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O Clichê

Iniciado por Vifibi, 08/01/2013 às 20:30

O Clichê

Parte Um

Spoiler

Começou assim: Vim de lugar nenhum. Comia o que conseguia achar. Como em todo RPG que se preze só tem Slimes na floresta, ou eu comia gelatina verde tóxica, ou eu comia minhas próprias fezes. Estranhamente, não existem animais na floresta.

Enfim. Me acharam, e eu fui ao castelo. Quanta originalidade, o rei construir um castelo, e deixar os pobres morrendo de fome. E ainda se diz um rei bondoso. Continuando...

O rei parecia preocupado. Tinha uma veia pulsante no pescoço, que parecia que ia explodir a qualquer momento. Ele olhou em minha direção, extremamente preocupado.
- Ah, aí está você, Jack - Ele começou.
- Sim, cá estou.
- Jack, eu tenho uma tarefa importantíssima para você.
- Deixe-me adivinhar: São quatro cristais, cada um representando um elemento. Todos estão interligados e devem ser salvos, e depois de serem salvos, vai aparecer um bicho estupendamente forte das trevas para nos matar, e um aliado meu vai ser um traidor que vai se arrepender e me ajudar a matá-lo? - O rei parecia surpreso.
- Sim, é exatamente isso. Como você sabia?
- É previsível. Posso ver meu aliado agora?
- Sim, claro. - Ele acenou a mão para um guarda.
Veio uma mulher, alta, loira. Extremamente bela. No momento que a vi percebi o clichê em que tinha me metido.
- Olá. Sou Jack. Seu nome é?
- Hylda. - Que nome feio.
- Prazer, Hylda - Nesse momento, um calafrio subiu minha espinha. Nome feio demais. - Então, podemos pular toda a conversa supérflua e ir logo no primeiro cristal?
- Ah... - Ela pareceu desconcertada. - Sim, claro.
- Excelente.
Acenei um "Tchau" para o rei, e segui caminho. Perguntei a Hylda - AAAAAAAARRRRRGH! - onde era o primeiro cristal. Informações passadas, seguimos para a casa abandonada.

Dentro da casa, tinha um barulho parecido com um mugido, só que... Mais assustador. Fomos para o segundo andar, onde fomos parados por um fantasma. Soubemos que era um fantasma pois ele era transparente, flutuava, gemia e tinha belos olhos verdes.
- Olá! - Ele sorriu. - Eu sou...
Hylda e eu nos entreolhamos.
- Err... Droga. Esqueci meu nome. Enfim. Quem são vocês?
- Eu sou Jack, e esta é Hylda.
- Que nome terrível. Sinto muito, mas é verdade.
Ela foi revidar, mas eu a impedi, concordando com o fantasma.
- O que traz vocês aqui?
- Bom, fantasma, nós procuramos o cristal de Terra, que reside no subsolo desta casa, que por algum motivo ridículo só pode ser liberado do segundo andar.
- Ah. Claro.
Íamos passar, mas aí Hylda fez a coisa mais idiota possível. Ela abriu o bico.
- Então, como é ser um fantasma?
Eu dei um tapa na minha própria cabeça, e vi o fantasma se entusiasmando.
- Ah, é ótimo! Você é imortal, pode fazer o que quiser, sem ninguém te ver... Para falar a verdade, durante os primeiros cinco anos eu costumava ver mulheres se lavando, até que eu descobri que não podia interagir com elas, e assim que eu tocava nelas eu as possuía. E por mais divertido que pareça, exorcismos são um saco.
- Ah, então você é um fantasma pervertido? - Eu perguntei, irônico.
- Não... Na verdade, vocês gostariam de ser fantasmas... Até vocês completarem um século de inexistência, pois aí vocês ficam loucos, já que seus familiares, seus amigos, e seu cachorro chamado Buck, que, por algum motivo, eu lembro o nome, mas não o meu próprio, morreram, e você está fadado a viver morto para sempre, solitário. Na verdade, quando você completa um século de existência, você começa a matar pessoas a esmo e transformá-las em seus escravos fantasmas.
- Huh. E quantos anos de inexistência você tem?
- Uns 5... 6...
- Ufa.
- Séculos...
- Droga.
- Então, posso matar vocês e transformá-los em escravos fantasmas?
- Err... Não.
- Ora, vamos, vai ser divertido... Ou pelo menos até vocês completarem um século e ficarem completamente insanos feito eu e...
- OK! Já entendemos! Pare de se repetir.
- Tá. Então, vocês querem ser meus escravos fantasmas?
- Não!
- Tudo bem... Vou ter que mostrá-los como pode ser divertido.
O fantasma avançou contra nós, ameaçadoramente. Hylda começou a gritar, e eu ouvi no fundo o som de um cachorro latindo. Pensei no que fazer, enquanto o fantasma atacou Hylda, jogando-a no chão.
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Parte Dois

Spoiler

O grito dela foi ridículo. Ela gritou feito um boi que foi atropelado por uma carroça, que no momento estava na adolescência, e, por isso, na troca de voz, enquanto, dentro da carroça, tinha um marido acovardado e sua mulher extremamente obesa com cabelos do suvaco que iam até os pés, e suava feito um porco.

Err... Desculpem-me, divaguei. Enfim. No momento em que o fantasma atacou Hylda - Ainda detesto esse nome -, ele desapareceu, enquanto Hylda caía no chão, inconsciente.

