O TEMA DO FÓRUM ESTÁ EM MANUTENÇÃO. FEEDBACKS AQUI: ACESSAR

Batalha na Neve

Iniciado por Hanzo, 09/02/2016 às 19:03

Olá,

bom faz um tempo que não escrevo então talvez esse não seja dos melhores textos que já escrevi, mas ainda assim, acho que vale a pena dar uma lida e me dizer o que acharam! rs...

enfim, boa leitura!




Quem olhasse para a montanha naquela tarde dificilmente conseguiria ver que alguém tentava escala-la, ainda mais em meio à neve que caia desde cedo. Com certeza era uma pessoa determinada a atingir o ponto mais alto da região, o mais rápido possível.

Mesmo vestindo roupas próprias para aquela parte do planeta, aquele era um dia especialmente frio, o que deveria reduzir a velocidade de um alpinista, já que suas mãos provavelmente estariam flertando com o congelamento.

Contudo, aquele que escalava a montanha não aparentava se sentir intimidado pela neve, nem pelo frio, ele subia a montanha com convicção, pois dentro dele havia uma chama forte o suficiente para aquecê-lo.

Movendo-se como se o inverno não afetasse seus movimentos, o elfo já estava próximo de seu objetivo: chegar à vila do gelo. E da parte plana onde a vila havia se instalado, quatro observavam a aproximação do alpinista.

   - Esse é obstinado. – disse um deles.
   - Deve ser um elfo do gelo, assim como nós. – respondeu outro.
   - Apesar dele seus bons movimentos nessa temperatura, duvido que seja um de nós, ou ele já teria terminado a escalada. – ponderou o terceiro.

O quarto integrante do grupo continuou apenas observando, enquanto os três elfos do gelo conversavam a respeito do alpinista. Ao contrario de seus três amigos azuis, ele não era um elfo do gelo, ele era uma criatura do gelo, um Yeti.

Os elfos do gelo são humanoides, normalmente tem altura entre 1,70 e 1,90 e são azuis, podem ter manchas em tons de marrom por toda a sua pele. Os Yetis são humanoides, normalmente com altura entre 2,30 e 2,50 e são peludos. Pelos brancos que cobrem todo o seu corpo, camuflando-os perfeitamente em meio à neve.

As duas criaturas nem sempre foram aliadas, no entanto, desde muito tempo elas juntaram forças para combater os avanços de outras criaturas em seu território, e desde então convivem de forma pacifica.

Quando o alpinista finalmente conseguiu chegar à parte plana, ele se colocou de pé com alguma dificuldade e logo suas mãos se apoiaram em seus joelhos. A subida era árdua, e a neve não havia facilitado em nada o caminho. Após alguns instantes respirando ele percebeu a aproximação de seus anfitriões.

   - Mostre-nos sua face, alpinista. Queremos saber se você é um dos nossos. – ordenou um dos elfos do gelo.
   - Mas é claro que não é, veja a quantidade de roupas que ele esta usando... – comentou outro.

O alpinista endireitou seu corpo, encarando o grupo que havia ido recepciona-lo. Eles puderam então dar uma boa olhada na face branca, levemente corada devido o esforço da subida. Ele baixou o capuz e seu cabelo curto e verde deixava amostra suas orelhas pontudas. Era um elfo das terras baixas, um elfo silvestre.

Antes mesmo dele baixar o capuz os azuis puderam notar a espada embaiada, presa a cintura do elfo. Eles nunca haviam visto um elfo como aquele ali no topo da montanha. Seria uma novidade para a maioria dos elfos do gelo ver um elfo silvestre ali. Eles não recebiam muitas visitas, vez ou outra um elfo dos céus aparecia por ali de passagem, mas elfos da floresta, isso era novidade.

   - O que faz aqui, verde?
   - Eu estou procurando um de vocês, o nome dele é Erick, vocês o conhecem?

Ao ouvirem o nome do elfo do gelo que o forasteiro procurava o semblante de todos os integrantes do grupo mudou, e foi impossível disfarçar que o conheciam, mesmo que eles tivessem tentado, logo em seguida.

