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[Conto Mítico] O dragão

Iniciado por rieperTHEmaster, 15/01/2015 às 15:33

15/01/2015 às 15:33 Última edição: 15/01/2015 às 16:05 por rieperTHEmaster
Olá a todos  :XD:
Eu irei aqui, colocar um trabalho meu, um conto com raízes filosóficas que escrevi a alguns tempo.
Aqui eu faço uma breve comparação de um certo sentimento que o ser humano possui com a mitológica criatura que fascina a todos, o dragão.
Espero que gostem desse trabalho, conforme o feedback eu posto outro trabalhos do mesmo gênero por aqui, ok?  :ok:

Spoiler

        A cidade está quente, muito quente... não se pode falar isso de uma maneira simbólica, a cidade realmente está fervendo. O Inverno reina por aqui, mesmo assim, parece que o inferno caminha por todas as ruas, becos e vielas da cidade.

        Os mais belos edifícios, as mais diversas arvores nas mais magníficas praças que o homem poderia ver no mundo, hoje não se compara nem mesmo um corpo putrefato a feira dessas plantas, os prédios tombaram com o tempo e nem se equiparam a sombra do que um dia já foram. Em resumo, essa cidade morreu, junto com as pessoas que moraram aqui. Hoje, a única coisa que vive aqui é o fogo! O mesmo fogo que construiu tudo isso, teve o poder para reduzi-lo a míseros montes de cinzas que o vento teve o mesmo prazer de destruir.

        Muito falei mas nada expliquei. Não deixemos de lado todo o meu simbolismo sentimental até aqui exposto, pois será desta forma que contarei como o mais poderoso dragão que o homem conhece possui tanto o poder de construir, quanto o de destruir, teve o poder de construir a mais formosa cidade e a deixou perecer para o seu criador.

        Suas majestosas garras podem rasgar os mais vis desejos da alma de todos, ao mesmo tempo dá vida ao senso do poder, a crença da invencibilidade, de tudo poder, de tudo ser.
Seu fogo, disparado da sua poderosa boca ornamentada com as mais belas presas de todo mundo, tem a capacidade de destruir todo mal que assola a mente e o coração do homem e assim como as garras, faz crer que é capaz de desafiar o próprio deus.

        O dragão também é armado de magníficas asas, tão grandes quanto os céus, tais asas lhe dão o dom de ir até onde nenhum outro homem jamais foi, alcançar o topo do céu, chegar na mais alta montanha.

        Mas saiba, ô grande dragão, que tu não voarás para todo sempre, e quanto mais alto estiver mais fatal será tua queda.

        Saiba, ô grande dragão, que teu fogo não queimará pela eternidade, um dia irá chover, e tudo que ele queimara voltará a viver como no passado.

        Saiba, ô grande dragão, que tuas garras um dia irão envelhecer e não serão capazes de nem mesmo cortar a mais frágil flor que nascer nos campos.

        Tuas afrontas, que foram responsáveis pelas mais majestosas criações que o homem já fez, hoje não passam de heresias aos olhos dos mais educados, dos mais santos e dos mais racionais. Tu dragão, que tanto criou, é hoje culpado pela destruição, tu que tanto fez, é o culpado por acabar com tudo, tu que tanto teve, quis ter mais, e foi essa a lança que te empalou.
       
        Não consegues enxergar?! Tu és o teu dragão, tu tens em ti o dragão! Todos vivemos a sombra do dragão que vive dentro de vos. Essa criatura te idolatra, te ergue, te constrói, mas se não domá-la, irá causar a tua queda, e de todas as quedas que existem, a queda do dragão é a mais formosa, a mais perigosa e a única que não te deixa levantar tão fácil.   
Quanto mais tu alimentar teu dragão, mais faminto ele se torna. Quão mais tu deixas teu dragão voar, mais alto ele irá. Quão mais tu deixar teu dragão queimar, mais vil ele se tornará. Teu dragão é teu reflexo, teu espelho.

        E da cidade que o dragão constrói? Olhe pra ti, o que vê? A mais perfeita construção que existe. O dragão é responsável por isso. Ele te dá a força para se erguer, te dá as asas para querer ir mais longe, te dá o fogo para destruir teus obstáculos. Teu dragão que te constrói, pois assim ele pode existir.

        E da cidade que o dragão destrói? Olhe pra ti, consegue ver algo? O que um dia fora p apogeu da própria existência, hoje nada mais é uma vítima do próprio dragão. Ao mesmo tempo que ele lhe constrói, aos poucos ele te corrompe, o fogo se tornará mais intenso, as asas te levarão até onde não queira mais ir, e a força aos poucos te enfraquecerá. O dragão constrói, o dragão destrói.

        A tua cidade hoje está quente? Consegue ver as mais belas vistas nesta altura? Sente tua força derramando por ti? Tu um dia já foras tudo, mas hoje, tu sucumbiste ao teu dragão.
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