Os primeiros Drarutok (singular Draruto) surgiram cerca de doze mil anos atrás, na Ilha de Ferro, no extremo norte de Amany. A capa de gordura e músculos e a extrema força física naturais do gênero dare, ao qual eles pertencem, permitiu que ela resistisse aos quatro milênios finais da última Era do Gelo de Amany, desenvolvendo-se desde então e construindo uma estrutura social única e muito eficiente.
Na região onde surgiram os Drarutok, existia outra espécie de dare, muito mais próxima dos ancestrais selvagens de seu gênero que os Drarutok, e também mais fortes. A competição contra a outra espécie, os dare sivarensis, estimulou o desenvolvimento tecnológico Draruto de modo que, em cerca de mil anos, eles haviam conquistado o domínio do ferro, minério abundante em sua região natural, e com ele desenvolveram armas com as quais levaram à extinção seus concorrentes.
A partir do momento em que se tornaram os senhores incontestáveis da Ilha de Ferro, os Drarutok iniciaram seu processo de expansão. Atravessando os mares congelados em embarcações de ferro, eles chegaram até o Continente de Gelo, e a partir dele à atual região da Marjen, a qual ainda hoje é o principal posto continental Draruto. Em seguida rumaram para continente Jiheo, chegando à faixa continental e dominando uma grande parte do território, na época habitado apenas por sociedades Humanas primitivas e Gigantes.
Durante um período de quase mil anos, os Drarutok possuíram o maior império de todo o mundo, com metade do território do Jiheo sob seu domínio, além do extremo norte do Pasar, a Ilha de Ferro e o Continente de Gelo. Muito desse domínio devia-se ao seu monopólio de minérios metálicos, cujas escassas jazidas continentais sempre foram uma razão de guerras entre povos.
O império Draruto, porém, teve sua queda iniciada quando o então Imperador Karnak Varia da dinastia Varia tentou expandir ainda mais o território imperial. O avanço das tropas causou uma grande tensão nos povos dominados, fazendo com que uma aliança fosse formada para resistir às incursões imperialistas. Acostumados ao clima frio das montanhas e guiados pela mente medíocre de Vikan Varia, os Drarutok sofreram diversas derrotas até serem forçados a desistir de quase todo seu território continental.
Após tamanha perda, a sociedade Draruta passou por diversas transformações ao longo dos séculos, até transformar-se num Estado militarista governado por três figuras: O Kar, aquele que acumula o domínio das esferas militar e executiva, o Rakan, responsável pelo legislativo e o Vikir, responsável pelo religioso e pelo judiciário. Exceto pelo cargo de Rakan, os cargos supremos da sociedade Draruta são vitalícios.
A seleção dos governantes se dá por diferentes métodos. Um novo Vikir é apontado pelo Conselho de Juízes, uma grupo de nobres escolhidos por uma comissão de votantes, sempre que o anterior morre e o Rakan é apontado pelo Kar quando esse vê que isso se faz necessário. O Kar, por sua vez, é selecionado através de um método diferente. Sendo, efetivamente, a figura mais importante do Estado, a crença Draruta é de que ele deve não apenas ser sábio, mas também ser o maior guerreiro entre todos. Para tanto, quando um Kar morre, todos os Generais, junto a um batalhão escolhido por eles, são colocados para se enfrentar em jogos de guerra. O vencedor da competição torna-se o próximo Kar. Enquanto a seleção ocorre, as funções do Kar são divididas entre o Vikir e o Rakan.
Sob esse sistema de governo, o Estado Draruto, adquiriu grande importância no cenário sócio-político mundial. Durante a história, houve três períodos em que os três poderes foram postos nas mãos de um único indivíduo.
A primeira se deu entre 1200 e 1280, sob o comando de Faldan Larenkar, sob o comando do qual os Drarutok novamente iniciaram um processo de expansão Imperialista. Esse que foi chamado de Segundo Império Draruto, porém, não durou sequer um século, tendo sido devastado pelos Humanos do Norte numa série de guerras que resultaram no início do que se chamou de Era das Trevas.
Os outros dois casos onde um único indivíduo concentrou em si todo o poder de governo foram entre 1835 e 1850, no governo de Fewon Virinkar, e atualmente, com Piudans Abisir.
