O TEMA DO FÓRUM ESTÁ EM MANUTENÇÃO. FEEDBACKS AQUI: ACESSAR

Narrativa de ambientação

Iniciado por Zackh, 22/02/2014 às 20:27

22/02/2014 às 20:27 Última edição: 22/02/2014 às 21:52 por Cezar
[box class=catbg][/box]
[box class=catbg][/box]

Narrativa de Ambientação
:linha3:

[box class=calendar_today]

Esta é uma aula destinada à narrativa de ambientes. Você pode querer conferir também a aula sobre narrativa de memorização.



  Ao se criar uma cena de uma estória, o autor deve conseguir imaginar  em sua cabeça cada detalhe do cenário que se passa. Ou pelo menos, ter uma imagem mental do ambiente. Afinal, dificilmente os personagens estarão em um universo paralelo onde nada existe.

  A narrativa de ambientação cuida justamente de transmitir ao leitor, a imagem visual que o autor tem em mente do cenário que se passa o momento. A ausência desta narrativa pode gerar não só confusão, como falta de imersão do leitor para com o seu texto. E a falta de imersão é o que leva a abandonar a leitura.

  Ter uma imagem visual do cenário em questão, é o primeiro passo para uma boa narrativa. Um segundo passo, é saber do que está falando, conhecer do assunto. Não adianta você falar de como é passar uma noite em uma floresta, se você nunca saiu do seu quarto. Isto fará você cometer vários deslizes que certamente alguns leitores perceberão. E é exatamente por isto que grandes escritores preferem ambientes um tanto quanto exóticos para escreverem seus livros. Não se trata de ficção científica quando vemos um escritor se isolando em uma casa abandonada para escrever uma estória sobre fantasmas. Vivenciar o ambiente que se quer descrever, o tornará mais apto para fazê-lo.

  Obviamente, nem sempre podemos experimentar em primeira mão o ambiente que queremos descrever. Então pesquise e procure saber um mínimo sobre o assunto. Relatos de outras pessoas podem ajudar muito o processo.

 

[box class=roundframe]" A noite já havia caído, e apesar de todos já estarem dormindo, eu permanecia acordado. Fosse apenas o som das cigarras cantando em meio às árvores, ou o crepitar da fogueira, ou mesmo ainda as folhas mais altas das árvores balançando-se e batendo-se entre si, eu certamente já estaria dormindo também. Mas a selva não é um lugar calmo assim durante á noite para um acampador de primeira viajem. A clareira onde estávamos só conseguia iluminar uma pequena distância, no máximo alguns metros. A selva crescia enorme, assustadora e escura durante á noite. A terra seca e o cheiro da brasa eram o que me confortava. O restante, eram árvores que obstruíam minha visão aos barulhos que me cercavam, folhas e vultos irreconhecíveis ao olhar para cima, e um ambiente úmido e frio que indicava que a madrugada já havia caído. Certamente, a selva não é nem de longe silenciosa e acolhedora durante á noite. "
[/box]

  O que eu fiz no pequeno texto acima, foi construir em um parágrafo, o ambiente em que se passa a cena. O texto pode começar apenas com o personagem, porém conforme se lê, a cena se constrói devido á narrativa de ambientação.

  E como talvez tenham percebido, não se trata de apenas dizer o que há ao redor. E sim, do clima, ambiente e sensação que causa. Falar do cheiro que se sente no lugar, se está quente, úmido, frio ou seco. Falar sobre os sons e detalhes que mais chamam a atenção do cérebro. Isto tudo é o que cria o cenário e ambiente na cabeça do leitor. Feito isto, ficará mais fácil para o leitor se manter no roteiro a seguir já se situando em que ambiente está. Lembre-se : O leitor deve se sentir dentro da cena para haver a imersão. Então não prive os sentimentos, ambiente e sensações visuais e sonoras do seu cenário ao escrever.


[box class=roundframe]
" Os deuses de Winterfell mantinham um tipo diferente de bosque. Era um lugar escuro e primordial, três acres de floresta antiga, intocada ao longo de dez mil anos, enquanto o castelo se levantava a toda sua volta. Cheirava a terra úmida e a decomposição. Ali não crescia o pau-brasil. Aquele era um bosque de obstinadas árvores sentinelas, revestidas de agulhas cinza-esverdeadas, de poderosos carvalhos, de árvores de pau-ferro tão velhas como o próprio reino. Ali, espessos troncos negros enroscavam-se uns aos outros, enquanto ramos retorcidos teciam um denso dossel elevado e raízes deformadas batalhavam sob o solo. Aquele era um lugar de profundo silêncio e sombras meditativas, e os deuses que ali viviam não tinham nomes. "

As crônicas de gelo e fogo - George R.R. Martins
[/box]

  A narrativa acima, não tem o mesmo intuito de criar um ambiente apenas para a cena do momento. Este tipo de narrativa, deve ser usada apensa uma vez para descrever certo local onde se passarão futuras cenas. Ao apresentar um cenário pela primeira vez, faça uso de uma narrativa que apresente todos os aspectos possíveis do lugar. Você poderá usar um paragrafo inteiro destinado apenas e somente a descrição do lugar. Causará a mesma sensação que você tem ao assistir um filme, nas pequenas cenas que mostram o cenário visto de todos os ângulos, mostrando toda a magnificência do ambiente. Ao escrever, você raramente possuirá de recursos visuais para auxiliar seu público a entender a beleza do cenário, então dedique um pouco do seu texto exclusivamente para isto.

  Obviamente, todo bom escritor tem que no mínimo ser um excelente leitor antes de mais nada. Então, leia muito livros que tratam de cenários fantasiosos para entender melhor a narrativa de ambientação. Livros de ficção e fantasia são sem dúvidas, os melhores para aprender sobre, já que os escritores destes livros se vêem obrigados a detalhar com minúcia seus ambientes, que na maioria dos casos, não passa de algo que está na cabeça do escritor, esperando para ser passado para seu leitores.

   Até mais, devo retornar com mais aulas sobre narrativa ou redação, mas por hora é isto.

[/box]



Aoooow tio cezar, salvou minha vida, serio! não tenho muito jeito com escrita, mas preciso
detalhar o roteiro para que ao enviar aos desenhistas do meu projeto eles saibam exatamente
oque se passa na cena, para desenharem, pra mim esse tópico é uma mão na roda,
um ótimo trabalho mesmo, valeu!