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Guerra em SP

Iniciado por Hanzo, 07/11/2014 às 23:17

Depois de um bom tempo olhando para a folha branca, segue o texto que saiu como exercício:




O caça Super Tucano passou baixo, atirando contra as linhas inimigas. O som de seu motor era ensurdecedor. Explosões, disparos e gritos compunham o som em conjunto com a chuva forte. O cenário era desolador.

Prédios destruídos, postes caídos, veículos pegando fogo, mesmo sob a chuva forte que castigava os soldados que combatiam a invasão estrangeira. Poucos diriam que ali já fora a Avenida Paulista, hoje aquele lugar era apenas um campo de batalha.

Balas passavam raspando o capacete do soldado Silva todas as vezes que ele se levantava para alvejar seus inimigos. Alguns projéteis paravam na carroceria do carro tombado que servia de abrigo, outros passavam e não o atingiam por pura sorte.

Mais um Super Tucano passou, evitando que por alguns segundos a chuva atrapalhasse a mira do soldado. Nessa pequena brecha ele conseguiu atingir um dos inimigos que tentava trocar de abrigo, buscando uma posição mais vantajosa.

O caça foi abatido em seguida, caindo próximo a Rua Augusta. Sua explosão, no entanto, pode ser ouvida dali. O soldado Silva voltou a se abaixar assim que viu o caça inimigo acertando o Super Tucano, e foi bem a tempo, pois uma rajada de metralhadora o teria acertado em cheio.

O soldado Pereira, que estava ao seu lado atrás do carro tombado, caiu, praticamente junto com o caça. Ele foi atingido pela rajada que teria matado o soldado Silva também. Com mais essa baixa, as tropas brasileiras estavam quase perdendo o controle da Avenida Paulista. Não havia muitos outros soldados ali para impedir o avanço do exercito inimigo.

Silva correu para trás de outro carro destruído, tentando se aproximar de outro pequeno grupo que defendia a linha brasileira. Contudo antes que chegasse a barricada montada pelos seus irmãos de farda, uma bala o acertou na perna.

Se jogando atrás da carcaça de carro, Silva se virou para trás, a procura do homem que o tinha atingido e, mesmo com toda a chuva, ele pode ver. Do outro lado da rua, entre os escombros do que fora um prédio comercial, um soldado inimigo recarregando sua arma.

Ele então fez mira e disparou, acertando seu alvo em cheio. A bala atravessou a cabeça de seu adversário, fazendo sua arma cair antes de ser totalmente preparada para voltar ao combate. O corpo cambaleou por alguns instantes antes de cair de joelho e em seguida de cara no chão.

O soldado brasileiro se ajustou atrás da carcaça, na tentativa de tentar se proteger o máximo possível naquele local. E foi quando ele viu que, próximo de onde estava antes, ainda havia um irmão de farda.

Era o soldado Eliezer e ele estava em apuros. Usando alguns escombros como cobertura, ele disparava contra os soldados inimigos, mas já não tinha ninguém cobrindo sua retaguarda, e Silva podia ver homens se aproximando pela rua lateral, iriam pegá-lo por trás.

Rapidamente Silva apontou seu fuzil e disparou contra os homens que tentavam pegar de surpresa Eliezer. O soldado brasileiro, por sua vez, assustado com os disparos que vinham em sua direção, voltou sua atenção para Silva, e quase disparou. Ele então o reconheceu, e entendeu de imediato que tinha que sair dali.

Esperou alguns segundos e correu em direção ao corpo caído do soldado Pereira, ali ele estaria um pouco mais distante da rua lateral, por onde os invasores começavam a surgir. Enquanto corria ele viu o soldado Perez, que estava na barricada, apontando seu rifle em direção aos agressores.

Protegido por Silva e Perez, Eliezer conseguiu chegar mais próximo de seus dois companheiros. Após mais uma corrida, Eliezer chegou até onde estava Silva e o ajudou a se levantar. Perez trocou o rifle que estava utilizando por um fuzil e disparou incessantemente contra a linha inimiga, abrindo uma brecha para que seus dois companheiros pudessem correr em direção à barricada.

Os três se juntaram atrás dos sacos de areia que formavam o último posto avançado de defesa.  Uma granada caiu bem perto de onde eles estavam explodindo parte dos sacos e jogando areia para o alto. A situação não estava nada boa.

Mais e mais soldados inimigos começaram a chegar àquela parte da Avenida Paulista, enquanto a chuva começava a maneirar. Silva, Perez e Eliezer começavam a ficar sem munição e sem muitas opções e se perguntavam onde estava o Cardoso.

O soldado Cardoso era o último integrante daquele grupo de soldados brasileiros. Ele havia avançado por outra rua tentando conseguir uma posição mais vantajosa, mas eles não sabiam se ele ainda estava vivo ou não, ele não respondia seu rádio.

O fuzil do soldado Silva foi o primeiro a apontar a falta de munição, ele então o jogou de lado e sacou sua pistola automática. Na sequência Eliezer fez o mesmo. Os inimigos começavam a cerca-los na barricada.

Perez jogou o fuzil e buscou sua automática, mas antes que pudesse saca-la, um dos inimigos apontava sua arma para ele. Por um segundo ele achou que fosse o fim, mas então uma bala lhe atravessou a cabeça, derrubando-o morto dentro da barricada.

Cardoso enfim havia dado o ar de sua graça. Ele havia encontrado alguma dificuldade para chegar até o quinto andar de um prédio parcialmente destruído. Ele havia entrado em combate contra alguns soldados inimigo, mas havia conseguido triunfar.

Em posição vantajosa agora, ele acertava um por um os soldados inimigos que sem saber de onde vinham os tiros tinham dificuldade de revidar, e quando tentavam se deslocar eram invariavelmente atingidos por disparos vindos da barricada.

A ponta do rifle do soldado Cardoso já estava quase queimando quando finalmente mais soldados brasileiros chegavam ao posto avançado, afastando por mais um dia os invasores daquela área da cidade.

Mais um dia havia terminado. Mais uma batalha vencida pelos bravos soldados brasileiros, mas até quando eles conseguiriam resistir? A cada dia os invasores atacavam com mais força as linhas verde-amarelas.

Mais um dia em que os quatro amigos haviam terminado vivos e unidos. O fim da guerra ainda estava longe, mas pelo menos por hora, eles tinham motivos para comemorar.

FIM