A partir do século XV, com os poemas épicos de Fedor Kenkir, surge entre os Drarutok uma forte corrente literária que passa por diversos períodos, até se consolidar no século XVII, com o movimento realista encabeçado por Perkon Worenker, como a mais influente literatura de todo o mundo, levando muitos membros de outros povos à Ilha de Ferro para estudar as correntes literárias Draruta.
Durante a Grande Guerra, o estado Draruto declarou apoio oficial aos revolucionários, unindo-se aos Humanos no combate aos Deuses.
A economia Draruta é voltada para o comércio externo dos minerais extraídos de seu território, bem como para a venda de maquinário e de sua avançada tecnologia bélica para outras nações.
Entre todos os povos, apenas os Mascarados possuem uma tecnologia independente de Magia mais avançada que os Draruto. Usando dos abundantes minérios metálicos em seus territórios, os Draruto desenvolveram as únicas armas de fogo utilizáveis em campos de batalhas tomados por usuários de Magia, além de possuírem, ainda que não muito eficazes, aeronaves e um avançado parque industrial.
Diferente da maioria dos outros povos, Drarutok possuem uma estrutura social que privilegia os indivíduos do sexo masculino. Enquanto eles são responsáveis pelas pesquisas, exercem funções militares e ocupam cargos de poder, as mulheres ocupam apenas cargos da indústria primária e cuidam dos recém-nascidos, sendo consideradas inferiores. Existe mesmo certo estigma social em Draruto cujos primeiros filhos são meninas. Não existe na cultura Draruta uma instituição similar a casamento, havendo um tipo de responsabilidade social geral quanto ao cuidado dos infantes.
Embora seja um povo essencialmente racionalista, Drarutok possuem uma série de mitos criacionistas que narram uma guerra em que eles são liderados por um deus até a conquista de todo o mundo. Tal mito tornou-se parte fundamental da cultura Draruta, sendo usado por seus líderes para justificar suas tendências imperialistas.
Os Drarutok são dare bípedes de grande porte, com muito pouco pelo e de constituição física avantajada. Sua estrutura óssea é pesada e resistente, o que, somado à musculatura rígida, uma grossa capa de gordura que lhes recobre o esqueleto e uma pele rugosa e dura, os tornam extremamente resistentes a impacto, sendo capazes de, em certos casos, resistir até mesmo a tiros de bestas.
Devido à estrutura facial, posicionamento e inclinação dos olhos, o ângulo de visão binocular desses seres é menor que o normal, porém eles conseguem enxergar bem o suficiente para ver uma vela a cerca de cem metros de distância. O olfato e o tato Drarutoku são extremamente débeis, enquanto sua audição é ligeiramente imprecisa. Essas falhas são compensadas pelos seus chifres que, na realidade, são órgãos sensoriais capazes de sentir mesmo as mais leves mudanças de temperatura do ambiente.
Devido à falta de alimentos em sua região natal, a seleção natural fez com que os Drarutok se tornassem onívoros capazes de até mesmo adquirirem nutrientes a partir de minerais brutos, algo possível devido ao seu sistema digestório e mandíbulas poderosas capazes de facilmente triturar aço.
Devido ao pesado treinamento militar pelo qual passam, os corpos dos Drarutokupassam a liberar uma substância anestésica que os torna completamente insensíveis à dor.
Uma das habilidades mais estudadas dos Drarutok é sua capacidade de metamorfose. Acredita-se que sua capacidade dese transformar em todo animal que vêm é um tipo de habilidade psíquica inerente que acessa e modifica as informações do indivíduo no Compêndio Geral do planeta. Devido à impossibilidade de se confirmar a informação, os estudos jamais saíram da fase de hipóteses.
A reprodução Draruto é sexuada e os filhotes nascem de ovos que são chocados pelas fêmeas.
Os poucos canais de mana existentes nessas criaturas são ligados a um órgão interno localizado no tórax, próximo ao coração.
Existe pouca variação racial entre os Drarutoku e quase nenhuma variação étnica, devido ao controle contínuo do núcleo principal e da relativa proximidade de todo o território à capital.
A expectativa de vida Draruta gira em torno de 75 anos, embora grande parte morra antes disso devido ao pesado treinamento pelo qual passam e às contínuas guerras travadas por esse povo, além do envenenamento pelos gases tóxicos liberados pela extração mineral em toda a Ilha de Ferro.