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Uma história que INICIEI com 12 anos e DESISTI de continuar com 13

Iniciado por Nununo, 06/09/2015 às 19:57

Esse é uma história que iniciei com 12 anos, não está terminada, minhas regras do português não eram boas (achei que deveria aperfeiçoá-las antes de tentar escrever qualquer coisa), foi um dos motivos que eu parei de continuá-la, criei artes e tudo para a história, foi decepcionante quando decidi parar, senti que joguei muito tempo fora, foram meses escrevendo. Mas o principal motivo de eu ter parado, foi porque depois de um tempo eu achei a história ruim, planejava vendê-la, ou coisa do tipo, como um livro achei que não faria sucesso, então desisti, mas nunca tive coragem de mostrar para as pessoas, agora que já desisti disso, vou pelo menos tirar a dúvida que tanto me perturbava, se a história é boa ou não, o importante na verdade não é se a história é boa ou não, e sim se vocês leriam algo assim, mas se quiserem comentar da qualidade também... Avaliem com toda a sinceridade. (O post ficou gigantesco, me desculpem por isso, não sei se isso é considerado algum tipo de flood, mas ultimamente estou sem tempo ajeitar, se possível, fazer isso por mim moderadores)

                                                   CAPÍTULO UM - UM CÃO DESONESTO

Nínkiu Aquígnis, ele vive dentro da vila de seu clã, tem uma vida normal, Aquígnis é o nome de seu clã, o nome vem de "Aquila Ignis" que significa "Águia de Fogo" em latim, "Águia de Fogo" se refere a Fênix, um pássaro imortal que toda vez que morria virava cinzas e depois de um tempo renascia, alguns acreditam que ele existiu, outros acham isso bobagem, mas um fato é que ele já entrou na história de alguma forma, como mito ou verdade ninguém sabe, mas entrou, e por isso é usado como símbolo do clã, para representar a persistência que o povo Aquígno tem.
    O clã sempre teve um inimigo, essa rivalidade existe a anos e ninguém das últimas gerações sabe o real motivo, nem do clã Aquígnis e nem do outro clã, mas eles não ligam, apenas aceitam o que seus pais e superiores ensinam, que são inimigos e ponto. Nínkiu ou "Nin" como é chamado dentro da sua vila pelos outros, em sua infância, sempre quis saber o porquê dessa rivalidade eterna, porém a sua mãe sempre avisou para não tocar nesse assunto e por isso nunca diz, na verdade, nem ela mesmo sabe, o fato é que Nin odiava isso, lutar mas sem saber o motivo, seu clã inimigo era o clã Canestatis, eles usam a honestidade como conceito de vida, por isso o símbolo deles é o cachorro, o cão sempre foi muito leal principalmente com seu dono, mas eles tem uma regra, a honestidade vem sempre  depois da segurança do clã, então arriscar o clã pela honestidade é um crime.
    Nin vive com sua mãe, seu pai morreu quando ele nem era nascido, sua mãe é Dália Aquígnis, ela diz que o ama mas não parece, sempre olha para Nin com desprezo, cada um vive sua vida, em casa, eles vivem como estranhos, mas ele não liga muito, se acostumou dessa forma, e isso é uma vantagem na verdade, ele era uma das únicas crianças que cresceu sem ser mimado e irritante.
    Sua mãe acredita muito em deuses, os Deuses do Munndismo, é a religião que mais cresce no mundo, era o que praticamente todos acreditam, as outras religiões acreditam nos mesmos Deuses só que com nomes diferentes, na verdade os nomes eram os mesmos mas traduzido para outras línguas, uma religião ou outra que tinha deuses diferentes. Essa religião é constituída por mais de um deus, esses Deuses tem o trabalho de neutralizar o planeta e fazer com que nós tenhamos um livre arbítrio sem influência de nada a não ser das coisas que precisamos consertar de nossas vidas passadas, erros e coisas ruins, ou então receber vantagens e coisas boas, caso nas vidas passadas tivéssemos feito coisas boas, ou ruins. Mas Nin não acreditava muito, acreditava em uma Deusa apenas, a Deusa das Fadas, em uma noite ele viu uma coisa que se parecia com uma borboleta que brilhava, nunca contou para ninguém com medo de ser chamado de louco, mas achou isso fantástico, e viu que na religião Munndista existe uma Deusa desse tipo de borboleta, no livro "Deus Munn", o livro dos Munndistas, tinha uma imagem de uma Deusa ao lado de uma borboleta brilhante, era uma borboleta igualzinha só que com cor diferente daquela que ele viu, e por isso ele é meio Munndista, mas as outras coisas ele acha um pouco sem sentido.
    Nin não tinha tantos amigos, então por isso preferia ficar sozinho fora da vila, ter um contato maior com a natureza, na verdade, ele queria não ter contato com as pessoas, o único lugar que satisfazia esse desejo era fora da vila, em um pequeno lago com uma árvore do lado, uma árvore muito grande, o suficiente para dar sombra para umas dez crianças, na beira desse lago tinha umas flores bem bonitas, principalmente flores amarelas, costumava sentar em baixo da árvore, ou olhar os peixes nadando no lago, os peixes eram postos pela vila mesmo, não havia nenhum peixe antes.
    Nesse caso, ele preferiu sentar em baixo da árvore, mas ainda não o tinha feito, estava planejando isso, o problema era que quando ele chegou naquela árvore já tinha outro lá, Nin ficou um pouco com raiva do garoto de estar no "território" dele, nunca tinha ninguém lá, muito estranho, Nin então tentou ir até lá despachar o rapaz sem ser muito grosseiro. Chegando lá viu ele muito distraído em seus pensamentos, era um menino de aparentemente doze anos de idade com um cabelo preto não tão curto e olhos azuis, Nin foi tentar conversar com ele:
- Ei! O que faz nessa árvore?
Ele olhou mas não disse nada, então Nin continuou:
- Vai me ignorar? Essa é a MINHA árvore!
- Não vi seu nome escrito aqui.
- Mas eu vi a árvore primeiro!
- Isso não faz diferença alguma, essa árvore está aqui para todos.
- Nunca vi seu rosto na vila, você não é daqui, essa árvore está perto da MINHA vila!
- Você fala como se tudo fosse seu! Por falar nisso, qual é a sua vila?
- Não interessa, não diria para alguém tão idiota como você.