Aparei-a antes que caísse no chão, e vi, enquanto recuperava sua consciência, que seus olhos foram de um azul claro para um belo verde. No início não entendi o que isso significava, mas assim que ela começou a falar, eu entendi.
- Droga. Possuí outra pessoa de novo...
Eu a soltei, deixando-a cair no chão.
- Gah! Saia dela, seu pervertido!
O fantasma olhou para si mesmo (Ou para o corpo de Hylda a quem olhava), e levantou, sorridente.
- George.
- Hein?
- George, meu nome é. George. Sempre que eu possuo alguém, eu recobro algumas lembranças... E interessantemente, um pouco da minha sanidade. Só um pouco.
- Bom para você, George, mas dá para sair dela? Sério, eu preciso dela para esta história clichê ter rumo.
- Err... Sinto muito, mas não.
- E por quê não?
- Porque... - Ele olhou para si mesmo - Eu estou gostosa!
Eu pisquei duas vezes. Não consegui nem acreditar.
- Mas... O quê? Você está gostosa? Você é um homem no corpo de uma mulher! Sinceramente, isso é estranho demais... Ou pelo menos até o século XXI, mas ainda assim será um tabu social.
- Ok, que tal isso então: Eu te ajudo a pegar os quatro cristais.
- Tudo bem... Você não pode ser pior que a Hylda. Ok, vamos.
E seguimos caminho. Liberamos a alavanca, abrindo a porta para o subsolo. Nele, nada encontramos além de terra, e, por algum motivo, um cachorro ainda vivo.
- Err... - Começou George... Ou Hylda. Não faço idéia. - Onde está o chefe de fase que carrega o cristal?
- Este é o cristal da terra. Logo, o chefe virá do solo, numa tentativa desesperada e falha de demonstrar como o criador desta desgraça é "Criativo e bacana".
- Pff... Duvido. O criador não seria tão idiota.
Nesse mesmo instante, começou a crescer do solo uma criatura gigantesca, marrom e fedorenta. Tinha cheiro de estrume.
- Não disse? - Eu falei, ironicamente.
- BAAAAAAAAAAHHHHHHHRRRRRRRRRRRRRRRRRGGGGGGGGG! - O monstro começou a grunhir.
- Mim ser Terra, mim ter cristal de Terra.
- Isso ser óbvio, Terra. - Eu respondi. - Por que não nos dá logo o cristal, e nos poupa o tempo de te matar?
- Mim não poder. Mim ser pago para matar aqueles que tentam pegar cristal! Mim odeia trabalho.
- Se você odeia seu trabalho, por quê não pede demissão?
- Você louco? Minha mulher é patricinha. Assim que mim se demitir, ela me chuta a bunda. E mim ainda ter três pedrinhas para alimentar. Mim precisar de promoção, e urgente. Mas rei não querer promover, não quer Terra em seus salões.
- Ok... Então sinto muito, mas eu vou ter que te matar.
- Tudo bem. Terra estar deprimido. Aqui embaixo é muito chato.
- Então... Ok.
Nesse momento, Terra tentou nos esmagar com uma de suas patas - Ah, caso eu tenha me esquecido de descrevê-lo, ele tinha absorvido o cachorro, e tomado sua forma. Tenho pena do cachorro, está envolvido por estrume. -, mas rapidamente desviamos.
- Ok, agora eu estou irritado.
Eu saquei minha espada, e comecei a subir o cachorro de estrume fedorento. Entrei por suas costelas, e, no seu coração coberto de estrume, achei o cachorro latindo feito um louco, e o cristal de terra.

Rapidamente peguei o cristal de terra, mas senti um tremor que sacudiu ambos a mim, e o cachorro. O cachorro acabou evacuando na minha espada. Saímos das entranhas daquele bicho de estrume, e atrás de nós, o bicho desmanchou, e, em seu leito de morte, gritou:
- Diga para minha mulher... Que ela vai precisar trabalhar!
- Só se você falar isso para o rei! - Respondi.
Olhei ao redor, procurando por George... Ou Hylda... Ou sei lá. O vi no chão, morto. Seus olhos continuavam verdes. Tinha estrume por todo o corpo, e suas roupas estavam ligeiramente rasgadas.
- Huh... Isso explica o tremor no corpo daquele bicho de estrume... Eu vou precisar dela... Ou dele. Isso é confuso demais.
Então tive uma idéia. Peguei minha espada com estrume, e fiz uma incisão na área do coração. Arranquei-o fora, e pus o cristal de terra no lugar. Não foi uma cena bonita. Sinceramente, ainda tenho pesadelos sobre isso.

No mesmo instante, Hylda - Ou George - acordou, assutada(o).
- O que aconteceu? Nós matamos o monstro de terra gigante e fedorento?
- Err... Claro, George. Só que... Você morreu no processo... De novo. E eu tive que te reviver com o cristal de terra. Agora vamos, temos que ir falar com o rei.
- Espera, o rei? Ele não é um traidor?
- Sim, é. Na verdade ele é o vilão final do jogo, mas para a história continuar, temos que fingir que não sabemos.
- Ah. Ok.
- Isso me lembra: No castelo, finja que seu nome é Hylda. Para não levantar suspeitas.
- Tudo bem.
- Vamos, temos que ir logo... Esse cheiro de estrume está me matando.
Comecei a andar, deixando a espada do lado dela(dele).
- Ei, Jack, você deixou sua espada.
- Fique com ela.
Depois, no castelo do rei, nos apresentamos, e o rei pareceu confuso conosco.
- Ora... Onde está o cristal?
- Bem, meu rei... Depois de matarmos a fera fedorenta, eu descobri que Hylda tinha morrido. Foi uma morte meio esquisita, coberta de estrume, mas eu consegui salvá-la, ao colocar o cristal de terra no lugar do coração dela.
- Ah. Tudo bem. Já que Hylda é minha aliada, está tudo bem. Eu só queria ter certeza que os cristais ficariam fora do meu caminho, já que eles são a única coisa que podem impedir meus maléficos planos...
- Hein? - Eu perguntei.
- Err... Eu quis dizer: Que bom! Você está viva!
- Muito bem... Vamos procurar os outros cristais agora, tudo bem?
- Tudo bem.
E fomos embora, procurar os outros cristais para dar continuidade a esta estória sem sentido.
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Parte Três

