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Ensine-me* pronomes! (Colocação Pronominal)

Iniciado por Cadô, 15/12/2015 às 13:50

15/12/2015 às 13:50 Última edição: 15/12/2015 às 14:07 por Cadô



                Olá pequenos jovens escritores criadores de diálogos, essa aula é destinada àqueles que querem aprender o uso correto dos pronomes, em específico os oblíquos átonos. É uma aula bem simples e fácil, porém, vi a necessidade do auxílio para quem não entende o porquê do uso de cada um e acaba usando-os aleatoriamente, comprometendo, em muito, o sentido do texto. Muitos autores já se apropriaram dessa dificuldade do brasileiro de usar os pronomes para criar poemas memoráveis, como Oswald de Andrade, com "Me dá um cigarro", quando o correto seria "dê-me". Tentarei explicar tudo o que eu lembrar, já que não sou um linguista; não se restrinjam a essa aula, procurem saber mais, afinal, esse conteúdo é muito incipiente.

                Deixando a introdução para trás, primeiramente, entendam que pronome é um meio gramatical que serve para retomar o nome, para evitar a repetição de palavras. Entendam que existem três tipos de colocações pronominais, três formas em que o pronome relaciona-se com o verbo: Antes do verbo, Próclise, depois do verbo, Ênclise e ao meio do verbo,  Mesóclise, entretanto, essa última é desnecessária, visto que caiu em desuso pela língua portuguesa moderna, pós segunda metade do Séc XX.

                Via de regra, segundo a Gramática da Norma Culta Portuguesa, redigida pelos velhos sábios anciãos, na caverna ao cume do Himalaia, o pronome deve vir após o verbo, digo, ênclise. Ou seja, sempre deve ser "Apresento-lhe, digo-te, amo-me...". Assim, existem exceções que farão que o pronome desloque-se, e é isso que aprenderemos aqui.


Quando o verbo deixa de ser ênclise para virar próclise?

(1) Quando palavras negativas antecedem o verbo de forma imediata.
Ex: Não entregarei-lhe, vira Não lhe entregarei.
Ex²: Ninguém escondeu-se, vira Ninguém se escondeu.

(2) Quando houver as conjunções: "Quando; se; porque; que; conforme; embora; logo.
Ex: Quando trata-se de vencer vira Quando se trata de vencer
Ex²: Parava de comer o mamão conforme sentia-me saciado, esse exemplo tosco vira Parava de comer o mamão conforme me sentia saciado

(3)Quando houver advérbios. Porém, na presença de vírgulas, voltam-se à ênclise.
Ex: Aqui tem-se sossego vira Aqui se tem sossego
Ex:² Talvez mate-o vira Talvez o mate
Ex³: Aqui, trabalha-se, permanece desta forma pelo uso da vírgula.

(4)Em frases exclamativas o interrogativas.
Ex: Deus lhe abençoe!
Ex²: Deus existe?
Ex³: Chega de polemizar falando de Deus! Ainda mais quando a letra maiúscula sugere uma ideia pré-concebida  de existência, induzida na minha mente pela sociedade anterior à mim!

(5)Com verbos proparoxítonos:
Ex: Nós censurávamos-o vira Nós o censurávamos





                                   Lembre-se que as regras de exceção só vale quando as palavras antecedem de forma imediata o verbo. Se houver, por exemplo, um advérbio no início da frase, e depois lá no final houver um verbo, esse verbo continua na ênclise; Levem sempre em conta a liberdade poética. Haverão casos em que o "certo" se encaixará muito pior aos ouvidos do que o "errado". Respeite a língua, porém não vire seu escravo. Saiba quando "errar".



Att, Cadô



Poxa, aprecio tanto gramática, suas aulas são muito bem vindas aqui.
Mesóclise só são legais para filosofar, na correria do dia a dia fica impossível pronunciar uma coisa dessas rsr

Nós censurávamos-o , isso soa terrível de todas as formas.
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Huhu... Isso sim que é aula em! Eu sempre tive dificuldade em Português, mas apenas, especialmente na Análise Sintática, por culpa dos Objetos Diretos e Indiretos, era um inferno isso no 8º Ano, a Morfológica chegou a ser mais tranquila, mas enfim cara, ótima aula em, muito obrigado por dispor  :XD:

Que bom saber que a aula foi bem-vinda. Penso em fazer algumas outras também, para auxiliar tanto os escritores quanto os próprios makers, já que estes também trabalham com o português ao fazer diálogos.
Todos nós sabemos o quão broxante é ver um erro crasso de português em um jogo, perde toda credibilidade.


Att, Cadô

Muito bom!
Ótima aula. Será de grande auxílio para os makers.
Eu particularmente não me preocupo muito com essas coisas quando estou escrevendo textos comuns *como essa resposta*, mas devo concordar com você, pois em um jogo, é de vital importância ter-se (-) esse cuidado. Quanto mais bem escrito os diálogos forem, mais credibilidade o jogo terá.
Obrigado por trazer tal aula, continue com seu trabalho e traga mais quando possível. Tudo será extremamente bem vindo.
Parabéns!