- Você quer apanhar? Acho melhor parar com isso, se não vai ser isso que vai acontecer!
- Acho que você é que quer apanhar garoto! Saia daí logo antes que você se machuque!
- Você que pediu...
    Então os dois começaram a se encarar, o garoto se levantou e se posicionou para a luta, enquanto Nin já estava de pé, na vila desde de pequeno todos já tem um treinamento com os punhos, só não aprendem a lutar com armas porque nessa idade é um pouco perigoso, além de que quando adultos eles vão aprender, não só adultos, mas em suas vidas inteiras, aprender técnicas de luta com punhos se aprende apenas uma vez, no futuro só tem aquecimento para não esquecê-las, e Nin era muito bom em socar, porém o garoto parecia que também era bom, Nin não perde tempo já se lançando para cima do garoto com um soco de direita, mas o menino simplesmente defende com a mão esquerda e o recebe com um chute de direita acertando Nin, mas Nin não esperava que ele soubesse  lutar por isso foi só para saber como ele lutava, Nin no chão por causa do chute do garoto se levanta e diz:
- Que chute de menininha.
    Os olhos do garoto se arregalam de raiva e ele corre em sua direção tentando dar um chute giratório com a perna direita junto com um salto, mas Nin defende o chute segurando com as duas mãos a sua perna e o jogando no chão também o girando atrás de Nin, Nin logo depois que o joga tenta dar um chute enquanto ele está no chão, mas o menino desvia rolando seu corpo para o lado fazendo com que Nin acerte o chão, logo o menino se levanta ao mesmo tempo que tenta dar um soco de direita cambaleando um pouco pois acabara de levantar na tentativa de ser rápido, porém Nin consegue agarrar seu soco e o garoto fingi dar um soco com a outra mão mas recua no caminho e Nin erra a tentativa de agarrar fazendo com que sua mão fique inativa por mais ou menos meio segundo, sendo tempo o suficiente para o garoto enfiar o punho na cara de Nin sem Nin se defender, mas enquanto Nin cai de costas no chão ele dá um mortal para trás ao mesmo tempo que dá um chute em uma das mãos do garoto quase de raspão e se equilibrando de novo, os dois então saltam para trás e se olham ofegantes, o garoto então diz:
- E esse soco? Foi de menininha?
- Não... pareceu de uma velha...
- Filho da mãe...
    Os dois então ao mesmo tempo tentam desferir um golpe um no outro correndo, porém são parados por um grito, os dois olham na direção de onde estava o grito, no lago então eles avistam uma menina se afogando, então eles correm em direção da garota que se afogava, com muita rapidez tentando salvá-la, conseguem chegar até lá, porém ela já estava desmaiada embaixo da água, logo o garoto diz:
- Espere aqui! Vou buscá-la!
Nin responde:
- OK!
O garoto então vai em direção a ela mergulhando no lago e a traz de novo, só que ela não acordava, então Nin diz:
- Ela precisa de uma respiração boca a boca!
- Faz você!
- Eu não!
- Ela precisa ser salva!
- Eu sei, mas... isso é estranho...
- Quer que ela morra e você seja o culpado?!
- Eu seria o culpado?!
- Claro! Não fez respiração boca a boca!
- Por que eu tenho que fazer!?
- Sei lá! Eu já tirei ela embaixo da água agora é você que tem que fazer algo!
- Seu... seu...
- Você não é homem?
- OK... – Disse Nin gaguejando.
- Anda ela está morrendo! – Disse o garoto gritando.
Nin aceita mas enquanto ele se posicionava para fazer o procedimento com os olhos fechados, ela acorda ao mesmo tempo que dá um grito. Nin então se assusta:
- Eita! – Logo a menina diz bem alto desesperada:
- Quem são vocês?!
O garoto então diz:
- Seus salvadores sua mal agradecida!
Então ela fica quieta por uns vinte segundos enquanto tenta entender a situação olhando para eles e para a água, depois da análise, ela começa a chorar, Nin diz então:
- Por que isso do nada?
O menino o alerta:
- Faz alguma coisa!
- Vamos sair dessa água gelada e levá-la para os adultos
- Quem leva?
- Não sei...
- Leva você que não fez nada.
- Mas eu quase fiz a respiração boca a boca
- Por isso mesmo, quase fez. – Diz o garoto destacando o "mesmo".
- Só porque ela acordou na hora!
- Não importa!
- Que droga... tem razão... tudo bem... eu faço... sorte que fica perto daqui.
- Perto?
- Sim.
- Espera, a única vila perto daqui é a vila Aquírem, a vila do Clã Aquígnis.
- Isso.
O garoto então fica surpreso por algum motivo e lhe dá um chute afastando Nin ao mesmo tempo que o machucava, Nin obviamente não entendendo lhe pergunta:
- Ainda está com raiva por eu te chamar de menininha e velha? Eu gostaria de lutar mas tenho que levar a garota para minha vila.
- Cala a boca seu Aquígno nojento! – Diz o garoto estranhamente aos gritos.
- Quê? Por que isso? – Disse surpreso.
- Não fale comigo! Nunca mais! E não se aproxime! – Novamente gritando.
- Hã? Que que deu em você? Está tão mal assim?
- Falei para não falar comigo! – Logo o garoto dá outro chute no braço de Nin quase acertando a menina que Nin segurava.
- Você ficou louco?! Tem uma garota que acabou de se afogar aqui! Você quase a acertou!
A menina começou a ficar com medo e se segurou em Nin.
- Leve-a daqui! E nunca mais fale comigo! – Então o garoto saiu nadando.
    Nin ficou um tempo na água absorvendo o que acabou de acontecer e tentando chegar em alguma conclusão, mas não consegue chegar em nada, então sai da água levando a menina no colo, ela tinha a mesma idade praticamente de Nin o que a tornava um pouco pesada para ele, mas ele conseguia levá-la, porém nada era mais doloroso que a vontade de saber o porquê daquilo ter acontecido com o menino que nem da árvore, Nin nem mesmo sabe o nome dele.
     A viagem até a vila pareceu rápida por tanto pensar nisso, ele já estava na vila do clã, foi tão rápido toda aquela socialização com o rapaz que Nin ficou muito confuso.
