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Star Null - Atelier & Gallery 2

Iniciado por Strato, 03/08/2014 às 21:53

03/08/2014 às 21:53 Última edição: 04/08/2014 às 22:37 por STRATØ


Bem-vindo(a) a galeria maluca do tio Null! Descubra segredos, curiosidades e tudo mais que der pra eu encher aqui.


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Era pra ser uma galeria de desenhos normal, mas como nem sempre estou desenhando achei melhor arrastar logo toda a muamba pra cá :x

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Desenhos
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O tio gosta bastante de mangá então quase sempre haverá versão em mangá para certos desenhos.


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Ainda não defini um estilo de pintura mas um dia chego lá o/
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Mesma imagem do tópico só que em versão HQ
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Um pedido da Fábrica em que participo
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Alguns concepts que fiz há algum tempo já
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Desenhos que pertenciam originalmente a Galeria 1.0


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Mangás
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Abaixo estão alguns mangás que o tio desenhou anos atrás. Nem pretendia trazer pois é um material bem obsoleto, só que isso representa bem minhas origens, então achei melhor trazer mesmo assim. As devidas informações sobre cada mangá encontra-se nos respectivos links.


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*Todos com sentido de leitura ocidental
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Design
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Mesmo que seja feito e simples o tio vai postar ;-;


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Logo do estúdio responsável pelas artes do meu projeto
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Logo do estúdio responsável pelas músicas do meu projeto
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Ops, spoiler...  :P
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Banner do meu blog ;-;
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Terceira versão do banner de um outro blog meu
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Segunda versão do banner de um outro blog meu
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Primeira versão do banner de um outro blog meu
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Logo de um certo time de desenvolvimento de jogos :)
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Pixel Art
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Meus primeiros passos no pixel art
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Feito para o concurso - O que fazer #2 aqui na CRM
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Na verdade é só um desenho comum feito no Paint
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Na verdade é só um desenho comum feito no Paint #2
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Na verdade é só um desenho comum feito no Paint #3(infelizmente não achei esse na qualidade igual aos demais)
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Na verdade é só um desenho comum feito no Paint #4
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Sonoplastia
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A seção estará dividida por instrumentos o/


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Instrumentos de Metais (Horn, Trombone, Trumpet, s2 e etc...)


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Música, Believe in Me, feita com intenção de ser uma final dungeon
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Ao contrário de sua irmã, essa é pra uma dungeon comum
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Piano
(Mesmo não gostando de mexer com piano de vez em quando aparece alguma coisa)


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Centrinho é um bairro do meu projeto, tirei essa de lá xD
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Visualizei a cena em que estava em casa sozinho com um piano a disposição.Uma nostalgia minha
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Violinos (Família <3)


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Flautas (Família)


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PC deu problema na época, música não finalizada,falta um trecho dela ainda :x
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PC deu problema na época, música não finalizada(40% pronta),falta um trecho dela ainda :x #2
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PC deu problema na época, música não finalizada,falta um trecho dela ainda :x #3 Só que essa era para a Guerra Musical
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Miscellaneous (Variados)


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Nessa tal cidade há uma fonte que é tema dessa, pretendo mexer mais nessa ainda
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Outra dungeon aqui o/
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Eletrônica


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Contos
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Abaixo contos mirabolantes que o tio escreve quando sobra algum tempo a leitura de qualquer conteúdo listado abaixo é por sua conta e risco
Todos os contos são tirados do Estrela Nula



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Maximum Osmose


– De todos seus males, este é o que te incomoda? – Ele perguntou ao amigo que tomava seu café amargo para não dormir. Pelo menos não tão cedo.

– Já te disse que quando é para matar, eu mato mesmo! – Respondeu, aborrecido.

– Você nunca matou ninguém.

– Nada me impede de fazer!

– Realmente. – Confirmou – Enquanto isso, continue dando comida a mendigos e ajudando velhas senhoras com seus carrinhos cheios em supermercados como só você sabe fazer!

Ari Maldeleque e Cipriano Amado pautavam argumentos para aquela longa jornada noturna fazendo um "servicinho" como vigias de um estacionamento próximo ao bairro da Consolação. Ambos eram policias, mas nenhum deles tinham autorização para matar.

– Desculpe-me pela implicância amigo, você não presta pra isso!

– E você, presta? – Se entreolharam e riram descontroladamente do péssimo trocadilho.

O automóvel estremeceu.

