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O Cavaleiro e o Dragão

Iniciado por Vifibi, 08/01/2013 às 20:44

Pessoas me pediram, não, me imploraram por esta história (Foi uma pessoa, e ela pediu educadamente. E preferiu não revelar seu nome), que é a primeira história que eu criei, ainda nos tempos de RPG Maker Brasil, quando meu nome era apenas mais um na multidão (Agora, ele significa "Aquele cara com aquelas coisas que fica falando porcaria no chat e me deixa desconfortável com suas piadas com um toque sutil de homo-erotismo"). Enfim. A SRM nunca recebeu esta história -- acabei me esquecendo dela --, mas continua sendo uma história decente. Então aproveitem... O Cavaleiro e o Dragão.

P.S.: Uau, como minha escrita evoluiu. O contraste é imenso. Enfim.

Parte Um:
O Cavaleiro


Raios de luz desceram aos seus olhos, enquanto ele observava a trilha, triunfante. A caverna do dragão estava próxima. Em suas mãos, ele carregava uma espada, e em suas costas, um arco, e sua aljava ainda cheia.

O vilarejo tinha medo daquele Dragão. Era o último de sua espécie, e por isso, poderia ser o mais violento. Foi aí que o herói entrou. Ele viu no Dragão sua chance de conseguir fama, e aproveitou-a.

E o herói chegou na caverna. O cheiro de fogo entrou por suas narinas, enquanto ele venturava por aquelas cavernas maliciosas. Por fim, ele viu o temido Dragão.

Suas escamas douradas brilhavam juntas mais que o Sol. Suas asas eram inigualáveis, e fariam inveja a qualquer ave. Seu porte deixaria até mesmo o maior dos reis parecendo um mendigo bêbado.

O herói correu para o ataque, urrando. O Dragão por um segundo não notou sua presença, mas depois tentou desviar, sem sucesso. O herói fincou sua espada nas costelas do Dragão, que gritou de dor.

Mas então o Dragão revidou, e levantou vôo, jogando o cavaleiro, e sua espada, no chão. O cavaleiro então sacou seu arco, e começou a atirar contra o Dragão.

Por fim, o Dragão caiu, e o Herói saiu vitorioso. E ele voltou para o vilarejo, mas não sem antes arrancar a cabeça do Dragão. Não existiriam outras manhãs para ele.

Parte Dois:
O Dragão


Escuridão. Ele olhou ao redor, e não viu nada. Tentou se mover, mas viu que estava preso. Tentou forçar, e ouviu um estalo. Viu um feixe de luz, e, forçando ainda mais, viu que o feixe aumentou. Forçou ainda mais, e o ovo quebrou.

Viu árvores, plantas, e flores. Pássaros voavam altos no céu azul, e ele viu outros como ele, outros Dragões, de diferentes cores. Olhou para baixo e viu que tinha pequenas escamas douradas.

Olhou para algumas flores roxas, e decidiu vê-las de perto. Cambaleou até elas, e cheirou. Reconheceu aquele cheiro como bom, e se alegrou. Ouviu um chamado, e, olhando para a fonte do som, viu um Dragão enorme, que seu instinto chamou de "Mamãe".

E sua mãe o ensinou sobre a floresta, sobre a vida, sobre tudo. Nunca conheceu seu pai. E o pequeno Dragão foi crescendo, ficando mais forte, maior.

Mas, quando ficou adolescente, uma catastrofe ocorreu. Ele vivia normalmente na tribo, e sua família - Sua mãe - o amava muito. A vida era boa, então.

Entretanto, num dia toda sua vida mudou. Humanos atacaram a tribo, milhares de humanos, coisa que nem os Dragões conseguiram lidar. Os mais velhos lutaram bravamente, e morreram. Os mais novos foram aniquilados.

E o jovem Dragão foi atacado, e ferido. Sua mãe ordenou que ele corresse, e ele o fez. Fugiu voando, ainda ferido, e ouviu os urros de sua mãe morrendo.

Sua raiva suplantou completamente sua razão. Ele pensava em voltar e se vingar, de matar todos aqueles humano miseráveis pelos crimes que eles fizeram, mas ele caiu atordoado antes que pudesse dar meia-volta.
Acordou mais tarde, e viu uma faixa cobrindo seu ferimento. Olhou ao redor, e viu um humano cuidando dele. Primeiro pensou em atacá-lo, mas depois pensou duas vezes. Viu que o humano estava ajudando ele.
Depois de se curar totalmente, agradeceu o humano, e foi embora. Começou a duvidar sobre os humanos, e acabou por resolver que não iria se vingar. Afinal, nem todos os humanos eram maus.

Os anos passaram, e ele escolheu uma caverna para viver. Vivia deprimido, com a solidão. Era o último de sua espécie, e nunca mais veria outra fêmea novamente.

Então aconteceu o inesperado. Um homem entrou em sua caverna, e começou a atacá-lo, sem nem ao menos falar nada. Ele enfiou uma espada em suas costelas, enquanto o Dragão urrou de dor.

Tentando não machucar o cavaleiro, o Dragão começou a voar, na esperança de espantar o atacante. Por fim, levou tantas flechadas que caiu, morto, aos pés do cavaleiro. E, no fim, viu sua mãe, sua família, e sua tribo.