    Chegando na vila, Nin primeiramente foi falar com o atual líder do clã, Zeny Aquígnis, ele é o 8º líder do clã, os líderes são chamados de "Fênix", referência ao símbolo deles, ser a fênix do clã é ser a autoridade máxima, já que a fênix é um símbolo muito importante para o clã, as pessoas se referem ao líder do clã como "Minha Fênix", "Fênix", ou então pelo nome mesmo, mas isso não é muito educado.
    Zeny tem 34 anos, foi escolhido como o novo líder do clã com 22 anos, pois seu pai já estava muito velho, ele ainda vive com seus 74 anos de idade, seu pai se chama Chizu Aquígnis, Chizu por mais que esteja velho consegue participar de batalhas muito melhor que vários jovens da vila, foi chamado de "Filho de Floyd", Floyd, na religião Muundista é conhecido como  Deus da Sorte, era chamado assim porque em várias situações de sua vida ele não morreu por coisas que qualquer um morreria, mas isso aconteceu várias vezes, uma delas é que depois de uma batalha de saqueadores contra seu clã que tinha como objetivo atacar a vila, foi acertado por uma flecha que continha veneno em sua ponta, essa flecha acertou suas costas e pôr ao mesmo tempo ter levado uma espadada em uma região muito perto da flechada ele não percebeu o impacto da flecha penetrando em suas costas, por isso ficou até o fim da batalha com ela ali, no final ele sobreviveu, porque a flecha não estava com veneno, e sim tinta, provavelmente o arqueiro dono da flecha confundiu o veneno com tinta por algum motivo, essa é apenas uma de suas histórias, é um homem que daria tudo pela felicidade da vila, assim como seu filho, que também tem um título, chamado de "Retalhador da Luz", é chamado assim porque na vila atualmente ele é o que mais sabe manipular uma espada, também é por isso que ele virou líder, e não porque é filho do ex-líder de Aquírem, mas seu título é assim porque sua velocidade de retalhar inimigos era muito alta, alguns relatos que ao cortar a cabeça de um inimigo o homem antes de cair com a cabeça no chão ele disse alguma coisa, comprovando que ele ainda estava vivo mesmo depois de ser decapitado, mas são apenas rumores, não se sabe se é verdade, Zeny tinha um cabelo loiro, uma barba crescendo como se tivesse sido cortada a alguns dias, tinha seus olhos verdes e se vestia com o sobretudo oficial de líder do clã, chamada de Vestimenta do Aquígno Rei, um sobretudo muito bonito  com um capuz e o símbolo do clã nas costas, as cores eram do símbolo também, mas Zeny não o usava de um jeito normal, a única parte que ele colocava do sobretudo era a parte do capuz, obviamente na cabeça, e o resto ficava "solto", e mesmo assim o sobretudo nunca caia.
    Nin então com a menina nos braços foi levá-la ao Zeny, contando toda a história apenas tirando a parte em que ele tinha conversado com o menino porque era inútil ele saber isso, depois de contar a ele, Zeny a levou no hospital da vila, e agradeceu a Nin:
- Muito bom garoto, foi muito belo da sua parte trazê-la aqui sozinho mesmo quase não tendo forças para segurá-la, mas isso pode ser um problema no futuro, você deveria treinar mais sua força, não que você seja fraco, mas sim por ter pouca massa.
- Sim, vou treinar, mas Minha Fênix, se ela for uma Canestaca, vocês não vão puni-la não é?
- Por que me diz isso? Tem alguma possibilidade de ela ser uma Canestaca?
- Acho que em todo caso tem possibilidade.
Na verdade o que fazia Nin perguntar isso era o fato da reação daquele garoto da árvore, ele só podia ter aquela reação ao saber que Nin era um Aquígno porque o menino era um Canestaco, e isso não impede de a garota ser uma também... a resposta de Zeny foi essa:
- Acho que meus inimigos são aqueles que eu vou encontrar no campo de batalha, não vejo tem nenhum campo de batalha aqui, o que me deixa ainda mais sem visão de um inimigo é o fato de ela estar ferida e precisando de auxílio médico, tanto para o físico dela como o psicológico, ela quase morreu, eu nunca iria deixar de ajudar uma criança ferida, mesmo ela fazendo parte do clã mais cruel de Gommonfell, entenda isso Nin, ela é uma criança, nem sabe o que é guerra direito, e se ela for uma Canestaca e me odiar ao saber que um Aquígno a curou, não me arrependerei mesmo assim do que estou fazendo.

Nin ficou sem palavras diante do que ele acabara de dizer, foi uma bela resposta, ele achava que daria uma resposta do tipo: "Canestatis?! Não repita esse nome perto de mim" ou então "NUNCA! Se ela for mesmo uma Canestaca, eu prefiro ela morrer do que ajudá-la", mas não, Zeny tinha um bom coração, as primeiras Fênix do clã dariam uma dessas duas respostas provavelmente, apesar de Nin ter achado que ele era alguém com um belo caráter, sabia que o motivo pela guerra entre os dois clãs era um mistério na cabeça de Zeny, Zeny provavelmente também não faz ideia do porquê que os clãs são inimigos, por isso disse algo como aquilo, talvez o motivo da guerra entre os dois clãs seja algo que se alguém descobrir e reviver a verdade criaria de novo uma era de ódio entre os dois clãs e provavelmente a atual Fênix não diria algo como aquilo, e sim algo parecido como aquelas duas respostas, mas Nin não tinha certeza, talvez ele saiba, e disse isso realmente sem ódio, Nin não tinha como saber isso, eram apenas suposições.
    Nin depois de entregar a menina, simplesmente voltou para sua casa, já estava escurecendo, planejava tentar encontrar aquele garoto arrogante e nojento de novo, mais para tentar entender tudo aquilo que acabara de acontecer, chegando em casa o mesmo clima de sempre, sua mãe fazia uma reza para Nárilis, Deusa de Gommonfell, nosso planeta, era normal ver aquela cena quando Nin chegava em casa, então seguiu para a cozinha, estava com muita fome, depois de jantar foi dormir, amanhecendo em um novo dia.
