O TEMA DO FÓRUM ESTÁ EM MANUTENÇÃO. FEEDBACKS AQUI: ACESSAR

Medo humano

Iniciado por JackFrost, 12/04/2017 às 16:17

   Estou sozinho aqui, o tempo parece que nem passa mais. Acho que já fazem uns dois dias desde que meu parceiro saiu pela porta principal – e nunca mais voltou. Talvez eu tenha ficado bastante preocupado no começo, mas acho que o frio já está entrando em minha mente, todos os meus pensamentos estão ficando nublados, estão ficando... intangíveis, é como se existisse uma grande cortina de teatro cobrindo eles, mas eu não consigo achar quem abre elas. Não consigo me lembrar de nomes, de relacionamentos, de memórias distantes, tudo é um eco sem sentido, mas ainda existe algo dentro de mim, algo que me faz continuar aqui sentado, ouvindo o vento cortante e esperando alguém entrar por aquela porta. Acho que não durmo faz algumas semanas...
   O relógio faz um som estranho, já faz um mês desde que tudo começou. Sinto um cheiro pútrido emanando de todos os cantos da casa. Já não posso ficar aqui – tem algo querendo me devorar, alguma coisa esgueirando-se pelas sombras que não vejo. Pego todos os panos que encontro no armário, todo equipamento de excursão, já sinto o frio em minha espinha e o medo em todo meu corpo. Ando em direção à porta, com algo entalado na garganta, são quatro viradas na manivela para quebrar o selamento interno – eis que tudo o que está lá fora se mostra diante de meus olhos: a maior paisagem que já havia visto em minha vida, o lugar possuia o dobro do tamanho desde que cheguei aqui, mas o choque logo passa pois o desespero começa a tomar conta e os sussurros do vento são demais para mim. A casa parece gritar, as sombras começas a se movimentar e um olho no horizonte pisca. O caminho é árduo, mas o mapa não indica mais nenhum, começo uma descida relutante.
   A cada passo que dou, ouço uma risada em minha cabeça. É tudo de mentira, tudo para dar medo. Os olhos que me observam são furtivos mas incisivos, eles olham dentro da sua alma, loucos para devorar um pouco dela – mas precisam esperar, estão fartos daquilo que acabaram de comer. Os cadáveres ao redor dos meus pés parecem se acumular cada vez mais, tantas memórias perdidas, tantas faces que um dia reconheci tomadas pela loucura, pelo medo. Uma lua sem brilho ecoa no horizonte, quase que com medo de aparecer para iluminar aquele mundo vazio e desgraçado, olho para cima e me pergunto quem sou eu além de um ninguém.
   Então uma voz grita. E eu corro em sua direção.
   Murmúrios e mais murmúrios. Risadas e deboches, garras rasgando minha pele. Sinto tudo como se fosse nada, e meu instinto me movimenta através dos mares de sofrimento e derrota. As faces congeladas de horror me olham com esperança, sou o último e o mais bravo de todos, aquele que sobreviverá ao fracasso, à guerra. Depois de toda a corrida motivada pelo último fio de esperança, chego ao local do ritual. Eles dançam como loucos, banhados em nosso sangue, o gritos finos de medo e desespero se aquietam, dando lugar à loucura e à noção de que todos irão morrer. Somos meros humanos, centenas de anos nos levaram a crer que somos a melhor coisa a habitar este planeta, mas no fundo das cavernas e mares eles esperaram e quando o horror se instalou, eles devoraram nossas almas. São criaturas indescritíveis, a encarnação do medo, da fome e da guerra. Nosso tempo já passou e a loucura toma conta de nossas cabeças vazias.
   Já não lembro de mais nada.

Eu gostei do texto. Ele não é muito explícito, mas não chega a ser completamente confuso. Me lembrou, me julgue, Shingeki no Kyojin em alguns momentos.

um pouco confuso, mas bem tenso.
a frase final de conclusão ficou muito bem colocada
: Intel Xeon E3-1225 v3 3.20GHz | Nvidia K2000 2GB GDDR5 | RAM 8GB DDR3 1600GHz | SeaGate Blue 2TB
O Mega Drive Nunca Morrerá em Nossos Corações.

Projeto Leyria RPG para SEGA Mega Drive/Pc