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História sem título (Criptozoologia)

Iniciado por VincentVII, 24/08/2013 às 14:49

Andei pensando um pouco em criptozoologia na última semana e tive uma ideia para uma história. Comecei a escrever uns dias atrás e esse é o primeiro capítulo. Gostaria que vocês dessem uma olhada e me dissessem o que acham. Ficou meio extenso, por tanto tenham paciência.

Para quem não conhece o Mokele-mbembe aqui está o link da wikipédia: Mokele-mbembe. Boa leitura!



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- Mokèlé! Mokèlé-mbèmbé! Mokèlé! – o nativo africano gritava a mesma frase incansavelmente, mas eu não conseguia entender uma palavra.
Eu tentava manter o nativo parado com a assistência de duas enfermeiras e seu irmão, mas a força dele era incrível. A adrenalina liberada com estado de pânico em que ele esse encontrava só dificultava o serviço. O irmão dele falava algumas coisas no dialeto da tribo mais eu não reconhecia nem metade das palavras. Durante meu breve treinamento me ensinaram a dizer coisas como "Tome isso duas vezes por semana" ou "Irei aplicar remédio X no lugar Y", mas nenhuma das frases pré-prontas se aplicava nessa situação. Imaginei que ele estava dizendo algo como "Fique calmo! Os médicos vão cuidar de você. Você vai ficar bom".
E eu queria poder afirmar isso!
Desde que chegamos à tribo, três semanas atrás, não enfrentamos nada pior do que verminoses, febres e outras doenças. Mas aquele nativo tinha perdido metade da coxa esquerda e o sangramento era constante. "Que diabos fez isso?", eu não conseguia deixar de pensar.
- Segurem ele, porcaria! Não consigo aplicar haloperidol.
A voz do Dr. Vasconcellos me tirou do transe. Novamente me vi dentro da tenda aramada para abrigar alguns pacientes tentando conter o nativo violento enquanto o doutor tentava aplicar uma dose de tranquilizante. Tarefa que se tornou impossível com os chutes e socos desesperados que o homem não parava de dar. Uma das enfermeiras já tinha sido atingida por um dos chutes.
- Merda, a agulha quebrou! Pare de se mexer – essa última parte o doutor gritou no dialeto da tribo, poucos da nossa equipa sabiam falar aquele idioma – Isso não vai dar certo.  Pablo, vá até o armário. Terceira gaveta da esquerda, tem um vidro marrom em cima de um pano. Rápido!
- O quê? – eu perguntei confuso.
- Você me ouviu. Terceira gaveta da esquerda, vidro marrom. Agora!
Corri para o armário e a terceira enfermeira assumiu minha posição. No meio do caminho meu cérebro começou a repassar toda a cena ocorrida tentando entender como chegamos àquela situação.
Devia ser algo entre onze e trinta ou meia-noite quando tudo aconteceu. O acampamento estava em silêncio, todos tinham ido dormir cedo. Alguns sons selvagens soavam pelo ambiente, animais noturnos caçando ou sendo caçados, insetos perambulando pelo ar e vento sussurrando encantamentos. Na tenda dormíamos o Dr. Vasconcellos, as outras três enfermeiras e eu. Roncos e outros sons noturnos se juntavam a sinfonia da mata. E quando tudo parecia bem, ouvimos os gritos.
Antes que qualquer um de nós pudesse se levantar e ver o que acontecia nossa tenda foi invadida por dois nativos gritando feitos loucos. A enfermeira mais velha levou um susto e gritou deixando todos nós alvoroçados. Os nativos berravam palavras incompreensíveis (consegui entender apenas as palavras "irmão" e "ferido"), um deles carregava o outro pelo ombro. O que estava sendo carregado tinha um terrível ferimento na coxa. Ao ver a enorme ferida eu gelei e a enfermeira mais nova fez uma ameaça de vômito. Quem falou primeira foi o doutor. Ele falou com o nativo não-ferido no seu idioma perguntando o que aconteceu. Ele se explicou, eu acho que se explicou, e logo em seguida o doutor se virou para nós e ordenou:
- Ferimento de caça, todo mundo para o consultório já! Pablo me ajude a carregar o ferido.
O consultório era outra tenda armada onde mantínhamos os casos mais graves. O nome era simbólico, pois não passava de camas colocadas sob um enorme pedaço de pano. O doutor, o irmão do nativo e eu erguemos o ferido que já começava a se debater e continuava gritando. Com dificuldade o levamos para dentro e o colocamos sobre uma das camas. Na mesma hora o lenço se manchou de vermelho com o sangue do ferimento. Quando uma das enfermeiras tentou estancá-lo com um torniquete levou um chute e voou para trás. Tentávamos segurar o nativo, mas era um esforço inútil. Foi então que o doutor tentou aplicar o haloperidol.
E agora eu corria para um armário indo pegar um vidro qualquer. Cheguei ao armário. Havia dezenas de medicamentos e outro utilitários que trouxemos para a tribo além dos remédios que distribuímos durante os primeiros dias. Abri a gaveta que o doutor indicara e comecei a procurar pelo remédio.
