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Seja bem vindo, leitor....

Iniciado por Silverlake, 08/02/2015 às 00:37

08/02/2015 às 00:37 Última edição: 08/02/2015 às 19:05 por Silverlake
Oi gente  :XD:
Sempre gostei de escrever histórias, mas nunca me interessei muito pelo gênero de terror. Até eu escrever uma.
Influenciado pela minha irmã eu resolvi escrever uma creepypasta, e apenas uma já foi o suficiente para eu me apaixonar em escrever. Resolvi postar aqui então a minha primeira creepypasta e ver o que voces acham antes de eu tentar enviá-la para algum blog de terror. Vão é muito uma história que se encaixaria em um jogo, mas voilà:
Spoiler

Seja bem vindo, leitor...

  Eu sempre me considerei um grande leitor. Os livros sempre fizeram parte da minha vida desde que eu fui abençoado com a capacidade de ler. Eles são minha inspiração para a vida. São minha paixão.
  É por isso que ver um livro ser maltratado me dá uma incontrolável raiva. Eu sinto um calor subindo até minha cabeça. Hitler queimou milhares de livros e esse um dos motivos que eu o odiei tanto em minhas aulas de história.
  E foi exatamente esse o sentimento que se apossou de mim quando voltava à pé do supermercado e me deparei com um livro jogado em uma lixeira. Raiva. Ele não estava rasgado nem rasurado, apenas um pouco velho. Não pensei duas vezes, apanhei-o e levei comigo, as pessoas que o jogaram lá provavelmente não o queriam.
  Quando cheguei em casa já havia escurecido e as luzes estavam acesas. Rapidamente deixei as compras com minha mãe, corri para meu quarto e me joguei em minha cama com o livro em minhas mãos. O observei por um tempo. A capa era completamente preta exceto por pequenas letras douradas no canto inferior direito. "Seja bem vindo, leitor..." é o que diziam. Aquele era o título? Estranho. Dei uma leve foliada em suas páginas repletas de letras. Não eram muitas, conseguiria lê-lo em um único dia, talvez.
  Abri, então, em sua primeira página. Já começava direto com o conteúdo. Não havia dedicatória, uma página com o nome em destaque e nem informações da editora como a data de publicação. Na verdade não havia nada indicando uma editora. Talvez o livro fosse tão antigo a ponto de não ter editoras em sua época... Talvez fosse uma relíqua! Me interessei ainda mais.
  Comecei. Li seu primeiro parágrafo que ocupava apenas uma linha da primeira página.
  "Seja bem vindo, leitor, ao seu pesadelo."
  E então sumiu. As outras palavras da página sumiram. O restante do livro estava todo em branco. Apenas restava a única frase na primeira página. Me assustei na mesma hora. Como algo assim pode acontecer? Começei a foliar o livro freneticamente e estava realmente em branco. Não acreditei muito. Telvez fosse alguma alucinação... Mas eu nem estava com tanto sono assim...
  Mal tive tempo de pensar sobre isso e as luzes se apagaram. Um apagão numa hora dessas? Que saco! Procurei pela maçaneta da porta do meu quarto e a abri. Quanto adentrei o corredor as luzes voltaram. Mas não exatamente, elas piscavam e ficavam aumentando e diminuindo sua intensidade como se houvesse um curto-circuito. Desci as escadas e fui até a cozinha encontrar minha mãe.
  Eu chegar ao cômodo ela estava de pé em um canto virada para a parede.
  _ Mãe, o que houve com a energia? _ Perguntei.
  Ela permaneceu virada para a parede.
  _ Eu falei que era para ela lavar a louça depois do almoço.
  Não entendi nada. Quem não lavou a louça? Mas foi nessa hora que ela se virou para mim. Segurava uma faca de carne suja de sangue. Ela inteira estava suja de sangue. E foi então que eu vi no canto da parede que ela estava virada o corpo de Aline jogado no chão. Minha irmã de 12 anos estava simplesmente estendida no canto da cozinha com seu corpo todo perfurado e ensanguentado. Não consegui segurar o grito de horror.
  _ Não grite moleque! Você não pode acordar seu pai! Eu não quero que ele me veja matando vocês porque quero pegá-lo de surpresa!
  Eu não conseguia falar nada. Não conseguia respirar nem me mover.
  _ Venha aqui querido. Farei um jantar pra você com a carne de Aline. Nunca provei carne humana antes... Será que é bom?
  Nesse momento as últimas forças se juntaram e eu comecei a correr. Pude ouvir ela correndo atrás de mim sem falar nada, mas não olhei. Subi as escadas e entrei no meu quarto fechando a porta com um baque. Tranquei-a com a chave que mantinha sempre na porta.
  Ao me virar eu me deparei com um longo corredor. Parecia um corredor escuro de uma casa assombrada com poucos pontos de luz fraca em lugares bem separados. Mas eu entrei no meu quarto!
  Minha mãe começou a bater na porta com força e gritar. Ela fincava a faca na madeira e esmurrava cada vez mais! A porta não aguentaria muito.
  Então corri. Corri pelo corredor com toda a velocidade que minhas forças me permitiram. Mas quanto mais eu corria ruídos começavam a atingir meus tímpanos. Era uma mistura de sons inexplicável. Me fazia querer parar e simplesmente deixar tudo de lado. Zumbidos me irritavam como se milhares de insetos invisíveis rodeassem minha cabeça enquanto vozes irreconhecíveis em vários tons invadiam minha mente. Algumas gritavam autoritárias e outras falavam baixo e calmas em um certo tom ameaçador. Sentia um desespero como se elas me dessem ordens que eu não conseguia entender. Conforme eu avançava os ruídos se tornavam mais altos e insuportáveis e minha visão se embaçava cada vez mais. O cansaço começou a tomar conta de mim e eu reduzi minha velocidade.