Externamente, ouviam-se o coro dos gatos. Translúcidos por entre as silhuetas dos veículos que ali estavam estacionados, revigorados pela fama de sua lataria.

Cães-lobos uivaram.

– Vou lá fora fumar – Abriu a porta da viatura –, já aproveito pra dar um fim nesses gatos além é claro de uma boa olhada naquele Porsche!

– Só cuidado com esses lobisomens aí fora– Ligou o rádio na 90.5 Mhz – Também não demore porque logo, logo , precisarei dar uma mijada e não quero abandonar o posto por sua culpa novamente!

- Qualquer coisa use as garrafas cadete!

Ari sempre fora apaixonado por carros esportivos. Quando jovem, trabalhou como ajudante de padaria em uma panificadora que ficava a de mais de 30 quilômetros de distância só porque pagavam muito bem! Em suas contas, teria de trabalhar três anos completos para então garantir uma quantia de dinheiro considerável para dar de entrada em sua paixão, um Volkswagen Golf da quarta geração! Com certeza tinha planos de tunar, o que lhe custaria mais alguns anos de vida. Felizmente, as coisas não deram muito certo para ele, caso contrário, teria morrido de tanto trabalhar.

Apesar de sua bondade, não tinha medo de morrer. Oh sim! Passou por muitas coisas na vida! Quando tinha 7 anos, foi atropelado por uma mobilete que descia sem freio. Ganhou sua primeira cicatriz. Aos 16 anos, perdeu o movimento de um dos dedos depois de lavar uma paulada na mão durante uma briga na escola por uma garota a quem amava. No final das contas a nova cicatriz valeu mais à pena do que aquele amor.

"As causas da vida me tornaram uma pessoa fria antes mesmo de sofrer às consequências?", pensou, "Nunca o fiz, mas no fundo sei que posso matar alguém se quiser caro colega" – Grunhiu.

Também lembrava-se bem de quando se alistou no exército. O quanto era fraco e magrela – mesmo assim não houve problemas para ser convocado – Graças aos treinamentos e punições, tornou-se um homem duro! Tão duro quanto massaranduba! E passou a ser taxado de bom e generoso mesmo assim, o que pra ele, em todos seus 36 anos de idade e espírito jovem não faziam sentido.

– O meu tempo acabou – Ascende o cigarro – Lembro-me bem de quando batia em bandidos com cabo de vassoura, atirei em helicóptero com pistola e forjei flagrante para uma pessoa a quem tanto odiava...

      Dentre tudo isso, a maior de minhas maldades resultaram em um casamento e uma linda filha...

Ele caminhou as escuras com suas reflexões, mas logo pode avistar o lustroso Rivage GT à sua frente. Era tão lúcido que parecia ter vida, inclusive, balançava ferozmente!

      Que droga é essa...

Ari rapidamente se desfaz do cigarro e aproximar-se do veículo.

Cautelosamente, remove a trava de segurança de sua arma. Circunda o veículo semi-curvo passando pelas laterais em direção à traseira do automóvel. Fez uma pausa; se prostra de joelhos para olhar. A porta do motorista abre subitamente cuspindo uma pessoa para fora do veículo. O indivíduo que foi expelido deixa escapar um grito abafado antes mesmo de ter colidido com o chão. Ari notou como algumas partes de seu corpo dançavam cintilantes pois se tratava uma moça que estava nua. Pode notar também como seus cabelos eram longos e claros – louros; sua pele, escura, além de possuir um físico avantajado em certos aspectos.

- Idiota, esqueci da travar a porta... – A moça fala, baixinho...

       Mas travou meu coração.

Ela ajeita-se, delicadamente, dá um nó no cabelo e volta para o veículo.

"Amantes", ele concluiu, "Não vejo outro motivo para burlar nossa segurança...".

O policial possuía total experiência no caso. Na época em que fora um simples soldado, costumava se deparar com situações iguais no complexo militar, lugar, onde, muitos universitários do anexo invadiam a zona à procura de lugares inabitáveis para fazerem suas travessuras. Geralmente, próximos ao matagal ou galpões, em sua grande maioria, à noite. Não era exatamente um crime, mesmo assim, os soldados de patrulham não perdiam a chance de pressionar os indivíduos ao ponto de nunca mais voltarem, traumatizados com a dura.

- O sexo não compensa. – Riu de mais um de seus terríveis trocadinhos – De volta ao péssimo e velho costume – Levantou-se.