    No dia seguinte, Nin tomou seu café de manhã e foi para a escola de luta, na vila o estudo é dado dos cinco aos oito anos de idade, o estudo primário, e depois apenas nos quinze anos aos vinte o estudo final, Nin nessa época tinha apenas onze anos, então faltava muito tempo até ele começar a estudar novamente, por enquanto era apenas artes marciais, depois dos dezoito ele começava a aprender a lutar com armas, ao mesmo tempo que estudava, era o período mais cansativo da vida de um Aquígno. Depois de sua aula, ele voltou para casa almoçar, para logo ir a árvore, esse era o dia em que ele mais estava ansioso para isso, precisava encontrar o garoto, mas era provável que ele não estaria lá, já que para não se encontrar mais com Nin ele teria que parar de frequentar a árvore, mas as esperanças são as últimas que morrem, ainda mais para um Aquígno, que tem como conceito a persistência.
    Enfim terminado o almoço, ele foi direto a árvore, e adivinha, lá estava o garoto, Nin foi correndo até ele com uma expressão feliz acenando, o menino olhou, e virou seu rosto deixando claro que estava com raiva, Nin quando enfim o alcançou, não hesitou e lhe deu um chute em sua nuca, já que sua cabeça estava virada ao lado ao contrário deu para dar um chute certinho, o fazendo deitar a cabeça no chão, então Nin com raiva lhe perguntou:
- Que merda foi aquela naquele dia?! – Disse Nin gritando.
- Achei que eu tinha dito que não queria mais lhe ver seu nojento!
- Então o que está fazendo na minha árvore?!
- Quem disse que é sua?! Não ia dar o direito de você "ter" essa árvore para você nem na minha morte.
- Qual o seu problema?! O que aconteceu naquele dia? Não entendi o porquê de tanta raiva.
- Não é óbvio?! Sou um Canestaco!
Nin estava certo, o garoto era um Canestaco, era meio óbvio mas Nin precisava ter certeza, agora Nin podia fazer a pergunta que talvez chegaria a calar o menino:
- Certo, agora tudo faz sentido, mas... por que me odeia?
- HÃ?! Que pergunta sem sentido, porque você é um Aquígno!
- Ainda não respondeu...
- O que você está falando, claro que respondi!
- O que eu fiz para você? O que os Aquígnos fizeram para você?
- Não importa o que vocês fizeram para mim! Meus pais lhe odeiam por algum motivo que não preciso saber!
- Aaaah! Então você não sabe o motivo, apenas segue o que seus pais lhe ensinam, mesmo não sabendo de nada, você sente uma raiva profunda dos Aquígnos, o que não faz sentido, já que você não tem lembrança de nada que lhe deixe com raiva, porque você simplesmente não sabe o motivo! – Nin sempre quis dizer isso para as pessoas das gerações novas que mesmo não sabendo o porquê brigam.
- O que você está dizendo?! Você deveria me odiar também!
- Eu te odeio, mas não por você ser um Canestaco, e sim por ser idiota e por ter me batido e me xingado! Isso me faz ter raiva de você porque eu tenho lembranças de como aquilo doeu, me bateu como se fosse normal, claro que estávamos em uma briga, mas mesmo nessa situação, não podemos deixar de ter raiva, porque nós não controlam os sentimentos, só podemos segurar, as vezes nem prestamos atenção do porquê que estamos com raiva, queremos fazer outros sofrerem como nós sofremos para nos confortar, mas você, você simplesmente não tem motivo, você nunca teve problemas com outro Aquígno e mesmo assim tem raiva deles.
- Eu não preciso de motivo! Nem que eu precise fingir ter raiva! Não posso contrariar meus pais!
- Então você finge ter raiva? Na verdade você não tem raiva alguma?
- S-sei lá! Eu não posso ter contato com você! Não é mais fácil eu te odiar do que ser seu amigo?
- Verdade... acho que você tem razão, mas não somos obrigados a ficar desse jeito, podemos simplesmente nos encontrar aqui normalmente, conversando, você nunca quis saber a verdade da guerra entre nossos clãs?!
- Não estou interessado, nem em ser seu amigo e nem descobrir a "verdade da guerra entre nossos clãs".
- Que pena, achei que você fosse diferente.
- Mas estou interessado em saber seu nome, o meu é Sein, o sobrenome você já sabe.
- Não quer dizer que você disse o seu nome que eu deva dizer o meu também.
- S-seu desgraçado! Eu acabei de falar meu nome! Deveria me recompensar com o seu!
- Nínkiu. Nínkiu é meu nome.

- Hum... Nínkiu... um nome bem afeminado.

- COMO É?! Seu filho de uma pu...

    De repente Nin é interrompido por alguém gritando um "ei" de longe, era a menina acenando e vindo na direção de Nin e de Sein correndo.
- Ei!
Sein então diz:
- A menina que salvamos?!
- Sim, parece que ela está bem.
Enfim ela os alcança, ofegante ela diz:
- Eu... vim... agradecer... vocês... por... aquele dia...
- Respire um pouco.
Diz Nin. Sein então fala:
- Não tem problema, aquilo não foi nada.
- Claro que foi! Salvaram minha vida! Estou muito grata, confesso que fiquei um pouco com medo, achei que ia morrer, obrigado por me levar até o hospital! E você obrigada por me resgatar do afogamento!
- Sem problemas.
Nin também responde:
- De nada, você parece estar melhor, qual o seu nome?
- O meu é Clare!
- E seu sobrenome...?
- Meu sobrenome? O meu sobrenome... bem... é... – Clare então continua depois de uma grade pausa – O que é sobrenome...?
    Sein e Nin ao mesmo tempo colocam a mão em suas próprias testas, decepcionados, mas mesmo assim Nin responde:
- Sabe, você tem dois nomes, o seu primeiro nome e o segundo, o segundo é um nome que seu pai, sua mãe, tio, ou qualquer outra pessoa da sua família tem o mesmo que o seu.
- Aaaah! Lembrei!
- Então... qual é?
- Não! Eu quis dizer que eu lembrei o que é sobrenome mas não lembro o meu.
    Dessa vez Nin e Sein colocam as duas mãos nas próprias testas. Nin então desiste, a menina percebe a decepção dos dois e dá uma risadinha, Clare era uma menina bonita com um cabelo longo chegando em suas costas e escarlate, olhos azuis, e um vestidinho desbotado, usava uma pequena sapatilha também um pouco suja, Nin preocupado perguntou:
- Você não tem nenhuma outra roupa?
- Eu? Não...
- Hum... quantos anos você tem?
