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Relatos de Viagem (em chanspeak)

Iniciado por RuanCarlsyo, 26/02/2015 às 13:13

26/02/2015 às 13:13 Última edição: 26/02/2015 às 13:25 por RuanCarlsyo
Eae, galera. Tô de volta com um texto bem diferente pra vocês, é um Greentext sobre uma viagem muito incrível que eu fiz semana passada. Pra os leigos, chanspeak é a linguagem usada em chans e grupos de facebook inspirados neles. Eu achei isso ótimo pra textos rápidos e usa um formato que lembra linguagem de programação. É bem fácil de interpretar, mas qualquer coisa é só ver o significado aqui na Wikinet: http://www.wikinet.pro/wiki/Chanspeak
Eu inicialmente postei em um grupo no facebook, mas achei interessante o resultado diferente e também gostei do potencial como literatura simples mesmo (ah, eu obviamente não tive a preocupação com ortografia que costumo ter, mas não tem nada muito grave). Acho que já expliquei tudo, o resultado tá aí:


>seja eu
>semana passada
>se preparando pra ir pro bloco de manhã cedinho cozamigo
>mãe e irmã decidem viajar pra um fodendo camping em ES, e chamam tia e prima com bebê pra ir conosco
>ok, posso pegar as mina em outra oportunidade
>viagem begining, todo mundo feliz e animado
>abra essa música pra ter os feels de jornada começando https://www.youtube.com/watch?v=b4K5od-uZEY
>tarde da noite, muita estrada pra passar todo mundo dorme, mas eu todo desconfortável com o bebê em cima de mim continuo acordado até altas madrugadas
>mãe motorista fica com sono e vai pra contramão da rodovia
>FOOOOOMMM a wild caminhão appeared
>todo mundo acorda, inclusive a motorista, que volta pra nossa parte do asfalto
>quase morri, mas ainda tá todo mundo aqui
>mãe estaciona o carro em frente ao camping que ainda tava fechado, e dormimos algumas horas lá mesmo até abrir
>barraca.exe has been installed
>de dia, todo mundo animado de novo, vamos fazer uma tirolesa de graça em frente à praia do camping
>botando os equipamentos
>as mulheres trabalhando lá eram todas engraçadas e simpáticas
>reclamo, brincando, que os apetrechos pra fazer a tirolesa apertam toda a minha bunda, e deixam ela à mostra no short
>depósito milf morena 7/10 aperta minha bunda, e fala que é porque eu tenho popozão, com cara de tarada
>irmã e prima observam e não falam nada
>ignoro elas e falo que também tá apertando meu saco, e deixando ele aparecendo contra o short
>hihihihihi
>millf me olha com a cara de "sério que tu acha que vou apertar teu piru, menino?"
>ela fofoca com as amigas dela
>na minha hora de descer a tirolesa, já tava famoso entre os caras que trabalhavam no camping
>negão me dá um empurrão com o pé na hora de descer, devia ser uma vingança
>200 km/h, mas eu sobrevivi
>ficamos amigos de uma cachorra vira-lata filhote 8/10, que minha mãe batiza de Margareth Olívia
>de noite, os banheiros tavam lotados, hora de tomar banho e ficar pelado em público
>apesar da vergonha inicial, é lá que mais faço amigos, as pessoas estranhamente são muito abertas nuas. Já tão sem roupa, vão ter mais vergonha do que, né? Me emprestam até perfume de rico e gilete
>me preparo pra boate do camping à noite
>não tem nada
>mcq a gente chegou no dia que acabava a programação, no final do dia o camping esvaziou e não tinha gente nem pra jogar futebol
>aproveitamos as praias perfeitas da região, faço saltos ornamentais de uma ponte alta de uma rodovia pra um lago, quase quebro as costas na água
>fico preto, e em um momento a guarda costeira vai regatar a gente quando passamos perigo andando de canoa em um manguezal com supostos cobra e jacaré
>junta multidão achando que a gente tinha morrido, e minha mãe quase consegue me dar uma chinelada em público, mas sou ninja e me esquivei bem
>fim da estadia no camping, vamos embora
>no caminho de volta, esbarramos em um resort no meio do mato na baixa temporada e com preço de banana
