Reflexões tácitas de um velho.

[Kvothe]

 E aí povo. Como tinha postado aqui o poema "Era uma vez... #1", decidi-lhes trazer um texto baseado nele. Quem quiser vê-lo completo, clique aqui. Se puderem me dizer o que acharam, agradeço.

'Sobre'

Acompanhe a reflexão de um homem débil até sua velhice sórdida, onde sua maior libertação é a morte. Baseado em um poema de minha autoria, "Era uma vez...".

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'Prelúdios da infância'

Às vezes sinto que desperdicei minha vida por completo. Infância aconchegante tive eu, àquela que se floresce tímida nas almas das crianças, as pequenas balas de dez que se compra na esquina, o joelho ralado ao tarda-se do dia, às roupas sujas de barro, são as únicas lembranças que me restam para contar. Passei parte da minha vida trancafiado em um caixão cinza, que nem sei se era noite ou dia. Recordo-me vagamente, de como era o avermelhado céu ao fim do dia, do aroma suave que cintilava da cozinha de mamãe. Lembro-me das poucas cores e fragrâncias que me preenchiam, do perfume de vovó quando aprontávamos para ir à igreja aos domingos. Solenemente lembro das construções vazias e assombradas, das quais as crianças brincavam de se esconder. De uma infância cheia e intangível ao presente, transita a ideia de uma linha tênue, que separa o brilho do escuro, de uma vida sem cores e perfumes.

Desprovido de uma vida colorida e aberta, trago-lhes como em um conto de "Era uma vez..." as recordações de uma vida tácita e cinza.

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[Nandikki]

Gostei, mas pensei que acompanharia toda sua vida, não apenas uma pequena parte dela. De qualquer jeito, eu gostei.