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Demônios Também Amam por Pedro Sant'Anna

Iniciado por Avenger_B7, 07/03/2013 às 10:19

07/03/2013 às 10:19 Última edição: 07/03/2013 às 10:28 por Avenger_B7

"Olá a todos. Meu nome é Matt. Isso é tudo o que precisam saber sobre mim, de início. Espero que em poucas linhas, consiga descrever toda minha vida, ou pelo menos a melhor parte dela.

Eu era uma pessoa normal, até completar 17 anos. Fazia coisas normais, como jogar futebol, namorar algumas meninas, estudar, me socializar. Mas enfim, isso não vem ao caso, porque a minha vida se torna interessante no momento em que paro de tentar ser normal, e começo a fazer aquilo o que faço de melhor, viver com demônios.

No dia 27/07/2011, um mês depois no meu aniversário, sinto que passo por certas mudanças e falo com meus pais sobre isso. Primeiramente, eles me perguntam que mudanças seriam essas, pedindo para que eu seja mais específico. Eu tento ser. Errei ao tentar ser específico, pois a única coisa que consigo, dizendo a verdade, é uma sombra de dúvida. Dizem meus pais, que eu já passara da idade de fazer brincadeiras desse tipo, porém, o que eles não sabiam, era que eu já chegara numa idade em que eu mesmo não suportaria tais brincadeiras.

Tendo comigo a ausência da confiança de meus pais e uma porção de dúvidas, me encaminho ao colégio, onde esperava que minha loucura passasse. Esse acontecimento era tão surreal, que eu mesmo não estava mais acreditando que isso poderia estar acontecendo comigo, um garoto de apenas 17 anos. Continuando, peguei um ônibus até a rodoviária, pois meu pai estava com febre, e não levantou da cama para me levar. Esperei alguns minutos até que aquele veículo decorado com duas listras paralelas, de cores azuis e vermelhas, acrescentadas de uma palavra escrita em preto "N. S. da Penha" chegasse até o lugar reservado para tal. Subi nele, e como de costume, sentei no último banco, mais precisamente, no meio. Depois de viajar um pouco, no sentido denotativo da palavra, olhei para a roleta, esta decorada com uma pintura de cor vermelha e que já estava enferrujando, mas o que me atraiu não foi a roleta, propriamente dita, e sim, uma mulher de longos cabelos louros, lindos olhos azuis, uma pele branca e perfumada, e um corpo de modelo. Corado de vergonha, desviei meu olhar para a direita, ou para a esquerda. Não lembro muito bem para qual direção desviei o olhar, mas pelo nervosismo em que eu me encontrava, talvez olhasse até para o chão. Como se não bastasse, ela estava vindo em minha direção. Enquanto olhava para a direita ou para a esquerda, aquela linda mulher continuava andando em direção a mim, e de repente:

- Com licença, por favor.  – Dizia a linda jovem –

- Ah! Sim, claro. Desculpe.  – Dizia eu –

Ela sentou na poltrona à minha direita. Então, nada mais lógico para alguém que estava envergonhado, do que olhar na direção contrária. Mas logo que fiz isso, ela começou a conversar comigo.

- Não se preocupe menino, pode olhar-me. 

- Hã? Nã-Não, eu estava apenas olhando para lá. – Apontei para a minha direita –

Então ela não satisfeita, me provoca ainda mais.

- Você me acha bonita?

E eu, inocentemente, respondo:

- Sim, claro. Quem não acharia?

Então um enorme silêncio permanecera no ambiente, até que fora quebrado pelo barulho mecânico do ônibus. Sua voz é tão doce que qualquer um seria capaz de se apaixonar por ela, só de ouvi-la falar. Perguntei seu nome, e ela me respondeu:

- Andressa, e o seu?

- Matt.

- Matt? Que nome estranho. – Critica Andressa –

- Eu também acho, mas tenho a impressão de que tenho esse nome com algum objetivo, não sei. Talvez. – Respondo, eu –

Ela me perguntara o que eu sonhava em fazer, o que mais me fazia sentir prazer ao fazer. E logo em seguida, sem me responder, Andressa me perguntou se eu estava sentindo como se algo em mim, estivesse mudando. Então logo percebi algo diferente em seus olhos. Não era a cor, pois continuavam azuis e esbeltos, mas algo profundo, algo que internamente mudou. Pensei talvez se ela soubesse de algo sobre a minha capacidade de ver certos demônios, porém, descartei essa possibilidade. Aquele rostinho meigo e liso, aparentemente, não faria mal a ninguém. Mas só aparentemente.