Spoiler

- Pelos deuses, George, você está fedendo a estrume!
- Olha, a culpa não é minha. É desta droga de cristal de terra, que transforma meu corpo em estrume. Eu sou um homem num corpo de uma mulher gostosa que tem cheiro de estrume!
- Tá, então pelo menos troque a terra do seu corpo por terra molhada, o cheiro é melhor.
Dito isso, George (Ou Hylda) desmanchou seu corpo completamente, e voltou a si, só que, sem cheiro de estrume.
- Bem melhor. Agora, qual a cidade que temos que ir para pegar o Cristal de Água?
- A Segunda Cidade.
- Por que ela se chama Segunda Cidade?
- Pois é a segunda cidade que veremos nesse jogo.
- Ah. Faltou imaginação ao criador, imagino eu.
- Pois é. Diz aqui no Detonado que essa cidade é coberta por florestas infestadas por monstros, mas que no seu lado oeste, tem um lindo porto.
- Ah. Deve ser bem isolada então.
- Não, diz aqui que ela tem prosperidade econômica.
- O quê? Como, se ela reside no meio de uma floresta infestada por monstros?
- Bom, iam construir uma estrada ligando o reino à ela.
- Ah, é? O que aconteceu?
- Trabalho do Governo, sabe como é, prometem e não cumprem.
- Ah. Bem, vamos.
E seguimos caminho para a floresta. A floresta, que nem George mencionou, era infestada por monstros. O que ele não mencionou, é que eram monstros humanóides zumbis que eram mais pervertidos que ele.

Depois de muitas lutas, alguns subornos, e um infeliz incidente envolvendo o corpo de Hylda e um cachorro zumbi, chegamos ao fim da floresta, e, por consegüinte, na Segunda Cidade.
- Sabe, você bem que poderia ter dito que eram humanóides zumbis tarados!
- Ei, tá reclamando do quê? Não foi você quem não vai mais poder casar de branco por causa de um cachorro zumbi.
- Sinceramente, você já não podia antes.
- Muito menos você.
- Por que eu casaria de branco?
- Ah, é. São só as mulheres. Depois de 5, 6 séculos, você acaba esquecendo as tradições humanas.
- Percebi. Bem, cá estamos. Segunda Cidade. Vamos entrar. A não ser, é claro, que o idiota do criador deste jogo decida que vamos conhecer o terceiro personagem aqui.
Subtamente, saiu de dentro da cidade murada, um homem de 17 anos, aproximadamente. Tinha longos cabelos negros, sombrancelhas rígidas, tinha músculos que fariam Hércules ter vergonha de si. O ressemblante de George pareceu mudar com a aparição daquele garoto.
- Hey! - Eu gritei, quando ele trombou comigo. - Acalme-se! O que que houve?
- Estão atrás de mim!
Nesse mesmo instante, 42 soldados saíram de trás da cidade murada, todos com espadas desembainhadas. Exceto um deles, que tinha, no lugar da espada, um frango de borracha.

Estranhamente, o soldado com o frango de borracha era o mais intimidador de todos, e carregava no cinto cabeças de galinhas. Comecei a imaginar que talvez ele não estivesse carregando uma galinha de borracha.
- Esperem! - Eu gritei para os 41 soldados carregando espadas, e o soldado que carregava uma galinha morta, e que, coincidentemente, tinha 42 cabeças de galinha no seu cinto. - O que este pobre homem, fez a vocês, para perseguirem-no tão vigorosamente?
- Ele falou "A Igreja explora o homem!"
- Ah. E quanto é a fiança?
- Mil peças de ouro.
- Eu sou um enviado do rei. Eu mesmo o levarei para a prisão!
- Tudo bem - o soldado embainhou a espada.
- Ei, - Eu perguntei ao homem que carregava uma galinha. - por quê você carrega uma galinha ao invés de uma espada?
- Hein? Ah, eu não sou soldado. Eu sou o cozinheiro.
- Ah... Tudo bem. Mas, que tal então vocês voltarem para seus lugares? Esse cara fica comigo. - Apontei para o garoto.
- Tudo bem. HOMENS, RETIRADA!
Os homens voltaram à cidade. Eu virei para o homem e disse:
- Eu te salvei da morte, agora, você vai me ajudar na minha jornada.
- De pegar os quatro cristais? Claro.
- Excelen...
- Olá - Começou George -, eu sou Hylda.
Olhei curioso para George. Ele fez um sinal de "Calado" com os dedos.
- Sabe, você é muito atraente para sua idade...
- Ah - Ele pareceu lisonjeado. Coitado dele. - Obrigado. Será que eu poderia err... Levar você... Vocês! Até minha humilde casa?
Fizemos que sim, e ele começou a mostrar o caminho.
- Hey, George! - Eu sussurei - Que diabos você está fazendo?
- Desculpe, eu não consegui me controlar... Ele é tão... Viríl.
- Mas você é homem!
- No corpo de uma mulher!
- Ah, - Começou o garoto - meu nome é Fernando, aliás.
- E eu sou Jack.
E chegamos na casa de Fernando, onde George me fez pensar se realmente era um fantasma macho. No dia seguinte, iriamos para o porto. Teriamos ido naquela noite, mas George/Hylda me implorou para que fossemos no dia seguinte.
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Parte Quatro

