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Por favor avaliem meu texto

Iniciado por Gabriel_257, 05/09/2015 às 12:56

Olá, meus caros, eu gostaria que por favor avaliassem esse início de roteiro, ambientado no final do século XIX na Europa. Não tenho certeza se vou transformá-lo em um projeto de jogo, mas de qualquer forma gostaria que me dissessem o que acham dele. Grato desde já!   

Spoiler
"Na porta do pequeno edifício de dois andares, cujo visual futurista trazia assombros aos habitantes daquela cidade europeia do século XIX, encontrava-se um casal de cientistas. Todos tinham medo de se aproximar daquele local, devido aos rumores de que aqueles cientistas faziam experimentos "proibidos". Tudo aparentava estar normal naquele dia, exceto para esse casal, que acabara de chegar de viagem de outra cidade. Ambos aparentavam possuir por volta de 30 anos de idade, eram pálidos e com um bom porte físico, ela mais alta com longos cabelos loiros e olhos azuis, ele mais baixo com cabelo e olhos igualmente negros.    Naquele momento, que parecia ter congelado no tempo, ambos estavam com um crescente receio de entrar no prédio, e mal podiam balbuciar palavras. Finalmente, após algum tempo, engoliram em seco, o homem falando primeiro:
   - Finalmente chegamos... - ele disse, estupefato.
   - Os outros estão aí dentro? - indagou a mulher.
   - Aparentemente. Temos que fazer o que pudermos para impedir que essa praga se espalhe para outros lugares.
   - Precisamos pegar uma amostra do material genético do experimento para que possamos estudá-la em detalhe.
   - Então você acha que o experimento passou por uma mutação?
   - É o mais plausível, não tem como nosso experimento ser um agente nocivo desde o princípio, fizemos todos os testes possíveis!
   - Sim, nossa ciência é perfeita. Não podemos simplesmente ter errado, isso é inconcebível!
   Ouve-se uma série de gritos vindos do segundo andar. Ainda no saguão, os dois cientistas percebem que estão perdendo tempo ali no saguão. Decidem, por fim, correr à origem dos gritos. Sobem as escadas em espiral com pressa, mas se deparam com uma figura disforme, coberta com uma mole massa cinzenta que aparentava mover-se apenas por instintos. Ela parte para cima dos dois cientistas, mas o homem saca uma arma surreal, que dispara uma rajada de energia faiscante, que perfurou o corpo da criatura e a fez começar a derreter, caindo da escada.
   - De acordo com os dados mínimos que consegui obter, esses raios EC possuem a capacidade de causar dano aos tecidos dessa criatura com eficácia - disse o homem, correndo.
   Eles finalmente chegam à sala de onde vieram os gritos. Ainda mais receosos, entraram devagar no recinto, vendo uma figura chocante: em uma das amostras de seus misteriosos experimentos onde cultivavam alguma espécie de micróbio, crescia uma espécie de criatura, de massa cinzenta similar à da criatura que acabaram de derreter. Essa criatura tinha uma aparência horrenda, com um formato que se assemelhava a uma planta, porém com vários tentáculos e uma espécie de lanterna bioluminescente no topo da "cabeça", similar a dos peixes abissais. Os dois cientistas começaram a sentir uma imensa dor de cabeça e um ruído extremamente irritante preenchia seus ouvidos. Ambos acabaram por cair no chão, sendo finalmente capazes de perceber alguns dos tentáculos da criatura sugando alguns de seus colegas de trabalho. O homem não aguenta mais tamanho incômodo e desmaia. A mulher então tentar alcançar a arma, com a esperança de que um tiro de energia poderia destruir tal criatura.
   Ela estica seu braço com toda a energia que lhe resta, porém logo o ruído ensurdecedor e a dor de cabeça intensa se tornaram tão fortes que ela também não resistiu."

   Este foi o último relato que se conhece sobre o caso da cidade de [XXXXXXX], cujos habitantes misteriosamente desapareceram no dia [XX/XX/18XX]. Nenhum grupo de expedição retornou da cidade. Essa história foi estranhamente difundida pelo resto da Europa, porém devido às circunstâncias por trás desse caso, ela provavelmente não passa de um mito.

