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Sociedade distópica sem nome, mas com muitas ideias

Iniciado por O Estranho, 19/06/2016 às 21:20

Depois de um longo tempo sem aparecer pelas terras centrianas me veio uma inspiração de repente. Apesar de eu ter prova amanhã, e precisar estudar, eu simplesmente tinha que aproveitar essa inspiração com a qual não posso contar sempre.

A ideia dessa história (ao qualquer outra cosia que ela venha a se tornar) é um dos conflitos políticos que eu sempre tive me minha cabeça. Quando era mais novo eu pensava "podia existir um governo mundial" ou "uma língua universal". Eram pensamentos inocentes, mas eu parecia realmente acreditar nessa utopia que discretamente tentam nos imputar.
Hoje já tenho claro em minha mente que quanto menos estado melhor, e que se formos confiar em alguém é melhor que não seja um político. Mas a fé na política e no estatismo ainda é bem presente atualmente, é claro que não se compara aos personagens da minha história, mas ainda sim eu acho importante abrir uma discussão desse tipo.

Talvez esse fragmento de texto possa vir a ser um primeiro capítulo, ou somente um prólogo dos personagens ainda não sei ao certo. Mas funcionou muito bem para que eu estruturasse minhas ideias e criasse a base dos protagonistas.

Edriel, o devoto
Representa aquela crença infantil que todos nós já nos deparamos na infância. Edriel é completamente anestesiado pelo sistema, não percebe as atrocidades que acontece a sua volta, e mesmo quando percebe aceita, já que se trata do "bem comum". Ele é inocente e carismático, é o tipo de personagem que a gente costuma gostar, mas sempre acaba sendo pena da sua ignorância.

Spoiler
A Cidade funciona da mesma forma que nós funcionamos. Bem no centro da cidade fica o cérebro, é de lá saem todos os comandos que fazem a vida aos seus arredores acontecer. O cérebro é ligado às periferias do corpo da Cidade pelas ruas largas e movimentadas, iluminadas dia e noite - seja pela luz do sol, ou pela luz elétrica.
Dentro da Cidade cada um tem uma função específica e essencial. Não existe injustiça, já que o cérebro é onisciente, e não existe tristeza, já que todos têm uma função predeterminada. Na Cidade não existe quem se sinta deslocado, ela é nossa casa, e a essência de nossas vidas.
É claro que nosso mundo não é perfeito. O egoísmo ainda é muito presente numa pequena parcela da população. Eles não entendem a natureza do cérebro, e ambicionam mais do lhes é concedido. Eles são o vírus do nosso corpo perfeito, são a raiz de todo o mal que assola nosso mundo, eles devem ser exterminados.
Os anticorpos são os responsáveis por proteger nosso sistema imunológico, e manter o equilíbrio dos nossos organismo. Na Cidade, os responsáveis por tal função é a Guarda Citadina, eles exterminam os vírus da nossa sociedade e mantêm o equilíbrio guiados pelo cérebro.
Ninguém sabe ao certo como é o cérebro, muitos acreditam que ele é uma pessoa, inclusive é comum revistas de fofoca noticiarem a descoberta da identidade do cérebro. No entanto, muitos dizem que ele não possui um corpo físico, que ele é uma entidade onipresente.
Apesar das diversas teorias, o fato é que nada nunca foi esclarecido oficialmente. Mas existe um homem, ele é o único que tem contato com o cérebro. Ele é o administrador. Seu nome é Ebor, o cérebro o incumbiu de manter a ordem na Cidade e de conhecer os seus mais profundos segredos, que ninguém jamais ousou tentar desvendar.
E quem sou eu? Bom, sou mais uma engrenagem entre muitas outras que fazem com que a vida na Cidade aconteça. Não sou especial, e agradeço ao cérebro por isso. Minhas atividades são pesadas, e fico muito cansado no fim do dia, tento não pensar muito nisso, e agradeço ao cérebro por me dar um lugar na sociedade.
Uma vez, quando eu era mais novo, eu me lembro de ter sonhado com algo diferente. Eu não me via como um limpador de ladrilhos. Eu era alguém especial, totalmente o contrário ao que o cérebro havia me incumbido. Eu era um líder, eu era quase do mesmo nível que o cérebro. Relatei isso imediatamente.
Passei alguns bons anos na retenção. Tive tempo para pensar, e através dos ótimos tratamentos de bom comportamento, percebi que meus sonhos não passavam de ilusões que deveriam ser descartadas. Voltei para os ladrilhos, afinal alguém tem que deixar os ladrilhos da prefeitura brilhando. Do contrário podem acham que nosso mundo perfeito possui falhas, e isso seria minha responsabilidade.
Se lembram dos vírus que eu falei? Não os entendo. Tínhamos guerras, fome, injustiça, desigualdade. O cérebro mudou tudo, vivemos num mundo perfeito agora. Mas os vírus parecem não enxergar isso. Eles lutam contra o cérebro. Não passam de blasfemos idiotas, os quais não merecem que eu gaste meus créditos de maus pensamentos com eles.
Inclusive acabei ultrapassando a minha cota de raiva diária. Tenho que reverte-la com trabalho extra amanhã. Me desculpe cérebro, não vou me render ao egoísmo de possuir mais raiva do que os demais. Recompensarei tal erro.
Agora tenho que aplicar meu soro, para que eu não acabe extrapolando minha cota diária de pensamentos. Espero não ter outro sonho como aquele. Se bem, que seria muito gratificante ter mais alguns anos de retenção e poder pensar que eu estou me sacrificando pelo bem comum.
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Alexandre, o rebelde
Apesar do nome de conquistador, Alexandre representa o oposto de Edriel. Talvez seja um reflexo da minha própria personalidade, não sei. É independente, anarquista e egoísta. Ele é um dos poucos rebeldes que perceberam como o mundo em que viviam era ridículo. Ele é o típico personagem que saiu da matrix. É um protagonista nato.