Sem que eu notasse, um homem, de pele morena, mais baixo que eu, um pouco forte, com cabelo raspado, uma blusa de gola V roxa, calça jeans e um tênis normal, sentou na poltrona à minha esquerda. Mas o que mais me chamou a atenção foi o fato de não comentar nada sobre Andressa, ou pelo menos, o fato de não olhar para ela. Nada. Ele simplesmente passou e sentou ao meu lado. Por um momento, tive a impressão de que Andressa não existia, porque uma linda garota como ela, qualquer um notaria, mas enfim, ele não notou.

Reparando em mim e sentindo minha preocupação e dúvida, Andressa me pergunta:

- Tudo bem com você? Parece pálido.

E eu realmente estava, podia notar. Quando o vento soprou em meu rosto, senti que estava mais gelado.

Então, respondi:

- Não, Andressa. Estou bem.

Logo que disse essas simples e refletivas palavras, o tal homem que sentou-se à minha esquerda, perguntou :

- Ei garoto, falou comigo?

- Não, falei com ela. – Apontei para Andressa –

Olhei na direção dela, mas pude ouvir o tal homem sussurrando como se eu estivesse doido. Não entendi nada, mas deixei passar. No ponto seguinte, Andressa desce e então, uma parte de mim fica aliviada, mas a outra fica com "gostinho de quero mais".

Logo que ela desce, eu pergunto ao homem:

- Cara, você viu que mulher linda?

- Quem? Aonde? - Perguntou ele, confuso –

- A que acabou de descer.

- Ih, garoto, você está ficando doido, por que a única pessoa que desceu foi uma senhora de,
aproximadamente, 72 anos de idade, há três pontos daqui.

- Ah, então você não reparou. – Disse eu, triste pelo fato do homem não ter visto Andressa –

- Talvez sim, talvez não. – Concluiu ele –

Alguns minutos depois, chego ao meu destino. Desço do ônibus e espero por mais um ônibus, que me levaria até o colégio. A boa notícia, é que agora, há uma grande variedade de ônibus que me serve, então, não demoro muito até pegar um, este que por sinal, era decorado com listras brancas e amarelas, com uma estrela desenhada em rabiscos, não me lembro bem do número, mas tenho a impressão de que era 651. Subi para o ônibus e passei na roleta, e então, como de costume, olho rapidamente para todos os passageiros, para ver se reconheço alguém. Desta vez, olhei e reparei numa mulher, que parecia ter 20 anos, cabelo preto, longo e liso, usava uma franja, dobrada pra direita. Sentava em um dos únicos bancos à frente, e usava óculos de lentes escuras, mas não Transition. Tive a sensação de reconhecer aquele rosto, mas não me lembrava de ninguém que pudesse ser tão bonita quanto ela. Dez minutos se passaram, e eu permaneci em pé, na roleta, encarando aquela linda menina branca de cabelo liso, até que chegou a minha hora de descer. Coincidentemente, ela desce junto comigo. Ando alguns metros de cimento para chegar ao colégio, cuja pintura lembra as cores do meu estado, azul e branco. Um lugar enorme, cuja entrada há bandeiras nacionais e estaduais. E no alto do edifício, um relógio localizado ao centro.

Reparo que nele, estão várias pessoas sentadas, conversando, porém, olho para cada uma delas e não reconheço nenhuma. Será coincidência ou apenas nenhum dos meus amigos chegou? Considerei aquilo como normal, aliás, já tinham acontecido coisas surreais demais por hoje. Resolvi entrar no colégio, mas não poderia, pois o portão ainda estava fechado. Disse ao porteiro, que era para ir ao banheiro, então ele me deixou passar. No caminho, não deixei de notar aquela linda mulher morena do cabelo liso e preto que pegara o mesmo ônibus que eu, só que agora, ela estava conversando com o diretor, se apresentando como a mais nova professora de Inglês da turma 31421, do curso de Mecânica Industrial. Quando eu ouvi aquilo, não acreditei, ela seria minha professora na primeira aula do turno da manhã aos sábados. Era pouco, mas aquilo já me deixava feliz e doido para espalhar a notícia aos meus companheiros de classe. Olhar para essa morena, me lembrava Andressa, aquela menina loura que conheci no ônibus. E me fazia pensar em que mesmo a minha futura professora sendo tão esbelta, Andressa era muito mais linda e realmente mexeu comigo.

