O TEMA DO FÓRUM ESTÁ EM MANUTENÇÃO. FEEDBACKS AQUI: ACESSAR

Mensagem Perdida

Iniciado por Elyven, 01/06/2013 às 03:36

Considerações: Este é meu novo conto e quem se puser a lê-lo, se possível gostaria de um feed e claro, ficarei agradecida. Porque estou deixando lentamente à escrita de lado para me focar mais em design. Mas sempre que sou tomada pela vontade de escrever alguma coisa - sim, só de madrugada-, passo aqui para deixar alguma coisa interessante. Mas provavelmente, com maior frequência, estas coisas interessantes serão sobre design. Obrigada pessoal.
Mensagem Perdida

Estava deitado em seu velho sofá-cama, no terceiro andar do edifício Mariana, mudando freneticamente os canais da TV com um curto controle remoto empoeirado e engordurado. Seus óculos, sobre a mesinha de centro da sala, refletiam a imagem da tela-plana, quando, de repente, André sentiu o característico cheiro de enxofre. Num piscar de olhos a criaturinha de pele escamosa atravessou sua janela como se o vidro fosse feito de água. O nefilim sentou-se no sofá calmamente, pegou os óculos sobre a mesinha e os ajeitou sobre o par de olhos escuros, bem alinhados sob as sobrancelhas espessas. No segundo após, guiou seu olhar em direção ao Mensageiro.

_ Quatro vezes em uma semana – disse sorrindo zombeteiramente – deveria ter apostado na Mega Sena se soubesse que a sorte sorriria assim para mim.

_ Calado, abominação! – A vozinha estridente da criatura soou agudíssima.

_ Seu Mestre ainda insiste que eu faça o trabalho sujo dele?

_ Não lhe dei permissão para falar, escória!

_ E eu não lhe dei permissão para invadir meu apartamento – André disse, levando as mãos em posição de reza e entrelaçando os dedos.

Tudo aconteceu num piscar de olhos. Seu espírito deixou o receptáculo, que voltou a se jogar sobre o velho sofá-cama. Ao descruzar as mãos, o nefilim invocou duas pistolas cromadas e logo as apontou em direção à horrenda criaturinha.

_ Estou cansado de suas visitas, Odidrep!

O Mensageiro então encarou André horrorizado, ao ouvir a pronuncia de seu nome.

_ Como foi que você...

_ Ridículo. Achou mesmo que poderia esconder o seu Nome Verdadeiro de mim? – o nefilim falou, lançando um olhar alegre em direção à criatura de escama negra, e deixando com que um sorrisinho cínico se formasse em seus lábios carnudos – Acha mesmo que eu fico aqui atoa o dia inteiro? Tenho vários livros em que posso...

E antes que continuasse o Mensageiro envergou suas asinhas de morcego e fugiu.

_ Droga! – André resmungou, saltando contra a janela e atravessando-a como se ela não passasse de algum tipo moldado de névoa.

Descobrira o nome do Mensageiro logo no primeiro dia em que o desprezível ser invadiu o seu apartamento. André não perdeu tempo e começou a investigar as reais intenções de Ari, o tal nome do Mestre da criaturinha. O pequeno ser de pele escamosa havia o dito, em sua segunda visita, que Ari estava interessado em contratar os serviços de André, um nefilim solitário que mora em pleno centro de São Paulo, num apartamento minúsculo escondido num edifício comercial. A vida cotidiana do meio-humano, meio-anjo, era corrida e um tanto peculiar. Estudava História à noite e vivia enfurnado em casa durante a manhã. À tarde, André trabalhava em uma loja especializada em videogames, bem próxima de onde mora. Isso quando não se desprendia de seu corpo carnal e tomava a forma etérea, para poder investigar casos bem anormais, contratado por diversos tipos de seres bizarros.

Tudo estava ao contrário. As letras das placas e outdoors eram como se estivessem sendo vistas de um espelho, a direção das ruas e avenidas mudou, o que era direita se tornou esquerda e ao mesmo tempo o céu trocou de lugar com a terra... Assim André saltou e abriu os seus braços para poder plainar. Não podia perder o rival de vista. Estava a poucos centímetros do fugitivo. Seus pés nus tocaram o topo doutro edifício e seus cabelos preto-azulados lambiam o ar ao seu redor. Sua respiração estava ofegante e ele então evocou sua velocidade sobrenatural. Não podia o deixar escapar. Não iria deixá-lo escapar. Sua pele morena clara, como a da mãe, brilhava de suor, e suas mãos grandes e robustas, como as do pai, mantinham-se precisamente unidas às suas pistolas. Em seu rosto um semblante vingativo.

O homem lançou um breve olhar lá em baixo. O perseguido ia saltando sobre os carros, subindo a Avenida Paulista em plena hora do rush, indo em direção ao  Espigão da Paulista.. O trânsito estava tenso. Era quinta feira e o domingo seguinte seria Natal... Buzinas, calor; apesar do dia nublado. André sabia que se o inimigo ganhasse o  Espigão da Paulista, a perseguição chegaria ao fim e teria de esperar por outra oportunidade. Mas tempo era tudo o que ele não podia mais perder naquele momento.