Bateu no vidro com o dedo indicador. Era fumê. Persistiu por um minuto até que por fim a porta abriu. A moça não estava mais nua.

– Com licença – Entoou com a melhor voz de prisão que tinha -, peço por favor, que você e seu parceiro saiam do carro e mostrem os documentos!

– Desculpe-me, seu Guarda, não há mais ninguém no carro além de mim – Respondeu a moça, confusa.

"Como se você sozinha pudesse balançar o carro daquele jeito", pensou chateado, "Realmente não temos um bom começo aqui..."

– Senhora – Retomou o foco -, favor, coopere.

– Não estou mentindo seu Guarda! Pode conferir... – Ela responde em desafio.

Ari franziu o senho. Pediu licença para vasculhar o local. Estava escuro.

– Por favor senhora, ligue os painéis e demais luzes internas – Pediu gentilmente, apesar de aborrecido.

Vasculhou. Não havia mais ninguém.

"É minha segunda noite consecutiva.", roçou as pálpebras cansadas, "Recapitulando...".

– Como a senhora se chama?

– Ester.

– Pois bem – Apanhou o bloco de notas – Senhora Ester...Pode me explicar exatamente o que estava fazendo agora a pouco?

      Pergunta idiota.

– Seu Guarda... – Hesitou, sua expressão demostrava um nervosismo crescente.

– Sou Policial – Interrompeu, não houve qualquer reação por parte dela.

– Eu pretendia apenas tirar um cochilo. Olha – Mostra o crachá –, sou auditora fiscal. Estou quatro dias sem dormir por conta do trabalho, juro que parei aqui mais cedo para ir ao supermercado...

"Porque elas demoram tanto pra chegar ao clímax?", pensou, quase que bocejando de sono.

– ...sendo que precisarei trabalhar daqui a pouco novamente, logo cedo – Seu fôlego parecia intacto! Assim como seu nervosismo –...achei que seria uma boa ideia trocar de roupa...

-Trocando de roupa, é o que insinua?! – Ele perde a paciência – Minha senhora, por favor!

- Verdade! – Insistiu.

- Sinceramente, eu até poderia desconsiderar a situação não estivesse tentando me fazer de trouxa! Sinto ter que informar que da forma como isto segue terei de convidá-la prestar depoimento na delegacia!

– Tudo bem! – Sua voz era um soluço – Vou mostrar-lhe a verdade...

Era uma ideia excitante. Ele assistia pacientemente ela procurar alguma coisa em sua bolsa que não conseguia encontrar.

– Terei de fazer diferente – Falou distraída – Poderia, por favor, me ajudar tirar esta bota Policial? É onde escondo minhas chaves – Sua voz era dócil e cansada.

"Talvez um porta-malas interno? Não duvido que estes carros luxuosos o tenham. Darei uma dura inesquecível no cara que estiver lá dentro!", animou-se com a ideia.

Ester se apoiou no veículo para que Ari pudesse puxar sua bota. Seus pés eram pequenos – já as botas, quase que cobriam os joelhos – O policial não se demorou em puxar a peça, atingindo a última dobra rapidamente. Ester subitamente chuta a bota no rosto do policial, que cai para trás. Ela senta-se sobre ele e finca-lhe uma enorme e pontiaguda injeção em seu peito. A sensação era de agulhas que iam se transformando facas. Tudo rápido demais!

O policial ficou ali, paralisado. Sem reação. Nos olhos dela, um poço negro e nocivo pareceu se formar. Existia ainda um estranho deleite naquilo – seu corpo estava relaxado, entretanto, não mais respondia aos comandos do cérebro. O voluptuoso corpo dela em cima de si serviu para torná-lo ainda mais inútil.

– Pronto para presenciar o fato? Acho que você vai gostar – Não aguardou a resposta – Espero que tenha um coração forte em vista das grandes emoções Sr.Policial... – Tomou-lhe a boca com um beijo.


Cipriano deu uma longa e demorada esguichada no sanitário improvisado. Faziam mais de trinta minutos que Ari saíra para fumar e esquecera completamente de sua necessidade. Sendo esta, a única explicação que pôde chegar.

– Aquele filha da Pu... – Interrompeu, pois, a garrafa estava cheia – Agora não temos mais onde colocar água!

      Vou fazê-lo tomar.

