Como criar um mundo de fantasia?

[Rhit]

O texto não é de minha autoria, fonte: http://ficcao.emtopicos.com/

Num vídeo excelente do TEDEd, Kate Messner aponta tópicos importantes que você precisa considerar ao criar um mundo de fantasia. Abaixo, uma tradução de um trecho do vídeo, que tem áudio original em inglês.

Assista ao vídeo abaixo.

Assim como na vida real, mundos ficcionais operam de forma consistente dentro de um espectro de regras físicas e sociais. Isso é o que torna esses mundos complexos acreditáveis, coerentes, e dignos do nosso tempo. Na vida real, a lei da gravidade segura os sete livros de "Harry Potter" em milhões de estantes ao redor do mundo.

Sabemos que isso é verdade, mas também sabemos que, desde que J. K. Rowling digitou as palavras bruxo, varinha, e "Wingardium Leviosa", a Lei da Gravidade deixou de existir nos trilhões de páginas descansando entre essas prateleiras.

Autores de ficção científica e fantasia literalmente constroem mundos.

Eles criam regras, mapas, linhagens, idiomas, culturas, universos, universos alternativos dentro de universos, e, desses mundos, surge história, após história, após história. Quando bem construídos, os leitores podem entender esses mundos ficcionais e suas regras tão bem quanto os personagens que vivem neles e, às vezes, tão bem ou ainda melhor do que o leitor entende o mundo fora do livro.

Mas como? Como podem rabiscos feitos por uma pessoa em uma página refletir luz em nossos olhos, enviar sinais para o nosso cérebro que a gente decodifica lógica e emocionalmente como narrativas complexas que nos levam a lutar, chorar cantar, e pensar, e que são fortes o suficiente não só para sustentar um mundo que é completamente inventado pelo autor, mas também para modificar a perspectiva do leitor sobre o mundo real, para onde ele retorna somente após o rabisco final ser lido?

Não tenho certeza se alguém sabe responder a essa pergunta, mas mundos ficcionais fantásticos são criados todos os dias em nossas mentes, em computadores, e até mesmo em guardanapos em restaurantes.

A verdade é que a sua imaginação e sua vontade de, em sentido figurado, viver em seu próprio mundo são tudo o que você precisa para começar a escrever um livro.

Eu não inventei Hogwarts nem a cantina de Star Wars, mas eu escrevi algumas tramas científicas para jovens e crianças. Aqui estão algumas perguntas e técnicas que eu usei para ajudar a construir os mundos onde esses livros acontecem.

Eu começo basicamente com um local e um lugar no tempo.

Seja um mundo de fantasia ou um cenário futurista no mundo real, é importante saber onde você está e se você está trabalhando no passado, presente, ou futuro.
Eu gosto de criar uma linha do tempo mostrando como esse mundo veio a existir.
Que eventos passados o moldaram?
Então, eu penso nas respostas para essas perguntas para delinear os detalhes do meu mundo ficcional.

Que regras estão em vigor? Isto cobre tudo, desde leis da gravidade (ou não), às regras sociais e as punições para os indivíduos que as quebram.
Que tipo de governo esse mundo tem?
Quem tem poder, e quem não tem?
No que as pessoas acreditam aqui?
E o que essa sociedade mais valoriza?
Na sequência, é hora de pensar sobre a vida do dia a dia.

Como é o clima nesse mundo?
Onde os habitantes vivem, trabalham, e estudam?
O que eles comem e como eles se divertem?
Como eles tratam os jovens e os idosos?
Quais as relações que eles têm com os animais e plantas do mundo?
E qual a aparência desses animais e plantas?
Que tipo de tecnologia existe? Transporte? Comunicação? Acesso à informação?

Tem tanta coisa para pensar! Então, se você investir tempo explorando esse mundo de fantasia e procurar por respostas para essas perguntas, você está no caminho certo para construir o seu mundo ficcional. Uma vez que você conhecer seu mundo tão bem quanto você espera que o seu leitor vá conhecê-lo, coloque seus personagens nele e veja o que acontece. E se pergunte:

Como esse mundo que você criou molda as pessoas que vivem nele?
E que tipo de conflito é provável que surja nesse mundo?
Responda essas perguntas, e você tem a sua história. Boa sorte, futuro construtor de mundos!