À Beira do Lago

[GuilherVX]

"Só sinto que não deveria estar aqui, senhora!", disse o rapaz, um pouco confuso. Depois de dizer aquelas palavras, elas ficaram sendo repetidas na sua cabeça, como um eco. Uma quebra de transe. "Sinto... não deveria... estar aqui...". Percebeu então, com aparente esforço, que não se lembrava de nada que acontecera antes das palavras.

Estava na beirada de uma lagoa, e além daquelas águas brancas, só uma floresta, um amontoado de musgo e árvores roxas, e insetos desta mesma cor, eram vistos. Com uma visão limitada deles—pela névoa densa que saia de todos os lugares.

Um corpo era visto, agitando os pés na água, à beira da lagoa, e cantarolando baixinho, para si mesma, uma canção. Era uma jovem mulher, com os longos cabelos prateados jogados para um lado. Seus olhos eram ametista, e sua pele era clara. Usava um vestido branco, transparente, que deixava as pernas à mostra.

"E onde deveria estar, então, senhor?", perguntou a mulher, com uma voz delicada, angelical. O rapaz saiu do transe, tentou o máximo possível se distanciar da beleza arrebatadora da donzela; o que era inegavelmente difícil.

"Eu... eu não sei.", respondeu, por fim. "Só sei que aqui eu não devia estar... não POSSO estar."

"Não gosta deste lugar?", perguntou a donzela. "Ele não traz-lhe paz?"

"Acho...", disse o homem, pensativo, tentando cuidadosamente se expressar como queria. "Acho que aqui existem coisas demais para me roubar atenção, senhora, e isto pode vir a ser um perigo."

"E o que lhe rouba a atenção aqui, mais do que todas as coisas?", perguntou a mulher, com uma voz que expressava tanto interesse quanto curiosidade.

"Você.", respondeu, sem pensar.

"Então acha que sou... perigosa, senhor?", sorriu a jovem.

"Tenho medo de me desatentar olhando para teus olhos."

"E tem medo que eu faça o que, enquanto isso?"

"Tenho medo do que pode já ter feito..."

"O que acha que eu fiz?"

"Roubado-me algo."

"Mais precisamente...?", perguntou a mulher, levantando-se e caminhando lentamente até o homem, que continuava imóvel.

"A memória... ou...", hesitou.

"O coração?", deduziu a mulher, que estava bem perto neste momento. Colocou os braços na nuca dele, que automaticamente colocou os dele na cintura dela. Ela sussurrou algo, chegando mais perto do homem, e tocou-lhe os lábios pálidos. Se envolveram em um abraço enquanto se beijavam, mas então ela parou subitamente.

"Eu sou uma ladra...", falou baixinho.

"De corações?", sorriu-lhe o homem, agarrando-lhe a cintura.

"De almas.", respondeu.

[katumblo]

Crendeuspaitodopoderozolivratodomundodessasroubadorasdealmas

Bom, como não sou muito bom que literaturas, mas já fiz algumas histórias, e posso lhe dizer que a sua está realmente muito boa, muito detalhada e muito misteriosa até o fim O: kkkkkk
Já pensou em escrever alguma história no NYAH! ?

Ouro + {:

[GuilherVX]

Crendeuspaitodopoderozolivratodomundodessasroubadorasdealmas

Bom, como não sou muito bom que literaturas, mas já fiz algumas histórias, e posso lhe dizer que a sua está realmente muito boa, muito detalhada e muito misteriosa até o fim O: kkkkkk
Já pensou em escrever alguma história no NYAH! ?

Ouro + {:

Valeu, cara. :P Bom que tu curtiu... não, não sou de escrever fanfics, mas seria até interessante postar lá... xD

[mercia]

Muito boa, mesmo.

Esse tipo de mistério me chama muito atenção, você criou uma história curta muito boa. Eu poderia até especular sobre o que o cara estava pensando, mas melhor não eu erraria feio caso fizesse. De certa forma essa história dá uma lição de não desviar de seu objetivo, se o cara não tivesse se distraído e saísse dali, não teria acontecido o que aparentemente aconteceu.

E esse final ficou muito bom, parabéns.

[GuilherVX]

Obrigado, Mercia! Muito bom que tenha gostado... Isso me deixa feliz. Obrigado pelo comentário, também. :3