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Amany

Iniciado por Moon[light], 15/10/2013 às 03:13

15/10/2013 às 03:13 Última edição: 15/10/2013 às 12:34 por Moon[light]

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"O que é isso?", alguns devem estar se perguntando. Não é uma pergunta de todo inválida. Cabe aqui, acredito, uma explicação. Quando comecei a escrever seriamente (dado certa medida do que significa seriamente), iniciei o desenvolvimento de um Universo que, em meus planos, permearia diversas histórias. De fato, cheguei a começar a trabalhar algumas histórias nesse Mundo que chamo de Amany e, embora tenha levado apenas uma delas ao final (e mesmo essa hoje posso questionar...), desenvolvi uma base razoável de pano de fundo. Muito disso, aliás, é razoavelmente legível.
Esse tópico, se me for permitido, será um espaço para que poste as - breves - narrativas que compõem esse mundo. Desde narrativas mitológicas até descrições de Raças, criaturas, organizações e afins. Pretendo postar pouco a pouco. Ficaria muito feliz se pudesse ter Feedback de vocês no que acham mais ou menos interessante, no que mudar e no que melhorar. Também ficaria muito grato se pudessem apontar erros de gramática ou digitação. Muito desse texto é razoavelmente antigo e, por mais que eu revise, sempre há algo que escapa.

* Cada entrada pode ser lida separadamente, de modo que, por favor, não se sintam impelidos a ler em qualquer ordem particular.
* Nas descrições dos povos, os textos são divididos em duas partes: a primeira lida com o aspecto sociocultural do povo enquanto a segunda é uma descrição de seus aspectos biológicos. Achei isso necessário para deixar alguns aspectos mais claros. Pretendo, amanhã ou depois, colocar alguns imagens para ilustra-los.
* As partes sobre Povos e Organizações são, acima de tudo, descritivas e podem ser bem longas.
* Aparentemente, o texto completo excede o limite de caracteres que se pode colocar num tópico... Se algum moderador vir isso, poderia me dar permissão para postar o que falta me mensagens? Tive que cortar boa parte do material...


Por agora, basta de introdução.
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POVOS DE AMANYY

Humanos
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Os primeiros Humanos (também chamados de "Namegaluku", "Descendentes dos Antigos", singular Namegalu) surgiram cerca de dez mil anos atrás, no Continente de Pasar. Ao longo de seus dois milênios iniciais, a espécie enfrentou a segunda era glacial de Amany. Nesse período, se viram obrigados a migrar em busca de alimento, além de serem expostos a condições extremas que os moldou numa espécie com relativa resistência e avançada inteligência. Enquanto alguns grupos se espalharam pelo Pasar, outros atravessaram a ponte congelada entre o atual Arquipélago de Mai e o Continente do Sul, Mesce, descendo até o extremo sul do Continente e outros ainda foram para o Continente do Leste, Jiheo, através da Ilha de Ferro.

O desenvolvimento cultural Humano, inicialmente lento, se acelerou com o fim da Era Glacial, de modo que quinhentos anos após o derretimento, os primeiros povos humanos começaram a se destacar. Dentre esses, são especialmente notáveis os Akadir, dos quais descende grande parte dos povos do Mesce; os Aster, ancestrais dos povos do Pasar supertepuriano, os Enir, do qual vieram os Garísios e povos próximos; os Carlig que originaram os povos nômades do deserto de Tepuri e redondezas; e os Nishitas, dos quais vieram os povos do Jiheo.

Tamanha variação de ambientes tornou os Humanos uma espécie notavelmente variada em aspectos físicos e culturas, muito embora a partir das Grandes Navegações, por volta do século XIII, o racionalismo Pasariano tenha se espalhado por todos os povos Humanos com maior ou menor grau de sucesso.

A história dos povos Humanos é marcada por grandes conflitos étnicos, religiosos, culturais e econômicos entre eles próprios e espécies vizinhas, fazendo deles um dos maiores responsáveis pela atual estrutura política do mundo. Dentre as grandes guerras em que tomaram parte, destacam-se a Guerra da Andaluz por volta do século XVII, que acarretou na dissolução dos estados do Mesce, as Guerras Beiki-Kyuketsu no século IX, que resultaram na separação do território continental de Kyuketsu da capital até o século XIV, e os conflitos entre Aber e Gáris que causaram as tensões políticas do Pasar, estimulando um acelerado desenvolvimento cultural e científico.

Durante a Grande Guerra, a grande maioria dos Humanos se opôs ao Mundo, sendo responsáveis por algumas das vitórias mais importantes dos Mortais.

A cultura Humana moderna varia muito de região para região, existindo diversas línguas Humanas ao redor de Amany. Dentre todas as nações Humanas, as maiores são localizadas no Pasar, sendo Aber, Gáris, Ispiria e Batia as maiores e mais notáveis dentre essas.

Historicamente, os Humanos sempre foram próximos das outras espécies, permanecendo bastante neutros em conflitos raciais, devido à intensa rede comercial mantida por eles com todos os outros povos. Ainda assim, é possível dizer que existem relações estreitas entre alguns povos Humanos e as outras espécies, como os Amaguqq no Continente do Sul, os Drarutok, Mascarados e Kimeinku no Pasar e os Fu O'Io no Jiheo.

Dentre todas as espécies modernas, os Humanos do Pasar e do Jiheo são a que mais se dedicam à pesquisa mágica, possuindo vastos conhecimentos das regras estruturais do universo bem como de sua essência metafísica. Tal conhecimento rendeu a eles um poder bélico comparável apenas àquele dos Drarutok, Fu O'Io e Mascarados, embora, diferente destes outros, tal poder esteja dividido por diversas nações. Se todos os povos Humanos se unissem, a dominação de todo o globo não seria uma tarefa difícil de ser cumprida. Devido a isso, existe muita desconfiança sobre eles por parte das outras raças, especialmente dos Drarutok e Mascarados.
Uma das mais notáveis características dos Humanos é sua tendência natural a desenvolverem habilidades psíquicas, o que, em outros termos, significa uma forte tendência à habilidade de dobrar a própria realidade a seu redor. Isso se deve a seus cérebros com subsistemas extremamente desenvolvidos, herança de seus ancestrais Zamaniku. Tais habilidades permitiram que mais que qualquer outra raça, Humanos entrassem em contato com Intrusos, devido à sua capacidade de vê-los em suas verdadeiras formas, permitindo que, em muitos casos, ocorressem negociações entre os dois lados. Essa capacidade também faz dos Humanos uma ameaça em potencial aos olhos dos Zefiruku, que muitas vezes atacam sem hesitar indivíduos que percebem ter algum tipo de habilidade psíquica.

Embora existam incontáveis culturas Humanas ao redor do Planeta, as civilizações do Pasar SobreTepuriano sempre exerceram uma maior influência na política mundial, especialmente Aber e Gáris. As relações entre essas nações são baseadas em acordos, tratados e negociações extremamente frágeis. Desde a segunda metade do século XIX há a ameaça  constante de que uma guerra entre as nações Pasarianas, divididas em dois blocos encabeçados de um lado por Aber e Ispiria e do outro por Gáris e Batia, estoure. Acredita-se que a única razão para a guerra ainda não ter estourado é, além da falta de um estopim, a indecisão da nação de Hohen em declarar aliança a um dos lados.




Humanos são criaturas de porte médio, bípedes, cobertas por pelugem apenas em determinadas partes do corpo. Possuem uma estrutura óssea resistente e leve que lhes permite mover com agilidade e resistir a considerável quantidade de dano. Seus músculos são revestidos por uma camada de gordura que por sua vez é coberta por uma pele elástica, impermeável e porosa, porém muito fina e frágil. Os principais órgãos sensoriais humanos são seus olhos, ouvidos, narizes, pele e língua, além do cérebro, no caso de alguns.

O cérebro humano está entre os mais eficazes de todas as espécies, dando a eles uma capacidade de raciocínio muito grande e, em alguns casos, habilidades psíquicas capazes de manipular o próprio funcionamento da realidade. Embora tal capacidade já tenha sido vista em quase todas as espécies, uma tendência maior a apresentar esse tipo de poder foi observada nos Humanos.

Humanos são animais onívoros heterótrofos, sendo capazes de se alimentar dos mais diversos tipos de substâncias.

A reprodução Humana se dá a partir da copulação entre dois indivíduos de sexos opostos, ainda que relações entre indivíduos do mesmo sexo não sejam inéditas. A gestação Humana dura cerca de trinta e seis semanas, porém existem casos onde o rompimento da bolsa amniótica ocorre antes do tempo devido, ocasionando má formação do recém-nascido.

A estrutura de canais de mana Humanos está intimamente ligada à estrutura venal, sendo que, em diversas partes do corpo, ambas as redes se entrelaçam. Entretanto, nenhum canal se liga ao coração Humano, de modo que mesmo em caso de parada cardíaca, não há interrupção do fluxo de mana.

A expectativa de vida dos Humanos varia de acordo com a qualidade de vida do indivíduo, porém a média geral da espécie gira em torno de 80 anos para machos e 85 para fêmeas. O Humano mais velho já  registrado morreu aos 115 anos.

Existem diversos povos Humanos com diferentes características físicas. Os povos do Jiheo em geral são mais baixos e magros que seus congêneres do Mesce. Esses por sua vez têm um condicionamento físico naturalmente mais esguio. Os povos do Pasar em geral são mais altos e musculosos que os povos do Mesce e Jiheo, além de, em geral, mais gordos. Povos das regiões ao redor de Tepuri tendem a ser mais escuros e possuírem um condicionamento físico superior aos outros grupos étnicos.
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Drarutok
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Os primeiros Drarutok (singular Draruto) surgiram cerca de doze mil anos atrás, na Ilha de Ferro, no extremo norte de Amany. A capa de gordura e músculos e a extrema força física naturais do gênero dare, ao qual eles pertencem, permitiu que ela resistisse aos quatro milênios finais da última Era do Gelo de Amany, desenvolvendo-se desde então e construindo uma estrutura social única e muito eficiente.

Na região onde surgiram os Drarutok, existia outra espécie de dare, muito mais próxima dos ancestrais selvagens de seu gênero que os Drarutok, e também mais fortes. A competição contra a outra espécie, os dare sivarensis, estimulou o desenvolvimento tecnológico Draruto de modo que, em cerca de mil anos, eles haviam conquistado o domínio do ferro, minério abundante em sua região natural, e com ele desenvolveram armas com as quais levaram à extinção seus concorrentes.