  Até que o barulho maior me chamou a atenção. A porta tinha sido arrombada. Pude escutar os passos de minha mãe assassina pelo corredor. Ao olhar novamente para frente eu vi o fim do corredor. Havia uma pota lá. Retomei meu esforço tentando fazer o máximo para não ceder aos sons que quase me deixavam louco e que continuavam aumentando sua intensidade.
  Os passos se aproximavam. Eu corria e me arrastava. Estava ofegante e cansado mas a porta estava perto. Os passos se aproximavam ainda mais e os ruídos ficaram ainda piores. Não desisti. Não podia desistir! Me arrastei mais um pouco até tocar a maçaneta. Abri a porta já me arremessando para dentro e a fechei atrás de mim com tudo o que me restava de força e perseverança.
  E parou. Os sons pararam. E pelo jeito, minha mãe não bateria nessa porta. Estava no completo silêncio. Me virei para ver onde estava. Era meu quarto, exatamente como sempre foi. Mas tinha alguém em minha cama, e essa pessoa era... Eu! Estava sentado com um livro em meu colo. Me aproximei devagar, era muito estranho e assustador olhar a mim mesmo. Quando parei ao lado da cama ele olhou pra mim. Ficou assim por um tempo até que meu "outro eu" deixou o livro sobre a cama e se levantou. Ele me encarou o tempo todo, mas isso foi recíproco.
Então ele sorriu, mas não era um sorriso normal. Ao mesmo tempo que era meu rosto ele parecia deformado como uma figura espectral. Aquilo me assustou me fazendo afastar em passos lentos mas ele foi mais rápido e me segurou levando até a parede ao lado da cômoda com seus dedos em volta de meu pescoço. O ar não entrava em meus pulmões enquanto meu clone demoníaco me estrangulava. Meus braços se moviam mas eu não conseguia alcançá-lo, não conseguia reagir.
  Minhas mãos, então, se dirigiram à cômoda onde apanhei o primeiro objeto que toquei: Uma miniatura de uma Katana, que eu comprara em uma loja de presentes para deixar de enfeite em meu quarto. Segurei com força e finquei o objeto em seu braço. A réplica diminuta da espada não possuía ponta e tinha uma lâmina cega mas minha força foi o suficiente para machucá-lo um pouco fazendo-o largar meu pescoço. Caí no chão puxando o ar com dificuldade.
  Mas ele não desistiu e partiu pra cima de mim de novo. Eu desviava de suas investidas mas ele me perseguia pelo quarto emitindo grunhidos como uma besta selvagem com a minha aparência.. O cansaço se multiplicava e minha agilidade atrofiava. Percebi que ele não cederia. A solução seria eu... Atacar também. Eu teria que matar a mim mesmo!
Fiquei um pouco zonzo com a ideia mas não desistiria. Não depois de tudo que já tinha acontecido. Tentei correr e atacá-lo com a minha miniatura de Katana mas ele retirou a "arma" de minha mão. Então me joguei sobre ele derrubando-o no chão. Me ajoelhei em cima dele imobilizando-o e enrolei os dedos de ambas as minhas mãos em volta de seu pescoço. Não sabia de onda estava vindo aquela força mas continuei apertando enquanto a figura se debatia em baixo de mim.
  Até que parou. Ficou imóvel com os olhos arregalados. Ao largá-lo a expressão espectral em seu rosto sumiu e eu vi apenas a mim mesmo deitado e morto no chão do meu próprio quarto. Me levantei e afastei com uma lágrima de desespero descendo por meu rosto. Foi quanto eu me deparei com o livro sobre a cama. Tinha uma capa preta com algumas letras douradas que diziam: "Seja bem vindo..."
  As luzes se apagaram de novo. Por um tempo tudo o que pude sentir era um completo vazio, como se minha vida tivesse sido tomada pelo nada. Esperei e esperei. Até que as luzes se acenderam e eu estava em meu quarto sentado em minha cama com um livro em meu colo. Não estava mais em branco. Ao passar os olhos pelas letras, tive a impressão do livro narrar tudo o que acontecera a minutos atrás... Ou não... Talvez o livro escrevia as experiências da última pessoa que o leu até que outra tenha a coragem de ler sua primeira frase. Fechei-o.
  Me levantei e corri diretamente para o quintal onde apanhei um esqueiro comecei a queimar o livro. Nunca pensei que algum dia eu cometeria uma atrocidade dessas, mas aquelas visões foram terríveis que não desejava que ninguém tivesse que passar por isso.
  Esperei Até que o livro fosse apenas cinzas e retornei para dentro de casa. No caminho olhei dentro da cozinha e minha mãe estava guardando as compras que eu trouxera com Aline ao seu lado comendo bolachas recheadas. Um alívio brotou em mim e subi para meu quarto.
  Me joguei na cama. Tentei relaxar por um tempo. Então parei. Algo estava faltando. Havia uma espécie de buraco em minha mente como se eu tivesse esquecido de algo importante.
  "Eu cheguei em casa, entreguei as compras para minha mãe e subi correndo para o quarto porque eu estava... Ansioso para... Fazer alguma coisa. Mas o que era mesmo?" pensei.
Me levantei e olhei para a cômoda, e ao lado de minha miniatura de Katana havia um livro. Me aproximei e observei. Possuía uma capa completamente preta exceto por pequenas letras douradas no canto inferior direito.
  "Parabéns, leitor, agora seja bem vindo ao volume II."
  Soava estranhamente familiar mas não sabia exatamente o que era. Não me lembrava de ter aquele livro.
  Mas, oras, era um livro! Livros são minha paixão. Ele devia estar ali por algum motivo.
  Apanhei o objeto, sentei em minha cama e o abri na primeira página.
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Espero que gostem e avaliem! (e aproveitem para reportar erros de português que provavelmente passaram despercebidos por meus olhos  :cool:)