Para ele, naquele momento, existia o que  apelidou de situação assustadora. Que consiste em estar na hora e lugar errado, embora, fazendo a coisa certa.

Sentia-se a mercer da sorte fazendo suas necessidades externamente, o sanitário para aqueles momentos era como sua safe house. "- O momento em que todo homem baixa sua guarda", comentara com o colega certa vez, "- Não faça isso fora de um sanitário a menos que seja uma emergência!", completara.

Por outro lado, o cenário escuro, perplexo pelo luar o lembrou de alguns filmes de terror que assistira quando criança. Naquela idade, as histórias eram sempre mais assustadoras.

- Daí as criaturas saem para comer seu "bigolin", contar-lhe seu avô, certa vez, uma história de terror.

"Velho desgraçado, até hoje me assusta com suas histórias!", lembrou-se de outra, "Foda mesmo era o tal do chupa-cabra", um calafrio percorreu sua espinha.

Tinha 7 anos a menos que Ari, mas não fazia qualquer diferença quando o assunto era postura. Cipriano refletia a imagem de pessoa velha – nem tanto pela aparência, mais psicologicamente – Era rígido e rabugento, não gostava de crianças e muito menos de cães e gatos! Como policial, ganhou reconhecimento após a resignada operação da policia federal chamada de Moro do Cão,  daquela vez, tirou a vida de cinco indivíduos autuados criminosos antes de sair ferido com um rim a menos pra contar história.

Tomou seu caminho de volta para a viatura, contemplado pela sensação de paz interior. Ari encontrava-se adentro, polindo sua arma.

– Que droga hein! – Fecha a porta – Eaí? Viu o tal carro? Porque eu aqui quase vi minha morte – Criticou.

– Não havia nada de interessante. Só um gato fazendo sexo – Respondeu.

      Bem melhor do que nós.

Permaneceram alguns segundos em silêncio.

– Estive pensado naquela nossa conversa um tempinho mais cedo... – Começou Ari.

– Refere-se às baboseiras? – Perguntou distraidamente – Por quê? Chegou a alguma outra conclusão?

– Sim – Aponta a arma para o colega.

Atirou.
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Endo Escarlate


   Foram quinze dias consecutivos de inverno com muitas nuvens negras no céu, chuva e uma gélida ventania capaz de mandar facilmente qualquer cidadão de volta para cama; até que em um certo dia o sol deu as caras novamente, trazendo seu calor e odores exorbitantes. Os pássaros por sua vez, haviam ido procurar por regiões mais quentes.
Barbara estava observando o canto de seu periquito.

   - PAPAI MAMÃE! PAPAI MAMÃE! AH! – Cantara o loro.

   Haviam dois animas ali com ela, o loro Papaiagato e o periquito Pepes – ambos animais de estimação da garota. Mas somente o loro sabia falar.
   
   - Não Papaiagato, eles não chegaram – Respondeu a menina, melancolicamente.
   - AH!

   Barbara; 17 anos – muito jovem ainda para sofrer as consequências da vida, o que não impediu de ser atingida por um tsunami de azar e má sorte. Primeiro, descobrira que o garoto a quem tanto amava possui namorado... Josias, ah sim! Esse era seu nome. Não havia se esquecido daquilo nem mesmo depois de tantos esforços.

   - Odeio Josias! Odeio ainda mais minha vida!! - O grito ecoou dramaticamente pelo quarto.
   - ODEIO JOSIAS!! - Repetiu o loro.
   - Esse frio...esse sol...essa roupa...nada disso faz sentido! – Desatou a chorar.

   Pepes começou a cantarolar; um canto melancólico.

   - Filha! - Chamou uma voz distante – Cheguei.

   Dona Brenda, sua mãe, aproveitava os dias de copa com os jogos da seleção para terminar suas confecções – por conta das festividades, todos os funcionários eram dispensados mais cedo. Brenda tinha sua única filha como sua melhor assistente, que, infelizmente, perdera inspiração e interesse em ajudá-la com seus bordados e crochês. Barbara, no entanto, não chegara comentar seus problemas pessoais com a mãe; provavelmente, tinha vergonha alheia de si mesma pois sabia melhor do que ninguém o quanto tinha se esforçado para ter Josias ao seu lado. Sendo que desde o início seus esforços foram em vão.

   - Também não foi para o curso, né? - Brenda entra de supetão – Filha, sei que sofres por um garoto, não há como esconder isso de sua mãe.
   - Não é verdade – Enxugou as lágrimas –, sofro pelo pai. Ouvi a conversa de vocês, ele será demitido, não é?

