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Crônicas do Kazu - Clichês

Iniciado por Kazuyashi, 16/12/2012 às 18:16

16/12/2012 às 18:16 Última edição: 17/12/2012 às 08:37 por Kazuyashi
Crônicas do Kazu
Crônica 01 - Clichês


Escrito por Kazuyashi em 23/03/2012



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Observações
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OBS: contém palavras de baixo calão. Se você possui algum pudor com relação a isso, por favor, peço para que não prossiga na leitura.

OBS²: o texto é uma mescla de linguagem formal e informal. Às vezes o informal pode se tornar mais informal ainda. Há também palavras de origem estrangeira, neologismos e citações entre aspas.

OBS³: este texto foi escrito enquanto exercia o cargo "redator" da comunidade Centro RPG Maker.

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Crônica 01 - Clichês
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Estava hoje no ônibus, voltando para a casa, quando comecei a pensar sobre o que escrever para o fórum. Assumi o posto de redator da comunidade há alguns dias, porém sequer elaborei uma única matéria. Após algumas várias matutações, idéias mil percorrendo à minha cabeça e buzinas irritantes e descompassadas no engarrafamento caótico do Rio de Janeiro, concluí que não tinha assunto nenhum para tratar. Ou melhor, assunto tinha: poderia entrevistar algum maker, fazer um review de um projeto qualquer, buscar novidade qualquer que fosse, e uma infinidade de outras possibilidades. Mas a questão, meu amigo leitor, é que eu não queria abordar nada daquilo. Queria fugir daquilo. Queria me desligar completamente daquilo. Falava para mim mesmo: "Fala sério, zé mané! Todo mundo faz aquilo. Faça algo diferente, porra!" E eu estava, realmente, quase buscando soluções aleatórias que me proporcionariam uma inovação insana e desconhecida. Algo que poderia revolucionar a forma como as comunidades makers faziam suas matérias. Algo que ficaria na história como a mais bem articulada idéia já concebida por um reles escritor. Algo que...

BII! BIII! BIIIIIIIIIII!

– Entenda "bi" como referente à buzina –

"CARALHO! Perdi a porra da idéia!"... – era tudo o que eu pensava naquele momento.

A idéia me havia escapado da mesma forma que me havia surgido: do nada e em uma fração de segundo. Acontece que depois disso, meu amigo leitor, eu fiquei puto. E eu fiquei muito puto mesmo! Mas essa minha putacidade não foi ruim. Sou grato a essa buzina filha da puta que me fez perder a idéia. Sou grato por que sei que esta idéia, taxada por mim como completamente inovadora, seria impossível de suscitar. Seria impossível pelo fato de que nada é completamente inovador. Não há razão tentar criar algo completamente inovador. Não há razão e não há meios de se criar algo completamente inovador. É impossível para mim, para você e para o mundo. E isso me fez pensar que não havia razão para não abordar assuntos que fossem do meio comum.

Com medo de perder mais alguma idéia, tal como um pistoleiro sacando a sua arma, saquei o meu caderno do Flamengo e uma caneta BIC das mais vagabundas da mochila, pondo-me a escrever. Escrevi sobre algo que eu há muito gostaria de abordar. Sobre um assunto já muito discutido e clichêrizado, que é o próprio assunto "Clichê".

No primeiro parágrafo do meu texto feito à base de tremeliques ônibuzais, escrevi: "Não invente indiscriminadamente. Você não precisa criar uma coisa completamente nova. É impossível criar algo completamente novo, tendo em vista que tudo que criarmos será baseado em criações já existentes. Não é difícil concluir que, com base nisto, tudo que existe é clichê. E isto mesmo que seja um clichê 'inovador'. Portanto, se a idéia que você tem em mente já foi usada e abusada, por favor, meu amigo... continue usando e abusando dela!"