Quando volto do banheiro, para sair do colégio e voltar ao pátio, minha futura professora de Inglês, vem em minha direção, e diz:

- Olá aluno, me conhece?

Então eu respondo:

- Conheço não. Parece que você é nova aqui. Certo?

- Sim, tem razão, diz ela. Mas não lhe pareço familiar?

- Eu quase te confundi com uma pessoa que eu conheci hoje mesmo, sabia?    - Confessei –

- Ah! Que legal, menino. Qual o seu nome?

- Matt, e o seu?

- Matt? Que nome mais estranho.

- Nossa. Você falou da mesma maneira do que uma pessoa que eu conheci hoje, quando disse meu nome. Saiba que ela reagiu da mesma maneira.

- Interessante, diz ela. Bem, eu vou subir, até mais. Te vejo no sábado.

- Sim, sim. Prazer em conhecê-la, ou revê-la. – Sussurrei –

Assim que me despeço daquela mulher, que mesmo dizendo meu nome, não descubro o seu, avisto um cordão de prata com algumas letras, que pareciam ser o nome de alguns de seus parentes, irmãs, talvez. Estava escrito "Andy e Deza". Logo quando saio pelo portão, recebo a notícia do porteiro que haveria paralisação de ônibus. A única alternativa era a de ir para a casa. Pergunto-me se esse seria o motivo para não encontrar ninguém no pátio, às 07h00min da manhã de uma sexta-feira.

Um dia depois...

Acordo disposto, pois finalmente era sábado e eu teria aula com "Andy e Deza". Fico martelando, o que seriam esses nomes. Não importando muito o significado disto, me banho, me arrumo, então me apronto para sair. Vou até a rodoviária, de carro, para pegar o mesmo ônibus com listras paralelas de cores azuis e vermelhas. Entro nele, e sento no mesmo banco, o do meio no final do corredor do ônibus, esperando que pudesse reencontrar Andressa mais uma vez, para que pudesse pedir algum meio de contato, talvez o número de seu telefone fosse ideal. Porém, como um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, tive uma viagem tranquila e sem nenhuma linda mulher no ônibus. Cheguei ao colégio, e notei que os meninos e meninas que compõem a minha turma, estavam lá, e senti que meu sábado não passaria de algo tão tedioso e simples, a não ser naquela parte da manhã. Passaram-se alguns minutos até que o sinal bateu e o portão se abriu. Era a hora da aula!

Subimos em grupo até o 3º andar, pois uma turma de 3º ano assiste aula em seu respectivo andar, então, nos dirigimos à nossa sala, e entramos. Como de costume, o professor sempre demora um pouco, e quando isso acontece, formam-se grupos na sala. Uns conversam sobre o BBB, outros sobre Anime, outros contam histórias sobre suas vidas ou o que fizeram nos tempos vagos, principalmente nas férias, e outros criam um grupo de jogatina no fundo da sala. Minutos depois, a professora de Inglês bate na porta, pede licença e dirige-se à sua mesa, localizada na parte frontal, mais para a direita da sala. Todos, os garotos, espantados com o charme e beleza de nossa professora que resolve se apresentar. Então ela diz:

- Bom Dia, meu nome é...

No momento que diz isto, reparo na luz solar que reflete seu colar de prata e lembro-me das palavras que estavam escritas, permitindo que numa fração de segundos me caia a ficha que seu nome, apenas, poderia ser...

-... Andressa – termina a professora –

Meus olhos se arregalaram com o fato de possuir o mesmo nome daquela loura dos olhos azuis. Todos se apresentaram, e eu permaneci calado no meu canto, sem mover nenhum centímetro de minha boca para dizer absolutamente nada. Eu tremia de frio ou nervosismo, não sei ao certo o que era exatamente aquela sensação, mas era algo surreal, então pensei comigo que poderia ser algo do destino, uma coincidência. Não devia ser nada demais, mesmo as duas mulheres lindas aparentando ter o mesmo rosto, jeito, e para piorar, o nome. Então Andressa, minha professora, aponta para mim e pergunta:

- Seu nome é Matt, certo?

- S-Sim, professora. – Respondo eu, espantado –

- Não precisa ficar nervoso, nós já não nos vimos duas vezes?