Era evidente o meu pavor. Desde que eu me formara em medicina não tinha presenciado um caso tão sério assim. Minhas mãos tremiam, a garganta estava seca e eu não conseguia pensar direito. Ainda dava para ouvir o nativo gritando.
- Mokèlé! Mokèlé-mbèmbé! Mokèlé! – a voz estava ficando fraca por causa da perda de sangue.
Por alguma razão meu cérebro tentava decifrar aquelas palavras. "Moc... Moca... Macumba? Não, seu idiota! Ele não é brasileiro. Moque... Moqui... Mosquete? Porra, já falei que ele não é brasileiro."
Encontrei o vidro. Não era pequeno, nem grande e estava cheio até um pouco acima da metade com um líquido que não consegui reconhecer. Peguei e sair correndo, mas no meio do caminho lembrei que tinha me esquecido do pano. Voltei, peguei-o e corri para o doutor. Entreguei os objetos ainda trêmulo. O Dr. Vasconcellos pegou-os com uma agilidade felina. Mesmo com toda aquela tensão ele mantinha um semblante calmo e profissional. Porém vi que ele estava suando. O doutor abriu o vidro e depois derramou um pouco seu conteúdo no pano. Depois o levou até o nariz do ferido e pressionou-o. O nativo foi se acalmando até que ficou inconsciente. Enquanto perdia a consciência ele ainda repetia as mesmas palavras que estava gritando desde que apareceu carregado pelo irmão:
- - Mokèlé! Mokèlé-mbèeeeeeee...
Assim que ele desmaiou uma das enfermeiras aproveitou a chance para aplicar o torniquete. A mais velha foi buscar gazes e álcool para limpar o ferimento. A que tinha sido chutada ainda não estava muito confiante em ficar perto do nativo adormecido. O doutor me passou o pano e o vidro. A curiosidade falou mais alto e comecei a aproximá-lo do meu nariz. O doutor me deu um tapa na mão e disse furioso:
- Está maluco? Não faça isso!
Fiquei confuso. Virei o vidro e vi um pequeno rótulo velho e amarelado. Com letras meio apagadas lia-se "Clorofórmio".
- Clorofórmio? – falei mais alto do que devia – Você usou clorofórmio no paciente? – não consegui disfarçar a indignação na minha voz.
- Ele perdeu metade da perna, não parava de se mexer e quebrou a agulha. E ainda estamos no meio de uma maldita selva. Me diz se isso é hora para ser ortodoxo?
- Eu sei, mas, mas... – não consegui encontrar palavras para terminar a frase então abaixei a cabeça. – Me desculpe!
- Tudo bem! – o doutor passou a mão na testa para enxugar as gotas de suor – Foi uma situação tensa, mas ainda não acabamos. Vivian, tudo bem?
Vivian era a enfermeira que havia sido chutada, uma mulher baixa e gora, 32 anos e com cabelos e olhos castanhos.
- S-sim, doutor!
- Ok! Ajuda a Rita com o torniquete. Pablo guarde o clorofórmio. Hilda pegue o...
- Já está aqui, Dr. Vasconcellos.
Hilda era a mais velha do grupo, mais velha que o próprio doutor. Acho que tinha lá pelos 60 e tantos anos, mas ainda tinha muita energia. Era uma mulher forte, larga e alta e sempre falava com certa seriedade. Mesmo assim tinha uma personalidade agradável e acolhedora. Vivian também tinha muita experiência no ramo da medicina e por diversas vezes já realizava os cuidados sem que o Dr. Vasconcellos lhe orientasse. Acho que ela podia até ler mentes, porque já tinha em mãos tudo o que o doutor ia pedir.
Depois que guardei o clorofórmio, voltei para perto do paciente. O doutor dava algumas orientações para as outras duas enfermeiras enquanto Hilda já limpava o ferimento. Depois pegou uma segunda seringa e a encheu com um anti-inflamatório. Antes que ele aplicasse eu o interrompi com uma pergunta.
- Mais alguma coisa, Dr. Vasconcellos?
- Não, tudo bem! – ele pôs a mão no meu ombro – As meninas cuidam do resto. Se eu precisar de ajuda eu te chamo.
Aquilo me fez sentir bem e mal ao mesmo tempo. Por um lado eu fiquei aliviado por não ter que lidar com a ferida, mas por outro não gostava de ser desnecessário. E aquilo acontecia muito ali. O doutor e Hilda tratavam da maioria dos casos e Vivian, Rita e eu ficávamos mais de assistência. Aos poucos o doutor ia me dando mais espaço, me dava meus próprios pacientes, já não me orientava mais. Mesmo assim sentia a placa de "Assistente" presa nas minhas costas.
Saí da tenda passando em frente ao irmão do nativo. Depois de tanta confusão tinha até me esquecido que ele estava ali. Ele havia se afastado um pouco para que os outros pudessem cuidar melhor do seu irmão, mas o observava atentamente. Notei que ele estava com uma expressão assustada. Não me surpreendi, aquela ferida ainda estava na minha cabeça e também me preocupava. Não sei que tipo de animal podia ter feito aquilo, mas era um dos grandes. Quando cheguei perto dele, me olhou no de cabeça baixa.
- Ele vai ficar bem! – tentei falar do melhor jeito que conseguia, mas percebi que minha pronúncia estava horrível.
De qualquer forma acho que ele me entendeu, pois me respondeu com um rápido aceno com a cabeça e um sorriso nervoso.