A partir do momento em que se tornaram os senhores incontestáveis da Ilha de Ferro, os Drarutok iniciaram seu processo de expansão. Atravessando os mares congelados em embarcações de ferro, eles chegaram até o Continente de Gelo, e a partir dele à atual região da Marjen, a qual ainda hoje é o principal posto continental Draruto. Em seguida rumaram para continente Jiheo, chegando à faixa continental e dominando uma grande parte do território, na época habitado apenas por sociedades Humanas primitivas e Gigantes.

Durante um período de quase mil anos, os Drarutok possuíram o maior império de todo o mundo, com metade do território do Jiheo sob seu domínio, além do extremo norte do Pasar, a Ilha de Ferro e o Continente de Gelo.  Muito desse domínio devia-se ao seu monopólio de minérios metálicos, cujas escassas jazidas continentais sempre foram uma razão de guerras entre povos.

O império Draruto, porém, teve sua queda iniciada quando o então Imperador Karnak Varia da dinastia Varia tentou expandir ainda mais o território imperial. O avanço das tropas causou uma grande tensão nos povos dominados, fazendo com que uma aliança fosse formada para resistir às incursões imperialistas. Acostumados ao clima frio das montanhas e guiados pela mente medíocre de Vikan Varia, os Drarutok sofreram diversas derrotas até serem forçados a desistir de quase todo seu território continental.

Após tamanha perda, a sociedade Draruta passou por diversas transformações ao longo dos séculos, até transformar-se num Estado militarista governado por três figuras: O Kar, aquele que acumula o domínio das esferas militar e executiva, o Rakan, responsável pelo legislativo e o Vikir, responsável pelo religioso e pelo judiciário. Exceto pelo cargo de Rakan, os cargos supremos da sociedade Draruta são vitalícios.

A seleção dos governantes se dá por diferentes métodos. Um novo Vikir é apontado pelo Conselho de Juízes, uma grupo de nobres escolhidos por uma comissão de votantes, sempre que o anterior morre e o Rakan é apontado pelo Kar quando esse vê que isso se faz necessário. O Kar, por sua vez, é selecionado através de um método diferente. Sendo, efetivamente, a figura mais importante do Estado, a crença Draruta é de que ele deve não apenas ser sábio, mas também ser o maior guerreiro entre todos. Para tanto, quando um Kar morre, todos os Generais, junto a um batalhão escolhido por eles, são colocados para se enfrentar em jogos de guerra. O vencedor da competição torna-se o próximo Kar. Enquanto a seleção ocorre, as funções do Kar são divididas entre o Vikir e o Rakan.

Sob esse sistema de governo, o Estado Draruto, adquiriu grande importância no cenário sócio-político mundial. Durante a história, houve três períodos em que os três poderes foram postos nas mãos de um único indivíduo.
A primeira se deu entre 1200 e 1280, sob o comando de Faldan Larenkar, sob o comando do qual os Drarutok novamente iniciaram um processo de expansão Imperialista. Esse que foi chamado de Segundo Império Draruto, porém, não durou sequer um século, tendo sido devastado pelos Humanos do Norte numa série de guerras que resultaram no início do que se chamou de Era das Trevas.

Os outros dois casos onde um único indivíduo concentrou em si todo o poder de governo foram entre 1835 e 1850, no governo de Fewon Virinkar, e atualmente, com Piudans Abisir.

A partir do século XV, com os poemas épicos de Fedor Kenkir, surge entre os Drarutok uma forte corrente literária que passa por diversos períodos, até se consolidar no século XVII, com o movimento realista encabeçado por Perkon Worenker, como a mais influente literatura de todo o mundo, levando muitos membros de outros povos à Ilha de Ferro para estudar as correntes literárias Draruta.

Durante a Grande Guerra, o estado Draruto declarou apoio oficial aos revolucionários, unindo-se aos Humanos no combate aos Deuses.

A economia Draruta é voltada para o comércio externo dos minerais extraídos de seu território, bem como para a venda de maquinário e de sua avançada tecnologia bélica para outras nações.

Entre todos os povos, apenas os Mascarados possuem uma tecnologia independente de Magia mais avançada que os Draruto. Usando dos abundantes minérios metálicos em seus territórios, os Draruto desenvolveram as únicas armas de fogo utilizáveis em campos de batalhas tomados por usuários de Magia, além de possuírem, ainda que não muito eficazes, aeronaves e um avançado parque industrial.

Diferente da maioria dos outros povos, Drarutok possuem uma estrutura social que privilegia os indivíduos do sexo masculino. Enquanto eles são responsáveis pelas pesquisas, exercem funções militares e ocupam cargos de poder, as mulheres ocupam apenas cargos da indústria primária e cuidam dos recém-nascidos, sendo consideradas inferiores. Existe mesmo certo estigma social em Draruto cujos primeiros filhos são meninas. Não existe na cultura Draruta uma instituição similar a casamento, havendo um tipo de responsabilidade social geral quanto ao cuidado dos infantes.

Embora seja um povo essencialmente racionalista, Drarutok possuem uma série de mitos criacionistas que narram uma guerra em que eles são liderados por um deus até a conquista de todo o mundo. Tal mito tornou-se parte fundamental da cultura Draruta, sendo usado por seus líderes para justificar suas tendências imperialistas.




Os Drarutok são dare bípedes de grande porte, com muito pouco pelo e de constituição física avantajada. Sua estrutura óssea é pesada e resistente, o que, somado à musculatura rígida, uma grossa capa de gordura que lhes recobre o esqueleto e uma pele rugosa e dura, os tornam extremamente resistentes a impacto, sendo capazes de, em certos casos, resistir até mesmo a tiros de bestas.

Devido à estrutura facial, posicionamento e inclinação dos olhos, o ângulo de visão binocular desses seres é menor que o normal, porém eles conseguem enxergar bem o suficiente para ver uma vela a cerca de cem metros de distância. O olfato e o tato Drarutoku são extremamente débeis, enquanto sua audição é ligeiramente imprecisa. Essas falhas são compensadas pelos seus chifres que, na realidade, são órgãos sensoriais capazes de sentir mesmo as mais leves mudanças de temperatura do ambiente.

Devido à falta de alimentos em sua região natal, a seleção natural fez com que os Drarutok se tornassem onívoros capazes de até mesmo adquirirem nutrientes a partir de minerais brutos, algo possível devido ao seu sistema digestório e mandíbulas poderosas capazes de facilmente triturar aço.

Devido ao pesado treinamento militar pelo qual passam, os corpos dos Drarutokupassam a liberar uma substância anestésica que os torna completamente insensíveis à dor.

Uma das habilidades mais estudadas dos Drarutok é sua capacidade de metamorfose. Acredita-se que sua capacidade dese transformar em todo animal que vêm é um tipo de habilidade psíquica inerente que acessa e modifica as informações do indivíduo no Compêndio Geral do planeta. Devido à impossibilidade de se confirmar a informação, os estudos jamais saíram da fase de hipóteses.

A reprodução Draruto é sexuada e os filhotes nascem de ovos que são chocados pelas fêmeas.
Os poucos canais de mana existentes nessas criaturas são ligados a um órgão interno localizado no tórax, próximo ao coração.

Existe pouca variação racial entre os Drarutoku e quase nenhuma variação étnica, devido ao controle contínuo do núcleo principal e da relativa proximidade de todo o território à capital.

A expectativa de vida Draruta gira em torno de 75 anos, embora grande parte morra antes disso devido ao pesado treinamento pelo qual passam e às contínuas guerras travadas por esse povo, além do envenenamento pelos gases tóxicos liberados pela extração mineral em toda a Ilha de Ferro.
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Hdlwon'azr
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Acredita-se que os Mascarados chegaram a Amany cerca de quarenta mil anos atrás, junto às forças invasoras invocadas pelos Idimmuku e que trouxeram o fim às antigas civilizações durante o evento conhecido como A Grande Queda. Os registros daqueles tempos dizem que eles chegaram "em grandes navios negros que navegavam pelo céu" e despencaram no deserto de Tepuri, embora o que exatamente isso signifique seja muito discutido pela maior parte da comunidade acadêmica.

A chegada deles não passou despercebida e os Zefiruku, então os anticorpos do planeta, dirigiram-se para atacar as cidades Hdlwon. Devido à incapacidade de sobreviverem por muito tempo fora de suas cidades devido à atmosfera carregada de mana de Amany, os Hdlwon'azr sofreram diversas perdas até desenvolverem as máscaras pelas quais ficaram conhecidos. Podendo deixar suas cidades, os Mascarados retaliaram com força os ataques dos Dragões. Embora eles não contassem com a magia dos seres naturais do planeta, suas armas e tecnologia os permitiam enfrentar como iguais contra seus inimigos.

Atacados pelos Mascarados e tendo de lidar com a terrível invasão de Intrusos, os Zefiruku se viram forçados a formarem um pacto com os alienígenas, permitindo que eles ficassem com o território onde estavam sem serem incomodados pelo planeta em troca do fim do conflito e apoio contra os invasores. O acordo foi aceito e, com a ajuda dos Mascarados e dos Antigos, a invasão foi repelida, ainda que ao custo de toda a Primeira Civilização.

Após o fim da guerra, os Mascarados iniciaram seus estudos dos recursos naturais do planeta enquanto criavam toda uma estrutura que transformou grandes porções do deserto de Tepuri, acredita-se que áreas ao redor das cidades Hdlwon, num ambiente extremamente similar ao mundo de onde eles vieram: gigantescas florestas de cristais negros erguendo-se a centenas de metros. Toda uma rede de comunicação foi criada utilizando torres especiais localizadas em pontos estratégicos do mundo (torres que ainda hoje outros povos tentam compreender). Apesar de terem condições e potencial para dominar todo o planeta se assim o quisessem, os Mascarados jamais deixaram o território que lhes foi entregue, mesmo após a queda dos Zefiruku e enfraquecimento do planeta, preferindo esconderem-se nas profundezas de suas cidades metálicas, trabalhando em silêncio em um projeto grandioso.

Quando novas formas de vida racionais surgiram no planeta, os Mascarados começaram uma ampla observação de suas trajetórias como espécie, muitas vezes agindo para evitar que elas fizessem alguma descoberta ou tomassem alguma decisão que colocassem em risco seus interesses. Muitos foram os casos nos anos 1850 em que pesquisadores prestes a anunciar grandes achados foram abduzidos no meio da noite sem deixar nenhuma pista.