Brenda senta ao lado da filha após um longo e demorado suspiro.

   -  Olha, seu pai vai conseguir superar, assim como você também precisa se esforçar – Sorriu. Barbara aborreceu-se com aquele gesto.
   - MAMÃE! MAMÃE! - Cantarolou Papaiagato em seu pedestal. Pepes aterrissou na cama e Brenda fez carinho em suas penas.
   - Vejo que vocês cuidaram muito bem dela – Sorri – Obrigada Pepes, e você também Papaiagato!
   
   O loro assoviou como se alguma mulher bonita passasse na sua frente. Brenda riu daquilo. Barbara também abriu um sorriso, apesar de tímido.


   - Venha, vamos jantar.
   - Certo, mãe, só vou tomar um banho antes.
   - Seja rápida, seu pai logo chegará!
   - Ouviu Pepes? Vamos tomar banho! – Convidou.

   Pepes não respondeu, já o loro, cantarolou.

   - Você não! Loro tarado! - Apanhou roupas limpas.
   
   - LORO TARADO! - Repetiu Papaiagato.

   Seus problemas dissiparam pelo pequeno instante que seguia. Tempo suficiente para abrir um sorrido – sem muita expressão, mas sim, era um sorriso bonito. Lembrou-se também da nova amizade que fizera na última semana.

Devia ter ido pro curso ver Livia.

Sua amiga magrela. Barbara e Livia tinham aspectos muito em comum, como a cor dos olhos; cumprimento e tom dos cabelos; altura e inclusive, senso de humor! Sua cor de pele mais escura do que da amiga talvez fosse a diferença mais notável.
   
   "- São irmãs?", eram frequentemente perguntadas. Muitos o faziam por mero sarcasmo.

   
   - Oi querido.

   O marido força um sorriso em resposta.

   - Espero que a situação aqui em casa esteja melhor do que a minha – Ele disse.
   
   - Não está...Fazem três dias que Barbara não sai de casa...
   
   - Como assim! - Exaltou-se o marido – Você não pode deixar isso acontecer!
   
   - Eu sei! Mas também não sei o que fazer, ela nega minha ajuda e não quer assumir que é o garoto!
   
   - Muito disso é culpa sua Brenda – Apontou – Você a criou em um mundo de utopia. Fui ainda mais bobo em acreditar que você um dia fosse normal...
   
   - Posso não ser...- Aproximou-se do marido – Você está duplamente equivocado se pensa que é normal também, afinal, nos casamos.
   
   Se beijaram.

   - Eu sei – Começou ele – Foi loucura minha casar com você. Lembro de quando você fingiu cair da escada de escola só para eu te socorrer, ou, quando você se queimou de propósito fazendo chá durante um trabalho de escola lá em casa...

   Brenda deu seu melhor sorriso.

   - Sim... - Continuou o raciocínio – Daí fomos encontrar a pomada para queimadura na garagem e oficina do seu pai...onde tivemos nossa primeira vez.
   
- Eu, completamente bobo naquela época não reparava nas suas paranoias para me conquistar - Abre um sorriu constrangido - Deviam ter havido muito mais loucuras sua do que pude ver, certamente.

   Branda não respondeu.

   - Como mulher, Brenda, você tem garra, mas como mãe és uma lástima! - Fez uma pausa – Vou conversar com ela e eu mesmo resolverei esse problema da nossa filha.
   - Tá, mas não exagera, ela ainda é uma criança.
   
   "Uma criança, assim como você", pensou, "Tudo culpa minha, que me preocupei excessivamente com o trabalho e pouco acompanhei o crescimento de Barbara. Ela não é nem um pouco diferente da mãe"

Dirigiu-se para a ducha.   
   
   - Um papagaio e um periquito – Falou com a boca indo de encontro ao fluxo de água do chuveiro, como se tentasse afogar-se – Como pode dois animais terem tido mais presença na vida dela do que eu?

   Após o refrescante banho, desceu para jantar. Brenda conversava com uma colega no portão e Barbara empurrava seu prato para seu canto indicando que acabara de comer.

   - Você não comeu praticamente nada moça – Sinalizou o pai.
   
   - Estou preocupada contigo pai. Sei que sua carreira é muito importante para você – Respondeu a filha.

   Ele sorri.
   