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- Yarrr! Eu sou o pirata mais temido dos mil cento e dezessete mares! Os homens me temem, as mulheres - Ele piscou para George - me amam, e os peixes me odeiam! O que vocês querem em meu navio?
- Primeiro, estamos no porto. - Eu comecei. - Logo, não estamos no seu navio. Segundo, são SETE mares.
- Sim, eu sei! Mas eu conto as vezes que passo por eles! Logo, são mil cento e dezessete!
- Err... Tudo bem. Terceiro, Hylda aqui está namorando Fernando. - Fernando se assustou. - E quarto, vocês são piratas? MESMO?
- Sim, claro! Os mais malvados, os mais rebeldes, os mais burros!
Fernando e eu nos entreolhamos.
- Ok. Se vocês são piratas, e são contra a lei, o que raios estão fazendo num porto que é CONTROLADO pela lei? E por que raios os guardas não prendem vocês?
- Pois... Err... Sei lá, reclame com o autor.
- Tá, dane-se. Vocês podem nos levar a este lugar? - Mostrei o mapa do Cristal d'Água para ele.
- Sim, claro. Por duzentas peças de ouro.
- Te ofereço cinco.
- Feito.
Embarcamos, depois de pagarmos o pirata. O navio tinha um cheiro singular de escorbuto, peixe estragado, e suor masculino acumulado por doze meses. Não duvidaria muito se lavassem o convés com suor.
- Então, - Começou George - O que vocês fazem para se divertirem aqui?
O capitão olhou para George da cabeça aos pés, e, mostrando seus dentes amarelos, podres, e com um péssimo odor de salmão, disse:
- Sexo.
- E quando não têm mulheres a bordo? - Ele riu.
- Sexo.
- Ah. Não devia ter perguntado.
- Não devia mesmo. Aliás, Jack, você que tem os braços fortes...
- Não, obrigado.
- Eu só ia perguntar se você podia puxar aquela corda.
- Ah. Sim, claro.
O capitão virou-se para Fernando.
- Ei, você acha que essa calça faz minha bunda ficar gorda?
- Ei, capitão - Eu repliquei - Que tal você nos levar logo para o local no mapa?
- Ah, sim, claro. Homens! Puxar velas, soltar as amarras, vamos zarpar!
Algumas horas - E muitas cantadas do capitão - depois, chegamos ao nosso destino. Mesmo que no mapa estivessemos no lugar correto - Ainda abençôo a pessoa que criou o mapa com a sua posição e a posição do cristal -, nada se via além de água.
- Cá estamos... Mas... Só tem água. Nada de templo. - George falou.
- Duh. É um Cristal de ÁGUA. Deve estar no fundo do mar.
- Quem então vai ser capaz de pegá-lo? Todos respiramos. - Fernando falou.
- Hmm... Eu tive uma idéia. - Dito isso, chutei George, que saiu do corpo de Hylda.
- GAH! Filho da...
- Calado. Vai lá no fundo pegar o cristal. Queria ser útil? Agora seja útil.
Ele rosnou levemente, e mergulhou, desaparecendo de vista. Estranhamente, Hylda não havia recobrado sua consciência. Fernando parecia traumatizado.
- Então... Há quanto tempo... Aquele homem...
- Antes mesmo de te conhecer.
- Então eu...
- Sim.
Hylda soltou um leve som, mas depois disso se calou.
Subitamente, do mar, saiu George, com o Cristal de água.Ele estava azul, ao invés de transparente, e pingava água como uma peneira.
- Argh! Odeio água... Sempre entra em mim, e fico dias pingando. E, enquanto tenho água em mim, não posso possuir ninguém.
- Droga. - Eu reclamei.
- Droga? Isso é ruim?
- Sim. A Hylda é um saco. E vai nos trair no final.
- Não se preocupe, olhe para ela. Ele está em estado de escravidão da alma.
- Como?
- Ela ficou tanto tempo possuída, que sua alma foi completamente suplantada, e agora ela não pensa, apenas obedece ordens.
- Ah. Deixe-me tentar. Hylda, é o Jack. De agora em diante, você não vai nos trair com o rei, entendeu?
Ela fez que sim com a cabeça.
- Ei - Fernando sussurou para mim - É errado que eu tenha ficado excitado com isso?
Eu olhei para ele com nojo.
- Sim! Seu pevertido!
Fernando e George se entreolharam.
- Ok - Eu os interrompi. - Discutam isso depois. Vamos logo para o maldito rei.
Eu ia pegar o Cristal, quando vi que Fernando tinha pego o cristal.
- Fernando, me dê o cristal.
- Por quê? Eu vou ficar com ele.
Antes que eu pudesse impedí-lo, ele o colocou no corpo, absorvendo-o, e dissolvendo-se em água.
- Idiota.
Logo ele voltou a ser ele mesmo, pingando água.
- Ok, se você não tirar logo esse cristal, eu vou mijar em você.
- O quê? Não! Não, pera! Argh! Eu não consigo!
- Idiota. Vamos, pelo menos o rei não vai pegar o cristal.
Alguns dias, e uma floresta cheia de zumbis depois, estávamos diante do rei. Que, por sinal, estava irritado.
- Poxa! Eu FALEI que vocês tinham que pegar o Cristal de Água, SEM ABSORVÊ-LO! Mas... Dane-se. Vão pegar o Cristal de Fogo.
- Sim senhor. Até o retorno.
E fomos pegar o Cristal de Fogo. To começando a ficar de saco cheio do rei.
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Parte Cinco

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A montanha era complicada de se escalar. Tinha rochas soltas, babuínos atiradores de fezes, e discos de ouro do MC Hammer. Não sei o porque desse último.

Escalamos a montanha, com George tendo dificuldade nenhuma -Afinal, ele flutuava. -, Hylda babando e gemendo, e Fernando e eu suando feito porcos. Carregar Hylda não era fácil.

Por fim chegamos no topo da montanha, aonde tinha uma porta entrando para o subterrâneo. Seguimos pelo escuro, batendo a cabeça nas paredes, no teto, tropeçando, Hylda quase caiu em um buraco sem fundo.

Por fim, depois de muitos incidentes e Fernando evaporando umas três vezes, chegamos em um lugar que finalmente me agradou. Uma cidade construída em cima de lava, dentro da montanha.