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   Paris, 6 de Agosto de 1885. Em um hospital localizado em um subúrbio na parte noroeste da cidade, despertava de seu leito, por volta das 10 da manhã, um homem peculiar, de cabelos e olhos igualmente castanhos, alto e musculoso e barba mal feita, e com uma cara de poucos amigos. Ele acabara de sobreviver a uma misteriosa patologia que lhe deixou inconsciente por mais de um mês. Agora estava confuso, especialmente por não saber aonde estava.
   Tentara se levantar, porém estava desorientado, e se não tivesse se segurado em uma estante que estava ao seu lado, teria caído de cara no chão. Percebeu também algo muito estranho: não conseguia enxergar quase nada com seu olho direito, era quase como se houvesse uma mancha nele. Essa mancha tinha um formato peculiar, mas não fazia ideia do que fosse.
   Após essa estranha descoberta, uma enfermeira do local entrou em seu quarto, e ficou surpresa ao ver o homem acordado. Veio direto até ele.
   - O senhor finalmente acordou! Os remédios do Monsieur Pasteur são realmente fantásticos! - exclamou a enfermeira.
   - Onde eu estou? - perguntou o homem com uma voz grossa e rouca.
   - Em Paris, em um hospital. Nós te encontramos inconsciente em uma estrada a oeste daqui. Você se lembra de seu nome?
   - Eugene Brown.
   - De onde vem, Monsieur Brown?
   - Sou um soldado inglês. Estava em uma missão aqui na França, e de repente eu me encontro aqui nesse hospital. Eu estava doente?
   - Sabemos pouco da sua condição, mas você estava inconsciente, então o Monsieur Pasteur lhe administrou um remédio que ele desenvolveu. Ele disse que a causa de sua condição era provavelmente um desses "micróbios".
   - Meu olho direito está estranho, eu não enxergo praticamente nada com ele.
   - Eu chamarei um doutor para averiguar isso. Com sua licença, Monsieur Brown.
   A enfermeira se retira do recinto, e Eugene se senta na cama, pensativo. Não era do tipo que gostava de pensar, era mais um homem de ação, mas naquela hora, tentou se lembrar do que havia acontecido. Tudo que se lembrava naquele momento era de que estava junto de algumas soldados ingleses no interior da França. A tropa não tinha mais do que trinta soldados, e eles não pretendiam atacar nada. Eugene então decidiu que ficar tentando se lembrar disso era besteira.
   Depois de alguns minutos, a enfermeira estava voltando com um médico. Ele se aproximou de Eugene e começou a examinar seu olho direito.
   - Bem, aparentemente não há nada de errado com seu olho - disse o médico.
   - Bem, eu não enxergo quase nada com ele!
   - Que estranho... mas infelizmente eu não posso fazer nada...
   Eugene se levanta furiosamente da cama, intimidando o médico, e começa a gritar:
   - Eu não consigo nem andar direito com esse olho me atrapalhando! E você não vai fazer nada???
   O grandalhão tenta socar o médico, mas devido ao seu olho ele erra seu alvo. Ainda assim, foi suficiente para fazer o medroso urinar em suas calças. Com medo e vergonha, ele sai correndo daquele lugar o mais rápido que consegue. A enfermeira não se conteve e começou a gargalhar, mas logo se recompôs, envergonhada por sua atitude, uma vez que tinha orgulho de sua educação e elegância.
   - Monsieur Brown, eu vou tapar seu olho direito, e verificar se você consegue andar sem perder o equilíbrio.
   A enfermeira pega uma espécie de tampão e o coloca no olho direito de Eugene. Assim que ela o faz, o soldado fica surpreso e solta um grito de espanto.
   - O que é isso??? Eu estou vendo agora o que é essa mancha!
   - O que você está vendo, Monsieur Brown?
   - São alguns riscos cinzas, algo que eu nunca vi antes. Eles estão em pares, cada par numerado de 1 até 22. Os primeiros são bem longos e vão diminuindo.
   - Que estranho, Monsieur Brown. Mas tente andar agora.
   Eugene começa a tentar andar, e sem dificuldade dá alguns passos pela sala. Estava aliviado por finalmente conseguir se equilibrar e ver bem, mas a imagem que via em seu olho direito o deixava preocupado, e ele se perguntava do que se tratava aquilo.
   - E quanto a essa imagem estranha, como eu vou saber do que ela se trata? - pergunta Eugene à enfermeira.
   - Eu não sei podemos lhe ajudar com isso, Monsieur Brown, afinal de contas nem nosso médico encontrou algo de errado com seu olho - ela respondeu, e depois de uma longa pausa continuou, mais animada - Espere um pouco, eu tive uma ideia! Monsieur Brown não pode ser ajudado pela medicina, mas pode ser ajudado pelas pesquisas mais... esotéricas!
   - O que você quer dizer?
   - Recentemente, foi fundada aqui em Paris a Société Française pour Recherche Psychique(Sociedade Francesa de Pesquisa Psíquica).Eles procuram por respostas às questões psíquicas e paranormais, enfim, essas coisas estranhas que vem acontecendo por toda a Europa. Certamente o senhor ouviu falar desses fenômenos estranhos, certo, Monsieur Brown?
   - Sim, eu ouvi falar dessas manifestações. Você acha que minha condição tem algo a ver com isso? Porque eu não vejo nenhuma ligação.
   - Não custa nada tentar, certo, Monsieur Brown? Eu sei aonde fica a sede, eu posso te levar lá agora.
   - Sendo assim, acho que eu irei lá. Mas não imagino que eles vão saber sobre essa imagem.
   Eugene e a enfermeira então saem do hospital, indo em direção à sede da Société Française pour Recherche Psychique. O grandalhão se mantinha cético, não imaginava que os pesquisadores de uma área tão inusitada fossem resolver seu problema, mas não tinha nenhuma outra opção no momento, e queria logo se livrar daquela condição.
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