Sem pensar duas vezes, André lançou-se do topo do prédio do Banco Itaú, praticamente voou até o Espigão. Focou o seu perseguido. Do monumento, saltou por sobre as árvores da divisa que separa as duas pistas da Avenida (pois estas arvores queimadas só existem no plano sobrenatural)  e apontou as pistolas. Mirou-o e, no instante seguinte, puxou o gatilho. Uma luz em forma de projétil deixou as duas automáticas prateadas e foi em direção à criatura. A clavícula do alvo foi atingida e ele tombou sobre um ônibus que havia parado no sinal vermelho. André saltou até o coletivo e suas mãos fortes ergueram o pequeno perseguido de apenas trinta centímetros. Era um Mensageiro.

– Eu o desprezo nove vezes sua aberração, como ousa? – A criatura rosnou agressiva. Seus bracinhos negros se debatiam e suas garrinhas afiadas tentavam arranhar o rosto de André. A sua pele era escamosa e seus olhos totalmente tomados por trevas soturnas.

– O que ele está tramando, Odidrep? Algo haver com a chuva?

– Há! Como se eu fosse lhe dizer.

– Uma pena – André apontou uma arma para a testa do demônio.

– Espere! Eu...

– Leve essa mensagem ao seu mestre.

O gatilho foi puxado e a cabeça do Mensageiro se desfez. Sinal verde. O ônibus arrancou e André saltou para o topo do semáforo deixando o corpo da criatura cair na avenida. Lá de cima, parado como se o seu peso houvesse sido ignorado pelas leis da física, avistou a gosma negra manchar o asfalto à medida que ia desaparecendo; engolida pela terra.

– Eu não gosto de ser manipulado. – O homem disse antes de saltar de volta em direção ao seu apartamento.

Ótimo conto Elyven,  :clap: gosto muito dos seus contos sempre fico assim  :o: lendo eles, enfim, ficou ótimo.

01/06/2013 às 03:46 #2 Última edição: 01/06/2013 às 03:49 por Elyven
Citação de: Naemegashi Yokohuro online 01/06/2013 às 03:41
Ótimo conto Elyven,  :clap: gosto muito dos seus contos sempre fico assim  :o: lendo eles, enfim, ficou ótimo.

Obrigada, Nae. Não sou especialista em Supernatural mas sou muito fanática em Supernatural, sacou? kkk Obrigada e nem deu tando trabalho assim, só não tinha o que fazer,e porém, eu o fiz. Se bem que eu poderia tê-lo deixado melhor, mas eu iria com certeza poluí-lo. Uma perseguição básica, digamos que agora há um demônio a menos voando por esta sombria São Paulo. u_u
Spoiler
Off: Apesar que sou Atleticana fanática e doente mental pelo meu time das Minas Gerais, lar da Minha purlin! Enfim o que não vem ao caso. bjs!
[close]

Spoiler
Citação de: Elyven online 01/06/2013 às 03:46
Citação de: Naemegashi Yokohuro online 01/06/2013 às 03:41
Ótimo conto Elyven,  :clap: gosto muito dos seus contos sempre fico assim  :o: lendo eles, enfim, ficou ótimo.

Obrigada, Nae. Não sou especialista em Supernatural mas sou muito fanática em Supernatural, sacou? kkk Obrigada e nem deu tando trabalho assim, só não tinha o que fazer,e porém, eu o fiz. Se bem que eu poderia tê-lo deixado melhor, mas eu iria com certeza poluí-lo. Uma perseguição básica, digamos que agora há um demônio a menos voando por esta sombria São Paulo. u_u
[close]
Kkk certo mais tem uma corujinha né?

Citação de: Naemegashi Yokohuro online 01/06/2013 às 03:49
Kkk certo mais tem uma corujinha né?
Ha!ha! tá certo. Acho que é só nos dois por aqui. O jeito é ir lendo até o sono chegar. Mas provavelmente alguém irá nos alertar se iniciarmos um off. Bora Mp ou lá no Facebook; até!

O conto ficará melhor se você resolver dar uma continuação, porque foi aquele tipo de final que precisa seguir em frente. No geral eu gostei, achei que ficou uma mistura de "O Ritual" com "A Batalha do Apocalipse". Só acho que você deveria ter explicado o que o termo nefilim significava, pois eu comecei achando que se referia ao demoniozinho até que fui no Google procurar o significado.

Triste em saber que você vai dar uma desacelerada no ramo dos contos!
Spoiler
(Mentira, estou feliz com a diminuição da competição  :malvado:)
[close]

Viva a lenda!



Citação de: VincentVII online 01/06/2013 às 13:51
O conto ficará melhor se você resolver dar uma continuação, porque foi aquele tipo de final que precisa seguir em frente. No geral eu gostei, achei que ficou uma mistura de "O Ritual" com "A Batalha do Apocalipse". Só acho que você deveria ter explicado o que o termo nefilim significava, pois eu comecei achando que se referia ao demoniozinho até que fui no Google procurar o significado.
Triste em saber que você vai dar uma desacelerada no ramo dos contos!
Spoiler
(Mentira, estou feliz com a diminuição da competição  :malvado:)
[close]
Você pode notar em meus contos que existem vários personagens com diferentes psicologia. Este mesmo, é meu  personagem meio anjo e meio demônio. Então provavelmente sempre em "episódios" um ou outro irá se encontrar em algum evento aleatório que é fiel " no pano de fundo". Sempre deixo margem para dar continuidade.
Spoiler
Off: Pois é! Estou focada mais em projetos com equipes para criar jogos de Rpg Maker. u_u
[close]