Durante as atuais guerras, os Mascarados evitaram tomar lados nos conflitos, agindo apenas como negociadores de tecnologia e informação, tentando permanecer a qualquer custo longe da atenção do planeta.
A economia Mascarada se baseia na pesquisa e produção tecnológica para outras nações e na comercialização de quartzo encontrado sob as areias do grande deserto de Tepuri e dos minerais extraídos das florestas de cristais, minerais esses utilizados como joias e componentes essenciais de aparelhos.

O idioma Hdlwon, o Hlqn'gzaar, não possui um sistema fonético, funcionando apenas como um código escrito e visual, transmitido de um Mascarado para outro pela combinação de cores e movimentos das luzes em suas máscaras. Tal característica vem do fato de Hdlwon'azr não possuírem nenhum tipo de órgão vocalizador e nem emitirem qualquer tipo de som que não o zumbido contínuo de suas máscaras. Isso dificultou muito as relações entre eles e as outras espécies, relação já bastante tensa devido à dureza com a qual Mascarados repelem qualquer um que penetre seus territórios. Devido a isso, diplomatas especialmente treinados e empresas especializadas em geral tratam do comércio com Mascarados.

Os nomes Hdlwon refletem o status social de seus indivíduos. Os indivíduos que ocupam as funções mais básicas têm nomes formados por cinco ou seis sílabas, enquanto a elite Hdlwon tem nomes formados por apenas uma sílaba.

As máscaras que dão aos Mascarados seu nome mais conhecido são construtos artificiais colocados no indivíduo assim que ele nasce. Elas bloqueiam boa parte da energia de seus corpos e desaceleram seus cérebros (ou o mais próximo de um cérebro que se identificou neles) ao mesmo tempo em que permitem que eles filtrem o Mana do ambiente. Uma vez retiradas, as máscaras liberam todo o poder dos Mascarados, porém não podem ser recolocadas. Os indivíduos que retiram suas máscaras, chamados pelos Hdlwon'azr de Ktlrt'rzr, "Renegados", passam a depender da absorção de organismos naturais do planeta para continuarem existindo, tornando-se assim grandes ameaças a civis. Os Renegados são então caçados por outros Mascarados até serem eliminados.




Mascarados são criaturas complexas. Seus corpos são feitos de um tipo de energia semissólida, capaz de se dissipar em áreas onde há pouca luz. Eles não possuem nenhum tipo de estrutura orgânica e nem uma forma definido, com suas formas se comportando como sombras (daí a origem de um dos nomes da raça "Povo das Sombras").

Eles não se alimentam e nem possuem qualquer estrutura capaz de sintetizar mana (razão pela qual eles são forçados a usar suas máscaras), mas seus corpos são mantidos por uma fonte nuclear interna de energia que funciona através da fusão de núcleos de hidrogênio absorvidos do ambiente externo e adicionados na "fornalha" interna.

Mascarados nunca foram estudados a fundo, porquanto que, uma vez que suas "fornalhas nucleares" param de funcionar, seus corpos entram em colapso, o núcleo principal do corpo começa a liberar grandes quantidades de radiação e, após um curto período, o corpo sofre uma detonação espontânea que, em diversos casos, libera energia o bastante para devastar quilômetros ao redor da área central. Apesar disso, existem diversas teorias que tentam explicar o que exatamente são esses seres, a mais aceita sendo que eles são micro-estrelas conscientes, o que explicaria seu ciclo de vida, contudo muitos especialistas apontam discrepâncias nessas conjecturas, apontando, em geral, a diferença no tipo de energia irradiada e a falta de uma forma física definida.

Apesar da capacidade de variarem de forma, em geral Mascarados usam um conjunto de milhares tentáculos finíssimos como meio de interação com o ambiente, além de método de ataque.
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Amaguqq
Spoiler
Pouco se sabe das origens dos Amaguqq (singular Amaguq) como espécie ou de como começou sua civilização além daquilo que é cantado em suas histórias populares (o que a grande maioria dos pesquisadores elimina como sendo apenas folclore), mas sabe-se que as primeiras construções Amaguqq, estruturas circulares esculpidas nas encostas de cânions que, segundo os próprios Amaguqq, seriam templos, datam de cerca de cinco mil anos atrás e são encontradas no extremo oeste da parte Sobreandaluzense do Mesce. Muito da engenharia daqueles tempos continuou a ser aplicada nas atuais construções Amaguq, em especial o uso de colunas de madeira como base para as casas e a presença de salões subterrâneos para armazenamento de mantimentos e ervas.

A cultura Amaguq é baseada num código de leis relativamente simples e antigo, um dos poucos escritos desse povo e peça fundamental para a tradução de sua língua. Nessa legislação são citados crimes como roubo e negociações mal-intencionadas, ambos crimes puníveis com restituição das perdas por meio de trabalho servil, porém o crime de assassinato de um inimigo indefeso ou de um companheiro é considerado o mais grave de todos, sendo os únicos cujas penas são o banimento da social até que se cumpra determinada missão.

A estrutura social desse povo é baseada em Clãs. Cada clã ocupa apenas uma cidade e seus membros não têm, necessariamente, ligações sanguíneas entre si. Qualquer indivíduo pode ser aceito num Clã, desde que seja aceito pelo Ancião. O Ancião, em geral o indivíduo mais velho de todos, é o líder de um clã Amaguq e, consequentemente, de uma cidade, sendo ele quem toma as decisões quanto às leis, punições e funções, além de liderar na batalha.

Todos os nascidos numa cidade Amaguq recebem o nome do clã que a domina ("Valzter" para o do clã Valz, "Lancaster" para os do clã Lancas).

O culto à natureza dos Amaguqq os tornou uma das espécies mais próximas do planeta, atrás apenas dos Zefiruku e Fu O'Io. Suas cidades são construídas em cânions ou florestas e seus templos próximos a rios ou lagos, pois sua crença é de que a água é algo sagrado, pois é dela que surgiu a vida. Tal filosofia fez com que surgissem grandes tensões entre os Amaguqq e os outros povos, em especial Humanos e Drarutos, devido à mentalidade industrialista de várias delas e suas tentativas de explorar os recursos de territórios Amaguq. Isso ocasionou diversas pequenas guerras entre esses povos ao longo da história, algo que chegou ao seu ápice na Grande Guerra, quando os Amaguqq se aliaram aos Deuses contra os Drarutok e Humanos. Depois desse conflito, a tensão entre as três espécies diminuiu o bastante para permitir que Amaguqq caminhem livremente pelas cidades Humanas do Sul e Humanos passem em segurança pelo território Amaguq, embora entre alguns clãs ainda haja grande resistência aos Drarutok.

As poucas relações externas dos Amaguqq se dão através do mercado de medicamentos e do ensino da medicina tradicional Amaguq para indivíduos interessados em estudá-la. Apesar de oficialmente não existir um Estado Amaguqq, sempre que decisões precisam ser tomadas, os Anciãos de todos os Clãs se rúnem para tomá-las em conjunto.

A cultura Amaguq gira, acima de tudo, ao redor da estrutura de clãs, não existindo nenhum tipo de relação familiar entre eles, nem casais. As crianças Amaguq são criadas em conjunto por todo o clã e respondem a todos eles por suas atitudes. Tal simplicidade de estrutura social inspirou diversas tribos Humanas e mesmo grupos do Norte a criarem sociedades similares. Embora, em sua maioria, sejam os homens Amaguq responsáveis por conseguir alimento para o clã e às mulheres caiba a produção de medicamentos e poções, as crianças são treinadas em ambas as funções e, quando adultos, podem escolher a que irão exercer.

Devido à sua natural inaptidão para a Magia e sua cultura naturalista, há muito pouco desenvolvimento mágico e pesquisa dentro das cidades Amaguq exceto pelo estudo medicinal, sendo que aqueles indivíduos que desejem se tornar pesquisadores tenham de se mudar para cidades de outros povos, em geral dos Ayataar e dos Humanos.

Devido à suas habilidades naturais como caçadores e guias, muitos Amaguqq partem de suas cidades natais para servir como mercenários em cidades Humanas. Alguns ainda aventuraram-se a ir para o Continente do Norte, porém o frio da região e o estranhamento de tais criaturas os deixa extremamente desconfortáveis, impedindo-os de utilizarem todo o seu potencial, tornando-os assim em indivíduos considerados inúteis pela sociedade, embora muitos sejam empregados na Ispiria.

Existe uma relação extremamente tensa entre os Amaguqq e as empresas que tomaram o Continente do Norte a partir do da década de 1840, fazendo com que surgissem entre os Amaguqq grupos dedicados a combater por qualquer meio avaliável o avanço da iniciativa privada.




Amaguqq são canidae bípedes de médio porte, compleição geralmente forte e altura ligeiramente inferior àquela da maioria das outras espécies. Seus corpos são cobertos por uma grossa câmada de pelos e suas peles não possuem póros, sendo a respiração o principal meio de resfriamento do corpo.

A visão é o sentido mais fraco dos Amaguqq, enquanto suas audição e olfato são os mais apurados entre todas as espécies. Um Amaguq pode, com facilidade, ouvir o som de uma gota caindo a mais de cem metros de distância e seus cérebros permitem que eles memorizem o olfato de um indivíduo por toda a vida.

A baixa estatura da espécie impediu que nela surgisse um sistema desenvolvido de canais de mana, tornando seus corpos incapazes de lidar com grandes quantidades desse elemento.

Suas estruturas muscular e venal permitem que o coração bombeie grandes quantidades de sangue em alta velocidade, dando aos Amaguqq força e agilidade acima da média, embora isso reduza seu tempo de vida.
Amaguqq são animais essencialmente carnívoros, embora sejam capazes de adquirir nutrientes a partir de outros tipos de alimentos, seus corpos não possuem estruturas orgânicas eficazes para essas funções, tornado-as apenas uma opção secundária à dieta principal.

A reprodução Amaguqq é sexuada e ocorre através da copulação entre dois indivíduos. O período de gestação da fêmea leva cerca de sete meses, entretanto são comuns casos em que o período gestativo dure uma semana a mais que o normal.
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Zamaniku
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Os Zamaniku (singular "Zamani", literalmente "Filhos do Raio") são uma espécie ancestral da qual descendem todos os povos humanos.

Sua civilização surgiu quase sessenta mil anos atrás, num tempo em que os Zefiruku reinavam o mundo e Urukku e Idimmuku guerreavam pelo controle da noite. Eles se espalharam por todo o Continente do Norte e pelo Arquipélago de Mai até a costa leste do Continente do Sul. Hoje pouco se sabe sobre essa que foi uma das maiores civilizações de toda a história, exceto o que é encontrado em seus templos ancestrais. Grande parte do que se sabe sobre a cultura Antiga está registrado nas Tábuas de Alua, um conjunto de placas de rocha onde estão gravadas milhares de palavras em Alto Rabi.