Ao sair da tenda inspirei a maior quantidade de ar que meus pulmões aguentavam. Soltei o ar e passei a mão no rosto como se isso pudesse melhorar a situação. Olhei em volta, tudo escuro e silencioso. Agora até mesmos os animais tinha se calado. Uma luz vinda de uma outra tenda do acampamento me chamou a atenção.
"Patrick!", conclui na mesma hora. Ele nunca ia dormir cedo, acho que nem dormia.
Fui até a tenda e entrei sem fazer cerimônia. A fumaça do cigarro de Patrick me atingiu assim que cruzei a entrada. Tentei afastá-la com as mãos, mas ela já tinha tomada toda a tenda.
- Porra, Patrick! Tá uma sauna aqui. Apaga essa merda.
- Quer um? – disse Patrick me oferecendo um maço.
Hesitei por um instante, não fumava há cerca de seis meses. Mas aquela tinha sido uma noite tensa e acabei cedendo. Peguei um cigarro e devolvi o maço. Patrick me lançou o isqueiro. Tentei acender o cigarro e percebi que minhas mãos ainda tremiam um pouco. Devolvi o isqueiro e dei um longo trago. Soltei a fumaça de um jeito cansado e voltei minha atenção para Patrick.
Ele estava sentado numa cadeira velha na sua posição costumeira: os pés jogados por cima da mesa, uma mão segurando um cigarro e a outra tentando sintonizar o transmissor na esperança de encontrar uma rádio qualquer. Era dois anos mais novo do que eu, mas já estava na equipe há cerca de quatro anos. Tinha estatura média, magricelo e uma pele morena invejável. Escondia-se por trás de grossos óculos e estava sempre desarrumado. Para falar a verdade, todos estávamos. O acampamento não nos permitia sermos muito vaidosos.
Ao contrário de mim Patrick não fazia parte da equipe médica. Ele compunha a segunda parte do grupo. Ao todo éramos dez ali. Eu, o doutor, as três enfermeiras, dois mecânicos/motoristas/pau para todo obra, um guia, uma bióloga e Patrick. Ele era o responsável pela comunicação. Fazia relatórios e os passava para a sede no Brasil, mas sua função mais importante era nos manter conectados com o mundo exterior. Ele era o único com acesso ao notebook, o celular via satélite e o transmissor, nossas únicas conexões com a civilização. O notebook também era uma espécie de dispositivo GPS, porém Patrick, por alguma razão que ninguém sabia, confiava muito mais no transmissor. Dia e noite ele ficava mexendo naquela velharia tentando sintonizá-la a alguma rádio. Além disso, a sua tenta também era usada como estoque e todo dia ele tinha que fazer o inventário. Depois da equipe médica, Patrick era o mais trabalhador do grupo.
- Conseguiu alguma coisa? – perguntei para ele enquanto ia até um caixote que era usado como cadeira extra nas horas vagas.
- Nada, tá difícil conseguir uma música hoje.
- Por quê?
- Sei lá, tem alguma coisa dando interferência no sinal. A droga do satélite também tá fora do ar – Patrick apontou para o notebook que estava desligado – Me diz pra que serve essa porra de satélite se não funciona? Aposto que a NASA não tem esse problema.
- Então vai trabalhar pra eles!
Ri. Patrick ficava muito engraçado quando estava com raiva. Ele riu também. Nessas horas era tudo que nos restava.
- Então – ele continuou – estamos tecnicamente desaparecidos até amanhã, na melhor das hipóteses.
- Perfeito! Mais alguma boa notícia? – falei em tom sarcástico.
- Amanhã vai chover.
- Ótimo, como se as coisas já não estivesse fodidas o suficiente. – soprei a fumaça para baixo irritado.
Patrick largou o sintonizador e virou sua cadeira para minha direção. Suas sobrancelhas se arquearam curiosas.
- O que foi que aconteceu? Ouvi gritos agora a pouco.
- Dois nativos – joguei o resto do cigarro no chão e o amassei – chegaram correndo e gritando na nossa tenda. Um deles tinha na coxa a maior mordida que eu já vi na minha vida. Deve ter sido um hipopótamos ou coisa parecida.
- Não tem hipopótamos nessa parte do Congo.
- Então foi a coisa parecida. De qualquer jeito tá feio o negócio. O cara perdeu muito sangue. O Alexandre – com o Patrick eu sempre me referia ao Dr. Vasconcellos pelo primeiro nome – usou clorofórmio nele...
- Clorofórmio? – Patrick me interrompeu rindo – Essa pra mim é nova. Mas por quê?
- O cara não parava de se mexer e a gente não conseguia segurá-lo. Agora o doutor tá lá remendando ele.
- Que merda! Por isso você tá desse jeito. Quer outro cigarro?
Peguei um deles e o isqueiro, mas não acendi. Fiquei girando o cigarro com as duas mãos.
- Já tá assim, né?
- O quê? – perguntei confuso.
- Essa sua cara aí de "o que eu estou fazendo aqui?".
Odeio quando o Patrick está certo. Isso era algo que eu vinha me questionando há alguns dias. Será que eu tinha feito à escolha certa? Bom, minha vida de agora não é tão diferente da minha de meses atrás. Mesmo assim eu não conseguia parar de pensar nisso.