   - Nada pra mim é mais importante do que você, foi por isso que trabalhei tanto e não me arrependo – Começou sua refeição

   "Só me arrependo em não ter te dado um irmão, infelizmente sua mãe pegou pavor do parto"

   – Preciso conversar com você querida – Ele disse.

   - É sobre a escola? A mãe contou não foi? - Entregou o jogo – Não estou me sentindo muito bem esses dias...

   - Porque um garoto a rejeitou – Foi direto ao ponto -, é, fiquei sabendo.

   - Isso não é verdade!! – Manifestou-se irritada – Tenho 17 anos, não sou uma criança pra sair por aí chorando por qualquer garoto!

   "Era mesmo um garoto qualquer? Acho que não", refletiu, "Sua mãe teria dito a mesma coisa 20 anos atrás."
   
   Atacou seu filé com brócolis.

   - Filha, talvez tenha vergonha de comentar com sua mãe – Interrompeu-se em função do suco de framboesa – ,veja, ela não está aqui. Deixe seu pai te ajudar! – Seu tom de voz era tão doce quanto o suco.

   Barbara movimentava os lábios como um bebê tentando falar suas primeiras palavras.

   Ela não sabe nem por onde começar, o que não é boa coisa sinal.

   - Ele era bonito? - Começou o pai, aleatoriamente.
   
   - Era – Ela responde.
   
   - Oras, você também é bonita – Sorriu – Aposto minha carreira que a outra garota não era tão bonita quanto você!!

   Como se eu ainda tivesse uma para apostar agora...
   
   - Não pai, ele tem namorado. Muito antes de nos conhecermos, inclusive.

   Criou-se um profundo silêncio naquele lugar.
   
   - E como você não reparou isso? - Ele pergunta surpreso.
   
   - Eu não sei! - Sua voz alterou repentinamente – Ele sempre pareceu um garoto normal. Éramos tão íntimos que pensei que estivéssemos afim um do outro.
   - Daí você se encheu de esperança. Conheço essa história...
   - Mas não pretendo abrir mão! Não depois que tudo que fiz! – Ela fica de pé.

   É, eu já sabia dessa resposta também.

   - Filha, perceba as coisas – Advertiu –, a preferência dele é outra. Sua conquista está perdida! Não é tão simples assim.
   - Não posso conviver com essa rejeição, já não sei mais o que faço da minha vida sem este amor! - Cobriu o rosto com as mãos. O pai a abraça.
   - Escute seu pai, não valerá à pena. Você pode superar isso! Te garanto!
   - NÃO! - Corre para o quarto.
   
   Brenda adentra a cozinha assustada como a situação.

   - O que aconteceu Pedro? Barbara acabou de passar correndo quase que me atropelando!
   - Ela não quer abrir mão do garoto, Brenda – Apoia a cabeça na parede -  Temo muito, tenho maus pressentimentos...
   - Deixe-a – Brenda fala precipitadamente.
      
   Pedro a fita, pasmo.

   - Deixá-la? - Sua voz falhou - Isso é loucura Brenda! Nossa filha pode se matar tentando que não vai conseguir namorar aquele garoto!
   - Tens razão, Pedro, vou falar com ela.
   
   Eram pouco mais das 20 horas. Barbara cochilava ajoelhada à beira de sua cama. Brenda ajoelhou-se ao seu lado e acariciou seus longos cabelos negro, com uma ternura exagerada.

   - Filha – Sussurra em seus ouvidos. Ela abre os olhos, lentamente – Eu vou te ajudar.
   - Mãe... - Sua voz era tênue – Do que está falando?
   - Não desista, vou te ajudar a conquistá-lo assim como fiz com seu pai. Acredite, tudo é possível se não medir esforços! - Sorri. A garota mostra-se confusa.

   A manhã seguinte estava calma e ensolarada. Sem os claros sinais do dilúvio.

   "Um dia lindo para um final triste", pensou ele, deprimido, "E para completar, o carro está na oficina"
   
   Pedro caminhava para sua última reunião na presença dos sócios majoritários da empresa. Terá de esclarecer as falhas de sua gestão e principalmente, o péssimo investimento na aquisição de uma subsidiária que resultou na queda da marca e mais alguns papéis da empresa que tiveram de ser negociadas na bolsa de valores. Seus planos eram, de fato, ambiciosos, que por muito pouco não deram certos. Ele concluiu dali em diante, que nem todo mundo tinha uma sorte para a vida toda.
   