Na tradição Zamani existem diversas figuras honradas, cujos nomes são proferidos quase a grau de encantamento, dentre as quais as maiores são Nu, o criador do universo, Oro e Sasar, os pais do povo Zamani, e Kingu, o Grande Emissário que ensinou a matemática, a astronomia, a astronomia, a agricultura e a manipulação dos metais aos Zamani.

A complexa cultura Zamani, hoje viva apenas em uns poucos membros desse povo, girava em torno de um conjunto de ritos e funções sociais exercidos por cada indivíduo nos âmbitos social, familiar, religioso e político. Suas cidades eram governadas por Belokku (singular Belok), ou Visionários, indivíduos que possuíam Tabenku, Olhos que tudo viam, e lhes permitiam saber o que ocorria em cada canto da cidade. O gigantesco império era mantido graças a uma complexa, e hoje perdida, rede de comunicação.

Os avanços nas áreas da magia também permitiram aos Zamani plantarem mesmo em terrenos inférteis, drenarem água e guardarem alimentos por longo tempo, lhes permitindo resistir a longos períodos de seca sem perdas. Não obstante, seus conhecimentos também lhes permitiam alcançar feitos que ainda hoje não podem ser replicados ou compreendidos, como controlar o próprio tempo e o espaço, conhecimento condensado na complexa Fórmula de Sappir.

Toda essa estrutura avançadíssima permitiu aos Zamani sobreviverem aos constantes conflitos com Urukku e Idimmuku e os ocasionais embates contra Zefiruku ou outros povos. Porém, com o avanço dos Urukku durante o reinado da Rainha-Deusa Semira, a estrutura Zamani começou a ser lentamente drenada. A Grande Queda, porém, foi a estaca que acelerou vertiginosamente a degradação da civilização Zamani, assim como de todos os seus contemporâneos.

Suas obras ainda os permitiram resistir por mais tempo, mesmo após o fim da guerra, mas quando a Era Glacial se iniciou, as plantações morreram e junto a elas os animais domésticos, forçando os Antigos a se tornarem caçadores-coletores, abandonando tudo que haviam conquistado. Seus corpos frágeis e despreparados para o frio acarretaram na quase extinção da espécie. Os que sobreviveram e procriaram com tribos selvagens deram origem aos humanos.

Hoje restam apenas duas grandes famílias de Zamaniku, os Valdes e os Illagran, ambas vivendo na região da Ispiria e importantes famílias em suas respectivas áreas de negócios. Existem, entretanto, ainda muitos Zeniku, filhos de Zamaniku e Humanos, geneticamente mais similares aos Zamaniku que aos Humanos. Esses possuem uma grande facilidade em se mesclar à sociedade humana e muitas vezes se destacam graças à seu talento natural para a Magia.

Embora quase extintos, Zamaniku são procurados por muitos pesquisadores que buscam compreender seu conhecimento antigo. Eles, porém, mantêm o máximo possível de sigilo sobre esses conhecimentos, considerando que a civilização atual não está pronta para lidar com eles. Tais saberes são passados de geração para geração através de uma complexa tradição oral que compreende todo o folclore Antigo, desde os mitos de criação ao domínio sobre a magia ancestral. Essa última parte do treinamento, porém, só é feita quando o indivíduo atinge a maioridade e recebe em seu corpo tatuagens onde estão escritos os mais antigos segredos Zamaniku. Essa tradição fez com que muitos Caçadores de Tesouros tentassem capturar Zamaniku e Zeniku para adquirir os segredos inscritos em seus corpos, porém a língua usada nas tatuagens é conhecida apenas pelos Zamaniku, que se recusam a revelá-la.

Famílias Zamaniku, em geral, possuem um Tonamaza, um Segredo de Família, um conhecimento isolado dentro da família e passado de geração em geração apenas para o indivíduo que se tornará o herdeiro da família.
Entre os Zamaniku, um dos maiores símbolos de status é a posse de um Tabenku. Indivíduos com tal habilidade são considerados a elite da elite dentro da estrutura social Zamani e mesmo hoje, quando sua civilização nada mais é que história, o nascimento de um Zamani com Tabenku é tratado como um grande acontecimento e tal criança torna-se o herdeiro incontestável de sua família. No passado, casos de uma família tendo duas crianças com Bentaku levaram a grandes conflitos internos e fratricídios pelo direito de herdar o controle da família.




Os Zamaniku são criaturas de porte médio, bípedes, cobertas por pelugem apenas em determinadas partes do corpo. Seus esqueletos são leves e frágeis, assim como seus músculos e pele, sendo a camada de gordura localizada enre a pele e s músculos a única proteção efetiva dos órgãos internos.

Exceto por isso, as similaridades entre os Antigos e os Humanos são extremas, dado seu parentesco genético próximo, sendo apenas mais frágeis que seus parentes atuais.

Seu sistema de canais de mana é um dos mais impressionantes entre todas as espécies. A rede de canais se espalha ao longo de tudo o corpo, correndo próxima às veias, porém se juntam em diversos pontos, formando artérias longas e amplas que permitem um fluxo maior de energia para os braços, pernas e cabeça. Isso resulta em um fluxo acelerado de mana em determinadas partes do corpo, o que gera um contínuo brilho azul em certos pontos do corpo, geralmente nas costas, braços e pernas, embora possa ocorrer de surgirem também no rosto.

A reprodução Zamani é sexuada e funciona através da copulação entre dois indivíduos de sexos opostos. A gestação dura cerca de 36 (trinta e seis) semanas, embora não sejam inéditos casos onde a bolsa amniótica rompe antes do tempo previsto. Hoje são comuns os casos de relações entre Zamaniku e Humanos, dando origem aos chamados Zenis, criaturas mais próximas dos Zamaniku que dos Humanos, embora possuam uma maior tendência a apresentar ESPs do que ambas as raças.
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LENDAS DE AMANY

A Criação do Mundo segundo os Hhrwin
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Quando nada existia, do Vazio surgiram dois Ovos. Do Primeiro Ovo, nasceu aquele cujo nome foi Esquecido. Do Segundo Ovo, nasceu a Serpente Eterna, Imortal e Expansiva. De suas escamas caídas, a Serpente Eterna fez o Mundo Físico para que nele habitasse tudo que surgiria. Ela foi a Primeira Mãe.

Quando o Mundo estava formado, não havia Céu ou Terra. A Serpente Eterna então assoprou e de seu sopro surgiu o Céu e das escamas sopradas surgiu a Terra. O Mundo completo, a Serpente Eterna fez surgir do Céu seu Primogênito, o Infinito, primeiro entre os Olhos que Veem, e a ele entregou o Poder da Criação, para que enfim pudesse dormir.

O Infinito então começou seu trabalho. Das Nuvens que viajavam pelo Céu ele fez sua primeira filha, a Dama Branca, a quem entregou o controle sobre o caminhar das horas. A seguir, o Infinito plantou na Terra as Escamas que lhe restavam da Serpente Eterna, fazendo assim brotar o Espírito das Florestas. E o Espírito das Florestas fez florescer em todo o Mundo árvores, rios e plantas para que habitassem nelas as criaturas que viriam a surgir. Quando o Espírito das Florestas terminou sua obra, da mais pura brisa que soprou as pétalas da mais bela flor, o Infinito fez nascer a Mãe da Noite, e a ela entregou o domínio sobre a Luz das Estrelas e da Lua, para que com ela forjasse os Espíritos que seriam colocados em todos os Seres. O Infinito fez então nascerem todos os seres Mortais para habitarem o Mundo. Uma vez surgidos os Mortais, a Mãe da Noite bateu suas asas e fez chover das Estrelas os Espíritos para que dessem vida aos Mortais e os guiasse para o inevitável retorno aos Céus, aonde habitariam ao lado do Infinito.

E quando o Mundo foi assim criado e os Mortais o habitavam e cresciam, os Olhos que Veem fundaram a Primeira Cidade para que de lá pudessem assistir aos rumos da História.
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Nu e Allamu; ou a Criação do Universo segundo os Zamani
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No começo, havia apenas So, o Vazio. Ela era tudo e ao mesmo tempo não era nada. Um dia, So deu a luz a dois irmãos. Um deles, forte e alto, ao nascer começou a caminhar por sobre So. A esse prestasse homenagens segundo o nome Nu, que quer dizer Celestial. O outro era mais fraco e menor e permaneceu deitado no colo de So. A esse viriam a chamar de Allamu, que quer dizer Destruidor.

Os dois irmãos cresceram rápido. Nu logo queria explorar todos os cantos de So, mas Allamu se recusava e dizia que os dois deveriam ficar no colo de sua mãe para sempre.  Nu disse que não faria isso e então foi até Vanakash, o Templo da Criação, e arrancou um dos pilares do grande salão principal. Com ele, Nu forjou a Mahavasarash, a Arma Suprema. Com ela, o Celestial fez um corte em sua mão e deixou o sangue fluir pelo corpo de So. Da corrente do sangue de Nu, nasceu o Urhara, o Rio da Noite, no qual todas as Galáxias flutuam.

Allamu não gostou da atitude de Nu e disse que o Urhara manchava So e deveria ser destruído. Nu, porém, se recusou a destruir a própria criação e feriu o irmão com a Mahavasarash. Enraivecido, Allamu roubou a Mahavasarash e decepou seu próprio braço. Do braço de Allamu nasceram os Havaraku, os Devoradores, cujos corpos podiam ser mais quentes que o fogo das estrelas ou mais frios que os planetas mais distantes. Allamu mandou que os Havaraku bebessem toda a água do Urhara e eles obedeceram.

Vendo o plano do irmão, Nu fez com que em cada uma das Galáxias do universo surgisse um ser que a protegeria dos Havaraku. A esses seres o Celestial entregou o poder de manipular toda a criação. Eles são homenageados pelo nome de Numaniku, os Filhos de Nu. Porém, tamanho esforço esgotou as energias de Nu e ele então voltou para o colo de So, deixando para os Numaniku o dever de fazer com que a criação continuasse a se expandir e de defender a Obra contra a destruição.