Depois que me formei na faculdade de medicina e terminei o período de residência me ofereci para ser um dos médicos que seriam enviados para a região norte do Brasil para trabalhar no meio da mata. As condições de trabalho não eram as melhores, eu admito, mas o contrato de dois anos oferecia o melhor pagamento do mercado para um médico no início de carreira. Fiquei trabalhando no Amazonas por sete meses quando foi me oferecido uma segunda proposta. Uma grande empresa farmacêutica da França, com filiais em alguns países e inclusive no Brasil, estava recrutando médico para serem enviados a tribos africanas. Era uma espécie de ação humanitária da empresa e contava com o apoio
Eu já conhecia esse projeto, tinha lido sobre ele na faculdade. Começara por volta dos anos 90 (no Brasil começou a partir de 98, dois anos depois de a filial chegar ao país). Não era muito diferente do que eu já fazia na região norte. Uma equipe com uma modesta quantidade de membros, o número e tipo de pessoas enviadas variava dependendo da região para qual fossem enviados, era mandada para uma cidade ou tribo africana a fim de realizar serviço médico gratuito. Todos sabem que as condições de vida do continente não são as melhores. No meu caso a equipe já estava trabalhando em uma tribo há algum tempo, mas os empresários decidiram enviar uma bióloga para completar a equipe e para isso pensaram em adicionar mais um médico ao grupo.
A bióloga selecionada foi a Dra. Patrícia Soares que na época realizava pesquisas na floresta Amazônia. Para lhe acompanharem foram sondados mais quatro médicos e eu. Apesar de o contrato ser mais extenso (três anos e com possibilidade de renová-lo quantas vezes quisesse) o pagamento era superior, e ainda por cima em euros. Fora o belo bônus que a empresa oferecia ao término do contrato ou em caso de algum acidente. Minha preocupação maior era quebrar o atual contrato que eu tinha, mas me disseram que não haveria problema.
Acabei aceitando e fui levado para a sede da filial, coincidentemente se encontrava na região norte, onde tive que competir contra os outros quatro médicos em provas práticas e teóricas. Por fim meus resultados foram os melhores e me deram o cargo. Conheci a Dra. Patrícia, uma mulher de meia idade muito bonita de cabelos loiros, olhos azuis e um sorriso encantador. Seu maior defeito era o nariz que era um pouco mais avantajada do que as outras pessoas, mas de qualquer forma era uma bela mulher. E inteligente. Li alguns papéis publicados por ela, muito foram publicados fora do país. Ela realmente tinha paixão pela fauna e flora, não só nacional como mundial. Ela me assistiu durante o meu treinamento para aguentar a selva africana.
Além desse treinamento tive que tomar algumas injeções, tirar meu passaporte para viagens internacionais e estudar um pouco o dialeto da tribo a qual seríamos enviados. Tinha um nome todo complicado que até hoje eu não consigo falar e ficava nas proximidades do rio Congo. Após toda essa trabalheira, um mês depois de eu ter feito as provas, me colocaram num avião e me enxotaram para a África.
E três semanas depois da minha chegada ao continente, cá estou enfiado numa tenda fedendo a fumaça de cigarro, conversando com o Patrick.
A gente sempre pensa que está preparado para o que está a porvir, mas sempre nos enganamos. Eu achei que ia conseguir ficar longe da civilização numa boa, era a mesma coisa que na selva do Brasil. Mas eu nunca imaginei que ia me sentir tão isolado assim. Mesmo que a maior parte da equipe fosse composta por brasileiros eu nunca conseguia me sentir a vontade no acampamento. Toda vez que eu tinha que repetir uma palavra do idioma local com meu sotaque brasileiro e com uma pronúncia vergonhosa eu percebia que não passava do um alienígena naquele lugar. Mesmo com todo meu estudo na área da medicina eu me sentia como uma formiga ali. Não sei se vou aguentar esses três anos.
- Relaxa que isso vai passar – disse Patrick tentando me animar. – Eu mesmo passei por isso quando entrei pro projeto e olha que eu era só um quase-adulto que não sabia pra onde ir. Daqui a algumas semanas você vai sentir como um nativo.
Dei um breve sorriso torto. Para ele era fácil falar, passava metade do tempo escondido na tenda brincando com o transmissor dele. Eu era quem convivia diariamente com os nativos.
- E também – ele continuou – daqui uns dois meses a gente vai ter a chance de ver a civilização de novo. Então cabeça pra cima, respira e aguenta!
Verdade, eu tinha me esquecido. A cada três meses toda equipe era substituída durante um mês e era enviada de volta para uma cidade para realizar exames médicos, preencher alguns documentos e ter um tempo de descanso. Se você quisesse podia até voltar para o Brasil e passar umas duas semanas com a família ou com os amigos. Ou também você podia escolher não ser substituído e acumular essas semanas por um ano, mais do que isso a empresa não deixava. Mas depois tinha que voltar a se enfiar no meio da mata de novo.
Só que dois meses para mim seria uma eternidade.
- Dois meses – repeti – Vai ser foda!
