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O Brilho no Olhar

Iniciado por B.loder, 30/06/2013 às 22:34

O Brilho no Olhar



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O garoto tinha nove anos de idade quando estava na balsa, a estrutura de madeira gigantesca abrigava várias pessoas, o cheiro de madeira molhada impregnava o lugar enquanto o choro solitário de muitos fazia o pequeno elfo se sentir mal. Ele tentou se afastar um pouco, observar o mar na beirada da embarcação, mas sua mãe segurou-o com força e pediu que se aquietasse.
Ficou assustado, era incomum ver aquela mulher substituir o sorriso do rosto pela face angustiada que estava ali, seus olhos vagavam atentamente em todas as direções, como um animal indefeso e temeroso pela própria vida. Os dedos dela tremiam, tentava se manter calma mas não conseguia, inspirou o ar lentamente, e deixou-o escapar em golfadas.
O elfo sentou-se ao lado da mãe, tenso ele se virou para uma senhora que estava sentada ali perto, ela tinha um rosto triste, o queixo era fino e as mãos pequenas, rezava para Kaelus em silêncio, como muitos ali faziam. Dos olhos azuis estreitos saíam lágrimas incessantes, o cabelo branco estava bagunçado, com algumas mechas caídas sobre o rosto. Ela esperou inquieta um homem se aproximar.
Era humano, tinha cabelo e olhos castanhos, barbudo e de rosto redondo. Entregou um copo de cerâmica para a mulher, ela bebeu a água lentamente, fazendo tremer o copo em suas mãos, então fitou-o com um sorriso desesperado, aguardando que ele respondesse. Ele fechou os olhos e respondeu em negativo com um movimento da cabeça.
O choque fez a mulher ficar imóvel, como se sua mente tentasse compreender aquilo que era óbvio, mas tão aterrorizante que não conseguia imaginar. Ela chorou mais e jogou o copo nele, este caiu e se quebrou no chão, o som pareceu chamar a atenção de todos. Se afastou arrastando-se e abraçou os joelhos em choro.
– Cedric, fique perto de mim – a mãe do garoto disse puxando-o para mais longe de senhora que chorava em desespero. Ele assentiu e sentou ao lado dela, abraçando-a.
Esperaram lá enquanto o som agonizante que recheava o local, tentando se animar nos braços um do outro. O rosto da mulher se alegrou ao ver o homem que caminhava na direção deles, era alto, parecia ter por volta de trinta e cinco e quarenta anos, cabelo loiro e barba mal feita, era musculoso e tinha queixo quadrado, ajoelhou-se e os abraçou. Tinha um semblante triste.
– Ele não... – tentou não se descontrolar. – Meu irmão... – a mulher do homem sorriu, tentando acalmá-lo – Tudo bem – enxugou as lágrimas. – Vocês estão bem, é mais que eu poderia pedir para Kaelus.
Alguém se levantou, uma mulher em um dos cantos sorria apesar da situação de todos, alguém se levantou para repreendê-la e instantaneamente observou o horizonte com um sorriso abobalhado no rosto. Uma multidão se colocou de pé para observar a terra que se aproximava lentamente, o cheiro de terra molhada invadiu a embarcação, era o recomeço que eles queriam, longe daqueles que queriam fazer-lhes mal, a terra nova era para eles uma benção.

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To Die Is To Find Out If Humanity Ever Conquers Death