Após alguns outros tremeliques, e antes que eu pudesse continuar escrevendo o meu texto, escutei uma menina– menina incrivelmente GOSTOSA, diga-se de passagem– que estava sentada ao meu lado falando ao celular. Ela estava conversando com alguma amiga, e a conversa, vou tentar sintetizá-la aqui para vocês: "Ai, amiga, eu estou sozinha por opção, sabe... eu quero um homem que me complete. De verdade. Quero um homem que seja romântico, carinhoso, inteligente, de bem com a vida... um homem que me dê flores sem precisar de uma ocasião especial para isso. Quero um homem que me escute sempre, que construa uma vida comigo, que diga 'eu te amo' sem medo de se achar idiota por isso... ele não precisa ter beleza física, ser atlético, nada... eu só quero que ele seja a pessoa mais incrível do mundo pra mim... quero que ele seja..." e blá, blá, blá. Ela enveredou-se a falar neste comum pensamento feminino. Eu dei uma de fofoqueiro, larguei um pouco a caneta e fiquei a ouvindo falar sobre o mesmo assunto por vários minutos com a amiga. Juro para vocês que estava quase interrompendo a conversa das duas e falando: "Prazer. Homem feio, porém completo, de verdade, romântico, carinhoso, inteligente e feito sob medida pra você, SUALINDA" – ela era MUITO gostosa– mas decidi me abster.

Com o passar do tempo, outros assuntos entre as duas foram levantados, quando, então, em determinada parada do ônibus, atravessa a roleta um cara sem camisa. Vocês acreditam que a gostosa do meu lado teve a petulância de dizer para a amiga: "Nossa, amiga... passou um gostoso aqui agora que só Deus! Ô esse homem lá em casa, heim?! Ia deixar ele louco! Nossa, ele é todo sarado, atlético, bonito... Por que eu não acho um homem assim, amiga?" ?!

Juro pra vocês que aquela situação me deixou igualmente puto e descontraído. Puto por que a mina era uma hipócrita, escrota e vadia. Descontraído por que ela era uma hipócrita, escrota e vadia. Tive que rir, mesmo que internamente. Fiquei imaginando o quanto de tempo havia desperdiçado ouvindo aquela conversa, embora ela também houvesse me dado uma idéia. E essa idéia se estenderia por alguns parágrafos do meu texto sobre o clichê. Segurei firme a caneta e pus-me a continuar escrevendo. Ficou assim: "As pessoas são hipócritas. As pessoas são totalmente irônicas. E ironia que digo é na real acepção da palavra, que nos traz à tona o significado de 'contraditórias'. As pessoas são contraditórias. Todas dizem não gostar do clichê e querer fugir dele em absoluto, quando, na verdade, por trás da cena, elas o idolatram. Elas amam o clichê, de verdade."

Escrevendo com letras garranchais, dignas de causar inveja a qualquer médico do mundo, e acrescentando os solavancos nada agradáveis do ônibus, passei para o próximo parágrafo: "Posso pautar a minha tese em um fenômeno real e do cotidiano: a novela televisiva. Não assisto novela, mas o desenrolar e desfecho dela são totalmente intuitivos. Sei que toda novela, não importando o pseudo-assunto que ela finja tratar, sempre terá um triangulo amoroso, um personagem estupidamente bom e inocente (que pode pertencer ao triangulo amoroso citado acima ou não), que sofrerá a trama inteira e encontrará a paz somente no último capítulo. Terá também um vilão extremamente cruel, usufruidor dos meios mais ridicularmente manjados para fazer o personagem bonzinho sofrer e o espectador se contorcer de raiva. E, no final da série, este vilão poderá ainda se tornar um bom moço (moça) ou morrer incendiado (a) ou por tiros (as) – usei dicotomia no 'tiros' de brincadeira. Odeio usar dicotomia – e por que toda novela é igual? Simplesmente por que o público que a assiste prefere assim. As pessoas, de modo geral, não gostam e não estão acostumadas a mudanças. Então, por mais diferente que seja o enredo da série, ele, após algumas enquetes de audiência, será completamente distorcido e modificado em seu decorrer. Simplesmente material novo não dá audiência. O que dá audiência é o bom e velho clichê."

