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Senhor da Guerra: Ato II

Iniciado por Dobberman, 02/11/2019 às 00:33

02/11/2019 às 00:33 Última edição: 06/11/2019 às 11:06 por Dobberman
ATO II


O senhor da guerra
Ato I | Ato II



Contrastando com o escuro da areia e o tom cinzento da pele de Gorbold, o púrpuro de um cacto chama atenção naquela paisagem. Cuidadosamente, o orc examina a planta em busca de um caminho em meio à infinidade de espinhos. Ele caminha de um lado para o outro, esfrega a sua cabeça, coça sua nuca, põem a mão em seu queixo, examina a planta de cima para baixo e de baixo para cima em busca de um brecha.

Se fosse um cacto normal, o orc não pensaria duas vezes antes de machucar a sua mão em troca de um gole de água, contudo, não se trata de uma planta comum, o cacto púrpuro possui uma toxina fatal, e, caso arranhe a pele do orc, muito provavelmente ele servirá de comida para os abutres nas próximas horas.

O orc examina os arredores em busca de algo para golpear os espinhos, mas apenas vê areia. Frustrado, Gorbold pensa nos riscos envolvidos e, por fim, acaba desistindo do cacto. Está sedento, mas o risco não compensa um gole daquela água.

Olhando sob os seus ombros, e vendo o púrpuro se distanciar, o orc continua caminhando naquele cenário. Por horas continua caminhando sem qualquer sinal de vida além dos abutres que lhe acompanham pelo ar até que – por destino ou pura sorte – o orc se depara com um pequeno círculo de areias de temperatura diferente.

O orc finalmente se anima e com parte de sua roupa improvisa uma peneira, cavando a terra, colocando-a sobre o pano e espremendo-a em busca de algumas gotas de água. O procedimento parece dar certo e quanto mais o orc cava, maior é a umidade da areia e, consequentemente, maior é a quantidade de água gerada no processo.

Sem razão aparente, o sangue do orc começa a ferver, colocando-o em um estado agitado e de alerta. Instintivamente, o orc se vira para trás e depara-se com uma grande sabriena lhe fitado a menos de três metros de distância.

O animal, furtivo e feroz, ao perceber que fora avistado, desviar o olhar para os lados, lambendo as suas patas e coçando sua coxa, virando sua cabeça enquanto olha apenas de relance para o orc.

Sabrienas são ferozes e astutas criaturas do deserto. São quadrúpedes muito semelhante as hienas, mas possuem poderosas e desproporcionais patas frontais em comparação com suas patas traseiras, possuem afiadíssimos caninos que lhe soltam a boca e uma dentição feita para moer ossos e pedras, além do mais caçam em bando.

O sangue de Gorbold lhe mandava atacar a fera naquele instante, porém a sua astúcia lhe dizia para aguardar o resto do bando, e por alguns segundos, os dois apenas se entreolhavam, até que a fera, impaciente, resolve dar o primeiro passo – ou melhor, salto – e avança sobre o orc, que, em reposta, golpeia-a por baixo, desviando o salto da fera e recuperando a distância inicial entre eles.

A sabriena rapidamente consegue se recuperar e parte em uma investida. Em sua defesa, o orc, arremessa areia, e, com a oportunidade criada, agarra-lhe a orelha e desfere um... dois... três socos em seu focinho, porém ao desferir o quarto golpe a criatura recua e lançar suas mandíbulas contra o pescoço de Gorbold.

Em uma manobra defensiva, o orc atravessa seu braço direito em frente ao focinho da besta, rapidamente a sabriena muda de alvo e prende o antebraço do orc em meio as suas mandíbulas.

Instintivamente, o orc arremessa seu peito sobre o pescoço do animal e abraça-lhe com sua mão esquerda, jogando o peso do seu corpo sobre a cabeça da fera e forçando-a ao chão, apertando firmemente seu pescoço entre seu peito e seu braço esquerdo em uma desesperada tentativa de estrangular a besta e impedir a movimentação da mandíbula do animal.


O movimento não funciona como esperado, e, em resposta, a criatura começa a se sacudir tentando se erguer e derrubar Gorbold, que, para manter sua posição, morde e crava suas presas sobre a corcunda do animal, deixando a criatura ainda mais agressiva.

Gorbold sabe que não tem muito o que fazer nessa situação, a fera poderá facilmente dilacerar seu braço se ele der alguma chance e quanto mais manter a posição, mais as presas do animal afundam em sua carne.

Nesse momento, um surto de raiva toma conta de Gorbold, afundando seus pés no chão, cravando seus dedos no pescoço da fera, mordendo-a com muito mais raiva e inflando seus músculos, fazendo saltar suas veias de uma maneira absurda, voltando toda a sua força para erguer a parte traseira da besta enquanto empurrava ainda mais a sua cabeça para o chão.

O manobra não parece dar certo, porém serviu para travar a cabeça da sabriena em meio ao abraço mortal do orc, em seguida, o orc grita com furor, torce seu antebraço e esmaga a garganta do animal. A sabriena, em uma resposta instintiva, larga o braço de Gorbold em busca de oxigênio, não conseguindo se libertar do abraço, começa a golpear o orc com suas patas traseiras, perdendo o seu frágil equilíbrio e permitindo que o orc completasse sua manobra.

Com o braço livre, o orc rapidamente agarrou a corcunda do animal com seu braço direito, comprimindo a garganta com o braço esquerdo, e, com ambos os braços, consegue força suficiente para erguer completamente a besta.

A sabriena, com sua cabeça entre as pernas do orc, tenta de forma desesperada se livrar, e, em um salto, Gorbold, cai sentado no chão, atingindo o solo com a cabeça do animal.

Com a colisão, o pescoço do animal fica gravemente ferido, e Gorbold, para acabar com o sofrimento da fera, crava suas presas na garganta e rompe uma artéria.

Exausto e em frenesi, Gorbold olha em volta em busca do bando, e neste estado agitado o orc fica por alguns minutos. Somente após o animal parar de se debater foi que o orc decidiu saciar sua fome, porém a tranquilidade não durou por muito tempo.

Um orc vestindo uma capa cor-da-areia e empunhando uma lança, espreita Gorbold de longe. Percebendo o olhar investigativo, o orc devolve o olhar, aguardando para saber quais as intenções daquele inesperado visitante...



... Continua.