Toda a cidade não precisava do Sol, pois os rios de lava proviam luz suficiente. Só me perguntei como que eles conseguiam água naquele calor infernal.
- Olá meus amigos!
Nós olhamos ao redor, assustados. Por fim, olhamos para baixo e vimos um Anão, da metade da minha altura, olhando para nós.
- Olá! Err... Anão.
- O nome é Friedrich.
- Olá Friedrich. Eu sou Jack, este é Fernando, Hylda - Ela continuava a babar -, e o fantasma é George.
- Argh, fantasmas - Ele cuspiu no chão - Anões odeiam fantasmas... Tome cuidado com os Caça-Fantasmas.
- Err... Ok, o George tomará cuidado.
- Ei, colegas, qual a situação da garota?
- Eh... Ela está em estado incapaz de pensar por si mesma... E, você tem certeza que você é capaz de...
- O quê, você duvida? Meu caro, Anões não são proporcionais. Eles tem três pernas!
- ... Ok, obrigado pelos pesadelos.
- Existe um ditado: Uma vez que você for com o baixinho, você vai precisar de um banquinho.
- Novamente, obrigado pelos terríveis pesadelos... Existe algum bar por aqui? Estamos mortos de sede.
- Ah, sim, claro. Sigam-me.
Seguimos o Anão até uma casa feita de tijolos de magma. Entramos. Dentro dela, tinham mesas com anões, e numa delas, uma mulher. A mulher tinha cabelos negros, olhos verdes. Ela me olhava de forma característica, que me lembrava alguém flertando.

Enquanto o Anão falava com os outros, eu fui sentar com a mulher. Ela bebia um copo de vinho tinto.
- Então, o que você está fazendo numa cidade anã?
- Fui abandonada aqui.
- Oh... Érr... - O garçom chegou, para a minha sorte. - Eu quero uma cerveja.
- Eu não beberia a ceveja daqui, se eu fosse você.
O garçom trouxe a bebida. Eu tomei um gole.
- Putz! Isso é delicioso! Qual a receita disto?
- Xixi de Anão.
Eu cuspi. A mulher deu um riso.
- Não te disse?
- Tudo bem, tudo bem. Você tinha razão. Meu nome é Jack, aliás.
- Luana. E você ficar flertando comigo com bafo de xixi de anão não é exatamente atraente.
- Ah, sim. Claro. Na verdade, só estou aqui a serviço do rei. Temos que pegar o cristal de fogo que aqui reside.
Luana se animou.
- Ei! Será que eu posso ir com você?
- Err...
- E eu também? - Perguntou Friedrich.
- Tá, podem. Mas amanhã nós partiremos... Hoje eu preciso lavar a boca.
- Sem problema - Começou Friedrich. - Me siga.
- Ei! - George olhou para si mesmo. - Eu sequei! De volta para o corpo da garota...
Ele rapidamente voltou para o corpo de Hylda. Fernando olhou para Hylda/George, e soltando um grunhido, disse:
- Ah, dane-se. Ele ainda é muito bonita.
- Meus parabéns! - Eu ri. - Mas, vamos dormir... Amanhã iremos procurar o cristal de fogo.
E fomos dormir. Eu passei a noite na casa de Luana, tentando minha sorte - Sem tanta sorte -, e, quando finalmente peguei no sono, a terra começou a tremer. Junto com isso, um rugido foi ouvido. A Luana ficou com medo. Nunca aquele barulho fora ouvido antes.
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Parte Seis

Spoiler

O grunhido foi apavorante. Parecia o de um babuíno ao ser defenestrado enquanto ululava blasfêmias desfigurantemente desconcertantes para os ouvintes desavisados. Onde estávamos? Ah, sim claro, o grunhido apavorante.

Luana e eu saímos de sua casa - Ela estava, por algum estranhíssimo motivo, usando pantufas de couro de falácias. Para quem não sabe, falácias são animais supersticiosos. Eles só existem enquanto você acredita neles. No instante que você deixa de acreditar, eles somem, e nunca mais voltam. -, olhando ao redor cautelosamente.

Sentimos outro tremor, desta vez mais forte. Seguimos caminho para as barragens, aonde nossos companheiros de grupo estavam acampados. Hylda/George, Fernando e Friedrich saíram, alertas ao perigo.

Outro tremor sacudiu o solo, enquanto caminhávamos em direção à ele. Assim que cruzamos a primeira avenida, vimos um enorme... Babuíno de fogo. Os tremores de terra, na verdade, eram fezes flamejantes que ele retirava do seu ânus e atirava em casas, desmoronando-as de modo estupendamente fedido.
- Ótimo. - Eu reclamei - Um babuíno atirador de fezes. Qual será o próximo, um pombo que caga rajadas de ar? Sinceramente, tenho minhas dúvidas que esse escritor tem fetiche por fezes.
Eu ia começar outro argumento, mas o babuíno começou a falar conosco.
- Eu sou o grande, terrível, fedorento, atirador de fezes, BABOON!
- Baboon? Cara, que nome ridículo. É quase pior que Hylda. - Fernando me deu uma cotovelada.
- Sim, eu sou o grande Baboon. Eu sou o ser mais intelectual do mundo! E, por forças da grande ironia, eu também sou um babuíno atirador de fezes. Oh, vida cruel.
- Certo... Ei Baboon, que tal nós pularmos esta briga, você me dá o cristal, e todos vamos para casa felizes?
- HA! Você acha que pode me deter? Eu sou o temível Baboon! Aliás, alguém aí leu o Kingdom Yorker¹? Pelos deuses, é tão óbvio que o rei vai nos trair e tentar destruir o mundo... E é tão óbvio, mas ao mesmo tempo, tão sem motivo...
- Como uma falácia.
- Exato! Falácias, como deuses, ou outras coisas do gênero.
- Assim como babuínos flamejantes intelectuais chamados "Baboon".
- Nem me fale... Digo, eu não sou contra a igreja nem nada, mas toda essa histeria de "Controlar as pessoas", dizer que se elas se rebelarem elas vão para o inferno... É tão sem-graça, sabe?
- Jura? Nem sabia. Espere, você não acredita em deuses?
- Quem? EU? Não! Sou ateu, e com orgulho! - Nesse exato momento, todos nós sentimos nojo².
- BLERGH! Um ateu!
- Preconceito o seu hein? Talvez você devesse lembrar que a sua igreja prega que amar o próximo é divino.
- Sim, mas um ateu... Enfim. Baboon, você sabe que nós somos os heróis da estória, correto?
- Sim, eu sei. Vocês são os heróis clichê, desta história clichê, deste autor clichê.
- Exato. Logo, você sabe que nós venceremos de qualquer forma, certo?
- Sim, vocês descobrirão minha única fraqueza, desinfetante e água benta, e a usarão contra mim.
- Correto. E, logo, essa luta épica, não têm de acontecer. Pois o final será o mesmo, não concorda? - Ele se confundiu.
- Acho que sim...
- Então porque você não deita no chão, finge de morto, e nos dá o cristal?
- Mas...
- Vamos, você sabe tão bem quanto eu que lutar é inútil. Nós vamos ganhar de qualquer forma.
- ... - Ele refletiu por um momento - ARGH, tudo bem. Você tem razão. Aqui - Ele me entregou o cristal. - Leve o cristal.
- Obrigado. Mas, você tem que deitar no chão.
- O quê? Por que?
- Pois, para dar uma verossimilhança à estória, você tem que fingir que está morto, para demonstrar nossa "Epicidade".
- Argh, você está certo... Vou ler Dawkins enquanto espero decompor. Ah, me façam um favor?
- Claro.
- Pensem enquanto estiverem na igreja.
- Claro, claro.
Subitamente, o babuíno caiu na lava, que, por sorte, não caiu em nenhum de nós. Exceto Friedrich. E uma falácia. E ele teria feito um discurso comovente, e nos feito chorar, se a lava não tivesse o instantaneamente matado.