Spoiler
A cidade não funciona. E sem dúvidas não opera do mesmo modo que os indivíduos que ela oprime. No centro dela fica o cérebro, uma suposta entidade que no fundo reflete a covardia do administrador, que não tem coragem de admitir a sua própria tirania. As ruas da cidade são escuras, escondem as maiores catástrofes do nosso mundo, mas claras para aqueles que nos fiscalizam.
Dizem não haver injustiça, no entanto a própria existência da cidade encarna injustiça. Cada um tem uma função específica e essencial, em outras palavras, não passam de escravos que não têm controle algum sobre suas próprias vidas. Não existe tristeza, já que a cidade subverteu o real significado das emoções. A cidade é o câncer que corrói as nossas vidas.
Para eles o mundo é perfeito. Não entendem que ao terceirizarmos nossa liberdade nos tornamos gado. Aceitam tudo, e qualquer atrocidade quando é por um suposto bem comum, que nada mais é que as demandas do governo ditatorial da cidade, e seu líder, Ebor.
A Guarda Citadina é um dos tentáculos do "cérebro", executa com os questiona e recompensa quem não se rebela. Eles são ainda piores que a massa ignorante, eles entendem o que acontece por baixo dos panos, mas mesmo assim aceitam participar do massacre que cometem diariamente contra gente que só luta por liberdade.
E quem sou eu? Por mais pretensioso que isso possa parecer, sou diferente dos demais. Nunca aceitei ser explorado de tal forma. Ao ser incumbido de minha missão de vida, escolhi ignorar e viver na clandestinidade. Acredito que as pessoas são mais que simples objetos do estado, e por isso luto contra a cidade.
Já não tomo mais meus soros diários, de repente notei a idiotice disso tudo. O cérebro não é onipresente, sonhos, pensamentos, anseios, eles não sabem de nada. Parei de reportar tudo o que eu fazia, e pela primeira vez soube o valor da privacidade. É claro que eles acabaram percebendo que eu parei de reportar, e é por isso que vivo no submundo.
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A história se passa num mundo pós-apocalíptico chamado comumente de Cidade - ou cidade para Alexandre - esse lugar reúne os únicos sobreviventes de uma catástrofe colossal. Coréia do Norte não chega aos pés da Cidade. O cérebro, a fonte de toda a vida da cidade, é ao mesmo tempo um líder, e ao mesmo tempo um conceito abstrato que representa a fé das pessoas no estado.

Sinceramente não sei o que virá dessa história futuramente. Não sei se eu a aproveitarei, ou se ela será simplesmente descartada. Por enquanto, a única coisa que sei é que tenho que estudar pra prova de amanhã, então terei que finalizar meu pequeno grande texto por aqui. Por favor me digam o que acharam e seu eu devo levá-la pra frente.
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