade curioso encontrar alguém que me visse como uma mulher... Me diga, você tem medo de mulheres?

— Não.

— Você por acaso gosta de mulheres?

— Sim...

— Esplendido. Você é bem curioso.

— Perdão?

— Eu sou a morte, o que você vê agora, depende de como você me vê em seu íntimo — explicou sem que ele realmente entendesse. — O que vê agora pode falar muito de você.

Ele assentiu em silêncio.

— Mas você não está interessado nisso, ninguém está. Ao menos não o suficiente para realizar meu chamado. O que exatamente você quer, Daniel?

— O poder para matar uma pessoa. Você pode me dar esse poder?

— Existem muitas formas de fazer isso... Sim, eu posso te dar esse poder. Se não pudesse, ninguém poderia. A questão é, o quanto você está disposto a pagar para receber esse poder?

— O quanto for necessário. Há pouca coisa que você pode cobrar que não valha o que estou fazendo.

— Você realmente acha que matar ele vai resolver tudo?

Engoliu em seco.

— Bem... Devo dizer que tenho minhas razões para concordar. Também quero ele morto, mas não te darei poder de graça.

— Justo.

— Proponho um acordo. Eu te darei o poder de matar, e você poderá usá-lo três vezes. Ao usar pela terceira vez, você morrerá.

— O preço é minha vida?

— Não. Não só a sua vida.

— Em troca você terá de matar uma pessoa de meu desejo.

— Quem?

— Um homem que não gosta de cumprir acordos.

— Concordo.

— Ótimo, mas tem uma outra coisa. Sua vida será minha de qualquer forma. Eu poderia matar esse homem de muitas outras formas, então cobrarei algo mais.

— Estou ouvindo.

— Sua família.

Piscou duas vezes e lentamente virou-se para aquele vulto paralisado, quase tremendo. Inspirou fundo e engoliu em seco.

— Concordo.

Da fumaça saiu um braço sem músculo ou carne. Os ossos de um braço aguardavam que ele colocasse sua mão sobre ele. Dan estava hesitante, sentindo o suor frio descer por seu rosto e arder na ferida da testa. Era aquela a escolha certa? Poderia conviver sabendo que matara o irmão e a mãe? Inspirou fundo mais uma vez enquanto sentia a coragem preencher seus pulmões. Aquilo precisava ser feito. Aquele homem precisava morrer e duas vidas não eram tanto considerando o que seria perdido caso ele continuasse respirando.

Apertou o esqueleto da mão e sentiu uma dor aguda percorrer por suas veias. Finalmente a sensação chegou ao seu peito e sentiu sua consciência esvair. Não podia deixar aquilo acontecer. Manteve-se firme e confiante, olhando para dentro da fumaça, tentando se concentrar nela. Pôde ver ali dentro um esqueleto completo cuja única parte humana restante eram os olhos. Eles eram surpreendentemente azuis.

Se odiou por ter dormido. Sentou na grama e olhou para a água imóvel do lago, tentando decidir se deveria ir para casa ou não. Sua família estava morta. Só agora aquilo o havia atingido realmente. Inspirou enquanto lágrimas que não sabia dizer se de tristeza ou arrependimento escorriam por seu rosto.

Caminhou até em casa observando tudo e todos. Chegou em casa se sentindo completamente devastado. Abriu a porta. Sua mãe estava sentada à mesa parecendo preocupada. Viva.

— Filho! Onde diabos você estava?!

— Eu...

— Está tudo bem? Onde estava?

— Eu...

— E o que é isso no seu braço?

Olhou para o braço esquerdo. Estavam tatuados três olhos com alguns ornamentos ao redor, porém ainda simples. Um acima do outro, os três se empilhavam e deixavam algum significado que não compreendia. "Você poderá usar esse poder três vezes" lembrou. Passou a mão nelas e não sentiu nada de diferente. Olhou para a mãe novamente, ela continuava preocupada.

— É só uma tatuagem, nada demais — sorriu desconcertado e sem entender nada. — Onde está Lucas?

— Dormindo, por que?

— Por nada... Eu preciso fazer uma coisa, já volto.

— Aqui — entregou um pedaço de pão. — Ao menos coma alguma coisa.

— Obrigado — pegou e mordeu o pedaço.