Eu não a respondi, e ela nem fez questão que eu a respondesse. Um silêncio tomou conta da conversa, não dos outros, que estavam a comentar sobre a beleza de Andressa, mas tomou da minha e da professora. Esta que me deu todos os motivos para crer que ela fosse a garota que conheci no ônibus. Mas, mesmo se fosse, como ela poderia trocar de roupa e cabelo num curto período de tempo? E outra, eu a vi descer do ônibus ontem! Ainda tem mais uma coisa que me intriga: Como o homem que sentou na poltrona à minha esquerda não a viu, e agora, uma sala cheia de alunos a estaria vendo. Isso seria possível? Não a meu ver.

Como sua primeira aula, lembro dela ter comentado alguma coisa sobre um sujeito chamado "Verbo To Be", não me lembro muito bem, pois estava concentrado na possibilidade de encontrá-la novamente. Andressa. Agora tudo fazia sentido, me refiro ao colar de prata, cujas palavras inscritas nela formavam seu nome. "Andy e Deza" formam "Andressa". Como não pude perceber? Tão ridícula esta minha falta de atenção. O que será que devo fazer? Falar com ela? Ou será que apenas deixarei passar? Vou esperar. Quero ter certeza de que não estarei cometendo nenhum engano, até mesmo porque não tem como uma pessoa mudar de aparência assim, de repente.

Toca o sinal, é hora do intervalo.

A turma sai rapidamente da aula. Cada grupo faz o que estão acostumados a fazer, como por exemplo, têm aqueles que vão para a fila do lanche, outros vão à biblioteca, não para ler livros, e sim para jogar Uno. Eu não quis ir com nenhum desses. Pela primeira vez, quis ficar ali, sentado na sala, esperando alguma explicação da minha professora, ou da Andressa, não importa quem fosse aquela mulher, eu apenas queria ouvir algo dela que extinguisse a minha dúvida e alimentasse a minha certeza. Andressa arruma suas coisas, apaga o quadro e se prepara para sair. Mas antes, ela me pergunta:

- Ué garoto, vai sair não? Você sabe que tocaram o sinal, não sabe?

Então, eu respondo:

- Eu não vou sair, mas sei que o sinal foi tocado. Tomei coragem para perguntar à senhorita: O que quer de mim? Eu sei que você é aquela menina loura, de olhos azuis que conheci ontem, no ônibus. Explique-me, por favor. Diga o que está havendo. Seja breve, pois logo voltarão todos.

- É, parece que não consegui me disfarçar por muito tempo. Há duas coisas que eu realmente gostaria que você soubesse sobre mim:

- Primeira coisa. Eu estou sentido algo por você. Não me leve à mal, mas é um sentimento que vocês humanos chamam de paixão.

- Epa, epa, espera. O que você quer dizer com "vocês humanos"? Por acaso, você não é humana?

- Então, Matt, essa é a segunda coisa. Eu sou um demônio. Não sou ruim, nem diabólica. Tenho sentimentos, e há muito tempo, estou de olho em você, porém, só tive coragem para vir aqui na Terra, e me declarar para alguém especial como você há pouquíssimo tempo.

- O... O quê? Você é um demônio? Não posso acreditar no que estou ouvindo! Mas isso não pode ser verdade, essas coisas de demônio se relacionando com humanos não existem. É um absurdo!

- Sabia que você não entenderia na primeira vez, por isso, não queria te contar. Mas você percebeu.

- Andressa, eu não ligo para esse fato de você ser o que é, por que, eu senti algo por você desde a primeira vez que eu a vi. Sinto que, talvez, fosse possível ter uma vida ao teu lado, não importando o que pudesse acontecer. O que acha? Não existe uma regra no seu mundo que pudesse impedir esse nosso relacionamento?

- Não, Matt. Não existe. Podemos fazer nossa própria regra, viver do jeito que quisermos, não dando a mínima para o que os outros pensam ou deixam de pensar.

- Isso é exatamente o que eu queria ouvir.

- Matt, tocou o sinal, tenho que ir. Não se assuste, pois quando você menos esperar, estarei ao seu lado.

- Assim espero. Adeus Andressa.

E assim, minha professora sai de sala e eu fico ali sozinho, pensando em tudo o que conversamos e tentando entender duas coisas praticamente impossíveis. Uma era o fato de Andressa ser um demônio. Mas a outra, a que mais me intrigava, era o fato dela estar apaixonada por mim. Isso sim é impossível. Felizmente ela estava, e eu não seria tolo ao extremo se não me entregasse à ela, não retribuindo o amor que sente por mim, da mesma maneira. Um amor verdadeiro assim como este, é raro de se encontrar, por que só existe um dele.
A turma volta do intervalo, e depois disso, teríamos uma série de aulas. O que seria chato de contar, e mais ainda de ouvir.