E fomos para casa, vitoriosos. Luana e eu começamos a nos conhecer - Ela é uma caçadora de falácias por profissão, então não acreditar seria fatal para ela -, enquanto George e Fernando continuavam com seu romance talvez homossexual, talvez não, estranho demais para discutirmos.
- AH! - O rei ficou divertidamente encantado - Vocês me trouxeram o cristal de Fogo! Me dêem!
De repente eu percebi a - Já evidente. Como uma falácia - traição do rei. E, pensando rápido, respondi:
- Não.
- Como assim, não?
- Pois é óbvio que você vai tentar nos matar no final, então não.
- Me dê esse cristal agora mesmo, Jack!
- Não! - E, dito isso, pus o cristal no meu peito, absorvendo-o. No mesmo instante, senti uma dor escaldante me corroendo. Legal, eu morri.
Porém, no mesmo instante que eu morri, eu voltei à vida, e sentia agora como se fosse feito de fogo. De fato, era mesmo.
- Guardas! Matem-nos!
- Rápido! Fujam!
E corremos, pela primeira vez indo contra o rei.
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Parte Sete

Spoiler

Num dia cândido e alegre de verão cândido e alegre, nossos heróis cândidos e alegres passeavam pela montanha cândida e alegre. Eles sorriam aos pequenos e fofos animais que, por algum milagre cândido e alegre, não comiam uns aos outros de forma como a natureza cândida e alegre quis.

Os heróis passeavam cantarolando "Raindrops Keep Falling on my Head", embora essa música nem tivesse sido inventada ainda. Quando, de repente, um monstro cândido e alegre surgiu do nada, carregando doces cândidos e alegres para nossos heróis, e todos viveram cândidos e alegremente felizes para sempre.
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAARGGGGGGGGGGGGHHHHH! - Eu acordei, morto de medo.
- O que houve? - Perguntou Luana, assustada.
- Tive o pior pesadelo da minha vida. Estavamos todos num mundo cândido e alegre, cheio de cores, como o mundo de Oz!
- Meu Deus, que horror!
- E isso não é o pior! EU ESTAVA CANTAROLANDO! CÂNDIDA E ALEGREMENTE!
- Calma, calma, foi só um pesadelo... Você não vai sair por aí cantarolando cândida e alegremente... - Ela me abraçou, o que me deixou vermelho de vergonha.
- Agora - Ela passou a mão em minha cabeça. Estava começando a ferver. -, vamos dormir, tudo bem?
- Certo, certo. Desculpe-me, mas coisas cândidas e alegres me dão arrepios.
E voltamos a dormir, com Luana no meu lado. Realmente, o que eu sentia por ela tinha passado de um desejo animalesco por procriação suja e prazerosa, para um sentimento quase ridículo de paixão. Comecei a me odiar naquele momento.

Acordei no dia seguinte com uma dor de cabeça digna de um anão que bebeu o triplo do seu peso em Whiskey. Para me curar - Receita de família - Bati com uma panela na cabeça, de modo que eu passei a me importar mais com o ferimento que sangrava, do que com a dor de cabeça propriamente dita.

E continuamos nossa rota em direção ao cristal de Ar. Quando chegamos ao local, vimos nada além de terra. Enquanto inspecionávamos Fernando fazia piadas de peido, achando que eram hilárias. Eu tive vontade de arrancar-lhe a língua fora.

Por fim, ouvimos um grito de George/Hylda/Nem-sei-mais-quem-era. Quando olhamos, sua perna estava coberta de uma substância branca, que cheirava mal. Luana tocou na substância, e, cheirando-a, reconheceu como sendo cocô de pombo, só que de proporções colossais. Estranhamente, minha paixão aumentou um pouco.