Entrou apressado em seu quarto, sem saber o que era verdade e o que não era. O desgraçado ainda os mataria, com certeza era isso. Ele tinha que vê-los morrer ou o contrato não custaria tanto. Com as costas coladas na porta ele notou a folha de papel sobre sua cama. Pegou-a e começou a ler.

"Eu sinceramente odeio quando as pessoas colocam os pertences de outras em contratos, você não? Sua família vai continuar viva enquanto você cumprir com todo o resto do acordo, não precisa se preocupar com isso.

A pessoa que precisa ser eliminada se chama Joan Vasques. Ele fica no mercado. Recomendo testar sua habilidade em alguém antes, ela virá naturalmente para você, mas a primeira vez sempre é tensa. Basta perguntar pelo nome e todos devem saber quem é.

Você precisará viajar para a capital. Desejo boa sorte em sua jornada. Se seu querido amigo, Nifelim."

— Dan está em casa? — ouviu a voz de Serina vinda da porta da frente.
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Esta é uma série que estou escrevendo. Vou postar os capítulos aqui e em meu site assim que terminar de escrevê-los. Você pode ler no site aqui ou clicando na imagem no topo do tópico. Espero que a história consiga agradar vocês. Pretendo fazer quatro ou cinco capítulos no máximo.
To Die Is To Find Out If Humanity Ever Conquers Death

09/02/2014 às 19:18 #1 Última edição: 09/02/2014 às 19:20 por FilipeJF
A história ficou legal, parabéns. Estou notando que você melhora cada vez mais! E o site, além do mais, também está crescendo muito. Bom trabalho.

Se não se incomodar, farei questão de postar uma versão alternativa da história (trate como um universo paralelo).




 1 Greyskoll.
A luz do sol forte refletia na lâmina brilhante presa ao cu do rapaz enquanto ela traçava seu cu até querer sair e encontrar a espada de pau que o jovem segurava com a técnica de uma prostituta. Uma criança sem braços e pernas e língua e orelha. A mulher por trás da arma de aço (após retirá-la do cu) golpeou em velocidade normal e ele deixou a espada de pau cair mais uma vez, ela suspirou e inspirou e respirou.

— Dan...nilo...

— Só mais uma vez — ele falou já se esticando para pegar a arma novamente.

— Só depois que você me disser por que está fazendo isso! - coçou a nádega de Danilo.

— Não é nada, Serina — ele virou o rosto e encarou o chão. Os olhos que o chão possuía se assemelhavam ao seu butão, pensava.

Ela tinha o longo cabelo loiro amarrado em um rabo de cavalo que pendia pelas costas. Trajava calça e camisa do Naldo (escrito nelas "Vodka ou água de cocô") ambas pareciam grandes na jovem de estatura nem baixa nem alta nem média e corpo mal definido. Nela, notava-se a falta de um pé e paralisia parcial no lado direito de seu corpo. Ela se aproximou e ele tentou golpeá-la na barriga com a arma quase inofensiva. E conseguiu. Ele, sem saber, acertou bem sua barriga, pois ela não teve chance de desvia devido a sua deficiência já citada. Serina não esquivou com facilidade e desviou para dentro do cu. Girou sobre si mesma como um peão do baú e parou dando um mortal para trás, fraturando um de seus pescoços. Quando viu um rombo em sua barriga exclamou "ai, tripa".

— Otária... — ele falou com um sorriso entristecido que debochava das tripas saindo do rambo e dela. — Foi tirar onda.

— O cavalo... Tire ele... Estou com o rabo dele no meu cabelo há muito tempo...

— Não agora — meneou a cabeça e deu uma risada maléfica. Então o jovem rapidamente teve um plano: como o cabelo da moça havia se entrelaçado mais ainda por conta de ela ter dado um mortal e fraturado um dos pescoços, ele foi atrás do cavalo e chutou como o Van Damme. O cavalo, então, após cair e jorrar água para todos os lados, saiu em disparada pelo mar, fazendo a cabeça se desprender do corpo com um breve barulhinho: "tililim dingdong dingobeu cabo papéu". Não se sabe o motivo de o barulho ter emitido palavras. Quando Danilo percebeu que fez uma coisa muito feia, pensou em sair mar afora e buscar o cavalo e pegar a cabeça, mas só seria possível com a ajuda de Noel. E só, mas assim não se sabe.

Imagem de ilustração no momento que o cavalo arranca a cabeça e o rapaz da um chute nele:




Enjoy.

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A imagem também está anexada, para uma melhor visualização.

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fear is the mind-killer