    Clare começou a contar nos dedos, Nin vendo essa cena pensou que ela teria seis anos ou no máximo oito, depois que ela termina, mostra suas mãos fazendo um dez, era aceitável ela ser meio burrinha com dez anos, mas Nin tinha onze e não era burro como ela, talvez fosse por ela não ter tantos amigos, ou então por ela ser muito inocente, mas não, Nin só não contava com algo, ela não tinha terminado, logo ela "zera" seus dedos e adiciona dois...
- Doze anos!? – Diz Nin em um grito.
    Sein também tem a mesma reação, parecia que Sein também tinha uma idade menor que a dela ou a mesma, talvez fosse mais velho, mas para ele ter tido essa reação é provável que não fosse tão mais velho:
- O quê?! – Disse Sein alongando o "ê" exageradamente e gritando também.
Clare meio que se assusta:
- Algum problema...?
Nin então a conforta:
- Não! Não! ... só não imaginávamos que você era tão velha...
- E... eu... sou velha...?
- Não! Não! Não quis dizer isso! Você é mais velha do que pensávamos, achamos que você tinha dez anos entende?
Na verdade Nin achava que ela tinha seis.
- Ah tá! Entendi.
    Ela realmente era meio burra para essa idade, ou ingênua, Nin não sabia julgar direito, mas não importava. Sein então foi saindo, Nin o perguntou antes que saísse:
- Já está indo?
- Ah... é... sim...
    Depois de dizer isso ele saiu correndo, Clare deu um "tchau" gritando para Sein enquanto acenava, ele apenas olhou para trás e não respondeu. Nin disse a Clare:
- Ah! Então vou indo também.
- Hã? Vai ir também? – Disse ela meio triste.
- Não! Tudo bem... eu posso ficar... não tenho nada para fazer na vila mesmo. – Disse Nin querendo confortá-la novamente.
- Sé-sério? Que bom!
    Clare pareceu muito feliz, assim Nin e Clare ficaram perto da árvore conversando, Clare fez bastante perguntas e quis brincar de tudo com Nin, ela parecia ser bem solitária, os dois apostaram corrida, brincaram de se esconder, caçar borboletas, mas o interessante, é que ela sempre ganhava de qualquer brincadeira, era muito disposta e tinha bastante energia, Clare devia brincar bastante sozinha. Nin depois que terminaram de brincar de todo tipo de coisa, ficou cansado e parou, Clare queria brincar mais e mais, mas Nin preferiu conversar com ela, era menos cansativo:
- Você é muito boa nessas coisas...
- Nin está triste por perder para uma garota em todas as brincadeiras que garotos costumam ganhar? – Disse Clare com o objetivo de irritá-lo para fazê-lo brincar mais.
- Hã? Eu não fico triste com essas coisas... – Disse ele rindo.
- Não precisa esconder Nin, pode admitir que está mal, mas fique tranquilo talvez um dia você ganhe de mim! – Disse rindo também.
- Claro que eu não ligo para isso Clare! – Disse ele começando a ficar com raiva
- Não precisa esconder perdedor!
- O que deu em você Clare, tudo bem você ganhou...
- Perdedor! Perdedor! Perdedor! Para de se fingir você está com raivinha seu perdedor!
    Nin sabia que era uma forma de provocação para ele brincar, mas mesmo assim estava furioso, aproveitou que já estava com raiva mesmo e correu atrás dela dizendo:
- Agora eu vou te pegar! – Com um tom brincalhão.
- Hahaha! Como se conseguisse correndo desse jeito igual uma velha! – Disse ela para apenas reforçar a raiva de Nin.
   Bom, depois de tudo isso começou a escurecer e chegou a um ponto em que até a Clare ficou cansada, os dois então voltaram para a vila enquanto conversavam no caminho...:
- Obrigada por hoje, foi bem legal!
- É... foi... achei que você nunca ia se cansar...
- Bom sei que me cansei mais tarde que você! – Disse Clare rindo.
- Verdade... agora, se quiser, você pode dormir na minha casa, minha mãe pode arrumar algum lugar no meu quarto para você ficar.
- Ugh! Está dizendo para eu dormir com um menino?!
- Se quiser pode dormir na rua não tem problema algum.
- Eu quero que você durma na rua para mim dormir na sua cama!
- Prefiro você dormindo na rua. – Como se fosse fácil ele deixar uma coisa dessas.
- Hum... tá, eu durmo no seu quarto, mas não tente fazer nada estranho!
- Você realmente não me conhece, eu nunca faria algo assim!
    Nin realmente não conseguia enxergar necessidade em coisas desse tipo, ele realmente não faria nada assim, mas já estava achando essa conversa entediante e nojenta, até preferiu que ela dormisse na rua com um cachorro sarnento cheio de pulga, mas a sorte de Nin é que eles já tinham chegado na vila, os dois então foram em direção a casa de Nin, Nin então pediu a sua mãe para ficar dentro de casa:
- Mãe, essa é a Clare, uma amiga minha que quase morreu e que está aqui para se recuperar disso, mas ela não tem onde ficar, ela podia ficar aqui em casa? Não se preocupe, ela pode dormir no meu quarto! É só por enquanto.
- Faça o que quiser... – Disse sua mãe pouco se importando. Logo ela volta a fazer o que estava fazendo, Nin então diz a Clare:
- Você pode ficar aqui.
E a levou a seu quarto, mostrando tudo dele, que não era muita coisa, então fez uma cama improvisada colocando umas coisas no chão para ele mesmo, a deixou dormir na cama, ela então disse:
- Fazia tempo que eu não deitava em uma cama! Estou tão feliz!
    Nin depois dessa frase sentiu um pouco mais de pena da Clare, ficou feliz de poder estar ajudando de alguma forma.
    Depois de conversarem bastante do que fazer amanhã e depois de algumas perguntas de Clare enfim dormiram, terminando assim mais um dia, Nin demorou mais para adormecer, ele tinha uma grande dificuldade de dormir.
    No dia seguinte, Clare foi a primeiro a acordar e por isso acordou Nin, por Nin ter dormido muito tarde ficou com muito sono, mas ela não o deixava dormir mais, então ele simplesmente levantou e a levou a mesa para tomar o café da manhã, ele não tinha muito a oferecer, mas ele nunca teve problemas com comida, Nin só comia para não morrer, os dois comeram pão com queijo, ela não reclamou muito também, Nin pediu desculpas por não ter nada a oferecer, mais por educação:
- Desculpe Clare, aqui em casa não temos muito a oferecer... se estiver ruim, bom... você pode não comer, se não se importar de ficar com fome.
