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Sem Nome

Iniciado por Vifibi, 08/01/2013 às 20:46

O homem estava sentado em sua cadeira de madeira reciclável com acolchoamento opcional, debruçado sobre seu laptop Dell Inspiron 1525 cor azul estacionado sobre uma mesa antiga, que ele imaginava ser do século XIX ou antes. Estava em sua família há gerações e era inestimável, segundo o avaliador que a inspecionou. Ele deu dois toques no seu cigarro acima do cinzeiro feito de madeira e estacionado também acima da mesa inestimável e voltou a colocá-lo na boca, dando um trago. Um copo meio vazio de uísque repousava sem encosto ao lado do computador. À sua direita, uma garrafa de Jack Daniel's pela metade. O homem estava fundo dentro de seus próprios pensamentos, com um arquivo do Word aberto. Ele calculava silenciosamente as linhas por fazer, as páginas inacabadas, as personagens incompletas.
Com um gole, terminou o copo de uísque. Serviu-se de mais e voltou a ponderar o problema que lhe era uma praga: A personagem. Sua personagem principal tinha que morrer. Era um escritor no processo de escrever um livro, e precisava morrer para o livro ter um significado artístico dentro da história. Ele negava a si mesmo esse fato, mas sabia que era verdade. Segurava o copo de uísque à cabeça de uma forma igual a que sua personagem fazia, e tomou uma decisão. Endireitou-se na cadeira e digitou no computador cinco linhas, narrando a improvável morte de sua personagem.
Sentiu-se satisfeito por ter completado a história, e feliz por finalmente poder publicá-la. Recostou-se na cadeira e tomou a beber e fumar, arrebatado pela alegria que se tem ao terminar um texto. Era o melhor texto que ele já havia feito. Era dramático, triste, engraçado, aventureiro e ainda por cima nem um pouco mal-narrado. Esse seria o texto que iria modificar sua vida, tirá-lo da sarjeta, e colocá-lo entre os grandes nomes da Literatura. Sentiu o gosto do uísque uma última vez. Este seria o último dia em que ele teria que juntar dinheiro para ser capaz de comprar sua bebida preferida. O mundo era agora sua ostra, e ele jamais deixaria que ela deixasse de sê-lo. Ele era foda.
Já estava pegando no sono em sua cadeira quando foi tomado por uma súbita vontade inexplicável de ir ao banheiro. Levantou-se da cadeira, já bastante bêbado, e foi até o banheiro. Abriu o zíper de suas calças jeans e, soltando um gemido aliviado, explodiu, deixando para trás nada senão uma fina camada de cinzas nas pare