>como já havíamos encurtado a viagem saindo do camping mais cedo por falta de programação, decidimos ficar no resort Canto de Roça mesmo, que tava vazio
>suíte com hidromassagem, me sinto like a gangsta (pica relatada)
>o lugar era lindo, e passamos o anoitecer na piscina de água aquecida, lá a paisagem do sol se pondo nas montanhas foi de acabar com qualquer ateu
>minha prima ginasta me ensina a dar mortal pra traz na cama elástica e cair de pé, me sinto mais ninja
>fazemos arvorismo escondido, sem ajuda dos caras ou equipamento (era baixa temporada, tava vazio), e apesar de ser alto como a foda, niguém caiu nem se machucou (foi por pouco)
>Até que um estranho periquito 10/10 aparece enquanto a noite começa a cair e nós nadamos na piscina
>fica fazendo sons de periquito pra mim, e dou comida pra ele
>pousa no meu ombro, família fica encantada e quase tem um orgasmo
>começo a conhecer o periquito, e conversamos bem em sua língua
>ele bicava qualquer um que tentasse pegar ele na mão
>aprendo a fazer carinho nele com o rosto, tomando cuidado pra não correr o risco dele me cegar, claro
>periquito fica meu amigo
>ele ainda era livre, voava pra onde quisesse e sumia frequentemente, mas sempre voltava pra falar comigo
>entra na suíte de manhã pela varanda perequitando, sinto como se fosse uma serenata
>ele gosta de conversar comigo e bicar meu cabelo
>fico sem ver ele pelo resto da manhã, e mais gente chega no lugar
>depois de dar uma volta com a família pelos passeios de lá, ouço o periquito berrando desesperado
>flagro um grupo de pirralhada de uns dez/doze anos tentando acertar pedras no periquito, que se machuca e se assusta, não conseguindo voar direito
>the ultimate rage is coming
>falo: larguem o periquito
>eles: largo periquito não
>caio na porrada com os moleques, que saem correndo com medo da minha fúria. Devem ter ficado com medo mesmo, porque nenhuma das mães deles falaram nada ou coisa parecida
>salvo periquito, que fica muito feliz em me ver, mas ainda tava mal
>ele não estava tão machucado quanto pensei, dou água, aqueles grãozinhos que o próprio resort disponibilizava pra alimentar pássaros, e em poucos minutos de descanso ele se recupera e consegue voar direito de novo, sumindo no meio da mata
>no dia seguinte preparamos as coisas pra ir embora
>fico tentando chamar o periquito pra me despedir, mas ele não aparece
>enrolo a minha família pra ficar mais um pouco, mas ainda nem sinal do periquito
>entro no carro, pronto pra ir embora, e minha mãe dá partida
>quando o carro sai do estacionamento, ouço uma voz de periquito familiar
>ele começou a voar atrás do carro pra se despedir
>todo mundo acha fofinho, mas minha mãe diz que já esperou demais e agora a gente iria embora
>ele fez sons de periquito, que acho que foi o mais próximo que um pássaro conseguiria de dizer "eu te amo" (é claro, excluindo papagaios)
>desço o vidro e me sento na janela, depois berro: Tchau periquitooo!!!
>meu coração apertou como se mil africanos estivessem dando uma surra de pica nele
>periquito fica pra trás, e sei que nunca mais vou vê-lo
>não chorei, porque minha família tava no carro, mas bem que senti vontade
>respirei fundo, e aproveitei pra sentar em cima da janela de novo, me segurando na coisa de segurar que tem perto da janela no teto do carro. É perigoso, mas já deu pra entender que minha família não liga muito pra normas de segurança
>já era de noite, o vento batia forte, e tava tocando alto aquela música 10/10 nos fones de ouvido do espertofone
>olho pro céu estrelado como se alguém tivesse derramado um pote de purpurina
>nesse momento eu me senti vivo como poucas vezes antes
>nas estrelas, quase consegui enxergar um periquito
>dou um sorriso, e penso que isso dará um GT bem gay pra postar na panela
>fecho os olhos e aproveito o momento
>daqui há algumas horas já estaria de volta pra casa