Chego à casa, esta que se encontrava vazia. Olho na mesa da sala e vejo um bilhete, então abro e leio.
"Matt, seus pais saíram e foram almoçar fora, te deixaram um prato de comida no microondas, se estiver com fome, esquente e almoce. Durma um pouco, pois te quero ver descansado e disposto para de noite. Com amor e carinho, Andressa."

Depois de ler aquela carta, pensei em duas coisas distintas, uma seria o que ela estaria preparando para nós de noite, e a outra era que eu estaria com medo de que esse amor se tornasse algo obsessivo. Segui seus conselhos, almocei e dormi. Então, acordo e deparo com Andressa do meu lado, na cama, vestindo uma camisola de tamanho médio, de cor rosa. Acho que não fizemos nada, pelo menos, eu não me lembro de ter feito nada.

Então, assustado, perguntei:

- And... Andressa, o que está fazendo aqui?

- Só descansando com você, meu amor.

- Mas, você não pode chegar assim do nada. Você não tem casa, tem?

- Matt, querido. Eu sou um demônio que muda de aparência e que se tele transporta. Então, me diga: Qual o motivo de ter uma casa?

- Realmente, nenhum.

- Então... – Diz ela –

- Fizemos algo de errado? – Perguntei –

- Se você acha que dormir, apenas, é algo de errado, sim, fizemos. – Responde ela, certa de si –

- Tudo bem, então. Vou levantar e tomar um banho, fique aí.

- Sim, não precisa pedir duas vezes. – Andressa sorriu –

Direciono-me ao banheiro, lavo meu rosto, escovo meus dentes, me preparo e, finalmente, entro no 'Box'.
Desligo o aquecedor do chuveiro, giro a torneira, então, me banho.
Demoro uns 10 minutos para me banhar.
Porque 10 minutos depois de ter entrado no banho, sinto falta de Andressa, não de saudades, mas sinto como se ela estivesse saído do meu quarto, como se tivesse evaporado. Saio do Box, me seco, me visto e volto ao quarto. Chegando lá, vejo que minha lourinha dos olhos azuis não se encontrava ali. Não entrei em desespero, pois ela podia ir e vir, como bem quisesse, mas o problema é que ela podia não voltar. Foi isso o que me preocupou.

Meus olhos ainda ardem de sono, mesmo depois de algumas horas de descanso e um bom banho frio. Faço apenas o certo, deito e durmo. Se estivesse com sorte, poderia sonhar com Andressa, e talvez descobrir onde ela estava. Adormeci.
Alguns minutos depois, acordo e ouço a voz de Andressa. Levanto, desesperadamente, da cama e gritando por ela. Então ouço com mais clareza:

- Matt, Matt! Eu voltei meu amor. Voltei para minha casa. Desculpe-me por não poder continuar vivendo essa fantasia com você. Eu sou um demônio e você um mero humano.

- Você disse que isso não importava no nosso relacionamento.

Depois de ter dito isso, Andressa continuou falando. Pareceu-me estar num pesadelo, pois ela não podia me ouvir. E continua falando:

- Espero que encontre alguém para poder te amar, tanto quanto eu te amei. E quero que saiba de mais uma coisa: Eu sou sua mulher ideal.
Isso é verdade, ela é minha mulher ideal, loura, dos olhos azuis, perfeita. Deve ser por isso que ela não existe, uma garota que está em meus pensamentos, nas minhas ideias. Isso seria injusto. Depois da chance que eu teria de começar algo com ela. Um amor infinito e nem um pouco obsessivo.
De repente, acordo, transpirando.

- Ah! Isso foi apenas um sonho, pelo menos é o que eu espero. Mas, se bem que Andressa não está aqui comigo. Para onde será que ela foi?
Dito isso, meu celular toca. Era uma música informando uma nova mensagem SMS, de Andressa. Mas não me lembro, em nenhum momento, de ter dado a ela o meu número. Há inúmeras maneiras de ter conseguido isso, não vou tentar adivinhar.
Eu abro a mensagem.
"Matt, espero que entenda. Achei que por sonho, seria a maneira mais fácil de te contar isso. Beijos, Andressa."