Olhando ao redor, nós enfim avistamos um pombo gigantesco sobrevoando os arredores. Ele era parcialmente transparente, e, quando Fernando atirou uma flecha nele, a flecha passou por ele sem nem ao menos incomodá-lo.
- Bom, isso é original. Um pombo que é o guardião de ar. Só temos que nos cuidar desses cocôs e devemos ficar bem.
No momento que disse isso, George começou a gritar novamente - Como uma mulher -, e vimos que o cocô estava começando a corroer sua perna.
- AH MEU DEUS, O QUE EU FAÇO?
- Calma, eu aprendi na escola o que fazer nessas situações! - Respondeu Fernando. - Pare, deite, e role!
- Isso é para incêndios, Fernando. - Eu retruquei.
- Era uma escola pública. Até em caso de afogamento nos ensinaram isso.
- Ah.
- Espera - Começou Luana - O cocô ácido está se espalhando. Temos que isolá-lo. - Antes que pudéssemos impedí-la, ela arrancou uma faca de sua calça, o que me excitou por algum estranho motivo, e arrancou a perna de George, deixando-o perneta. Tirou a excitação que eu tinha antes.
- AHHHHHHHHHHHHHHHHH! SUA MERETRIZ! VOCÊ CORTOU MINHA PERNA!
- Tecnicamente - Eu corrigi - É a perna da Hylda.
- Ah, você está certo - George se acalmou completamente.
O pombo soltou mais uma bomba - Literalmente -, dessa vez em cima de Luana. Ela não viu, e eu me joguei para salvá-la - Na esperança que ela se apaixonasse por mim.
- Ah, obrigada. Vamos, temos que matar esse pombo.
- Err... De nada. Matar o pombo? Eu tenho uma idéia.
Eu peguei uma tigela, pão, e Coca-Cola. (Prazer é viver, Coca-Cola.  . Acabo de ganhar vinte reais) Pus o pão - Esmigalhado - na tigela, e derramei Coca-Cola em cima. Deixei a tigela no chão, e fomos nos esconder.

No arbusto em que nos escondemos - Que conveniente, um arbusto no meio do deserto -, vimos o pombo cessar vôo, parar perto da tigela, e começar a bicar.

Fernando quis atacar, mas eu o impedi, puxando-o pela gola.
- Apenas observe... E aprenda.
O pombo terminou a tigela, e ficou ali, parado. Mas nada aconteceu. Esperei por alguns minutos, mas nada. Por fim, fiquei sem paciência, e fomos atacar. Assim que nos avistou, o pombo levantou vôo, e, inesperadamente, explodiu em mil pedaços. O Cristal de Ar voou na face de Luana, fundindo-a com o Cristal instantaneamente.
- Excelente plano, - Reclamou Fernando. - Estamos cobertos de tripas de pombo.
- Desculpa, eu não sabia que o pombo tinha que tentar voar para explodir quando estava cheio de Coca-Cola...
- Onde você conseguiu a Coca-Cola? Ela ainda não foi inventada!
- Patrocinadores.
- Mas...
- Americanos.
- Ah.
- Isso não faz nenhum sentido. - Retrucou Luana.
- Não tem que fazer. Isto é um RPG clichê.
- Agora é o que, uma montagem sobre alguma coisa idiota que ninguém se importa e vai pular todos os diálogos, exceto os nerds?
- Sim. Vamos dormir enquanto isso.
E fomos dormir.
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Parte Oito

Spoiler

- Estou... M-m-m-m-morto de f-f-f-f-f-frio! V-v-v-v-você tem c-c-c-certeza que é aqui?
- Sim, Fernando, eu tenho. E pare de fingir que está morto de frio, nós só estamos no Pólo Norte!
- Ah, tudo bem. Só queria dar uma boa impressão. Mas, me diga, para que que nós viemos no Pólo Norte, se já temos os quatro cristais?
- Para pegar o Cristal da Vida. Se você tivesse prestado atenção na "Cutscene" que todo mundo pula, você saberia disso.
- Tudo bem... Tudo bem... George, querido, você está bem?
- Não! - George estava com a mão na calça. - Eu ainda não aprendi como fazer minhas necessidades como mulher... E agora minha mão está presa!
- Ainda bem - Luana retorquiu. - Pensei que você estivesse se aliviando aqui, na frente de todo mundo.
- Assim como você, ontem, depois que todo mundo foi dormir? - Eu respondi.
- Cale a boca, aquilo era segredo!
- Segredo? Você nos acordou com seus gritos!
- Tudo bem, podemos ir para essa biblioteca de uma vez?
- Tudo bem, mas já estamos nela.
- O que? Onde você viu isso?
- Pelo sinal de "Favor fazer silêncio" no qual eu estou pisando.
- Ah, que maravilha. Toda essa jornada para nada!
- Ei - Eu mexi no sinal. - Tem um livro embaixo deste sinal!
- Nossa, que biblioteca pequena - George riu.
- Ei, escutem isso: "Para encontrar o Cristal da Vida, nossos heróis que estão agora mesmo lendo este livro sentados no gelo perto de uma placa de 'Favor fazer silêncio' devem sacrificar o fantasma."
- O que será que devemos fazer? - Eu virei a página.
"Matem o fantasma, idiotas!"
- Não poderia ser mais direto que isto. Bem, George, acho que chegou a hora.

George tentou correr, mas eu o chutei. O fantasma então saiu do corpo de Hylda, que voltou a babar, e tentou me atacar, mas, antes que ele pudesse, eu enfiei minha mão em sua barriga, pegando o cristal.

No mesmo momento em que puxei o cristal para fora de seu "corpo", ele desapareceu, gritando "DE NOVO NÃOOOOOOoooo...". Pus o cristal em meu peito, e, depois de mais um "Cutscene", virei o Cara de Fogo e Luz. Gostei desse nome.

- Bem, temos o cristal... Vamos matar o rei!

Alguns meses depois, quando a viagem de volta do Pólo Norte acabou – Ei, ainda não existiam aviões, e a droga do Pólo Norte ainda não tinha sido descoberta! Como diabos nós chegamos lá em um ano foi uma droga de um milagre! -, e fomos enfrentar o rei.