- Essa... – Dando uma enorme pausa continuou – Essa é a melhor refeição de toda minha vida...
    Nin nesse momento não soube o que dizer, para ele aquilo era considerado ruim, mas para ela, era a melhor coisa do mundo... o que ela devia comer? Nin até ficou arrependido de ter dito aquilo, a situação dela era pior do que ele pensava.
- Hmm... então... vamos para a árvore?
- Vamos! – Disse ela empolgada.
    Nin chegando no lugar de sempre, não encontrou Sein, ele realmente vai evitar aparecer na árvore, mas Nin não se importava mais tanto, Clare queria brincar e não queria ficar esperando, Nin então atendeu o pedido dela, acabando mais um dia, e novamente iniciando outro do mesmo jeito que o dia anterior, e no dia seguinte foi a mesma coisa, e no próximo dia também, e no outro dia de novo a mesma coisa, e isso virou uma rotina, passando três meses, Clare já tinha um calçado e roupas novas, tinha também até se acostumado, e por isso passou a chamar Nin de irmão, Nin considerava ela praticamente uma irmã também, chamando-a assim de irmã.
    Dentro desse três meses, ouve algumas reuniões dentro do Conselho Aquírem, onde eles planejavam atacar o clã Canestatis, o Conselho Aquírem era formado por cinco pessoas, a Fênix, no caso, o líder da vila, Zeny, O Retalhador da Luz. O ex-líder tem o direito de comparecer, mas não é obrigado, esse seria Chizu, O Filho de Floyd. Os conselheiros, que são três, estão bem velhos, eles servem para dar obviamente conselhos ao líder da vila, enquanto o ex-líder opiniões e ideias, mas claro, a decisão final sempre cabe ao líder, Chizu não participa sempre, mas das últimas vezes ele teria participado, e ele chega a ser mais forte que o líder, o que significa que se for para vencer essa guerra contra os Canestacos é muito importante sua participação, e também existem alguns "espectadores" das reuniões, que seriam os líderes dos esquadrões de batalha, existem nove esquadrões na vila, formando então uma sala com uma bela mesa oval com quatorze cadeiras e quatorze pessoas, ou então, treze pessoas, Nin gosta muito de ouvir as reuniões, ele tenta ouvir da porta, e consegue, já que todos falam muito alto, Clare sempre quis saber o porquê de Nin tentar ouvir, então por isso sempre pergunta a Nin o que eles falaram dentro do Conselho, Nin sempre conta a ela já que ela não entende mesmo, ela sempre diz que não entendeu no final da "palestra" de Nin, então não importa se ela souber ou não.
    Bom mesmo Nin ouvindo as estratégias ele não tinha como ver a localização que iriam acontecer as táticas, pois eles usavam um mapa e provavelmente para dar informação do local apenas apontavam o dedo, por isso Nin não sabe tudo, mas explicou mesmo assim a Clare e disse que também não tinha entendido, mas Nin sabia que as chaves da batalha era Zeny, Chizu e Alanka, Alanka era o líder do 7º esquadrão, e era considerado o mais forte líder, seu título era "Carrasco do Inferno", lutava com um machado, e usava métodos brutais assassinando todos os seus inimigos, ele pode ter muitas qualidades mas é muito arrogante, e por isso nenhum líder gosta dele, mas não importava isso na guerra, o nosso clã queria de uma vez acabar com essa rivalidade eliminando o rival, mas ninguém estava com esperanças de vitória, já que durou décadas essa rivalidade e nunca foi encontrado um vencedor, por que nessa guerra teria enfim um vencedor? Mas eles tinham que tentar, e essa estratégia estava na vantagem deles, pelo menos era isso que podia se entender nas conclusões do que Nin tinha ouvido.
    Um dia normal, Nin e Clare conversando enquanto brincavam com os peixes do lago perto da árvore e davam comida, Nin começou a conversar com Clare:
- Irmã, você vai ficar aqui para sempre?
- Por que está me perguntando isso irmão?
- Não sei, sabe, você tem um lugar de que você veio, e está aqui a três meses, quando você vai voltar?
- Mas... eu não quero voltar!
- Hã? Tem certeza? E seus pais... devem estar muito preocupados com você por estar fora a um mês!
- Pa-pais...?
- É ... espera... Você não tem pais...?
- Não.
- Não...? Hum...
- Eu queria ser filha da sua mãe de verdade!
- Por que você nunca me disse que não tinha pais...?
- Está triste irmão?
- Não... só estou surpreso...
    Nin tinha ficado tanto tempo com ela achando que um dia ela simplesmente ia voltar para casa, Nin ia descobrindo de pouco em pouco a vida dela, e ia cada vez mais se surpreendendo com o fato de ela ter uma vida sofrida mas ser tão feliz, e agora? Nin não sabe de onde ela veio, ela não tem pais, bom... pelo menos ninguém está preocupado com o fato de ela estar tanto tempo desaparecida, mas como será que ela não tem pais? Será que eles a abandonaram? Ou então eles morreram? Nin fazia essas perguntas enquanto olhava para Clare brincando com os peixes, quem será que cuida dela? Nin não hesitou em perguntar:
- Irmã, quem cuida de você na sua vila...?
- Milli!
- Milli?
- É! A Milli!
    Disse ela sorrindo, devia ser algum tipo de cuidadora de um orfanato ou coisa parecida, Nin perguntou quem era:
- Quem é essa pessoa irmã?
- É a minha amiga!
- Amiga? Quantos anos ela têm?
- Não sei, ela é adulta, todos os dias ela vem me dar comida, a gente fica pedindo dinheiro para as pessoas.
    Esmola... para Nin já bastava de perguntas, não queria ficar sentindo pena dela, era um sentimento ruim demais, Nin então parou de conversar e a convidou para brincar de algo.
    Depois de Nin e Clare terem passado a tarde brincando, voltaram para vila como sempre, Nin já gostava dessa rotina, e por mais que fizessem isso sempre, ele não achava isso entediante, era sempre legal, mas nos últimos dias eles não conseguiam encontrar outros tipos de brincadeira tendo que brincar sempre a mesma do dia anterior, que também era repetido no dia anterior do anterior, mas só por isso tinha ficado um pouco chato aquele dia, Nin gostava de ver Clare feliz.