Vendo seu irmão havia voltar ao colo de So, Allamu usou todo o poder que lhe restava para tomar uma forma que drenaria pouco a pouco a água do Urhara, de modo a um dia ele poder completar sua missão de trazer de volta o silêncio original e então retornar para junto de Nu e So. A essa forma do Destruidor deu-se o nome de Zoho, Abismo. Desde então, dia após dia, as águas do Rio da Noite vêm desaparecendo, afundando lentamente no abismo negro do esquecimento, enquanto no céu os Numaniku enfrentam eternamente os Havaraku.
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O surgimento do povo Zamani segundo a tradição Zamani
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No início, Amany, a Vontade do Mundo, criou dois deuses para governar o céu. Das Nuvens escuras de tempestade, Amany fez uma forma feminina a quem deu o poder de controlar as chuvas. Os Zamani a chamam Sasar, que em sua língua quer dizer Mãe. Depois, Amany viu um raio cair em direção a terra. Ela se impressionou muito com a luz potente e a voz poderosa do raio e deu vida a ele. O raio se tornou uma grande serpente brilhante que viajava entre o céu e a terra. Os Zamani o chamam Oro, que significa Pai.

Sasar e Oro viviam em montanhas distantes, mas quando Sasar viajava pela terra espalhando a chuva, Oro a acompanhava e abençoava a terra com sua voz poderosa. Um dia Amany viu uma grande massa de terra e decidiu construir dois corpos com a aquela terra e então os deixou no meio de uma planície. Quando Sasar e Oro chegaram à planície, eles viram aquelas formas e ficaram curiosos. Sasar derramou sua água sobre eles, esperando que eles crescessem como as árvores, porém as duas figuras não se mexeram nem quando estavam no meio de uma grande poça. Oro achou que eles estivessem dormindo e desceu até eles gritando com sua voz poderosa para acordá-los. Quando a água de Sasar foi tocada pela serpente Oro, houve uma grande explosão e uma luz muito forte. Quando a luz diminuiu, Sasar e Oro viram que as formas de terra haviam acordado e olhavam ao redor, tentando entender o que estava acontecendo. Eles eram os primeiros de um novo povo, mas ainda não possuíam conhecimento.

Sasar e Oro falaram então com os Zefiruku e pediram a eles que ensinassem a Língua às duas criaturas. Os Zefiruku aceitaram e chamaram as criaturas de Zamaniku, que quer dizer Filhos do Raio, pois haviam nascido quando Oro gritou. Os dois primeiros Zamani tiveram filhos e esses filhos tiveram filhos que descobriram o cultivo da terra e criaram as primeiras cidades feitas de pedra e madeira.

Os Zamaniku por muito tempo cresceram como povo. Eis que um dia dos céus desceu uma grande figura, brilhante e coberta de luz. Ele falou para os Zamaniku sobre muitas coisas e os ensinou a astronomia e a matemática e a engenharia. Os Zamaniku o chamaram de Kingu, Mensageiro em sua língua, e homenagearam-no como um dos grandes, pois se Sasar e Oro os haviam dado vida, Kingu lhes havia ensinado muitos mistérios sobre mundos distantes e sobre como o universo veio a ser.

Quando terminou de ensinar os Zamaniku, Kingu disse que era hora de ir, pois em outros mundos havia povos que precisavam de seu ensinamento. Mas o Zamaniku não queriam se afastar dele e, para satisfazê-los, Kingu construiu um grande portão de pedra pelo qual os Zamaniku poderiam ir para qualquer lugar do universo e assim novamente encontra-lo, e ao portão chamou de Kadingir. E então Kingu partiu.

Por muitos e muitos anos, os Zamaniku estudaram o Kadingir e através dele aprenderam os mistérios do espaço e do tempo, conhecimentos com os quais puderam fazer os Grandes Salões de Shanuk e o Templo da Eternidade, aonde o espaço se dobra à sua vontade.

E assim surgiu a grande civilização Zamani.
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Do nascimento do povo Amaguq, segundo os Amaguqq
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Seu mito da criação conta do Grande Cão, Amaguq, uma criatura que caminhava sobre as estrelas e que, um dia, desceu a Amany. No planeta ele teria encontrado todas as florestas e mares, mas nenhuma criatura para habitá-las. Amaguq teria então criado a partir de sua urina misturada à terra os primeiros seres, os doze Cães Ancestrais, liderados por All'Era. Esses, por sua vez, juntaram elementos de toda a natureza e começaram a criar todas as criaturas e colocá-las num único Jardim. Quando terminaram sua obra, os Cães Ancestrais viram que faltava algo e então, com seus rabos, eles criaram um povo para ser a imagem dos criadores no mundo. Esses eram os Amaguqq.

Os Amaguq então foram mandados para o jardim de All'Era, onde todas as coisas existiam. Lá eles não precisavam caçar ou buscar água, pois eram servidos por todos os seres. E nesse tempo os Amaguqq não morriam ou envelheciam e todos nasciam prontos. Mealuru, nasceu nesses dias de grande Felicidade, e ele era o mais sábio entre os Amaguqq. Ele viu que por mais que seus uivos fossem belos e poderosos, eles não conseguiam expressar tudo que se havia para expressar. Mealuru então pegou os sons mais belos de todas as coisas que existiam no jardim e com elas construiu uma flauta. E enquanto tocava a flauta, Mealuru dizia muitas coisas que encantavam. Os Amaguqq começaram então a imitar o som da flauta de Mealuru, mas o som era sempre diferente, contudo, elas ainda eram muito belas. E assim surgiu o Amaguqaram, a Música dos Amaguq.

Com a música, os Amaguqq começaram a dar nomes às coisas. Porém, eles começaram a criar mais nomes para coisas que não existiam e que queriam criar. No jardim, porém, nada podia ser criado e isso entristeceu os Amaguqq. All'Era então lhes ofereceu um lugar para que os Amaguqq criassem aquilo que queriam, mas disse-os que se saíssem do jardim não poderiam mais voltar e morreriam e teriam de caçar e buscar água e não nasceriam completos, mas teriam de crescer até ficarem grandes. Alguns Amaguqq então decidiram ficar no jardim e a esses se chama de Loraguqq, os Cães do Jardim. Mas maioria dos Amaguqq não conseguiu suportar o desejo e foram para o mundo criado para eles por All'Era. E é desses que descendem todos os Amaguqq que hoje vivem.
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Vejgäma e a invenção das espadas; Mito Draruto
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Reza a lenda que nos dias em que nenhum homem era rei, havia um grande ferreiro do Povo Cinza, cujas armas nenhuma havia igual. Escudo algum parava suas lanças, lança alguma penetrava seus escudos. Dentro todos os que forjavam o metal não havia quem a ele se equiparasse. Todo aquele que dele tinha uma peça se tornava logo famoso e muitos monstros e grandes guerreiros morreram por suas armas. A ele então chamaram Vejgäma, Senhor dos Metais na língua do Povo Cinza.

Eis que numa noite em que do céu chovia chamas, Vejgäma viu cair em Amany quatro bolas de fogo e um grande tremor se seguiu. Por três dias e três noites, Vejgäma viajou em busca daquilo que havia despencado e enfim, no Vale Obsidiana, achou aquilo que procurava: quatro esferas inigualavelmente perfeitas, cada qual carregando em si o luzir do mais polido metal. O ferreiro recolheu então as esferas e as levou à sua forja.
Por muito tempo, Vejgäma tentou derreter as esferas para com elas forjar algo, porém nem o martelo nem o fogo da montanha nelas deixava sequer um risco. Muitos anos se passaram até que o ferreiro ouviu de uma criatura cujo sangue derretia montanhas. Vejgäma pegou então sua lança, seu escudo e sua armadura e foi atrás da criatura.

Vejgäma foi até o fim da Ilha de Ferro, atravessou o Mar de Gelo até chegar ao Continente Branco e no centro de um lago gelado, a criatura. Eis que despertou a besta cujas três cabeças se erguiam além das nuvens e de cujas bocas um viço negro escorria. Por onze dias, lutaram Vejgäma e a Besta, até que enfim a fera, ferida no ventre, tombou. O ferreiro recolheu então os ossos da besta, com os quais fez a lança Kjinkir, que um dia seria usada pelo grande Imperador Jngol, e num pote forrado com o intestino da fera coletou o sangue, com o qual enfim conseguiu derreter as esferas, extraindo de cada uma um metal diferente.

Com o metal das esferas, Vejgäma forjou quatro armas diferentes de todas que tinha feito até então. Eram longas e afiadas, algumas eram quais facas grandes, outras tinham em ambos os lados uma lâmina, quais machados.  Quando o Povo Cinza viu as armas, ficaram surpresos e deram a elas o nome de Lakakaratk, que quer dizer Grandes Lâminas. Vendo o poder das Lakakaratk, o rei exigiu que Vejgäma as entregasse a ele. Mas Vejgäma deu ao rei apenas uma delas, uma enorme arma negra capaz de partir qualquer armadura, a qual o Rei chamou Lakasejik, a Lâmina Negra. Porém, não satisfeito, o Rei mandou que buscassem as outras Lakakaratk, contudo, antes que pudessem pegá-las, Vejgäma fugiu carregando as armas que restavam.

— Ninguém que vive merece ter todas as Lakakaratk — gritou ele enquanto partia. — Hei de encontrar aqueles que mereçam minhas maiores criações.

Ele rumou em direção ao sul, para as terras distantes do Continente dos Homens decididas a encontrar pessoas dignas de terem suas armas. Por dois anos, ele vagou sem achar qualquer um que as merecesse.
Mas então um dia Vejgäma vê um homem tentando caçar uma gigantesca criatura, cujos olhos viam os quatro cantos do mundo. O homem lutava bravamente, mas sua lança não atravessava o duro couro da fera. O ferreiro então se aproximou do homem e o ofereceu uma de suas armas, uma espada de lâmina vermelha e ondulada, para que com ela o homem matasse a fera.

— Pegue essa arma, pois nada vivo há que após por ela ser ferido veja nascer outro dia! — ele falou.

O homem aceitou e novamente foi enfrentar o monstro e com a espada o matou. O homem agradeceu Vejgäma e deu à arma o nome de Savares, que em sua língua significava "Morte Vermelha". Aquele homem viria a um dia a ser chamado de Culhain e seria o primeiro rei de todo o povo Aster.

Vejgäma seguiu então viagem rumo ao Sul, pois ainda lhe restavam quatro armas. Buscou por mais cinco anos, até enfim chegar ao grande deserto de Tepuri. Lá ele viu que os humanos lutavam usando armas feitas com os ossos de animais e com pedras, pois desconheciam a forja de metais. As armas feitas de ossos e pedras eram mortais, mas envelheciam rápido e quebravam. O ferreiro mostrou a eles uma das Lakakaratk, uma espada curva de lâmina dourada.

— Suas armas são fracas. Recebam de mim essa arma, pois nada há nesse mundo que possa quebrá-la!