"Devia ter herdado a oficina de meu pai", lamentou enquanto voltava para casa, completamente derrotado depois daquele dia.

    Tentou ligar em casa mas foi direcionado automaticamente para a caixa postal.

   - Brenda? - Liga no celular da esposa – Não sei o que fazer daqui pra frente, preciso de você e de nossa filha mais do que nunca agora! – Estava alterado por conta das lágrimas.
   - Estarei sempre contigo, querido – Ela responde.

   Pedro extrai o que parece ser seu último sorriso.

   - Você não está em casa querida? Ouço barulhos...
   - Não, estou na feira.
   - Compre as frutas mais doces que encontrar, não quero nada de amargo para a janta de hoje -  Ele fala – Vou daqui buscar Barbara no curso então, acho que me sentirei melhor sendo pai ao menos uma vez...
   - Querido, preciso que me perdoe – Havia receio em sua voz – Ontem, eu a encorajei não desistir. Nesse exato momento ela e Josias estão em casa fazendo um trabalh...
   
   Um estrondoso barulho tomou conta da ligação, que logo em seguida caiu. Pedro, naquele exato momento, corria desesperadamente após lançar seu celular no muro mais próximo. Parou em um ponto de taxi e brigou com as pessoas na espera do transporte, mas conseguiu embarcar.
   
   "Isso não está acontecendo! Sei que Barbara fará de tudo", haviam lágrimas e desespero em seus olhos, "Brenda, porque me trai desta forma? Colocando a saúde e vida de nossa filha em risco?".

   Trocou insultos com o motorista do taxi ao exigir que fosse mais rápido.

   Sou culpado! Expor Barbara as loucuras da mãe foi consequência de minhas escolhas. Assim como por uma simples escolha que deixei de fazer, quase destruí a empresa em que trabalhava.

   Tremia tanto que teve dificuldades para abrir o portão principal da casa.

"Provavelmente estão no quarto", deduziu.
Ao entrar, contornou a sala em direção as escadas, local, onde, Barbara encontrava-se caída aos seus pés.

   - NÃO! - Gritou ao ver a filha ali deitada – Tarde demais!!

   Visualizou escada acima, voltou à garagem para apanhar seu pé-de-cabra e dirigiu-se imediatamente para o quarto.
   Estava ofegante, sua a vista, embaçada, envolto num véu de ódio. Como se não bastasse uma desgraça por dia. Josias encontrava-se sentado no chão, encostado na cama com sua atenção voltada para as janelas. Imóvel. O garoto pareceu não notar sua presença. Pedro inspirava mais do que soltava o ar, seguia avançando retardadamente. Por fim, cruza o quarto correndo e acerta o pé-de-cabra em cheio na cabeça do garoto, tombando-o instantaneamente.

   O loro e periquito alçam voo assustados.

   - Eu o matei... - Olhava para sangue em seu pé-de-cabra.

   Brenda entra no quarto.

   - Querido! – Grita, mesmo sem fôlego.
   - OLHE PARA ISSO TUDO MULHER MALUCA! - Pegou-a pelo braço com muita força - OLHE!
   - O que você fez? - Seu estado era de choque.
   - EU O MATEI! - Ri histericamente.

   Brenda cai de joelhos.

   - Chame a polícia para mim e uma ambulância para nossa filha – Lágrimas correm por todo seu rosto. Brenda sai apressadamente.
   Pedro larga o pé-de-cabra ali mesmo, sentindo-se sem forças. Sobretudo, um deleite e alivio toma conta de sua alma.

– Salvei minha filha – Dá meia volta e sai do quarto fechando a porta cautelosamente, como se alguém ali estivesse dormindo. O loro aterrissa em seu pedestal.

   - O MATEI! – Começou – EU O MATEI! – Repetiu.
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Bem, é isso.Tenho a missão de trazer conteúdo cada vez melhor, daí esta galeria servirá como comparação de evolução. É com essa finalidade que a trago. Obrigado e desculpe pelo tumulto xD

Obs:Tópico ficará aberto durante algumas semanas para manutenção e livre para críticas também, depois será trancado encerrando esta apresentação periódica.