- Eu sei... – Patrick não soube continuar.
Ficamos num silêncio perturbador por alguns instantes. Devolvi o cigarro percebendo que não iria acendê-lo. Pelo menos já não estava tremendo.
- Acho que ele vai morrer! – falei de repente.
- O quê?
- O nativo, acho que ele vai morrer.
- É assim que você trata seus pacientes, Dr. Pablo Lamarca? Bem reconfortante.
- Eu sei que não é legal, mas é a verdade. Você não viu a ferida na perna dele. Era GIGANTE! E ele perdeu muito sangue, muito mesmo. Mesmo que desse pra fazer uma transfusão eu não acredito que iria salvá-lo.
- Mas deve ter alguma coisa que você possam fazer.
- Talvez num hospital bom, com uma equipe preparada. Mas aqui na selva? Duvido muito! Na melhor das hipóteses o Alexandre vai ter que amputar a perna dele.
- Pelo menos ele fica vivo.
- É, pelo menos isso. Mesmo assim, sei lá. Ele ficava gritando uma coisa estranha também.
- O quê?
- Não consegui entender. Acho que era "mocate", ou "maculo", ou...
- Pablo? Você está aí?
Uma voz feminina interrompeu a nossa conversa. Antes que eu respondesse a cabeça da enfermeira mais nova, Rita, surgiu na entrada da tenda.
- O Dr. Vasconcellos mandou te chamar.
- Algum problema?
- Ele não disse, só pediu para me chamar.
- Ok! Fala para ele que eu já estou indo.
- Tudo bem.
A cabeça voltou para o lado de fora e ouvi os passos dela se afastando da tenda. Patrick olhava para mim dando um sorrisinho malicioso.
- Ela gosta de você! – ele disse – Acho que você deveria investir. Você não vai encontrar alguém como ela em 50 km para todos os lados. A não ser que você queira dar uma chance pro Hildão.
- Vai se foder, Patrick!
Levantei e me despedi dele. Lá fora vi a sombra dele através do pano voltando a mexer no sintonizador. No caminho para o consultório vi duas figuras saindo. Uma era a Rita e a outra a Dr. Patrícia. Imaginei que o doutor mandou chama-la para ver se ela conseguia identificar a mordida. A me ver ele me fez um aceno e eu respondi com um movimento com a cabeça. Rita também acenou, mas com um gesto mais contido. Não era possível que o Patrick estava certo nisso também. Abanei a cabeça afastando esses pensamentos e entrei no consultório.
Lá dentro o paciente permanecia adormecido pelo efeito do clorofórmio e seu irmão jazia ajoelhado ao seu lado. O Dr. Vasconcellos estava para em frente ao pé da cama observando os dois.
- O que a Dra. Patrícia estava fazendo aqui? – perguntei só para iniciar a conversa. O irmão do nativo nem percebeu a minha chegada.
- Pedi para ela tentar identificar a mordia.
- Descobriu o que atacou eles?
- Não! Ela disse que não reconhece as marcas de dente, mas amanhã vai analisar melhor – o doutor disse amanhã com um tom sem esperança. Ele também devia pensar que o paciente não ia ter um amanhã.
- E o irmão dele? Talvez ele saiba.
- Já tentei perguntar, mas ele não diz nada. Só falou que não vai sair do lado do irmão até que ele melhore.
- A respeito disso, doutor você acha que ele vai sair dessa?
De alguma forma eu acho que o irmão do nativo deve ter me entendido, porque olhou diretamente para nós. Encarou-nos por dois segundos e voltou o olhar para o irmão. Senti um frio na espinha. O Dr. Vasconcellos pôs um braço sobre o meu ombro e me levou para a parte traseira da tenda. Olhou para trás para confirmar que o nativo não nos observava e soltou o ar dos pulmões com depressão.
- Vou ser sincero com você, Pablo. Não acho que ele vai durar muito. Você viu o tanto de sangue que ele perdeu, mesmo com uma transfusão e os equipamentos adequados não creio que conseguiríamos salvá-lo.
Foi o que eu imaginei, o nativo estava condenado.
- Então o que vamos fazer?
- O que pudermos. Dar remédio, monitorar os batimentos cardíacos, trocar os curativos. Acima de tudo ainda somos médicos. Talvez haja alguma chance.
Sei que ele falou aquilo para tentar me confortar, mas ambos sabíamos que não haveria chance alguma. Tudo que restava era o tempo que ele ainda tinha de sobra.
- Vamos fazer turnos de duas horas para cuidar dele. – o doutor continuou – Eu pego o primeiro e você o segundo, ok?
- Pode deixar, Dr. Vasconcellos. Eu cuido dele.
- Tem certeza?
- Sim. Não acho que vou conseguir dormir mesmo. Pode ir que eu dou conta de tudo.
- Tudo bem então, até amanhã Pablo.
- Até, Dr. Vasconcellos.
O doutor deixou a tenda, mas antes disse alguma coisa para o nativo. Palavras acalentadoras suponho. Acalentadoras, porém falsas. Sentei-me numa cadeira que tinha ao fundo do consultório e fiquei observando os irmãos. Meu olhar foi novamente para o pedaço que faltava na perna do nativo, era impossível não olhar para ele. Mesmo no escuro era bem visível a mancha grossa e vermelha de sangue no curativo. Senti outro calafrio.
"O que diabos aconteceu com você?", pensei, mas não tinha certeza se queria saber a resposta.
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Viva a lenda!