   - Nunca ouvimos falar, agora é melhor você voltar de onde veio, silvestre. As montanhas geladas não são lugar para vocês.
   - Bom, pela cara de vocês, devo supor que vocês o conhecem, então devo estar na vila certa.
   - Você não ouviu o que ele disse? Tem essa orelha grande para que, se é surdo?
   - Bom, garotos, se me dão licença, tenho assuntos para resolver com Erick e não vou ficar aqui perdendo tempo com vocês.
   - Último aviso, é melhor você descer agora, pois a queda é bem grande daqui de cima.
   - Último aviso, é melhor vocês saírem da minha frente e me deixarem passar, se não suas mães terão de procurar seus corpos embaixo de toda essa neve que esta caindo, e vai dar um trabalho, ainda mais pra sua mãe, grandalhão...

O Yeti grunhiu e correu em direção ao elfo silvestre, se jogando contra ele em um pulo feroz. O forasteiro rolou para a esquerda, se afastando do desfiladeiro, enquanto o monstro se agarrava a borda, ele não esperava tamanha agilidade de alguém não nativo daquelas terras.

Assim que terminou de rolar e antes mesmo de conseguir ficar de pé, o elfo teve que desviar de mais um golpe, dessa vez uma flecha de gelo disparada por um dos azuis. Rapidamente ele se colocou de pé, dando passos para trás e desviando dos ataques de espada desferidos pelo segundo dos azuis, o que parecia ser o líder do pequeno grupo.

Antes que pudesse sacar sua espada, mais uma vez ele teve de se mover com agilidade para escapar de uma estaca mágica que o terceiro dos elfos do gelo havia criado e atirado contra ele. Com esse ultimo movimento, mais uma vez o forasteiro estava na borda do desfiladeiro.

O Yeti já havia se recuperado e novamente atacou o elfo silvestre, que dessa vez se utilizou da força do ataque em carga da besta para rolar e joga-la contra um das encostas da montanha. Ele rapidamente se colocou de pé e antes que pudesse ser atingido por uma das flechas de seu adversário ele se moveu, colocando o guerreiro entre ele e o arqueiro.

Contudo sua movimentação o colocou na mira do mago, que sem perder tempo disparou outra estaca de gelo contra o alpinista. O elfo silvestre apontou suas duas mãos em direção a estaca e murmurou algumas palavras. Uma rajada de vento deslocou a estaca em direção ao guerreiro, acertando-o em cheio.

O arqueiro mais uma vez teve visão clara para disparar sua seta de gelo contra o invasor. Mas assim que ela se aproximou do alvo ela foi jogada para longe, era como se uma barreira de vento estivesse envolvendo o elfo.

O guerreiro levantou e o Yeti já começava a se recuperar da tontura que o impacto contra a encosta havia causado. Eles se moviam tentando cercar o visitante indesejado. O arqueiro iniciou uma rápida corrida para um local mais alto, buscando uma vantagem territorial.

   - Última chance, crianças do gelo. Saiam da minha frente ou irei acabar com a brincadeira.
   - Pode ir sonhando com isso, verde.

O elfo silvestre sacou uma pequena adaga e manteve sua espada embaiada. O arqueiro colocou uma flecha em seu arco e puxou com toda a sua força, aumentando a tensão do arco. O Yeti que já estava recuperado se colocou atrás do elfo e se preparava para mais um ataque em carga. E o guerreiro apontou sua espada para o alpinista e se preparou para o embate.

Mas foi o mago o primeiro a se mover. Com um rápido movimento de suas mãos, garras de gelo saíram do chão e prenderam as pernas do elfo silvestre, impedindo-o de se mexer, ele agora não poderia desviar dos ataques, ele havia se tornado uma presa fácil.

Tanto o Yeti quando o guerreiro correram em direção ao invasor, ambos atacando em carga contra o imóvel elfo. O arqueiro também disparou sua flecha, precisão e força recalculadas para atravessar a barreira de vento.

Ainda que suas pernas não pudessem se mexer, seus braços ainda estavam livres, assim como sua boca. O elfo silvestre murmurou rapidamente algumas palavras e chamas surgiram ao seu redor, sua barreira de ar agora carrega as chamas e em um ultimo movimento ela se expandiu como em uma explosão, atingindo os quatro agressores.

Toda a neve próxima ao elfo derreteu, assim como as garras de gelo que o prendiam ao chão. Ele estava mais uma vez livre para se mover. No entanto, ele aguardou pacientemente que seus adversários se levantassem.

