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Infância em Doha

Iniciado por Nandikki, 07/02/2015 às 13:19

07/02/2015 às 13:19 Última edição: 07/02/2015 às 13:28 por Nandikki
Oi pessoal! O texto abaixo é resultado de uma atividade feita na minha classe durante a aula de redação. Peço que me digam o que acharam. Não pude desenvolver muito pois há um limite de linhas (30 Linhas na folha de redação), mas tentei o máximo que pude.

Observação: esse é o texto que fiz na sala de aula, sem revisão. Estou treinando fazer textos sobre pressão (motivo: Enem e Prise II, claro).




   Nasci em Doha, capital do Catar. Cresci no centro da cidade, ao lado da praça central de Doha e bem perto dos trilhos do mega-trem. Os trilhos do mega-trem se estendiam desde Istambul até Doha, cortava todo o oriente médio, era conhecido como o elo do mundo moderno árabe e o colapso ocidental.

   Quando criança costumava correr pelas rampas da praça central até chegar à parte mais elevada, dava pra ver melhor os trens passando. Sempre com meu casaco, pois a cidade era muito fria. Meus avós comentavam que o calor era infernal, em outras épocas.

   A cidade era muito bonita, os grandes prédios azuis e pretos, todos iluminados, refletiam nas águas das ilhas artificiais do mar do Catar. Era uma arquitetura baseada em Dubai, uma antiga cidade dos Emirados Árabes. A praça central era deslumbrante, suas árvores eram atípicas, suas folhas eram redondas e azuis, brilhavam pela noite. A praça tinha três níveis de relevo, as rampas ligavam todos.

   Meu pai trabalhava no palácio de Hammed, uma antiga estrutura faraônica deixada pelos tempos do islamismo. Fora conservado durante séculos e se tornara a sede do governo democrático do Catar. Meu pai era responsável pelo setor energético da cidade, estava sempre muito ocupado. Pois com o declínio do petróleo uma grande crise se aproximava. Os jornais diziam que uma grande invasão ocidental poderia acontecer quando o país se desestabilizasse.

   Aos meus quinze anos, pude conhecer o calor que meus avôs se referiam, o país inteiro estava aquecendo em um ritmo muito rápido. O setor responsável pelo resfriamento havia sido desativado para economia energética. E pude também ver que os jornais mais pessimistas estavam certos, o tal mundo ocidental começou organizadas tentativas de invasões ao Continente moderno.

   O mundo árabe resistiu por um tempo, mas a energia estava se esgotando. Todo o moderno esquema de segurança automática fora desativado por falta de energia, as termoelétricas não estavam dando conta. Nós éramos muito dependentes do extinto petróleo. Os bárbaros conseguiram adentrar o continente pela Turquia, logo depois, grupos antigovernamentais turqueses se aliaram aos bárbaros e adentraram o oriente Médio. A histórica cidade de Dubai resistiu aos ataques por três anos, depois sucumbiu. Chegava à vez do Catar, mas eu já estava longe. Minha família e mais algumas haviam viajado para o Egito, um dos poucos países civilizado do ocidente.

   Hoje convivo com fotos dos destroços do Oriente Médio. Dubai, a cidade histórica, sinônimo de elegância e beleza, estava destroçada. Entristeço-me mais ainda quando vejo fotos de Doha, meu lar, a maior cidade do mundo, enterrada de baixo de destroços e favelas turquesas. O mundo agora é bárbaro, pois ao enterrarem Doha, enterraram junto a última lembrança física de uma civilização avançada.

    Olha, não sou nenhum redator ou algo do tipo, mas vim aqui deixar minha crítica e as coisas que eu não gostei muito no texto. Mas antes de ir direto ao ponto devo dizer que assim como você eu ando fazendo muitos textos, justamente para treinar para o ENEM esse ano. Entrei no ensino médio agora e minha professora está pegando pesado em cima disso, então estamos no mesmo barco x)

    Bom, então vamos lá. No primeiro parágrafo, algo me incomodou muito, cara. Olha:

Citação de: Nandikki online 07/02/2015 às 13:19


   Nasci em Doha, capital do Catar. Cresci no centro da cidade, ao lado da praça central de Doha e bem perto dos trilhos do mega-trem. Os trilhos do mega-trem se estendiam desde Istambul até Doha, cortava todo o oriente médio, era conhecido como o elo do mundo moderno árabe e o colapso ocidental.


     Percebe? Você repetiu a palavra 'Doha' três vezes e 'trilhos do mega-trem' duas. Isso tira muito ponto em vestibular, pois vai contra a norma gramatical além de deixar o texto cansativo e obviamente repetitivo. Nem sei se foi por que você quis já que de vez em quando é necessário realmente repetir palavras, seja em uma simples redação ou no que fosse algo mais complexo. Mas nós só poderíamos usar caso quiséssemos ser enfáticos, mas eu não vi necessidade nesse caso, entende? Ficou um pouco perturbador, cheguei no final e já nem queria mais ler o resto inteiro do texto com medo de mais palavras se repetissem. Você poderia simplesmente trocar por outra palavra ou tirar:

Nasci em Doha, capital do Catar. Cresci no centro da cidade, ao lado da praça central de Doha e bem perto dos trilhos do mega-trem. Estes Os trilhos do mega-trem se estendiam desde Istambul até aqui/lá/minha cidade natal Doha, cortava todo o oriente médio, era conhecido como o elo do mundo moderno árabe e o colapso ocidental.

Nessa alteração eu fiz o seguinte:

Tirei o segundo 'Doha'. Ora, se ele nasceu e cresceu na cidade de Doha, não há necessidade de dizer que a praça central fica (ou é) em/de Doha.
Troquei 'os trilhos do mega-trem pelo pronome demonstrativo 'este', para não ter que repetir o que já havia sido dito.
Troquei o terceiro 'Doha' por 'aqui' OU '.' OU 'minha cidade natal'.Você está descrevendo Doha, logo, o leitor já tem ciência disso e portanto não há necessidade de repetir. O 'aqui' vai ser usado caso você ainda esteja na cidade. O 'lá' caso você esteja contando algo do passado sobre aquele lugar. 'Minha cidade natal' também caso você esteja falando sobre algo do passado.

Não necessariamente você precisa usar o que eu usei para o exemplo. Só citei isso para mostrar que você não precisa repetir a palavra várias vezes, pois sempre há um jeito de trocá-la e deixar menos repetitivo.




Citação de: Nandikki online 07/02/2015 às 13:19
   
   Quando criança costumava correr pelas rampas da praça central até chegar à parte mais elevada, dava pra ver melhor os trens passando. Sempre com meu casaco, pois a cidade era muito fria. Meus avós comentavam que o calor era infernal, em outras épocas.

   A cidade era muito bonita, os grandes prédios azuis e pretos, todos iluminados, refletiam nas águas das ilhas artificiais do mar do Catar. Era uma arquitetura baseada em Dubai, uma antiga cidade dos Emirados Árabes. A praça central era deslumbrante, suas árvores eram atípicas, suas folhas eram redondas e azuis, brilhavam pela noite. A praça tinha três níveis de relevo, as rampas ligavam todos.

     Nesse parágrafo já não repetiu palavras e está bem melhor. Só acho que não houve necessidade do segundo parágrafo ser assim. Digo, ele poderia estar com o primeiro já que não houve uma alteração brusca do que se estava falando. Mas nesse ponto, é só minha opinião. Já no terceiro só teve uma coisa que me incomodou.

A cidade era muito bonita, os grandes prédios azuis e pretos, todos iluminados, refletiam nas águas das ilhas artificiais do mar do Catar. Era uma arquitetura baseada em Dubai, uma antiga cidade dos Emirados Árabes. A praça central era deslumbrante, suas árvores eram atípicas, suas folhas eram redondas e azuis, brilhavam pela noite. A praça tinha três níveis de relevo, as rampas ligavam todos.

Haha, minha professora me falou justamente sobre esse tipo comum de erro que a maioria comete ao redigir um texto. Você não pode reforçar uma ideia que já é conhecida, sabe? No seu caso, você falou que Dubai é uma antiga cidade dos Emirados Árabes. Mas a maioria das pessoas já sabe disso, então pra que falar? Se você não tiver entendido, eu dou outro exemplo (que inclusive minha própria professora deu):

"O Brasil é um país de tamanho continental"

Se isso aí em cima estivesse num texto, estaria errado. Praticamente todo mundo sabe que o Brasil é um país de tamanho continental (se não sabe é por que geralmente tem conhecimento acadêmico baixo), então pra que dizer algo que todos já sabem? É só isso aqui xD

Citação de: Nandikki online 07/02/2015 às 13:19

   Meu pai trabalhava no palácio de Hammed, uma antiga estrutura faraônica deixada pelos tempos do islamismo. Fora conservado durante séculos e se tornara a sede do governo democrático do Catar. Meu pai era responsável pelo setor energético da cidade, estava sempre muito ocupado. Pois com o declínio do petróleo uma grande crise se aproximava. Os jornais diziam que uma grande invasão ocidental poderia acontecer quando o país se desestabilizasse.

   Aos meus quinze anos, pude conhecer o calor que meus avôs se referiam, o país inteiro estava aquecendo em um ritmo muito rápido. O setor responsável pelo resfriamento havia sido desativado para economia energética. E pude também ver que os jornais mais pessimistas estavam certos, o tal mundo ocidental começou organizadas tentativas de invasões ao Continente moderno.

   O mundo árabe resistiu por um tempo, mas a energia estava se esgotando. Todo o moderno esquema de segurança automática fora desativado por falta de energia, as termoelétricas não estavam dando conta. Nós éramos muito dependentes do extinto petróleo. Os bárbaros conseguiram adentrar o continente pela Turquia, logo depois, grupos antigovernamentais turqueses se aliaram aos bárbaros e adentraram o oriente Médio. A histórica cidade de Dubai resistiu aos ataques por três anos, depois sucumbiu. Chegava à vez do Catar, mas eu já estava longe. Minha família e mais algumas haviam viajado para o Egito, um dos poucos países civilizado do ocidente.

   Hoje convivo com fotos dos destroços do Oriente Médio. Dubai, a cidade histórica, sinônimo de elegância e beleza, estava destroçada. Entristeço-me mais ainda quando vejo fotos de Doha, meu lar, a maior cidade do mundo, enterrada de baixo de destroços e favelas turquesas. O mundo agora é bárbaro, pois ao enterrarem Doha, enterraram junto a última lembrança física de uma civilização avançada.

      Do quarto parágrafo até o último os erros diminuíram, mas ainda existem. Tem algumas repetições de palavras e uma palavra que eu acho que está errada, mas pode ser coisa da minha cabeça. Energético. Quando você falou essa palavra várias vezes ao longo do texto, você não queria dizer Elétrico? Se eu estiver enganado por favor me perdoe.
      Bom, só pra finalizar vou comentar um pouco do texto em geral. Ele está bom, eu entendi a ideia geral dele e o que você quis passar com isso. Eu sei que você tem uma limitação de 30 linhas, mas eu devo dizer, tudo aconteceu rápido demais. No desenvolvimento do texto, eu acabei me perdendo e num entendi nada com nada, pois foi uma virada muito 'brusca'. Eu sei que a limitação atrapalha muito, pois eu também faço redações constantes e é por isso que você deve reduzir ao máximo o número de palavras desnecessárias e tentar resumir a ideia geral. Isso é algo que só se aprende treinando, então continua que uma hora você pega o jeito. Eu também to tentando fazer isso nas minhas redações mas eu nunca consigo, mas eu to tentando ai né x) É como minha professor diz, só se aprende a escrever, escrevendo.
      Enfim, o texto tá bom, a maioria dos erros é mais de concordância mesmo. Tirando a virada muito 'brusca' que acabou acontecendo rápido demais e deixando o desenvolvimento meio estranho o resto está bom. Inclusive o que eu mais gostei foi do inicio e do final (tirando as palavras repetidas e dando mais ênfase na ideia geral teria ficado ótimo).

Bom, vou parar por aqui, eu acabei falando demais, ficou maior que o texto xD mas espero que isso lhe sirva de ajuda, não leve como uma crítica maldosa, estou tentando ajudar, quero ver o próximo texto seu e ver as melhoras que conseguiu  :ok:

Caso eu tenha falado alguma coisa errado, por favor alguém me corrija =(

A repetição do nome da cidade e do termo mega-trem no início foi realmente um grande erro meu. Não tive tempo suficiente para pensar em alguma coisa para substituir, como disse estava na classe de aula. Obrigado pelas sugestões, até agora estava pensando em como substituir.

CitarHaha, minha professora me falou justamente sobre esse tipo comum de erro que a maioria comete ao redigir um texto. Você não pode reforçar uma ideia que já é conhecida, sabe? No seu caso, você falou que Dubai é uma antiga cidade dos Emirados Árabes. Mas a maioria das pessoas já sabe disso, então pra que falar? Se você não tiver entendido, eu dou outro exemplo (que inclusive minha própria professora deu):

"O Brasil é um país de tamanho continental"

Se isso aí em cima estivesse num texto, estaria errado. Praticamente todo mundo sabe que o Brasil é um país de tamanho continental (se não sabe é por que geralmente tem conhecimento acadêmico baixo), então pra que dizer algo que todos já sabem? É só isso aqui xD

Discordo, não da sua professora ou do que falou sobre reforçar uma ideia já conhecida, mas discordo que seja de conhecimento comum que Dubai seja uma antiga cidade dos Emirados Árabes (até porque não é antiga, é uma cidade muito, muito nova, mas no texto já é antiga). Mas não é culpa sua apontar isso, é minha. Não deixei claro o contexto em que escrevi. O tema desta redação consiste em narrar a infância de uma personagem e contrastar com seu presente. Deixo isso como resposta à brusca mudança ocorrida no texto, ainda que eu admita que o desenvolvimento poderia ser bem mais trabalhado.

Obrigado pela crítica, foi de imensa ajuda! Vou fazer uma versão revisada deste texto! Abraços! o/