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Os artefatos do adversário

Iniciado por Hanzo, 13/01/2015 às 23:34

Texto curto, para desenferrujar. rs...




Roma, 1633 D.C. Já era tarde da noite quando o Papa Urbano VIII mandou chamar a seu escritório o padre Leão. Não demorou muito para que o jovem padre chegasse até o pontífice. Guardas abriram as portas assim que Leão chegou e ele pode ver a amplitude e riqueza com que o cômodo era decorado.

   - Entre, padre Leão. – ordenou o pontífice.
   - O senhor mandou me chamar, Vossa Santidade?
   - Sim. O Cardeal Giovanni me informou que você já terminou seu treinamento e que é o melhor dentre os alunos. Tenho uma missão para você.
   - Estou pronto, senhor. Qual a ordem enviada por nosso Deus o senhor tem para mim?
   - Além mar, nossos irmãos Jesuítas encontraram indícios de que um dos "artefatos do adversário" está nas terras dos guaranis. Você deverá confirmar essa informação e trazer esse artefato para Roma, antes que as crias do caído encontrem-no e utilizem para fazer o mal.
   - Quando devo partir, senhor?
   - Você partirá amanhã, pela manhã. O bispo João o acompanhará até o porto. Ao desembarcar no novo mundo, procure pela região das missões, no sul. Há nessa região uma missão chamada de Santo Ignácio Mini, procure pelo padre jesuíta Bento, ele terá todas as informações. Agora vá descansar, a viagem será longa até as terras espanholas.
   - Obrigado, senhor! Encontrarei o artefato e o trarei para o senhor.
   - Estou contando com isso. Agora vá.
   - Sim, Vossa Santidade.

O padre Leão saiu extasiado do escritório do pontífice. Ele fora o melhor dentro os candidatos e o melhor dentre os que chegaram até o fim do curso preparatório. Ele era a elite dos caçadores de relíquias romanos, uma força que respondia diretamente para o Papa e vivia escondida, camuflada entre os padres comuns da igreja católica. Eles haviam condenado bruxos e bruxas a arder na fogueira, caçando-os por todos os cantos do mundo.

Os "artefatos do adversário" eram itens de muito poder e quase sempre caça-los era uma jornada perigosa. As crias do caído estavam sempre à espreita, à procura dos preciosos itens de seu pai. Eles eram perigosos, cheios de artimanhas estavam sempre preparados para complicar a vida dos caçadores de Roma.

O jovem padre mal conseguiu dormir naquela noite e antes mesmo que o Sol nascesse, ele já estava se lavando, com sua pequena trouxa de roupa pronta. O bispo João nem precisou bater na porta, Leão já estava o aguardando do lado de fora de seu modesto quarto.

   - Bom dia, bispo João.
   - Bom dia, Leão. Está pronto? Há uma carruagem nos esperando, ele te levará até Genova, de lá partira um navio para Lisboa. Em Lisboa, o padre Carlos o levará para o outro barco que irá para o Brasil. De lá você deverá seguir para a região das missões, no Sul. Tome, aqui tem dinheiro para cobrir as despesas.
   - Obrigado, senhor.
   - Boa sorte, Leão. Lembre-se, o inimigo está sempre a espreita.
   - Sim, senhor. Terei cuidado.

E assim, padre leão seguiu para fora do alojamento. Abriu a porta que o separava de seu destino e assim que passou por ela, viu a carruagem, simples, sem símbolo da igreja, que o levaria até Genova. Dirigindo a carruagem estava um velho conhecido. Padre Figueiredo havia se formado pouco antes que Leão, era um caçador mediano, mas era divertido.

   - E então, Leão? Pronto para conhecer o novo mundo.
   - Nunca estive mais pronto, Figueiredo. – respondeu, enquanto abria a porta da carruagem. – Nunca estive mais pronto. Vamos para Genova!
   - Se segure ai dentro, Leão. O pontífice o quer no navio o quanto antes, então teremos que correr!
   - Não poupe os cavalos então! – respondeu rindo.

Com um movimento rápido, Figueiredo atiçou os cavalos para partirem em disparada assim que a porta da carruagem se fechou. A viagem até Genova não era curta e nem tão pouco tranquila, mas ambos estavam confiantes, afinal, Deus estava com eles.

Eles só não poderiam se esquecer de uma coisa: o inimigo estava sempre à espreita.