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As sete filhas.

Iniciado por Rawen, 19/02/2017 às 15:34

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Era um homem como qualquer outro vivendo numa sociedade privada de boas intenções e humanidade. Para o Sr. Carl, o significado poético da palavra "humanidade" deveria ser retirado de qualquer que seja o dicionário, afinal, por que caberia um significado tão puro numa palavra vinda desses monstros sem garras? Sua visão de mundo tornara-se distorcida fazem pouco mais que seis meses. Sua mulher havia sido assassinada junto à filha mais nova — que ainda não havia saído do peito. Se tornou uma pessoa tão vazia que suas filhas poderiam chamar de tudo, menos pai. Tudo exceto, claro, chamá-lo de "humano", ele repugnava a palavra com todas as suas forças, e também ensinava para suas filhas que elas não deveriam ser humanas, mas sim as suas filhas, Juliet, Magna, Andry, Jessica, Maria, Johanna e Candsen. O Sr. Carl nunca teve um filho homem, ele realmente não ligava pra isso, mas dizia que "não faria mal se algum rapaz surgisse na família". Ele também não pretende se casar de novo, diz que um homem é feito para uma mulher, e não para duas.

Juliet era a mais velha, já era quase adulta quando sua mãe morreu. Magna e Andry eram gêmeas, estavam no meio de sua adolescência durante o crime. Jessica e as demais tem pouco mais que um ano de diferença entre suas idades, Candsen pouco sabia andar quando sua mãe e sua irmã morreram.

Juliet saiu de casa logo depois de seu pai virar "um louco, fanático e ignorante", Sr. Carl, indignado, difamou para todas as filhas o mal que se apossara da mais velha. Juliet se casou aos vinte e dois anos, seu marido a matou durante uma briga, o homem foi solto pouco tempo depois pagando fiança. Sr. Carl acabou bastante doente durante algumas semanas, não teve força nem mesmo para ir ao funeral de sua filha. Ele não se arrependeu de não ter ido, mas sim de não poder enfiar as mãos no pescoço do maldito canalha.

Magna e Andry continuaram na casa do velho. Apesar de também acharem que seu pai tinha ficado um pouco xarope depois da morte da mãe, ainda o amavam e respeitavam muito, não queriam se afastar dele. Magna passou a cursar uma faculdade de letras próxima da cidade onde moravam, Andry ficou em casa ajudando nos trabalhos domésticos, Sr. Carl não gostava disso, mas ele não sabia nem mesmo cozinhar, precisava da filha. Sr. Carl voltou a trabalhar para sustentar a filha lá fora, também dava tudo que podia para a segunda, que decidiu ficar em casa. Pouco tempo depois, o homem arrumou um emprego para sua filha numa empresa de um velho amigo seu. "Nós bebíamos todas as sextas-feiras juntos quando eu ainda tinha cabelos negros", diz ele.

Jessica arrumou um namorado e decidiu se casar com ele aos dezesseis, o homem dizia ser de rica família, Jessica não pensou duas vezes. Aos dezessete anos, Jessica arrumou uma filha e seguiu com o homem, que de rico não tinha nada, para a capital, nunca mais teve contatos com o resto de sua família. Sr. Carl ainda hoje tenta entrar em contato com sua filha, quem recusa todas as tentativas do velho.

Maria prestou um vestibular numa das maiores universidades do estado. Estudou por anos e anos, após falhar miseravelmente, se afogou em drogas e numa depressão, saiu de casa logo depois disso.

Johanna e Candsen decidiram ir estudar para fora. Johanna conheceu um homem belo, forte e inteligente, abandonou os estudos e foi morar com ele, Candsen também conheceu um homem belo, forte e inteligente, porém, decidiu continuar sua carreira de estudos. Alguns meses depois, as duas descobriram que os dois homens belos, fortes e inteligentes eram na verdade o mesmo cafajeste. Dessa vez Sr. Carl não ficou parado, procurou até o inferno o maldito que tinha "acabado com a vida de Johanna", depois de algum pouco de conversa, ele descobriu que o pai do canalha de cabelos claros era outro dos amigos "que frequentavam o bar do Freddie". O Sr. Judie, de sangue muito quente, ameaçou cortar fora os testículos de seu filho, o obrigou a ingressar no exército. "Malditos sem determinação, meus filhos ou não, merecem ter um pingo do respeito militar", dizia o ex-soldado.

Ainda hoje, num grau avançado de velhice, Sr. Carl ainda odeia, ou melhor, odeia com ainda mais forças a maldita "humanidade".[/box2]

Textinho simples que fiz na hora e decidi postar. Eu tava com uma vontade grande de escrever, então coloquei tudo que veio na minha mente nesse tópico, espero que gostem o)

Eita, que evolução, hein?
Este texto já tem um estilo muito bem definido. De um realismo ironicamente trágico. Este trecho:

CitarAlguns meses depois, as duas descobriram que os dois homens belos, fortes e inteligentes eram na verdade o mesmo cafajeste.

ficou excelente. Continue postando o que vier na hora, pois este chegou na certa.

Obrigado, Poe, que bom que gostou  :XD:

Tem certas coisas que você não apenas lê, você enxerga claramente, sem a distorção criada pela mente.

Muito bom Manec, retrata um cenário muito conhecido na "humanidade".

Alguém precisa apresentar a esse homem algum tipo de anticoncepcional, qualquer coisa. hahahaha
Gostei do texto, apesar de achar que você poderia ter ido um pouco mais longe.

Você tem uma boa história em mãos, mas pode lapidar e deixá-la ainda melhor. De qualquer forma, meus parabéns! Gostei bastante.
Abraço. <3

Valeu, Ven, que bom que gostou  :XD:




hsuahushaus valeu, Misty. Eu espero poder fazer um texto mais lapidado algum dia :XD: , agora só preciso ver como kkkk

Achei o texto... Tedioso. A premissa é interessante, mas conforme eu fui lendo ficou parecendo o capítulo da bíblia que explica a árvore genealógica de um indivíduo qualquer. Faltou narrativa, faltou profundidade. Faltou alguma coisa que fizesse o leitor se importar com esse relato, entende? Sobre a escrita, acredito que ficou boa, apesar de que eu trocaria algumas vírgulas de lugar.

A propósito, uma dica que já vi usarem bastante é não introduzir personagens demais de uma vez, isso dificulta a catarse.
To Die Is To Find Out If Humanity Ever Conquers Death

Obrigado pela avalicação. Vou tentar trazer algo mais interessante da próxima vez  :XD: