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Os Três Reinos - Princípio

Iniciado por FilipeJF, 02/12/2012 às 14:45

02/12/2012 às 14:45 Última edição: 02/12/2012 às 14:59 por FilipeJF
Depois de ficar bastante tempo sem escrever algo (talvez não tanto tempo) escrevi um texto baseando-me numa história antiga.
Mas enfim, espero que postem críticas, destrutivas ou construtivas... Porque normalmente eu fico no vácuo T.T.

Mapa do continente de Delion:
PS: Créditos a Zenphis pelo tutorial e a Jefter que originou o dele.


Explicações do mundo de Delion:

1. Calendário:
Cada semana tem cinco dias.
Um ano possui 8 meses e tem 260 dias e 4 estações. Cada dia tem 25 horas, aproximadamente.

Os meses possuem nomes próprios, cujos são dividos na seguinte ordem:

Verão:
1- Principium (35 dias)
2- Primus (33 dias)

inverno:
3- Neutrali (33 dias)
4- Sanguis (30 dias)

Outono:
5- Vita (30 dias)
6- Senescentis (35 dias)

Primavera:

7-Decrementi (33 dias)
8-Finis (31 dias)


2. Datas especiais:
- Dia 7 de Principium: Dia da Descoberta. Quando Delion, o Grande, descobriu o continente, e Balian, o Senhor dos Mares, ficou com o domínio do antigo continente.

- Dia 16 de Principium: Dia do Novo Mundo. Quando um terceiro continente foi descoberto: Artos. O grande homem responsável por isso, Artos, era irmão de Balian. Ele viu com grande admiração o feito de Delion e percebeu que, já que ele havia conseguido, outras terras jamais vistas ainda existiam pelo mundo. Artos é o continente onde há muito tempo, seres nomeados moruts viviam.

- Dia 1 de Neutrali: Dia de Aelgar, a Guerreira. Quando termina o verão e inicia o inverno, a rainha da cidade de Aelgar mostra a armadura de Aelgar, a Guerreira, no Castelo de Urian. Aelgar chamava sua armadura de Congelada, pois nela possuía detalhes brancos e azuis. Por isso seus equipamentos são mostrados no início do inverno (Na cidade de Aelgar só pode-se ter rainhas. Data comemorada somente no reino de Gaenor).

- Dia 24 de Neutrali: Dia da Liberdade. É quando Amalric, rei da Ilha da Liberdade, consegue a indepedência do reino de Alestan.

- Dia 10 de Sanguis: Dia dos Heróis. Nesse dia, comemora em todos os continentes a história de três bravos guerreiros: Alestan, o Bravo; Gaenor, a Primeira Amazona; Enion, o Explorador. Em todas as cidades são contadas as histórias do surgimento dos reinos.

- Dia 19 de Sanguis: Dia da Extinção. Há muito tempo, os moruts, seres semelhantes aos humanos, viviam no mundo. Eles eram verdes e de orelhas pontudas, e todos da raça eram do sexo masculino. Também eram muito mais fortes que os seres humanos. Foram extintos após uma guerra contra os humanos, que durou mais de uma década. Os moruts estavam em número muito menor. Portanto, mesmo depois disso, várias teorias feitas por estudiosos provam que eles não foram extintos.

- Dia 17 de Senescentis: Dia do Fim das Caçadas. Há muito tempo, os paladinos, guerreiros que defendiam a honra dos Deuses, eram mandados pela igreja para assassinar prováveis bruxas que transmitiam doenças para cidades e vilarejos. Portanto, nessa data, Rei Urian do reino de Gaenor entrou em acordo com os outros reinos e deu fim para essas caçadas.

- Dia 29 de Senescentis: Dia dos Deuses. Nesse dia, em todas as igrejas, acontece um festival recheado de refeições e atividades para comemorar a Criação, que, de acordo com os padres e sacerdotes, é o nosso mundo. Dizem que o mundo não é perfeito pois o Deus Éléazar e o Deus Esténe brigaram entre si, e acabou que Esténe espalhou os males pela Criação. E de certo modo, esse data também comemora isso.

- Dia 31 de Finis: Dia da Lua Vermelha. Todo o ano, nesse dia, a Lua Vermelha surge no céu e transmite sua luz no mundo.

