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Sr. Cartola de Madeira

Iniciado por faherya, 24/10/2013 às 11:09

24/10/2013 às 11:09 Última edição: 24/10/2013 às 11:55 por faherya
  O que lhes trago hoje é uma pequena lenda sobre a história de um homem. Um homem comum como todos os outros. Mas que se tornou algo em que  muitos desacreditam. A seguinte história foi contada por um casal e logo se tornou parte da lenda sobre a família Ryan.

    Era um lindo dia,o sol brilhava pela manhã e o Sr. Richard estava trabalhando em seu pequeno estabelecimento comercial como o fazia diariamente. Ali ele vendia e comprava todo o tipo de coisas,desde esculturas seculares até uma moderna TV a cores. Sr. Richard era um bom homem, sempre sorria ao cumprimentar seus amigos e qualquer um que atravessava o seu caminho. Todas as sextas-feiras, ao sair de seu estabelecimento comercial ele sempre deixava um pequeno brinquedo de madeira - que confeccionara durante toda a semana - na porta de sua loja para que a primeira criança que a encontrasse pudesse  se divertir com as invenções malucas do Sr. Richard.

    O dia era 13 de Julho de 1990. Naquela sexta-feira havia algo estranho nos arredores de Londres. Na TV foi anunciada uma notícia de que um sujeito  de má índole havia furtado uma peça de um antiquário. Não era longe da loja do Sr. Richard e por isso ele resolveu fechar o estabelecimento mais cedo e voltar para casa. Trazia em baixo do braço uma caixa de madeira com dezenas de soldadinhos de madeira. Ele havia trabalhado neles por meses a fio. Virou a primeira esquina e viu uma criança dormindo no chão,estava coberta por um manto azul escuro e estava bem limpo. Por curiosidade o Sr. Richard levantou um pouco do manto e viu a pobre garota dormindo. Ela segurava uma cartola toda amassada entre os braços. Sr. Richard colocou a caixa que  carregava debaixo de um dos braços da garota,cobriu-a novamente e seguiu.

   Sr. Richard tomou um atalho pelo Parque da cidade. A lua iluminava o caminho entre as folhas das árvores e também se refletia no liso lago que se encostava a esquerda da trilha. Andou e andou por muito tempo,até que em certa parte do trajeto ele se deparou com algo estranho. Bem no meio do caminho ele observou que havia um objeto em que havia pisado. Levantou o pé direito e nessa hora chegou a surpresa. Ele havia pisado em um de seus soldadinhos de madeira! Não poderia ser outro pois ele os conhecia como ninguém.

  Quando tomou coragem para pegar o objeto,o Sr. Richard sentiu uma fria corrente de ar passar por todo seu corpo até que começou a se arrepiar. Ouviu o barulho de algo se quebrando,como um galho, e olhou para trás. Para sua surpresa lá estava a garotinha. Agora sustentava grandes asas brilhantes as costas,em sua mão direita havia um caderno e em sua mão esquerda estava a cartola. O manto ainda cobria grande parte do seu corpo,mas agora deixava a mostra as roupas rasgadas que ela provavelmente usara por dias.


  Algumas horas se passaram e a família Ryan estava muito preocupada com o sumiço do Sr. Richard. Ligaram para a polícia local e organizaram grupos de busca. Passaram a noite procurando e nada. Porém as oito horas da manhã do dia 14,um grupo passava pela segunda vez no bosque quando uma senhora gritou:

- Minha nossa,o que é aquilo naquela árvore? - Disse ela com espanto.

Ao se aproximarem viram um pequeno bilhete presa a arvore por um minúsculo rifle de madeira. O bilhete parecia ter sido escrito com terra e dizia o seguinte:

"  Muito obrigada pelo presente Sr.Richard. Estive aqui por dias e nenhum outro notou minha presença. Gostaria que pudesse continuar o seu lindo trabalho então lhe entrego meu presente. Tenha um bom século."

Ninguém entendeu muito bem,mas tiveram certeza de que algo inesperado aconteceu ao Sr. Richard. Alguns anos depois destes fatos,todos já haviam se esquecido do que aconteceu - exceto a família Ryan - já que a notícia não foi repercutida por muito tempo. Naquele mesmo bosque,por volta de onze horas da noite um casal voltava para sua casa. Eles estiveram em um pique-nique ali desde as seis da tarde a acabaram adormecendo. Perceberam que alguém lhes seguia e por isso apertaram o passo. Logo foram surpreendidos por um assaltante que lhes ordenou que entregassem tudo o que possuíam de valor. Neste momento algo bizarro ocorreu. Atrás do assaltante,a poucos metros algo se materializava espontaneamente. Logo a figura de um homem se formou. Ele usava uma cartola negra e se cobria com um manto azul que se estendia até seus joelhos. Em suas pernas era possível ver uma calça jeans um pouco suja e seus sapatos sociais. Assim que o assaltante se virou, o homem,sem dizer uma única palavra, tocou-lhe a testa e em questão de segundos o assaltante era agora uma belíssima escultura de madeira! O casal casal assustado, viu o homem se evanescer novamente em menos de cinco segundos. Os dois correram e contaram a suas famílias o que aconteceu, ninguém acreditou já que no dia seguinte nada foi encontrado no bosque a não ser uma miniatura de soldado feita em madeira.

  Daí em diante surgiu a lenda do Sr. Cartola de Madeira, você não deve ter medo dele se tiver uma boa conduta,porém dizem que ele adora capturar bandidos e outros que causam confusão por onde passam.
Agora que você sabe de tudo deve estar se perguntando,o que aconteceu com o sujeito de má índole que furtou um antiquário no dia 13 de julho de 1990. Bem,segundo muitos ele se matou após vários bilhetes estranhos aparecerem misteriosamente em sua residência. Todos com o mesmo recado:

" Muito obrigada senhor,graças a sua atitude eu conheci Sr. Richard"



Uma visita ao Museu não é interessante quando você faz parte da exposição.

Dica: Redimensione essa imagem porque o tamanho dela fez uma parte do texto ficar escondida por causa da barra de rolagem.

Quanto a história, o mesmo que disse no texto do Nae: começou bem e se perdeu um pouco no desfecho. Sei lá, não vi isso como um conto de terror. Eu prefiro histórias de terror que tenham finais tristes, mas não condeno aqueles que fazem finais felizes. Porém, no geral, ficou parecendo mais um conto normal.

Em questão de escrita ficou muito boa, só a história mesmo que não me agradou muito.

Viva a lenda!