*Não pegue nada daqui sem autorização  :grr:


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OMG, que galeria incrível. :*-*:
Já admirava seu trabalho muito antes, mas agora é impossível não passar a gostar ainda mais, você tem muito talento para o desenho, inclusive. Meus parabéns, meu caro amigo. :XD:

Citação de: Mistyrol online 03/08/2014 às 22:00
OMG, que galeria incrível. :*-*:
Já admirava seu trabalho muito antes, mas agora é impossível não passar a gostar ainda mais, você tem muito talento para o desenho, inclusive. Meus parabéns, meu caro amigo. :XD:
Trampo demais isso sim, só espero que ainda me reste expectativa de vida kkk
Obrigado Misty, tamo aí pra isso  :XD:



Esqueci de mencionar:
Este tópico terá tempo de vida útil pra manutenção e sugestões(1 mês acho que tá baum), depois será trancado e tudo deixado aqui servirá para que eu compare(evolução) com a Atelier & Gallery 3 (que deve sair no final do ano). acho que não consigo... ;-; 
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Nossa! Que galeria linda!!!

Seus desenhos são muito bons e os quadrinhos são perfeitos. As novas páginas do "Like It" estão muito profissional! Parabéns, cara! Humilhou!

Dei uma olhada nos desenhos da resenha do HQ no blog, nota-se que você evoluiu muito nessa arte. Os desenhos que você postou aqui estão bem superiores que os que vi lá na resenha. Lá tá dizendo que os capítulos seriam disponibilizados em 04 e 05/08/14.

Você refez as imagens de BetteR também? Você já lançou a leitura em algum outro lugar? Tem uma nova previsão de lançamento? Fiquei curioso pra saber! Não deixe de avisar!

Não ouvi todas as suas músicas, mas as que ouvi me agradaram muito. Pelo visto, tá com talento de sobra por aí.

A primeira musica de Flautas (Família)  ficou muito boa! Adorei ela, e a segunda, não finalizada, tá ainda melhor! Tá tipo, f****tica! Amei.

As P.A.s estão muito boas também, a ponte arrasou e a última imagem vai ficar perfeita se você colorir!!!

Confesso que não li os contos, mas quando der um tempinho eu volto aqui pra ler.

Tá de parabéns, man!! Multiplos talentos!!!

Abços





Nossa cara, que galeria bonita. Gostei muito dos seus trabalhos, principalmente das suas músicas. :*-*:

Citação de: joeybelmont online 05/08/2014 às 21:34
Nossa! Que galeria linda!!!

Seus desenhos são muito bons e os quadrinhos são perfeitos. As novas páginas do "Like It" estão muito profissional! Parabéns, cara! Humilhou!

Dei uma olhada nos desenhos da resenha do HQ no blog, nota-se que você evoluiu muito nessa arte. Os desenhos que você postou aqui estão bem superiores que os que vi lá na resenha. Lá tá dizendo que os capítulos seriam disponibilizados em 04 e 05/08/14.

Você refez as imagens de BetteR também? Você já lançou a leitura em algum outro lugar? Tem uma nova previsão de lançamento? Fiquei curioso pra saber! Não deixe de avisar!

Não ouvi todas as suas músicas, mas as que ouvi me agradaram muito. Pelo visto, tá com talento de sobra por aí.

A primeira musica de Flautas (Família)  ficou muito boa! Adorei ela, e a segunda, não finalizada, tá ainda melhor! Tá tipo, f****tica! Amei.

As P.A.s estão muito boas também, a ponte arrasou e a última imagem vai ficar perfeita se você colorir!!!

Confesso que não li os contos, mas quando der um tempinho eu volto aqui pra ler.

Tá de parabéns, man!! Multiplos talentos!!!

Abços
Hey joey obrigado por conferir!
Na verdade não, esses mangás só possuem a versão antiga mesmo, é inviável pra mim redesenhar 160 páginas novamente. Mas pretendo sim refazê-los um dia, até porque tenho direitos autorais o que me custaram um graninha pra registrar biblioteca nacional, não quero ficar no preju hahah

Sobre as músicas tenho mais facilidade mexendo com flautas embora eu prefira violinos e horns.
Nossa fico feliz que tenha gostado da galeria, tive uns contratempos e não deu pra cumprir os prazos mas obrigado novamente  :XD:

Citação de: Kamiki online 06/08/2014 às 15:34
Nossa cara, que galeria bonita. Gostei muito dos seus trabalhos, principalmente das suas músicas. :*-*:
Thank *u* Sir Kamiki! Espero que consiga fazer com que continue gostando xD
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