O Yeti foi o que demonstrou a maior dificuldade para se levantar, o mago não ficou muito atrás. Assim que o guerreiro ficou de pé o elfo o atacou com sua adaga. O choque da pequena lâmina contra a espada fez o elfo do gelo se ajoelhar mais uma vez, e ele olhou sem acreditar muito na força que forasteiro conseguira imprimir com aquela arma.

Vendo toda a cena, o arqueiro incrédulo atirou outra flecha contra o alpinista, e mais uma vez ela passou sem acerta-lo. Dessa vez ele não sabia se o elfo havia desviado, se a barreira de vento ainda estava ali ou se ele havia errado o tiro, mas parecia que ele não seria capaz de acerta-lo.

Percebendo o ataque que se aproximava, o forasteiro rolou para o lado deixando o Yeti trombar contra seu próprio aliado. Assim que terminou de rolar na neve, o elfo atirou sua adaga contra o arqueiro, que foi capaz de desviar, apenas para perceber que o alvo fora na verdade a correia que segurava sua aljava de flechas. Suas flechas agora estavam se espalhando pelo chão.

Da posição que estava o mago só conseguia ver o Yeti tentando se levantar, enquanto as flechas caiam da aljava do arqueiro e quando ele foi capaz de ver o forasteiro ele estava perto de mais.

Um único soco foi suficiente para apagar o mago. O cruzado de direita acertou em cheio o botão de desligar localizado no queixo do elfo do gelo, que bateu as coxas uma contra a outra antes de cair nocauteado na neve.

O guerreiro e o Yeti ficaram de pé e, lado a lado, iniciaram uma corrida em direção ao elfo. O arqueiro pegou uma das flechas do chão e preparou seu disparo com a máxima precisão possível e atirou.

Antes que fizesse qualquer movimento o elfo silvestre percebeu a fina barreira de gelo se formando em sua frente. A barreira de gelo era uma magia potente, quase tão boa quanto à barreira de ar.

Flecha, guerreiro e besta se chocaram contra a barreira, caindo sentados do chão. Sem entender bem o que havia os atingido eles ouviram uma voz familiar vindo de trás deles, vindo da direção da vila.

   - Já chega, meus amigos. Vocês só conseguiram ser mortos se continuarem lutando contra ele.
   - Senhor Erick, o senhor não esta em condições de lutar, pode deixar conosco! – respondeu o guerreiro.
   - Eu não vim aqui para uma luta Erick, seus garotos é que são muito precipitados.
   - E o que o trás até o topo da montanha, Hanzo? – perguntou Erick.
   - Eu vim até aqui para ouvir de você a história que estão contando por ai. Mas pelo estado em que você se encontra, todo enfaixado, e sendo protegido por essas crianças, acho que realmente há alguma verdade nessas histórias.
   - Hum... entendo. Você quer saber se realmente ele esta de volta. Se a criatura que seu avo derrotou e prendeu no fundo do lado negro conseguiu escapar.
   - Sim, é exatamente isso que quero saber.
   - A resposta para essa pergunta é muito simples, Hanzo. Eu não sei se a criatura que enfrentei é a mesma que seu avo derrotou, mas ele se autointitula "Inglorion, o não nascido". E ele é poderoso, muito poderoso.
   - Então talvez seja hora de reunirmos mais uma vez os elfos no Palácio Dourado, no coração da floresta de Turon, para decidirmos o que faremos, Erick. Pois se ele realmente for quem diz ser, teremos um grande problema pela frente.
   - Vamos entrar. Está frio aqui fora para você que veio das terras baixas. Estamos preparando um chá e poderemos discutir o assunto com os anciões... Eles estavam esperando que algum enviado de Turon chegasse até aqui. Só acho que eles não esperavam que fosse você.
   - Vamos sim, achei que nunca iria me convidar para sair desse tempo frio...
   - Vocês, levem Mutin para dentro, se não a neve ira enterra-lo ali na berada do desfiladeiro... E então, Hanzo, como andam as terras baixas?
   - Muito mais quente que aqui... – respondeu sorrindo.

FIM

Opa, gostei da história, seria ótimo vê-la em um jogo!

Até!

:ok:

Clique na imagem e conheça o meu projeto!

"Não importa se você tem magias capazes de destruir mundos ou espadas de 3 metros. Uma simples porta só poderá ser aberta com uma chave."


Que bom q gostou!

quanto a vela em um jogo, bom quem sabe algum dia! rs...

valew!