24/08/2013 às 15:59 #1 Última edição: 24/08/2013 às 16:01 por Mafagafo32
Eu gostei do textosó porque tem meu nome, me deixou curioso com oque vai acontecer.

Eu, realmente, queria fazer um comentário útil mas meu português está em um nível iniciante ainda, só poderia dizer para fazer uma revisão para concertar alguns erros de gramatica e digitação.

Então, espero que traga mais textos dessa série. +ouro :ok:

Opa, valeu! Eu até faço uma revisão usando a ferramente do Word, mas tem alguns erros que ele não acha (tipo quando eu esqueço de apagar uma palavra ou quando mesmo que esteja errado forma uma palavra que existe). Se a história for pra frente eu atualizo, mas por é só isso e mais algumas coisas que eu escrevi. Obrigado por comentar.

Viva a lenda!



É realmente difícil. Vejo que a atenção, e assistência prestada aos textos, aqui na área de exposição da CRM, é um tanto quanto precária. Já que as pessoas, na esmagadora parte das vezes, esquecem que um jogo - ou qualquer outra coisa - tem de estar solidificado in ato (no roteiro).

O spoiler a seguir é um desabafo, completamente pessoal, não recomendo ninguém ler, mas sei que sempre vai haver algum interessado.

Spoiler
Estou triste, triste porque eu postei um roteiro aqui, a mais ou menos 10 (dias), e ninguém comentou, trata-se do The Dodge (classificação etária +12 anos). O que me leva a crer que o roteiro é tão inútil quanto qualquer outro, visto que os roteiros tem baixíssima visualização.
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Passado essa parte, irei avaliar stricto sensu o seu material, saiba que não... Eu não vou avaliar todo, é muito grande e eu precisaria de muito tempo para comentar, pois se não houver devidas explicações... De nada adiantaria.

Citação de: VincentVII online 24/08/2013 às 14:49

- Mokèlé! Mokèlé-mbèmbé! Mokèlé! – o nativo africano gritava a mesma frase incansavelmente, mas eu não conseguia entender uma palavra.
Eu tentava manter o nativo parado com a assistência de duas enfermeiras e seu irmão, mas a força dele era incrível. A adrenalina liberada com estado de pânico em que ele esse encontrava só dificultava o serviço.

Nessa parte, eu considero trivial o uso de conectivos mais eufônicos, a eufonia da fluidez ao texto, do grego "eu": bonito / "fonia": som, daí "belo som". Em grego: "Tudo que é bom é belo".
Assim sendo a adaptação mais provável, de minha parte, seria:

Citar
- Mokèlé! Mokèlé-mbèmbé! Mokèlé! – o nativo africano gritava a mesma frase incansavelmente, mas eu não conseguia entender sequer uma palavra.
Eu tentava manter o nativo parado com a assistência de duas enfermeiras e de seu irmão, mas a sua força dele era incrível. A adrenalina liberada pelo seu corpo, mais o fator com estado de pânico, no qual em que ele se (esse) encontrava, só dificultava o serviço.


LEGENDA DAS CORREÇÕES:

PRETO E NEGRITO: adição de palavra, termo, expressão.
VERMELHO E RISCADO: sugestão para extinguir termo, frase, ou período.
VERMELHO E SUBLINHADO: correção de erro gramático, análogo, sintético, oriundo de digitação, ou incorreção.
(ENTRE PARENTESES E PRETO): erro gramático, análogo, sintético, oriundo de digitação, ou incorreção.

Nota: minhas modificações são esboços, você NÃO precisa levar nada em consideração, se não quiser. Eu só tento trata melhor da estética dos textos, sempre com a melhor das intenções. Estou aberto, sempre, à discussões saudáveis.

Comentando, previamente, sobre a aparência do texto... Bem, ele precisa ser bem mais trabalhado, realmente precisa. Mas a história tem uma pegada muito boa, um enxerto lógico bastante sagaz. Sério, você consegue conciliar a linha do raciocínio enquanto descreve os detalhes, os momentos, e toda o drama. Parabéns  :clap:!

Todavia, isso só significa dizer que você está enrascado, ashuahsuash. Pelo trabalho ser magnífico, ao menos, a ideia nele contida, você precisa trabalhar mais do que quadruplicado para resolver. Espero que você tenha tempo de resolver os problemas deste roteiro (que parece mais um livro).