Os humanos do deserto a chamaram de Siitara, que na língua deles significava "Osso Brilhante", e a pediram a Vejgäma, porém ele não aceitou dá-la a eles até que um deles o trouxesse o olho da criatura mais perigosa do deserto. Um homem então se aproximou, arrancou o próprio olho e o ofereceu a Vejgäma, que o deu a Siitara. Esse homem tornou-se um grande herói entre seu povo, sendo honrado até os dias de hoje como o primeiro Vijar.

Novamente Vejgäma voltou a viajar. Rumou para o leste, atravessou o Oceano e chegou ao Continente do Leste, o Jiheo. Lá ele viu uma guerra entre o povo da montanha, os chamados Fu O'Io, e indizíveis monstros por eles chamados de Anqi. O povo da montanha era guerreiro e muito forte, mas os Anqi eram terríveis e nenhuma arma podia cortá-los, pois seus corpos eram protegidos por poderosas magias. Porém, dentre os Fu O'Io havia um que conseguia enfrentar os Anqi mesmo sem usar armas. Seu nome era So Hya Jun, e por todos era tido como um grande herói que havia ensinado a todos a arte do combate. Ao vê-lo lutar, Vejgäma muito se impressionou e o ofereceu como presente uma das Lakakaratk, uma longa lâmina curva.

— Pegue essa arma e com ela matará mesmo os deuses!

So Hya Jun agradeceu e pegou a arma. Com ela, ele desenvolveu um novo estilo e travou muitas batalhas famosas, tornando-se famoso por todo o Jiheo, assim como a sua arma, a qual chamam ainda hoje Xianhoji, Matadora de Imortais.

Com isso, Vejgäma havia cumprido sua missão. Nesse tempo ele já era velho e não mais podia viajar. Como agradecimento por sua ajuda, ele passou a viver entre os Fu O'Io até sua morte. Muitos tentaram copiar as Lakakaratk, porém tudo que conseguiram foram cópias imperfeitas das quais resultaram todas as espadas que hoje existem. Ainda hoje muitos tentam igualar a grandiosidade das Quatro Espadas Originais, porém nenhum ferreiro jamais atingiu o feito do ferreiro lendário.
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Eu realmente estou ficando muito babaca... ou muito velho. Você decide.

E eu achando aqui que sabia criar um universo só porque inventei o nome de um planeta e uma energia mística nele...  :ded:

Wow, grande trabalho, Moon[light]. Adorei a forma que você abordou a origem do Universo do ponto de vista de diferentes povos, não se vê muito disso. E a descrição dos povos ficou muito interessante também. Não li todos, peguei os pontos que mais me interessam, mas gostei muito do que eu li. Parabéns!

Citação de: Moon[light] online 15/10/2013 às 03:13
* Aparentemente, o texto completo excede o limite de caracteres que se pode colocar num tópico... Se algum moderador vir isso, poderia me dar permissão para postar o que falta me mensagens? Tive que cortar boa parte do material...

Realmente tem esse problema. Quando postei minha história do Raiki também tive que tirar alguns capítulos que vinham cortados. Para textos longos o melhor seria usar um site a parte e colocar os links aqui.

Ah, outra dica: ali no mapa use o comando ["hs width=320 height=240"]["/hs"] que é bem melhor para imagens grandes.

Viva a lenda!



15/10/2013 às 12:56 #2 Última edição: 15/10/2013 às 13:14 por Moon[light]
Opa! Essa do [hs] foi uma mão na roda. Fiquei meia hora ontem tentando usar alguma coisa direto no [img] e nada dava certo. Valeu o/
Agora, Worldbuilding é mais questão de esforço que tudo, sabe? Pelo menos, para mim sempre pareceu assim. O segredo, acho, é ficar se perguntando "no que isso influenciaria esse mundo?" ou "como um mundo reagiria a isso?" e ainda "como eu posso trabalhar ainda mais isso?". Aí você começa a pensar sobre essas coisas e vai estabelecendo mais e mais aspectos do mundo. É bem divertido quando se começa a levar a coisa para frente :)
Sobre os diferentes mitos... sempre foi algo em que pensei. Quer dizer, se num mundo como o nosso, onde só há uma espécie dominante, temos tantas lendas diferentes para explicar as coisas, num mundo em que vários povos existissem seria natural algo parecido, né? Eu sempre acreditei que as lendas de um povo fossem, mais do que qualquer outra coisa, a expressão da alma desse povo. É algo muito, muito único, um reflexo de todo um complexo conjunto de ritos e códigos éticos. Sempre fui fascinado por isso e poder trabalhar algo assim é realmente um prazer.
E, bem, já que estou postando, adiciono mais uma coisa aqui:

Zefiruku
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Os Zefiruku são geralmente considerados a primeira das espécies inteligentes surgir em Amany. Descendentes diretos das primeiras criaturas complexas a habitarem o planeta, eles evoluíram através das eras até alcançarem a forma que é hoje conhecida. Eles são considerados os mais evoluídos da família de criaturas conhecida como Dragões, que compreende desde gigantescas serpentes marinhas, enormes lagartos terrestres, serpentes aladas a répteis de aparência similar a insetos e pequenos e razoavelmente inofensivos lagartos.

Apesar de extremamente inteligentes e habilidosos, a falta de um aparato físico que os permitisse usar ferramentas os impediu de desenvolver uma civilização complexa, muito embora algumas construções ancestrais sejam atribuídas a eles, assim como o idioma Rabi, a base da grande maioria das línguas atuais, tenha sido desenvolvida por eles.

Desde o surgimento dos Zamaniku, os Zefiruku mantiveram um contato próximo a eles tanto por interesse em ajuda mútua quanto por desejarem manterem-se vigilantes quanto às relações entre os Antigos e seu Deus Exterior, o Kingu. As poucas vezes em que se envolviam com os Idimmuku e com os Urukku, eram para parar seus conflitos ou impedir seus avanços em regiões Zefiruku. Essa postura em relação aos Urukku, causou um dos maiores conflitos já vistos, ocasionado pela quebra de um pacto territorial que impediam os Urukku de avançarem para o território da atual Batia. A quebra do acordo acarretou uma guerra aberta entre os dois povos que se estendeu por quase dois séculos e terminou com um quarto do exército Urukku destruído e o então líder dos dragões, Rukisu, morto. Os relatos desse ponto em diante são conflitantes, porém acredita-se que mesmo com um deus a seu lado, os Zefiruku não puderam parar a máquina de guerra Uruk.

Durante a guerra que terminou com a Grande Queda, os Dragões aliaram-se aos Zamaniku e Mascarados contra os Idimmuku e sua legião de Invasores. O conflito terminou com boa parte do mundo devastado e as civilizações Idimmuku e Urukku à beira do colapso. A população de Zefiruku nesse período sofreu uma vertiginosa queda que se estende até os tempos atuais.

Atualmente restam poucos Zefiruku no mundo e a maioria deles prefere excluir-se dos assuntos políticos exceto quando o chamado do mundo os desperta. Apesar disso, eles são procurados, especialmente por Humanos, Kimeniku e Fu O'Io por seus conhecimentos sobre a Magia e sobre a civilização antiga, sendo considerados os maiores especialistas no assunto. Apesar disso, sua relação com os Humanos sempre foi difícil, devido à tendência natural dos Humanos de dobrarem o ambiente ao seu redor, o que conflita muito com a filosofia dos Zefiruku de que o equilíbrio do mundo não deve ser abalado. Possuem também grandes problemas em lidar com Kimeniku, devido a esses serem descendentes diretos dos Idimmuku.

A cultura Zefiruku antiga girava ao redor do cumprimento dos desígnios do planeta, tornando-os, em suma, um sistema de autodefesa da consciência coletiva do mundo. Durante seus anos iniciais, Zefiruku ergueram grandes templos e construções em homenagem ao planeta e a seu próprio povo. Seus cérebros avançados e talento natural para Magia os tornavam aptos aos estudos mágicos, o que ocupava boa parte do seu tempo e os permitiu atingir desde cedo poderosas magias, como o "cuspir de fogo" que se tornou característico desses seres. Eles organizavam-se em revoadas de quinze a vinte indivíduos que caçavam e viviam juntos sob a liderança do indivíduo mais forte.

A Magia dos Zefiruku sempre foi centrada em encantamentos e na reprodução de fenômenos naturais, ao contrário da magia Zamani que focava em fórmulas e na criação de fenômenos novos. E embora isso tenha tornado o repertório de conhecimentos desse povo bastante limitado, também fez com que tais Magias fossem extremamente eficazes dentro de suas possibilidades, tornando os Zefiruku mortais quando lutando em grandes grupos.

Atualmente, Zefiruku são uma espécie à beira da extinção, havendo muitos poucos indivíduos jovens. Mas diferente do que se esperaria de outras espécies, eles não tentam mudar esse quadro, considerando-o o caminho natural, em parte devido a eles serem alguns dos últimos representantes de um tipo de criatura que desapareceu há milhões. Isso apenas se acentuou com a chegada do Fu O'Io, espécie que os Zefiruku consideram uma substituta cabível de seu papel. Ainda assim, eles ainda cumprem seus papéis como Guardiães do equilíbrio do mundo, caçando tudo que consideram uma ameaça e muitas vezes surgindo do nada para destruir algo, ignorando completamente tudo a seu redor e muitas vezes causando enormes danos em cidades e vilas. Isso fez com que surgissem em muitas regiões um forte medo desse povo, assim como indivíduos ou grupos inteiros dedicados única e exclusivamente a caçar Zefiruku e todas as criaturas similares a eles.




Embora seja usado na maioria das vezes para referir-se aos Zefiruku, o termo "Dragão" refere-se a todo um gênero de répteis que sofreram poucas mudanças nos últimos milhões de anos. Em todo o caso, todas as instâncias do termo aqui usadas serão sobre os Zefiruku.

Considerados uma espécie ainda muito primitiva, os Dragões retêm corpos grandes e resistentes, adaptados à predação da mega-fauna que habitou Amany na era terciária. A boa distribuição dos canais de mana em seus corpos e seus cérebros avançados permitiram a eles sobreviver até os tempos atuais, quando a grande maioria da fauna e flora que lhe eram contemporâneas desapareceu.

Dragões são répteis bípedes alados, de pescoços longos e patas traseiras fortes o bastante para lhes permitir andar com facilidade. As escamas que recobrem seus corpos são resistentes como placas de aço, dando a eles uma resistência a trauma comparável apenas àquela dos Drarutok.