- Então, isso não foi um sonho, foi tudo real. – Lamento – "
                                       

- Obrigada, Matt. Foi uma excelente história. Gostaria de saber se é verdade que você cria essas histórias, todos os dias antes de ir dormir.  – Dizia a coordenadora do concurso de histórias do Hospício Santa Helena. –

- Sim, é verdade. Eu tenho muitas em minha cabeça. Quando o segurança me empresta um papel e uma caneta, eu consigo salvá-las.

- Excelente. Agora, Matt, peço que passe a palavra para o Sr. Hike. Ele nos contará uma história sobre a vida dele, ou sobre algo imaginário, como a sua, Matt. Silêncio, por favor. Sr. Hike, pode começar.

- Com licença, vou ao banheiro. – Diz Matt –
Matt se retira da sala de apresentações do Hospício Santa Helena e se dirige ao banheiro. No caminho, o segurança o cumprimenta, dizendo que a história fictícia que ele contou foi esplêndida, maravilhosa. E pergunta a ele:

- Então, Matt. Não quero te azarar. Mas você sabe se está perto de sair deste lugar?
Então Matt responde:

- Seu Guarda, eu não quero sair daqui. O Hospício Santa Helena virou uma casa para mim. Repare bem, todos os dias eu tenho comida quente, roupa lavada, um ambiente todo branco, que me lembra o Céu e um lugar bonito que eu posso contar minhas histórias. – Matt solta um sorriso –

- Ah sim, meus parabéns pela história, de novo. Mas, deixe-me te perguntar algo. O senhor gostaria que essa tal de Andressa existisse?

- Sim, com certeza. Mas até um homem de 30 anos e louco, como eu, saberia que não poderia se apaixonar por uma mulher tão intensamente, como o personagem. Imagina se realmente acontece isso, se ela abandonasse o amor da vida dela, de um minuto para o outro. Responda-me: O que o protagonista iria fazer? Se matar seria o mínimo que ele poderia pensar em fazer. O que eu quero dizer, Seu Guarda, é que não importa quem seja a mulher, perfeita ou não... Ah! Desculpe-me. Tomei muito tempo do senhor. Deixe-me ir ao banheiro, então terminaremos nossa conversa.

- Tudo bem, vai lá. – Diz o guarda –

Matt vai ao banheiro e demora uns cinco ou seis minutos, aproximadamente. E quando volta, nota que o guarda não está mais lá, então Matt decide voltar à apresentação do Sr. Hike. Chegando lá ouve um pequeno trecho da história de seu colega de hospício.

- "Rápido! Ande depressa." – Conta Sr. Hike –

Matt, então, com a ajuda dessas humildes e singelas palavras, lembra de sua amada fictícia. Até numa frase qualquer, de uma história diferente, esse nome o chama à atenção. Prestemos atenção nas palavras : ANDe depRESSA.  Ele, então, pensa que não importa o que faça ou que história crie, Matt jamais se esquecerá de sua loirinha dos olhos azuis.[/font][/size]




Primeiro, eu gostaria de agradecer a você por ter lido essa história, eu sei que não foi fácil. Espero que tenha se prendido à história do início ao fim. E, aos interessados, segue, em anexo, o documento 'original'. Está mais organizado, então, fique à vontade. Valeu! =)

[Anexo excluído pelo administrador]
Unique Destiny | um novo conceito de RPG Maker 2000!

wait ashusAhuASHUAShuashasu

Okay, o fim me fez viajar legal XD

A parte do Matt foi divertida, apesar de alguns errinhos... E a velocidade extrema disso! Credo, que coisa corrida! @_@ O Amor deles foi tão curto que nem tive chance de pegar o amor no ar @_@ Achei meio corrido e com alguns errinhos, dá uma revisada nissaê u.u

Mas o Fim ficou bom XD Adorei a reviravolta das (des)ilusões dele!  :clap:
À procura de uma sign melhor  :=p:
Como eu fiz dúzias de avatares no estilo da CRM, vou trocar eles à cada segunda-feira!  :wow:

uheuhehuehu' isso foi para um trabalho de colégio...
acontece que a (fd*) professora nn considerou o meu primeiro pq acho que fosse plágio, aí eu tive que criar outro... Pretendo melhorar depois mas ando meio desanimado. O fim é o que eu mais amo também, moh jogada de mestre, uhehueuhehuehu'... modéstia à parte... hehehe'
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