Antes de me despedir, eu gostaria de falar da próxima parte:

Citação de: VincentVII online 24/08/2013 às 14:49
O irmão dele falava algumas coisas no dialeto da tribo mais eu não reconhecia nem metade das palavras. Durante meu breve treinamento me ensinaram a dizer coisas como "Tome isso duas vezes por semana" ou "Irei aplicar remédio X no lugar Y", mas nenhuma das frases pré-prontas se aplicava nessa situação. Imaginei que ele estava dizendo algo como "Fique calmo! Os médicos vão cuidar de você. Você vai ficar bom".
E eu queria poder afirmar isso!

Opa, opa! Problemas com dialeto? Linguagem? Linguística? Comunicação, ou melhor "misscomunication" (do inglês, problemas de comunicação), essa é minha praia! AHUSHAUSH.

Eu diria apenas que, ficou complicado.

CitarO irmão dele falava algumas coisas no dialeto da tribo, mas (mais) eu não reconhecia nem metade das palavras.

O roxo destaca a prolixidade da sentença, duplo sentido. O que me leva a questionar: "O irmão do paciente não falava a mesma língua que o paciente?"

Citar
Durante meu breve treinamento me ensinaram a dizer coisas como "Tome isso duas vezes por semana" ou "Irei aplicar remédio X no lugar Y", mas nenhuma das frases pré-prontas se aplicava nessa situação. Imaginei que ele estava dizendo algo como "Fique calmo! Os médicos vão cuidar de você. Você vai ficar bom".
E eu queria poder afirmar isso!

CitarDurante o meu breve treinamento, (me) ensinaram-me a dizer coisas como: "Tome isso duas vezes por semana" ou "Irei aplicar o remédio 'X' ao invés do no lugar do 'Y'", mas nenhuma das frases feitas se aplicava naquela situação. Imaginei que o irmão estava dizendo algo como: "Fique calmo! Os médicos vão cuidar de de você. Você vai ficar bom". Eu queria poder afirmar isto.

Numa visão limpa:

Citar
- Mokèlé! Mokèlé-mbèmbé! Mokèlé! – o nativo africano gritava a mesma frase incansavelmente, mas eu não conseguia entender sequer uma palavra.
Eu tentava manter o nativo parado com a assistência de duas enfermeiras e de seu irmão, mas a sua força era incrível. A adrenalina liberada pelo seu corpo, mais o fator pânico, no qual ele se encontrava, só dificultava o serviço.
O irmão dele falava algumas coisas no dialeto da tribo (??), mas eu não reconhecia nem metade das palavras.
Durante o meu breve treinamento, ensinaram-me a dizer coisas como: "Tome isso duas vezes por semana" ou "Irei aplicar o remédio 'X' ao invés do 'Y'", mas nenhuma das frases feitas se aplicava naquela situação. Imaginei que o irmão estava dizendo algo como: "Fique calmo! Os médicos vão cuidar de de você. Você vai ficar bom". Eu queria poder afirmar isto.

Espero que tenha ajudado, e boa sorte!
Aye, sir!

Valeu por comentar Valeffort. Antes de eu responder gostaria de falar sobre o desabafo. Só pra ser copião vou deixar em spoiler também.

Spoiler
Não faça isso, sério, apenas não faça. É assim que as coisas são aqui na CRM e em outra comunidades, os textos geralmente não recebem tantos comentários. Fica numa média de 2 a 3 comentários feitos por pessoas diferentes. Claro, há possibilidade do roteiro ser ruim. Eu não li sua história, confesso. Nessas semanas fiquei tentando terminar de ler O Código Élfico e zerar Bioshock Infinite, entre outras coisas, e só passei uma vista superficial no texto. Agora que terminei essas tarefas vou juntar um tempo para ler tudo. Mas estou divagando demais. O que eu já deveria ter dito é que não é porque a história não recebeu comentários que quer dizer que ela é inútil. De uma olhada em tópicos mais antigos da CRM e verá que tem muitas histórias boas com ZERO comentários. Por exemplo, recentemente o FilipeJF postou uma história de fantasia muito boa e apenas eu comentei. Provavelmente você será a última pessoa a comentar neste tópico. É o que acontece! E também tem outro fator, nem todo mundo da comunidade é fã de leitura. A maioria dá uma leitura superficial e sai do tópico ou simplesmente não sente vontade de comentar. E quando a história é grande então, nem se fala!

Ok, me prolonguei demais. O que eu quero falar é que não tente se preocupar com o número de comentários é assim que a banda toca.
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Agora sobre a sua crítica. Obrigado pela parte técnica, não vou comentar detalhadamente porque isso envolveria muitas citações e eu sou preguiçoso além da conta. Mas valeu mesmo por ter tirado parte do seu tempo para fazer essa análise, vou salvar o comentário e quando for fazer uma revisão no texto eu arrumo algumas coisas (só algumas mesmo porque tem certas coisas que eu prefiro deixar assim. Tipo, não gosto de escrever verbo+me, prefiro deixar no inverso mesmo para se assemelhar mais a língua sendo falada no cotidiano).