Seus olhos posicionados em lados opostos da cabeça lhes permitem uma visão em 180º enquanto seus corpos se mantêm escondidos, o que, somado à apurada audição da espécie, lhes torna em caçadores formidáveis.
Seus ossos ocos e longas asas os dão uma performance de voo que normalmente seria impossível para criaturas tão grandes. Suas caudas longas são usadas tanto quanto armas, quando para dar equilíbrio ao corpo durante o voo.

Embora tenham sido feitas poucas observações sobre essa espécie, acredita-se que os Dragões nunca parem de crescer, visto que foram encontrados esqueletos de indivíduos adultos de até 50 metros de envergadura, mais do dobro de um indivíduo normal. Acredita-se que alguns indivíduos podiam crescer demais e perder a capacidade de voar.

Dragões são ovíparos de reprodução sexuada. Uma vez chocados, os ovos são enterrados na terra até que os filhotes eclodem. Acredita-se que a temperatura dos ovos influencia no sexo dos indivíduos.
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Os Sinos de Auenbach
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na cidade de Auenbach havia quatro grandes sinos que apenas uma vez tocaram juntos. E lá havia também um grande Guerreiro que nenhum homem ou mulher conseguia igualar. Esse Guerreiro vivia às portas da cidade e desafiava todo aquele que lhe parecesse forte, porém nenhuma vez encontrou um desafio por menor que fosse.  Eis que um dia ele viu uma Fera magnífica cruzar os céus. Suas asas cobriam a luz de Erdaz, seus olhos enxergavam toda Hohen, seu cantar era qual um carrilhão de sinos a soar. Ao ver tão grandiosa criatura, o Guerreiro decidiu que iria tocá-la.

Por anos, ele tentou de muitos modos alcançar a Fera e a isso dedicou todo seu tempo e sua alma. Ele se esqueceu de seus amigos e de sua família, de sua casa, de seus ideais, de seus motivos e foi deixado sozinho com a obsessão pela Fera.

Após muitos e muitos anos, enfim o Guerreiro conseguiu alcançar a Fera em seu céu altíssimo. E naquele momento ele olhou para baixo e viu todo o mundo surgir diante de seus olhos, tão pequeno, tão distante, tão estranho. O Guerreiro então fechou os olhos, lembrou-se de toda sua vida e despencou. Tocada pela bravura do Guerreiro, a Fera bateu suas asas com toda a força, causando poderosos ventos nunca antes vistos, ventos, tão, tão fortes, que dobraram os quatro sinos de Auenbach todos juntos. E cada um que pudesse ouvir, ergueu os olhos aos céus e viu, caindo qual uma estrela esquecida, o Guerreiro. E nesse momento o Guerreiro alcançou a eternidade.
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Eu realmente estou ficando muito babaca... ou muito velho. Você decide.

Urukku
Spoiler
Há quase cinquenta milênios, o Império Uruk se estendia ao redor dos grandes desertos de Tepuri e Beiki, nos continentes do Norte e Leste.  Entre todos os povos que viviam naqueles tempos, os Urukku eram os que mais se destacavam por seu poderio militar e pelo absoluto controle que mantinham mesmo de seus territórios mais distantes.

Enquanto os Zamaniku e os Idimmuku contavam com a ajuda de seus Deuses Espaciais para evoluírem e os Zefiruku recebiam ajuda do planeta, os Urukku caminharam sozinhos pelo mundo. A imortalidade dessa espécie os permitia manter registros de tudo que aprendiam, de modo que sua cultura avançava numa velocidade espantosa. Os Urukku eram grandes matemáticos e engenheiros, construindo templos e monumentos que continuam a impressionar o mundo até os tempos atuais.

Houve três líderes do império Uruk: Amur I, Amur II e Semira.

Amur, o primeiro imperador, conquistou todo o território ao redor do deserto de Tepuri e definiu as leis e a cultura do povo, estabelecendo o tradicionalismo tão característico aos Uruk. Amur I morreu aos 900 anos, durante uma caçada e seu filho mais novo, Alamur, então com 300 anos, assumiu o império sob o nome de Amur II.

Amur II avançou para o Leste, expulsando os Idimmuku, e conquistando todo o deserto de Desho, estabelecendo lá um segundo governo. Nessa época ocorreram as primeiras guerras dos Urukku contra os Idimmuku e contra os Zefiruku, conflitos que marcariam profundamente a história desse povo. Durante uma das batalhas, Amur II, que então contava quase mil anos, foi morto.

O filho primogênito de Amur II, Telo, com então 920 anos, tentou assumir o governo, mas foi assassinado por um seu único filho, Altelo, que tentou reclamar para si o trono. Os outros filhos de Telo, porém, se negaram a entregar o trono, iniciando assim uma sangrenta guerra civil. Nesse período, boa parte dos territórios Uruk foram dominados por invasores Idimmuku e por povos bárbaros menores, enquanto os Zamaniku avançavam para o deserto de Tepuri. E então, a filha mais nova de Amur II, Semira, então com 15 anos, assassinou seus irmãos, sobrinhos, toda sua família e cada um mais que pudesse reclamar o trono do Império, tornando-se ela mesma a Rainha sob o nome de Semira, a Vermelha.

Sob o governo de Semira, os Urukku recuperaram seus territórios perdidos e se expandiram ainda mais para o Leste e para a região que atualmente é o Sudeste da Ispiria. Os avanços dos Urukku durante esse período quebraram um acordo feito por Amur II com os Zefiruku, acarretando numa grandiosa guerra. Durante o confllito, Semira liderou seus exércitos e matou pessoalmente o líder dos Zefiruku, Rukius, enfrentando-o novamente após sua ascensão a deus e conseguindo feri-lo. Novamente a vitória foi dos Urukku. O acordo foi cancelado e os Zerifuku recuaram.

Os Idimmuku, porém, aproveitaram-se do estado do Império Uruk para atacá-lo. Semira novamente expulsou os invasores, massacrando o exército Idimmuku a um ponto em que eles sequer podiam proteger suas cidades de tribos bárbaras. Reza a lenda que ao fim da batalha, o deserto havia se tornado um mar de sangue e os corpos dos soldados Idimmuku foram usados como diques para parar as inundações.

Nesse ponto, Semira gozava da adoração do seu povo como a Rainha-Deusa ou Ereskigal, "Senhora da Lua" e nenhum povo ousava desafiar as ordens do Império da Noite Eterna.

Acredita-se que os Urukku teriam dominado todo o mundo nessa época, não tivesse ocorrido a Grande Queda. Durante a guerra contra os Idimmuku e seus invasores, os Urukku recusaram-se a ajudar a aliança entre Zefiruku, Zamaniku e Mascarados, lutando para defender seu próprio Império. A máquina de guerra que conquistou todos os seus inimigos, porém, não pôde enfrentar a força devastadora dos Intrusos e o Império Uruk ruiu.

Hoje, existem poucos representantes desse povo no mundo, a maioria deles tendo se misturado à cultura Humana, caçando-os para sobreviver e sendo perseguidos por grupos que acreditam que eles são um mal que precisa ser eliminado do mundo. Sendo ameaçados pela presença crescente de tais inimigos, os Urukku se escondem especialmente no Continentedo Sul e em nações onde tais organizações ainda são fracas. Alguns outros adquiriram certo grau de influência na sociedade Humana, tornando-se importantes pesquisadores e empresários. Esses formaram a organização conhecida como Eclipse cujo objetivo é tentar restaurar a antiga glória de seu povo sob a figura de sua lendária Rainha-Deusa, que acreditam estar viva. Embora sejam um povo agonizante, os Urukku ainda representam uma força a ser reconhecida no cenário sócio-político mundial, com muitos deles ocupando cargos importantes em grandes empresas, sociedades e alguns tendo mesmo nomes importantes dos governos de algumas das principais nações do Norte sob seu controle, assim dominando nas sombras um mundo que não lhes pertence, apenas esperando o retorno de sua antiga rainha.

Diferente dos outros povos antigos, Urukku jamais tiveram uma religião, fato talvez devido à sua imortalidade. Sua cultura era baseada ao redor de uma série de tradições e uma estrutura social muito similar ao que seria a aristocracia, embora o poder supremo ainda fosse detido pelo governante.




Urukku são bípedes humanoides muito similares aos seus contemporâneos Zamaniku e aos descendentes desses, os Humanos. Apesar disso, a incapacidade de produzir hemácias e a baixa melanina no corpo dão a eles um aspecto mais mórbido.

A falta de melanina nos corpos dos Urukku causa à toda a espécie um tipo de albinismo congênito que os impede de se manterem ativos durante o dia ou em ambientes muito claros. Isso fez com que a espécie evoluísse para se tornar noturna. Seus olhos são adaptados para a baixa luminosidade e são sensíveis à luz. Sua audição  é apurada o bastante para lhes permite ouvir ruídos baixos mesmo de longe, tornando-os em exímios caçadores.

A arcada dentária desses seres é formada por vários dentes, afiados e serrilhados, feitos para rasgar e triturar carne. Seus caninos, em especial.  são longos, finos e extremamente afiados, permitindo que os Urukku atravessem com facilidade a couro de animais e sugue o sangue das artérias e veias.

Apesar disso, a característica mais estudada dos Urukku é sua imortalidade. As células que formam o corpo dessas criaturas se regeneram extremamente rápido e são capazes de se dividir infinitamente, dando a eles uma capacidade regenerativa monstruosa sendo capazes de recolocar membros perdidos ou mesmo regenerar órgãos destruídos. Caso algo cause perda de células no corpo, o sistema regenerativo dos Urukku é capaz de converter células sanguíneas ingeridas por eles em células-tronco que são usadas no lugar daquelas que foram perdidas.

Urukkus são capazes de continuar se regenerando exceto se um órgão vital como o coração ou o cérebro ou metade do corpo for destruída.

Os Urukku se reproduzem sexuadamente e a gestação feminina dura cerca de setenta semanas. Durante toda sua vida, uma Uruk fêmea produz apenas três óvulos férteis. Uma vez que os três são usados, ela se torna estéril.
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Eu realmente estou ficando muito babaca... ou muito velho. Você decide.

04/11/2013 às 21:53 #4 Última edição: 01/12/2013 às 16:50 por Moon[light]
Kimeniku
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Os Kimeniku (singular Kimeni) descendem dos Idimmuku, porém guardam muito pouco dos traços físicos de seus ancestrais.  Diferentemente dos Zefiruku e Urukku, os Idimmuku continuaram a evoluir e se mesclaram a outros povos para continuarem sua espécie, algo similar ao que ocorreu aos Zamaniku.