    Já dentro da vila, todos estavam comemorando por algum motivo, o motivo era que aquele dia era aniversário de Zeny, sim, Nin tinha se esquecido, já estavam no meio da festa, provavelmente tinha sido a tarde o começo da festa, a parte dos discursos chatos, 2º de agosto, Zeny tinha feito 35 anos, Nin tinha que se desculpar pela falta no início da festa, indo em direção a ele que se encontrava dentro de sua casa, na verdade, qualquer um que fosse a Fênix do clã tinha essa casa, era chamada de Aquímum, ou a Casa das Fênix, tinha um escritório da Fênix e tudo. Nin chegando em Aquímum se encontra com Zeny, o líder da vila, ele estava muito sorridente com uma bebida em sua mão enquanto tudo estava bagunçado ali e um monte de homens pulando com suas bebidas felizes, Nin não achava que ele precisava de desculpas, mas Nin foi dar mesmo assim:
- Zeny! Desculpe por não comparecer no início da festa!
- Oi?! Desculpe não está dando para te ouvir aqui!
Realmente estava bem barulhento, os homens estavam cantando sem parar e tocando uns banjos e gaitas, Nin então apenas disse "Esquece!", e saiu. Clare estava esperando lá fora o tempo todo, perguntou ela então:
- Como foi?
- Dei desculpas mas ele não ouviu, quer saber ele não está nem um pouco interessado se eu estava ou não na festa, acho que não preciso que ele ouça minhas desculpas.
    Disse Nin rindo, Clare e Nin aproveitaram a festa no resto do dia, tinham comida e tudo, bem que eles estavam botando mesas e coisas de manhã, Nin realmente não era bom com datas, mas não importava mais, os dois então comeram de tudo que tiveram direito, Clare até dançou com os homens, mas Nin não o fez por achar um tanto ridículo dançar daquele jeito, mas Clare o obrigou puxando-o, Nin acabou percebendo que eles dançavam assim só porque era muito divertido, e até ele perdeu a vergonha, estava sendo um dia divertido para todos, até que o dia chegou ao fim, assim todos voltaram para suas casas por estar muito tarde.
    Depois de uma noite difícil de dormir como sempre, não só porque Clare não parava de falar, mas também pela dificuldade natural que Nin tem na hora de dormir, era um novo dia, o estranho desse dia, é que pela primeira vez durante três meses ele acorda por si só, Clare não estava para acordá-lo, de certa forma isso era bom, Nin pensava que não tinha com o que se preocupar, Clare só decidiu não acordá-lo hoje, como uma forma de conforto ele pensava assim, conseguiu deixar a preocupação de lado, mas só por um tempo, ou sendo mais específico, uma manhã, depois de ele ter tomado o café sem a Clare, foi enfim a árvore, era mais provável que ela estava lá, para surpresa de Nin, não, ela não estava lá, assim Nin voltou a se preocupar, correu para a vila e foi perguntar a sua mãe sobre Clare, ela falou que Clare tinha saído sem tomar café, será que ela tinha voltado para sua vila? Nin decidiu perguntar aos moradores da vila sobre ela, alguns falaram que não viram ela, mas uma mulher falou que ela saiu da vila correndo, o que estava acontecendo? Clare não era disso.
    Nin já tinha ido em todos os lugares que Clare provavelmente iria se saísse da vila, mas ela não estava em nenhum lugar, então voltou a sua vila, claro, ela deve ter se lembrado a onde ela vivia e por isso voltou, Nin tinha que começar a se conformar, mas sem se despedir? Afinal ela ficou na vila por três meses com ele cuidando dela, Nin estava decepcionado com isso, tinha que voltar a vila, parece que ela tinha ido embora, só restava se conformar, foi a decisão dela, talvez ela não se despediu para não deixar Nin mal, fazer o quê.
    Nin já dentro da vila viu que no tempo que ficou fora aconteceu algo, ninguém estava na rua, ou em qualquer lugar público da vila, Nin só via um tumulto em Aquímum, na Casa das Fênix, Nin foi em direção a casa, mas não conseguia entrar porque todos estavam na sua frente, então resolveu apenas perguntar para as pessoas que conseguiam assistir, foi em direção a um homem, parecia ser um soldado:
- Moço! O que está acontecendo?
- Não sei ao certo, mas todos estão desesperados, parece que Chizu, o ex-líder da vila, está morto!
    Nin então ficou surpreso, como Zeny estava diante dessa notícia? E a estratégia, que usaria Chizu como uma das chaves dela, parece que novamente não haverá um vencedor desse ataque, já que provavelmente o ataque não acontecerá, Chizu era muito importante. Tantas coisas estavam acontecendo em um mesmo dia, o sumiço de Clare, a morte de Chizu, Nin não tinha absorvido tudo ainda, decidiu ir até a árvore, para analisar mais tudo.
    Chegando na árvore ele sentou, entrando em um estado pensativo, aquele dia estava sendo um dia meio louco, Chizu era um velhinho tão legal, não era possível, como ele pode ter morrido? Assassinado era impossível, ele era o homem mais forte da vila, e com uma espadada matava qualquer um, deve ter morrido de velhice, estava realmente velho, ou então deve ter acontecido um acidente, talvez da festa de ontem, alguma coisa estragada que ele pode ter comido ou bebido, existem muitas possibilidades, mas assassinado... acidentalmente também era um pouco difícil, já que ele é conhecido como "Filho de Floyd" o Deus da Sorte, ele teria que ter azar para morrer desse jeito, não que Nin acreditasse em sorte ou azar, mas também não dizia que não existia coisas desse tipo. Nin enquanto pensava, olhava para um ninho de passarinho de um galho da árvore em que ele estava sentado, ver aqueles pássaros sendo alimentados pela sua mãe e tudo isso o deixou com sono, fazendo com que cochilasse.