Meu texto pró-clichê estava ganhando forma. Eu tinha ciência que não estava ficando bom, mas decidi continuá-lo. Pior que eu ainda me permitir dar algumas viajadas, o deixando mais sem noção ainda. E não, meu amigo leitor, antes que você pergunte: eu não uso drogas. O parágrafo se sucedeu da seguinte forma: "O mesmo acontece com a nossa linda história clichê. Não a mude por completo! Simplesmente terá trabalho em vão. Primeiro por que você não vai conseguir criar algo novo em essência e vai se matar tentando fazer isso. Mas, como por regra, toda regra tem uma exceção, supondo que você consiga criar algo completamente novo, certamente não terá público algum para assisti-la e contemplá-la. Portanto, não abandone o clichê. Pense no clichê como se fosse o seu filho! Você abandonaria o seu filho? Ele pode se sentir mal, se zoado pelos colegas por ser careta, feio, sem estilo... realmente pode se configurar um quadro de bullying e seu filho querido entrar em depressão. Mas você abandonaria o seu filho por conta disso? Você deveria ajudá-lo a melhorar, a dar a volta por cima. Deveria comprar roupas novas para ele, dar um trato em seu visual e deixá-lo a coisa mais fofa do mundo. Com isso, os colegas não mais implicariam com ele e pode até ser que ele consiga uma namoradinha. Seu filho clichê entrará em harmonia com a vida, com o resto do mundo. Entretanto, por mais diferente que possa estar, ainda seria o seu filho. Ainda seria, em essência, o menino que você colocou no mundo. Por isso, pais, não abandonem os seus filhos clichês."

Terminei de escrever. Estava, naquele momento, convicto de que tinha escrito o texto mais lixo que eu poderia em toda a minha vida. E justamente sobre um assunto que eu sempre quis escrever. Meu dia não estava bom, e eu escrevi algo menos bom ainda. Fechei e guardei o caderno, guardei a caneta, desci do ônibus e tomei meu caminho para casa.

"Espero que da próxima vez consiga escrever um texto e uma matéria decente" – Foi o que pensei, enquanto observava a gostosa e o cara sem camisa saindo de mãos dadas do ônibus e indo sabe-se lá para onde e que fica a cargo da imaginação de cada um fantasiar.

já começou com tudo ein cara? O seu texto é muito bom, adoro o jeito como tu escreve, num estilo meio que descontraído com as coisa mas ao mesmo tempo bem cuidado. Muito legal o tema também cara.
Sério, num consiguiu falar com a minina ? kkkk eu também naum conseguiria kkkk
quero ver mais textos desses por aqui tabem? flw brother

16/12/2012 às 21:23 #2 Última edição: 05/09/2019 às 14:52 por NumPaD
Erro 404!
A mensagem não foi encontrada!

iNumPad, a BIC também vende lápis, são aqueles lapisinhos verdes xexelentos saco

16/12/2012 às 23:52 #4 Última edição: 05/09/2019 às 14:54 por NumPaD
Erro 404!
A mensagem não foi encontrada!

é mesmo nem saquei cara kkk claro que pode ele é o Kazu po@&%#a.

se acha essas mina hipócrita, é porque tu num viu as garota daqui de fortaleza, tem umas que se dizem "crente" abrem as pernas pros primeiros que falarem com elas. A sociedade tá perdida viu. :rick9:

Citação de: riepermaster online 16/12/2012 às 19:04
já começou com tudo ein cara? O seu texto é muito bom, adoro o jeito como tu escreve, num estilo meio que descontraído com as coisa mas ao mesmo tempo bem cuidado. Muito legal o tema também cara.
Sério, num consiguiu falar com a minina ? kkkk eu também naum conseguiria kkkk
quero ver mais textos desses por aqui tabem? flw brother

Fala, Rieper! Obrigado pelas palavras e pela presença, cara! Hahahaha, pois é, nem consegui. Azar o dela, hunf! hasuashuashuashasu zoa. Logo mais, eu posto outros! Obrigado novamente!

Um grande abraço!

Citação de: iNumPad online 16/12/2012 às 21:23
Boa Kazu, só acho que há um errinho no final:
"Fechei e guardei o caderno, guardei o lápis, desci do ônibus e tomei meu caminho para casa."
Mas você não estava escrevendo com uma BIC bem vagabunda?