- Então... – O rei falou – Vieram me matar... Mas Jack, devo te avisar uma coisa.
- Eu não quero falar com você! Você matou meu pai!
- Não Jack... Eu sou...
- Não! – Eu o interrompi.
- O quê? Eu só ia falar que sou...
- Nã! Nã! Nã! Você NÃO vai falar isso!
- O que? Que eu sou...
- Sim, EXATAMENTE ISSO! Desde Star Wars V, TODO FILME OU JOGO CHEIO DE CLICHÊS VÊM DIZENDO EXATAMENTE ISSO! Mas NÃO ESTE JOGO CHEIO DE CLICHÊS! NÃO ESTE CLICHÊ! Você NÃO vai dizer que é meu pai!
- Pai? Não, não. Eu ia dizer que eu sou sua mãe.
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Tan tan tan! Oh meu Deus! O rei é a mãe de Jack! O que será que acontecerá?


Descubra essa e muitas outras coisas em... O CLICHÊ PARTE FINAL/2!

*BANG*

Desculpem-me. Outro narrador entrou aqui. Aparentemente ele era um narrador de novela. Continuemos com O Clichê.
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- Você é minha mãe? Como isso é possível?
- Bem, quando uma mamãe rei e um papai rei se amam muito muito mesmo...
- Não isso! Eu quero dizer, como que você trocou de sexo? Ainda estamos na Idade Média! Eu ainda tenho que usar uma pedra e boa pontaria se quiser chamar alguém à distância! E eu ainda tenho que tomar banho com água de rio, que depois fica nojenta demais para se beber!
- Bem... Eu sei lá. Vai ver é que nem Chronno Trigger, o personagem principal vai pro passado e futuro.
- Mas EU sou o principal!
- Você se acha o principal? Nossa, você é bem egocêntrico, hein filho?
- Ah, dane-se. Sendo você minha mãe ou não, eu vou chutar o seu traseiro.
- Tudo bem... PREPARE-SE PARA TREMER DE MEDO QUANDO EU ME TRANSFORMAR NO MAU MAIS MALÉFICO QUE VOCÊ JÁ VIU! MWAHAHAHA!
- E ENTÃO VOCÊ SENTIRÁ TODO O PODER E A FÚRIA DO REI SEM NOME! EU VOU MATÁ-LO JACK!
- Eh... Mãe? Dá pra mudar o tom? Isso só é assustador em filmes.
- Ah. Me desculpem. MAS PREPA...
- Apenas faça o que você for fazer.

E então, o Rei Sem Nome mudou de forma. Uma esfera negra que demonstra o racismo do roteirista o envolveu, enquanto ele trocava de forma. Esperávamos o pior.

Subitamente, um clarão de luz, e ouvimos a voz demoníaca do rei rindo. Quando olhamos, nenhum de nós conseguiu acreditar... O rei tinha se transformado...











... Num esquilo.

- MWAHAHAHA! Agora vocês sentiram o PODER e a FÚRIA do Rei! – Disse ele com sua voz fina.

Eu andei até ele, com ele se matando de rir, com sua risada maléfica que lembrava a de uma falácia, e pisei nele. E assim, o Rei estava morto. É, bem ÉPICO, NÃO? O REI MORREU SENDO PISADO! Não gostou? Reclame nos fóruns.

- E então, - Começou Luana – O que faremos agora?
- Bem – Eu retruquei – Você vai se apaixonar por mim, nós vamos nos casar e ter filhos.
- O quê? Eu nem ao menos tenho escolha?
- Hehehe... Não. O que você queria? É um clichê. – Então ela me chutou nas partes sensíveis, e saiu correndo castelo afora.

O que aconteceu depois? Bem, nós fomos presos pela guarda real por ter assassinado o rei, Hylda e Fernando foram executados alguns dias depois. Luana se tornou co-protagonista de "Chronno Trigger", e mudou seu nome para Marlene.

E eu? Bem, eu fugi da prisão, fui re-capturado em minha fuga, fugi de novo, quase fui executado, matei o meu cárcere, e fugi de vez, fui para o Pólo Norte e passei o resto dos meus dias falido, vendendo Gelo no palito. Até hoje sem nenhum comprador.
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Nota: Querem baixar para lerem em E-Books? Vocês podem baixá-lo aqui.

Só tenho a lhe agradecer por este texto  :XD: (Ou conto, chame como preferir). Não estava em um dia realmente bom, minha cabeça doía e ainda assim parei para ler um texto (Com tema clichê) sobre clichê. Está de parabéns, conseguiu me fazer perder (Ou ganhar) alguns minutos lendo, conseguiu arrancar algumas risadas também. Parabéns, eu diria "espero ver mais textos seus por aqui", mas acredito que não será necessário, pois acabo de atualizar a área de contos e roteiros.

Parabéns, e obrigado o/



Mais uma bela história de você Vifibi, eu havia lido na SRM, e como boa parte do pessoal da equipe gostou do que foi lido, coloquei esse tópico na página do facebook da CRM ^^. Continue com o belo trabalho, suas histórias tem um humor diferente e uma escrita interessante :P.

Li apenas a parte um, confesso que achei interessante, pois encontramos bastantes pontos de clichê, nessa historia, conto, sei lá, e foi isso que você quiz fazer é claro.
Vou terminar de ler quando puder, quero saber como hylda e jack conseguem esses cristais hsahsha.

Caramba, acho que já li isso umas dez vezes nesses anos. Ainda tenho no meu PC e continuo na torcida de uma sequencia. Sequencias, muitas sequencias, e então um reboot que também trará sequencias  :wow:
Conheçam meu blog: Get a Life

"Talvez o certo para você é o errado para mim . Claro, cada um é cada um,
ninguém é igual a ninguém. Não vai ser por isso que vamos nos desentender.
Duas pessoas discutirem e não chegarem a uma conclusão igual,
é a melhor prova de que cada ser humano tem o seu valor e identidade própria."
Raul Seixas

(Eu estava no quarto de madrugada lendo o texto, e ri tanto que minha mãe me mandou ir dormir. u-u) No outro dia terminei de ler tudo e confesso ter gostado bastante. Parabéns cara, ficou realmente incrível. Espero que traga mais textos assim para o fórum! ^^