"Era uma vez um elfo encantado que morava num pé de caqui..."

Achei ótima a ideia do livro, porém acho que deveria ser melhor explicado o que ele é, e o porque destas coisas terem acontecido.

Quando ele leu o livro todas as palavras sumiram e ele não teve o mínimo de surpresa de isso ter acontecido?

Deveria trabalhar um pouco neste texto e/ou em outras histórias de terror, porque você leva jeito.

Erros: terceiro parágrafo - à pé.
E paços em um parágrafo que não sei '-'(Usa o F3).


Citação de: Default online 08/02/2015 às 16:13
Achei ótima a ideia do livro, porém acho que deveria ser melhor explicado o que ele é, e o porque destas coisas terem acontecido.

Quando ele leu o livro todas as palavras sumiram e ele não teve o mínimo de surpresa de isso ter acontecido?

Deveria trabalhar um pouco neste texto e/ou em outras histórias de terror, porque você leva jeito.

Erros: terceiro parágrafo - à pé.
E paços em um parágrafo que não sei '-'(Usa o F3).

Oi oi!
Muito obrigado pelo comentário  :XD: :XD:

Crase no a corrigida imediatamente!  :cool:
E eu realmente escrevi paços  :O_O: :O_O:(que papelão heim? :O_O: :O_O: :O_O:)

Em relação a explicar melhor o livro eu acho que é bem comum em creepypastas o fato de ser simplesmente um objeto que faz coisas bizarras acontecerem. Além disso ficar explicando demais pode quebrar as possibilidades que o leitor cria em relação a cada parte. Eu acho que em narrativas de terror é muito importante o leitor ter uma opinião própria e formular suas próprias hipóteses do que pode ter levado aquila a acontecer. Acredito que posso implementar um pouco o que escrevi no parágrafo 28 (sobro o livro escrever as experiencias vividas pelo leitor) mas creio que isso já seja explicaão o suficiente sobre o livro, sei lá...

Mas a reação dele ao ver que as palavras sumiram realmente foi xoxa mesmo. Tipo, as palavras somem do livro e ele fica mais preocupado porque acabou a energia kkk. Mudarei isso com certeza.   :._.:

"Era uma vez um elfo encantado que morava num pé de caqui..."

O que eu queria dizer com "explicar melhor", era tipo a maldição que o livro carrega ou algo do tipo entende?
Pois sem essa explicação acaba sendo meio sem sentido a mãe dele ficar maluca, e ter uma réplica dele no quarto.

Apesar de que, creepypastas costumam não dar um motivo as coisas como você falou.

Eu não costumo gostar de creepypastas de terror, nunca gostei de uma, mas essa sua ficou muito boa, parabéns espero ver outras histórias de terror suas por aqui  :XD:

Citação de: Default online 08/02/2015 às 23:12
O que eu queria dizer com "explicar melhor", era tipo a maldição que o livro carrega ou algo do tipo entende?
Pois sem essa explicação acaba sendo meio sem sentido a mãe dele ficar maluca, e ter uma réplica dele no quarto.

Apesar de que, creepypastas costumam não dar um motivo as coisas como você falou.

Eu não costumo gostar de creepypastas de terror, nunca gostei de uma, mas essa sua ficou muito boa, parabéns espero ver outras histórias de terror suas por aqui  :XD:

Oh se você gostou deve ler esta creepypasta aqui : http://medob.blogspot.com.br/2012/06/casa-sem-fim.html
Eu me baseei nela para escrever "Seja bem vindo, leitor" (algumas partes ficaram até que bem parecidas).
Se gostou da minha provavelmente vai gostar dessa ^^.

"Era uma vez um elfo encantado que morava num pé de caqui..."