Fala, NumPad! HUAHUAHAU nossa, cara, como é eu não vi isso?! Olha que perdi as contas das vezes em que revisei esse texto!  Realmente, estava escrevendo com uma caneta. Deve ter sid oa situação que me deixou nervoso e me fez trocar as bolas. hahaha Obrigado mesmo pelo aviso! Um grande abraço!

Citação de: riepermaster online 16/12/2012 às 22:35
iNumPad, a BIC também vende lápis, são aqueles lapisinhos verdes xexelentos saco

Verdade, Rieper, mas eu errei mesmo, cara. hauhaua era pra ser a caneta em específico. hehe

Um grande abraço!

Citação de: iNumPad online 16/12/2012 às 23:52
Citação de: riepermaster online 16/12/2012 às 22:35
iNumPad, a BIC também vende lápis, são aqueles lapisinhos verdes xexelentos saco
Opa você tem razão sim, mas se liga nesse trecho:
".. saquei o meu caderno do Flamengo e uma caneta BIC das mais.."

É um errinho, nada de mais, o Kazu pode(xD  :ded:)


Ei Kazu que mina hipócrita 100%! Depois elas saem com o cara errado e são estrupadas e ficam chorando por ai, mas elas nem se dão valor! Falam que querem carinho, mas é só ver uma pic..... que correm atrás.

Owwn  :*-*: mas que nada, não tenho o direito de errar não, mesmo às vezes errando! hehehe E é verdade, cara. Mas o que mais têm são mulheres hipócritas. Já refleti muito sobre isso e sair com o cara "errado" é tudo o que elas querem. Mas isso é assunto para um outro texto e outra conversa! hehe. Obrigado novamente, rapaz! Um grande abraço!

Citação de: riepermaster online 17/12/2012 às 01:07
é mesmo nem saquei cara kkk claro que pode ele é o Kazu po@&%#a.

se acha essas mina hipócrita, é porque tu num viu as garota daqui de fortaleza, tem umas que se dizem "crente" abrem as pernas pros primeiros que falarem com elas. A sociedade tá perdida viu. :rick9:

Owwwn  :*-*: que nada, não tenho esse direito não, rapaz! rs. HAUHAUHAUAHU, eu ri, Rieper. Pior que eu acredito. Aqui também há umas no mesmo perfil. A sociedade está perdida mesmo. Na verdade, sempre foi. hehe Obrigado novamente, rapaz! Um grande abraço!

Kazuyashi.

Kazu, sumido  :*-*:
Como eu já disse em outras ocasiões, o texto é verdadeiro e nos tira boas risadas, haha! Você tem um puta talento pra escrever, cara! KK Sempre rio na parte da menina D=
Mas enfim, é bom vê-lo novamente por estes fóruns  :XD Faz tempo que não te vejo por aí.
Espero que poste novos textos!

Abraços!
fear is the mind-killer

17/12/2012 às 12:31 #8 Última edição: 05/09/2019 às 14:52 por NumPaD
Erro 404!
A mensagem não foi encontrada!

@Filipão

Muito obrigado pela presença e pelas palavras, meu amigo! Que nada, o grande escritor aqui é você. Você é um dos poucos ídolos que tenho no mundo maker! Andei sumido, mas estou de volta! hehe E espero ver os seus textos por aqui também! Mais cedo eu pude dar uma olhada na lingua que você criou. Fiquei espantado com a genialidade! Muito bem projetada, cara! Gostei demais! Parabéns! =)

Um grande abraço!

@NumPad

Opa, que bom que eu acertei o nick! Huahah E não posso escrever matérias oficiais para a CRM, mas você me deu uma ótima idéia, cara! Futuramente, farei um texto sobre hipocrisia. Aliás, já escrevi um texto sobre falsidade antes, agora que lembrei. Ele está perdido em algum lugar aqui no computador. hahaha Quando o achar, eu o posto!

Um grande abraço e obrigado novamente pelas palavras.

Kazuyashi.