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3. Capítulos:


Prólogo:

Spoiler
   Era no início do inverno que a cidade de Savaric tornava-se nula. As ruas ficavam desertas, os guardas temiam a neve que lhe cobriam até as panturrilhas e os cidadãos saíam de suas moradias somente quando necessitavam.
   A noite há pouco havia chegado, com uma aspereza que trazia a verdadeira essência do inverno. E numa taverna próxima à entrada da cidade permaneciam os poucos viajantes e guardas. Ninguém ousaria sequer sair daquele lugar que, embora não fosse aconchegante, aparentasse ser num momento daqueles. As damas, que antes serviam como atração para os hóspedes da casa, saíram em busca de um lugar melhor, provavelmente em Orderic, onde o inverno não provocava desastres drásticos. Nesses dias Savaric tornava-se triste e esquecida. Se assemelhava a uma cidade abandonada.
   O pobre taberneiro, um velho de aparência enrugada, dizia repetida vezes que preferia a morte a viver novamente mais um inverno. Os outros salões da casa estavam vazios e empoeirados, enquanto o principal, que tantas vezes no passado era cheio de mulheres e homens, tinha desta vez somente pouco mais de dez homens, que provavelmente eram de uma caravana formada para atravessar a perigosa Floresta Fria. Os caçadores e viajantes, já veteranos, diziam que naquela floresta a pele ficava tão dura que, no momento em que a tocassem, a feriam. Embora isso tenha sido apenas boatos, claro, pois muitos dos que realmente já enfrentaram a Floresta Fria sabiam que não era preciso exagerar de tal modo - mesmo que fosse congelante de modo devastador.
   Alguns corajosos viajantes ousavam, no inverno, partir em direção ao Pico Nevado para escalá-lo. Nunca se ouviu a história de alguém que foi até e lá voltou, portanto já se ouviu várias dos que já foram, destemidos e corajosos, que enfim perderam a vida em vão num monte de neve. Acreditavam que no topo, dentro de uma caverna, existia um tesouro até então jamais tocado por alguém vivo. Mesmo que muitos estudiosos comprovassem a inexistência de uma caverna, os teimosos viajantes retrucavam e diziam existir, sim, porém ela estava soterrada em neve após tantos anos inacessada.
   E por fim, um dia, chegou à taverna de Savaric um homem que trazia consigo um ar de mistério, trajado de negro com um capuz que lhe cobria parte do rosto. Era um desertor vindo de longe, cujo nome era Aldun Grimbald. Embora tentasse não dizer o segundo nome, todos sempre perguntavam, o que lhe tornava vunerável por não gostar de mentir.
   Sentou-se educadamente no banco e, com uma voz calma, pediu ao taberneiro:
- Traga-me vinho, por favor.
   Aldun, até então encapuzado, descobriu a cabeça e revelou seus cabelos negros e bagunçados. Em suas costas trazia uma espada embainhada, que há poucos dias havia afiado, forjada na longuínqua Ilha Branca, responsável pelas melhores armas de todo o continente.
- Aqui está - disse o taberneiro, trazendo um copo em mãos. Depositou o copo de vinho sobre o balcão e apressou-se para atender os outros hóspedes sedentos. Aldun viajara durante dias, desde Waleran até Savaric; não era um caminho curto, muito menos para quem não possuía sequer um simples cavalo. Ele não tinha um destino exato para onde ir, porém pretendia viajar para Orderic. Waleron poderia estar bom agora, pensou, enquanto bebia todo o vinho num gole. Mas não tinha a menor vontade de voltar de onde saira há pouco tempo.
   Aldun colocou o copo sobre o balcão e sentiu o frescor que adentrava pelas gretas das janelas. Era bom senti-lo quando não se estava do lado de fora.
   E após algum tempo, entrou na taverna uma mulher, com provavelmente vinte anos de idade, dois anos mais velha que Aldun. De cabelos longos e morenos, ela atraiu todos os olhares da casa para si. Portanto, quando perceberam a espada que trazia embainhada em sua cintura, os homens decidiram esquecê-la. Ela sentou-se ao lado de Aldun, sem ao menos olhá-lo, e arrumou sua cota de malha trajada sobre várias camadas de couro fervido.
- Um copo de vinho, por favor - ela pediu. O taberneiro assentiu com um gesto e rapidamente levou ao balcão o copo cheio até a metade. Veloz como Aldun, ela virou toda a bebida num único gole em sua boca.