Esse é só o primeiro capítulo, mas não pretendo fazer nenhum livro. O que acontece é que quando começo a escrever não consigo minimizar as palavras e o texto acaba ficando extenso. E também depois que eu comecei a escrever o Mokembe quis aproveitar melhor os personagens então vi que não daria para fazer um conto de 5~8 páginas como era a ideia original.

Mais uma vez, agradeço pelo comentário.


Viva a lenda!




Quanto ao spoiler:

Não me entenda mal, eu só acho que as pessoas deviam dar valor as coisas. Entender a razão de estarem fazendo alguma coisa, eu gostaria que as pessoas deixassem a ignorância, saíssem do senso comum. Sei lá, só isso. Sei que ninguém é obrigado a se interessar por nada, mas acho que leitura é essencial.

Spoiler
Eu usei o nome do meu projeto, desejava que tomasse um tom um pouco mais intimista, porém eu poderia ter usado o nome de qualquer outro roteiro aqui disposto. Porque a situação se repete em todos os casos, peço desculpa por usar o seu tópico para desabafar isso, mas visto que só um comentário havia sido feito, e que isso é uma coisa costumeira, resolvi anexar em um único post, já que sou comumente visto "querendo aparecer". Afinal, isso não é algo que alguém queira resolver, e não vai mudar ninguém. Isso é algo que parte de iniciativa privada, pessoal, e intransponível. Visto que você me entende, anexei isto aqui.
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Quanto ao meu comentário, use ele da forma qual você achar mais conveniente. Sim, manipule-o a seu favor, quanto ao verbo+pronome, bem... Na questão escrita ele não é tão conveniente, mas dada a situação (qual eu postulei) ele é obrigatório.

Para que você use a partícula "me" antecedendo o verbo, deve haver algo antes, todavia no caso em questão não havia nada, porque o verbo estava posicionado após uma vírgula, o que significa dizer que não havia nada antecedendo a sentença, dado este fato, é obrigatório vir após o verbo.

Eu não posso começar uma sentença, segundo a norma culta da escrita, usando partículas para inciar a frase, por exemplo: "me roubaram a carteira", isso é errado, levando em conta que o certo seria: "Roubaram-me a minha carteira". Todavia, levando em conta a flexibilidade do português você pode separar a partícula do verbo, por exemplo: "A carteira me roubaram", enfim... É isso, espero que não tenha ficado confuso.

É isso, boa sorte! É bom ver que a área de roteiros ainda não morreu.
Aye, sir!

Fala, Vincentão!

Rapaz, acredito já ter dito antes, mas reforço aqui: o seu grande problema é a falta de revisão. Revise seus textos, cara! Ah, e não sei se você usa, mas não confie em hipótese alguma no corretor ortográfico do Word. Ele e nada são a mesma coisa. Aliás, correção: o nada é cem vezes melhor, já que ao menos não te induz ao erro.

Fora isso, como também já disse, você tem o gene de escritor. Consegue descrever determinadas cenas de maneira impressionante e com uma simplicidade invejada.


Gosto muito da sua construção de personagens e o modo como os diálogos se sucedem. Este trecho, por exemplo, achei sensacional:

Citar"Moc... Moca... Macumba? Não, seu idiota! Ele não é brasileiro. Moque... Moqui... Mosquete? Porra, já falei que ele não é brasileiro."

Huashasuhsauhasuhas, muito bom. Muito bom mesmo.

E eu curti demais o Patrick. Engraçado que imagem que tinha dele bateu perfeitamente com a descrição. Eu sou foda.

Pelo visto é provável que doses cavalares de transas selvagens (no sentido literal da expressão) surjam nos próximos capítulos com essa cocotinha da Rita, hã?! E de quebra a Dra.Patrícia pode entrar na brincadeira.

O Pablo merece, coitado. O cara está enfurnado no meio do nada, correndo o risco de virar ração pra dinossauro. Merece ter uma alegria. Huahuah.

Bom, é isso. Gostei do capítulo. Me prendeu, cara. Você só precisa revisar os textos e tudo ficará supimpa. =)

Um grande abraço!

Kazuyashi.

Valeu por comentar, Kazuyashi!

Eu sei, eu sei. Puxão na minha orelha outra vez. Eu sou preguiçoso demais, não tenho paciência para ficar lendo e caçando erros, tenho que confiar no Word e no meu amigo para quem sempre mando as histórias antes de postá-las.

CitarPelo visto é provável que doses cavalares de transas selvagens (no sentido literal da expressão) surjam nos próximos capítulos com essa cocotinha da Rita, hã?! E de quebra a Dra.Patrícia pode entrar na brincadeira.

Oh god! Me sinto meio envergonhado lendo essa frase...  :ded:

Ainda não sei qual vai ser o destino da Rita, pode ser que algo aconteça e pode ser que não! Depende de como vai estar meu humor daqui para frente. E prometo que o próximo texto será revisado, não garanto que vai vir livre de erros, mas vou revisar.

Viva a lenda!