Os Kimeniku foram o primeiro povo a se erguer após o catastrófico conflito que foi a Grande Guerra, sendo a mais antiga das atuais civilizações, antecedendo por cerca de dois mil anos os Ayataar. Apesar disso, os conflitos contra povos bárbaros e as batalhas internas entre grupos Kimeniku atrasaram o avanço de sua cultura, de modo que, atualmente, os Kimeniku não se encontram muito à frente das outras espécies em Magia e sequer possuem uma civilização e cultura fortemente definidos. Ainda hoje, a espécie se divide em diversas facções espalhadas pelos Continentes do Leste e Norte.

A principal dessas facções, a FEL (Frente de pelo Estado Livre), está profundamente envolvida na política mundial, agindo como um grupo rebelde (considerado terrorista por muitas nações) que busca a formação de um estado Kimeni nos entornos do Grande Deserto de Tepuri e reconhecimento da perseguição sofrida pela espécie. Estima-se que a FEL possui hoje cerca de cinquenta mil membros ativos e inativos, embora muitos órgãos de defesa acreditem que o verdadeiro número seja exponencialmente maior. Centenas de outras facções menores estão espalhadas pelo mundo e ainda existem indivíduos que optam por não se aliar a nenhuma delas. Muitas dessas facções possuem rivalidade entre si e algumas perseguem até mesmo indivíduos que não se aliam a elas, criando um clima extremamente tenso mesmo dentro da comunidade Kimeni.

Devido a todos esses fatores, Kimeniku sofrem um pesado preconceito de outros povos, especialmente no Continente do Leste, onde são perseguidos e tratados com extrema desconfiança pelos Fu O'Io. Os Kimeniku que vivem no Leste em geral são servos ou empregados considerados inferiores por seus empregadores, indivíduos marginalizados e odiados por diversos grupos. Esse enorme preconceito deu à FEL uma força gigantesca nesse Continente, tendo mesmo alguns importantes aliados entre Humanos.

A situação se torna ainda mais agravante pelo fato de que, comparavelmente aos outros povos, os Kimeniku são mais fracos e frágeis, o que os torna dependentes de diplomacia e inteligência para conseguirem sobreviver, algo que lhes é dificultado pelo preconceito sofrido pela espécie. Muitos Kimeniku tornam-se então ativistas políticos, usando de seus melhores meios para lutar pelos direitos de seu povo por vias legais, artistas e pesquisadores.

A cultura Idimmuku se diluiu muito com o passar dos tempos, de modo que apenas alguns grupos isolados e a FEL ainda guardam e praticam as antigas tradições. Isso se deve, em parte, à natureza de tais tradições. Sendo naturalmente guerreiros, os rituais Idimmu incluíam o sacrifício de seus inimigos, combates mortais entre guerreiros por mulheres, caça e guerra, atividades consideradas selvagens e descabidas num mundo moderno e em início de processo de globalização. Não obstante, isso faz com que muitos vejam a FEL e a cultura Kimeni como um todo como pura selvageria estúpida que deve ser eliminada.

Kimeniku sofrem também grande dose de perseguição por parte dos Zefiruku, Zamaniku e Urukku, devido á lembrança de que foram os Idimmuku os responsáveis pela Grande Queda e, por extensão, pela decadência de seus impérios. O caso é mais grava no tocante aos Urukku, sendo que alguns deles apenas se alimentam de Kimeniku.




Os Kimeniku são primatas bípedes humanoides descendentes diretos dos Idimmuku e, portanto, carregam muito de seus corpos e codificação genética.

Os grandes olhos e orelhas da espécie aliados a um extremamente eficiente sistema neural dá aos Kimeniku capacidades sensoriais acima da média. Os apêndices que pendem da cabeça desses seres é um orgão sensorial capaz de sentir a temperatura e a vibração do ar.

A estrutura ósseo-muscular dos Kimeniku é leve e frágil, o que os torna uma espécie vulnerável a traumas físicos. Seu sistema circulatório e seus canais de mana, por outro lado, são extremamente eficazes e dão às Kimenis um alto potencial mágico.

A característica mais estudada dos Kimenis, porém, é sua capacidade de liberar feromônios atrativos para a maior parte das criaturas. Os hormônios são liberados pelo suor durante picos de adrenalina, podendo ser também liberados voluntariamente e, nesses casos, os relatos dizem que a eloquência e a influência mental dos Kimenis tornam-se praticamente irresistíveis.

Kimeniku possuem um ciclo de vida relativamente curto, atingindo a maturidade em cerca de dezessete anos e começando a decadência física aos quarenta, morrendo por volta dos sessenta. A reprodução Kimeni é sexuada e gestatória, com o período de gestação durando cerca de vinte e quatro semanas.
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Ayataar
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Não há muitos registros sobre quando exatamente surgiu a civilização Ayata, mas a teoria mais aceita é de que a primeira cidade e até os tempos atuais a capital da sociedade Ayata, Ayakata, foi fundada no ano de 5000 a.G. e considera-se que essa tenha sido o berço da cultura Ayataar, assim como a primeira cidade da Segunda Civilização.

Assim como os Lamiak, os Ayataar são um povo que se mantém distante de todas as outras espécies, raramente se envolvendo em questões externas a eles, permanecendo isolados em suas cidades no meio das florestas tropicais do Continente do Sul mesmo que guerras estejam eclodindo em todo o planeta. Existem, ao todo, seis cidades Ayataar, todas localizadas no interior das floretas do Triângulo Interior, próximas a rios e lagos e conectadas por uma rede de vias fluviais que permitem troca de informação e mercadorias entre elas e com as cidades Humanas próximas.  Cada cidade é governada por um Eko, um Sábio, que responde ao Sameko, o Grande Sábio, uma entidade que, reza as lendas Ayataar, governa toda a civilização desde a fundação de Ayakata, muito embora apenas os Ekoar saibam quem - ou o quê - ele é e recusem a tornar pública essa informação.

Ayataar são iniciados nos estudos da Magia desde muito cedo, a maioria das crianças é mandada ainda com três anos para Ayakata onde estudam até os quatorze anos quando, idade com a qual passam a trabalhar em suas cidades natais ou, em raros casos, partem para viver entre outras espécies. Aqueles indivíduos que apresentam grande talento permanecem em Ayakata para que continuem a ser treinados e se tornem professores ou pesquisadores. Esses se tornam parte da elite governante Ayata e, em geral, são os que se tornarão Ekoar.

Historicamente, os Ayataar só se abriram para amplo contato com culturas externas durante uma ocasião: quando o Primeiro Império Draruto liderado então por Vikan Varia ameaçou avançar para o Triângulo Interior e dominar seu território. A união dos Ayataar, dos Humanos e dos Amaguqq permitiu a liberação do Continente do Sul, iniciando assim a queda do poderoso Império Draruto. Nesse período, a cultura Humana adentrou a civilização Ayata causando certas mudanças no relacionamento entre os dois povos e permitindo a abertura comercial das cidades Ayataar, dando aos humanos do Sul acesso às avançadas medicina e engenharia Ayata.

Ayataar seguem uma filosofia pacifista, acreditando no desenvolvimento pelo saber e na diplomacia como melhor meio de resolução de conflitos. Durante toda a história desse povo, houve pouco desenvolvimento bélico e o aparato de guerra Ayata é considerado ultrapassado, embora nenhuma nação ouse atacá-los por medo ao conhecimento mágico sabidamente amplo, porém de extensões desconhecidas desse povo enigmático. Tal mistério que ronda os Ayataar é usado por eles na forma de lendas espalhadas que assustam viajantes e os mantém afastados de suas cidades, desse modo permitindo ao Ayataar prosseguirem com suas pesquisas sem serem incomodados por visitantes indesejados.

Os Ayataar são seguidores dos Deuses do Mundo e se mantiveram fiéis a eles e ao mundo mesmo após a Grande Guerra, durante a qual eles se aliaram ao planeta contra os Humanos e Drarutok. A Grande Guerra também influenciou fortemente o fechamento futuro da sociedade Ayataar e suas relações extremamente tensas com os Drarutok.

O casamento como conhecido nas outras culturas não existe na civilização Ayataar, cabendo a determinados indivíduos especialmente treinados cuidar das crianças Ayataar até que essas tenham idade para frequentarem as escolas. Esses indivíduos, em geral homens, ensinam os básicos da sociedade às crianças para que elas possam se adaptar rapidamente.

As cidades Ayataar são, na verdade, gigantescos complexos subaquáticos em áreas inundadas, compostos por dezenas de prédios invertidos, construídos abaixo do nível do solo. Os níveis mais altos são ocupados por negociantes, diplomatas e todo indivíduo que necessite de contato fácil com a sociedade externa, enquanto os níveis mais baixos guardam as áreas de pesquisa, ensino, residências e os palácios dos Ekoar.

Atualmente, Ayataar são uma civilização fechada, limitada a negociar suas mercadorias com outros povos para adquirir itens necessários que não poderiam ser obtidos de outro modo. Suas relações com as empresas que se instalaram no Continente do Sul a partir da década de 1840 são relativamente amigáveis, com os Ayataar permitindo que empregados dessas  empresas adentrem em seu território desde que nenhuma instalação seja construída nesses territórios.




Ayataar são merman humanoides, altos, esguios, cobertos por uma camada de escamas  lisas que diminuem o atrito com a água, permitindo a eles nadar em alta velocidade e guelras em seus pescoços os permitem respirar na água.

Sua estrutura óssea é formado por um esqueleto oco e leve, ligado por juntas de cartilagem. Apesar do esquleto frágil, a estrutura muscular e as grossas e resistentes escamas protegem o vulnerável sistema orgânico dos Ayataar contra traumas físicos.

Os dedos das mãos e pés dos Ayataar são ligados por membranas finas e elásticas que junto à nadadeira dorsal e a cauda, permitem a eles se mover em grande velocidade na água, tornando-os super-predadores dos rios do Triângulo Interior.

A arcada dentária de Ayataars é formada por   centenas dentes serrilhados e finos, capazes de penetrar facilmente a carne. Se um Ayataar perde um dente, aquele da camada seguinte toma seu lugar em poucos dias. A mordida de um Ayataar é capaz de facilmente decepar a mão de um humano.

Ayataar se reproduzem através da fertilização de ovos postos previamente pelas fêmeas. Uma vez postos, os ovos levam cerca de doze semanas para eclodir. Cada fêmea põe cerca de dois ovos por ano. Esse método de reprodução causou um equilíbrio populacional entre os Ayataar de cinco fêmeas para cada macho.
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