   Aldun observou com cautela e precisão a bainha presa ao cinto da mulher. Percebeu um minúsculo símbolo de uma águia com uma flecha na boca, e rapidamente reconheceu de onde aquela garota vinha.
- Uma guerreira de Aelgar - revelou ele, chamando a ateção da moça. Ela o olhou com desdém, sem muito a apresentar em seu rosto sem expressão. Entretanto, Aldun viu como era bonita.
- E você um desertor pobre.
   Ouviu-se risos abafados vindo dos homens também sentados na bancada. Aldun sorriu e disse:
- É um tanto que nervosa. Importa-se de falar seu nome?
- Para alguém como você? Pode esquecer - ela se levantou, sem ao menos se despedir, e jogou uma moeda de cobre sobre o balcão. Quando se aproximou da porta, dois guardas armados lhe impediram de prosseguir, empunhados com suas espadas. Ela agarrou com força o cabo da espada.
- Nos satisfaça, querida. Estamos aqui, no meio de tantos homens, e de repente surge você - disse um dos guardas, com um sorriso cruel.
- Eu preciso ir! - ela gritou, nervosa, e abriu caminho entre eles. Porém eles encostaram a lâmina gelada no frágil pescoço da moça, a forçando recuar, devagar.
- Isso - disse o guarda novamente. Ele riu, enquanto todos os outros hóspedes interrompiam seus assuntos para observá-los.
- Saia daqui! - gritou a mulher, empunhando a espada e tentando acertar um corte no homem. Ele desviou facilmente com sua espada e a chutou na perna, derrubando-a no chão.
- Está bem melhor no chão! - disse um deles, fazendo o outro rir. - Agora você é nossa, escutou? Me dê sua espada.
   Ela relutou em entregar a arma tempo o suficiente para que Aldun agisse. Ele levantou-se com fúria, cansado de agir como espectador, e desembainhou sua espada. Aproximou-se correndo dos guardas, com a espada apontada para o qual havia chutado a perna da mulher.
- Deixe-a. Ela é uma guerreira de Aelgar no caminho de casa.
    O guarda, nervoso, tentou atacar Aldun num corte diagonal. Mas ele desviou para o lado, sem ao menos utilizar a espada, e aguardou por uma resposta do homem.
- Eu sou um guarda, e então faço o que quiser! Estou aqui e terei essa mulher! - ele rugiu e novamente tentou acertar Aldun. Porém ele desviou para o lado novamente e, agarrando o cabo da espada com ambas as mãos, cortou a coxa carnuda do pobre homem, que desmoronou no chão com um grito agudo de dor. O outro guarda, que apenas observava a luta, rapidamente se apressou para ajudar seu colega.
- Você feriu um guarda! - ele gritou. Atacou três vezes seguidas, provando ser mais inteligente que seu parceiro, e forçou Aldun defender-se usando a espada. Porém, numa brecha que o guarda deixou após tirar um tempo para respirar, permitiu que Aldun o cortasse da cintura até a coxa, derrubando-o. Ele gritou de dor e curvou-se, caindo no chão. Os dois guardas ficaram lá, acompanhando os gemidos de dor uns dos outros, não ousando levantarem-se sem que antes Aldun se retirasse da casa.
- Você está bem? - ele perguntou para a garota, oferecendo a mão para que ela se erguesse. Ela agarrou com força a mão do jovem e pôs-se de pé.
- Me parece que não é um desertor qualquer - disse ela. - É um veterano de guerra.
   Aldun sorriu. Ela descobriu em poucas palavras o que ele era.
- Eu cometi muitos erros para chegar onde estou agora, garota. Meu nome é Aldun.
- Prazer em conhecê-lo, Aldun. Agora eu posso lhe dizer meu nome como forma de retribuição - ela sorriu. - Eu sou Avril Bouchard, filha de Averill Bouchard, da cidade de Aelgar  - ela olhou ao redor, vendo todos os rostos estranhos que os observavam. O velho taberneiro estava encolhido no balcão, temendo que eles tentassem roubá-lo. Portanto, Aldun disse:
- É melhor sairmos daqui. Já provocamos problemas demais.
   E naquela primeira noite de inverno, Aldun e Avril foram juntos em direção a Aelgar. Tornaram-se grandes amigos, e por muito tempo serviram Rainha Diamanda. Portanto, durante uma missão em um lugar distante, acabaram se envolvendo numa perigosa jornada...

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Enfim... Essa é uma história que venho planejando a algum tempo. Terá a história e o jogo (portanto o jogo não será essa história, mas outra do passado). E digo, não terá apenas o continente de Delion, não. Estou criando outros, e breve postarei o mapa aqui.
fear is the mind-killer