    Nin depois de um belo cochilo que o fez recuperar-se de várias horas que Clare não o deixou dormir, levantou, e parece que o cochilo durou a tarde inteira, não, não só a tarde, devia ser umas oito horas da noite, Nin não gosta de dormir, pois perde tempo, ele podia ter feito tantas coisas, na verdade... não, ele teria ficado sem fazer nada e teria um dia entediante como qualquer outro, mas talvez ele pudesse hoje ter feito algo, bom não importava mais, ele já tinha dormido a tarde inteira e mais um pouco não tinha como voltar atrás, as pessoas podiam estar preocupadas, por isso era melhor voltar para a vila logo. Nin então andou em direção a vila, mas no caminho, sentiu um cheiro de queimado estranho e a vila estava iluminada demais, principalmente por já ter escurecido completamente, Nin não hesitou e voltou correndo para ver o que estava havendo em sua vila. Depois de alguns minutos correndo, já avistava a vila, acabou descobrindo o porquê de tanta iluminação, ela estava sendo queimada! Passou tantas coisas na cabeça de Nin naquele momento em que teria descoberto a vila em chamas, o que poderia ter causado aquilo? Algum acidente? Ou... um ataque... não, mas se fosse um ataque, seriam os Canetatis, e também seria muita coincidência um ataque naquele dia, já que se Chizu não tivesse morrido eles, os dois teriam se encontrado no caminho hoje, o planejamento do ataque era para hoje, Nin precisava descobrir o que estava acontecendo, ele precisava entrar na vila, mas espera, existe uma possibilidade de ser algum inimigo, Nin seria pego também se fosse os Canestatis, mas se não fossem os Canestatis? E agora? O que Nin ia fazer...? Era arriscado, mas não importa, Nin precisava ajudar seus companheiros, ou isso seria suicídio? Talvez não seja um ataque, Nin precisava se aproximar mais para enxergar o que estava acontecendo de verdade, Nin realmente estava disposto a isso, até que ele presenciou uma cena, viu um homem caindo para fora do portão da vila morto, era um soldado Aquígno! Enquanto um outro soldado Canestaco fincava uma espada em seu rosto, o homem implorava por piedade, Nin nunca na vida tinha visto uma batalha tão violenta, por isso ficou paralisado por uns sete segundos, mas logo voltou a consciência e não hesitou em sair correndo para longe, mas não dava mais tempo, sete segundos pode ser muita coisa... naquele momento por exemplo, foi... apareceu um homem, de cabelo castanho claro, muito parecido com o cabelo de Nin, que tinha a mesma cor, porém com estilos de cabelos diferente, de Nin era um cabelo de tamanho médio com pontas repicadas, mas o resto era liso, já o do homem era um cabelo curto, mas não tanto, seus olhos eram pretos, de Nin também era preto, ele estava com sua espada no chão e suas duas mãos no pomo da espada, no caso, a "bunda" da espada, com um sorrisinho ainda não completado, ele então perguntou:
- Aonde vai... garoto...
    Nin então não soube o que fazer, deu dois passos para trás enquanto olhava para ele desesperado, ele era o "Assassino do Silêncio", era seu título, tinha esse título porque ele luta com sua espada embainhada e atinge seus inimigos sem encostar neles, se isso são rumores que se dane, se ele quiser ele desembainha sua espada e mata Nin, agora tinha que correr, correr pela vida, espera... Nin enfim lembrou, o líder do clã mudou recentemente, por algum motivo, ele... ele... é o atual líder do clã, Nin deve ter demorado para lembrar disso por estar com muito medo naquele momento! Vern Canestatis! Eleito a pouco tempo, apenas a alguns meses... depois do segundo passo que Nin deu, parou por três segundos, virou e correu desesperado para dentro da vila, não era o melhor lugar do mundo para se fugir mas ou era arriscar a sorte dentro da vila e tentar alguma chance de sobrevivência ou era morrer de certeza ali na floresta da entrada da vila, Nin correu, correu e correu, até que enfim chegou em seu objetivo, a vila, tudo pegava fogo, e muitos corpos de Aquígnos, poucos de Canestacos, Nin não podia parar, foi correndo enquanto via a situação até que um momento ele olhou para trás, lá estava o homem andando em sua direção, parecia que ele não tinha pressa, ele apenas andava com sua espada embainhada, sem se importar se Nin corria ou não, mas Nin estava em um campo de batalha, a qualquer momento podia vir um homem cortar sua cabeça da direção contrária, e realmente veio, um homem chegou parando Nin, com sua mão e o segurando, Nin apenas ficou se debatendo tentando fazê-lo soltar, mas não conseguia, ele levantou o garoto e se posicionou para dar um corte, porém, ele simplesmente sumiu da vista de Nin, Nin pôde apenas vê-lo voando a cinco metros do chão, Nin também quase foi junto mas ele soltou-o antes, de onde veio aquilo? Nin só sabe que sentiu um vento passando em seus pés, se Nin tivesse no chão teria sido levado por esse "vento", na verdade teria sentido passar pela sua cabeça quase de raspão, o homem depois de uns segundos caiu inconsciente, Nin foi salvo, ou não... Nin olhou para trás tentando descobrir quem foi o causador disso, e lá estava, o Assassino do Silêncio, em uma posição como se estivesse acabado de dar um golpe da direita para esquerda, com a espada embainhada ainda, será verdade aqueles rumores? Ele estava tão longe! A mais ou menos 30 metros de distância! Como?! E por que ele atacou o próprio aliado? Não importa agora, o fato é que ele fez isso! Talvez porque ele queira matar Nin e não ser interrompido por ninguém, ele talvez queira matar Nin sozinho, continuou correndo, mas não sabia se devia fugir ou se esconder em uma das casas, Nin olhou para trás com o objetivo de conferir o que ele estava fazendo, mas agora parece que ele decidiu correr, a sua velocidade era impressionante, ele estava com intenção de matar, e agora? Nin ia simplesmente morrer? Não podia ser o fim, ele não ia conseguir escapar, a sua velocidade era muito alta, em dois segundos ele já tinha passado da metade do caminho de alcançar Nin, e a corrida de Nin mesmo na velocidade máxima não era nem metade do que corria, era o fim? Acabou? Não, não era, alguém aparece para protegê-lo, era Alanka! O líder do 7º esquadrão de batalha, ele olhou para Nin enquanto os dois pressionavam seu machado e espada um no outro e disse:
- Haha! Garotou você viu a morte bem na sua frente, vá, ande, eu cuido dele!
- Obrigado! Eu nunca vou me esquecer disso...
- OK, lhe pego depois que eu matá-lo... – Disse o Assassino do Silêncio...
- Hahaha! Me matar? Não diz coisas assim antes mesmo de acabar a batalha... – Alanka respondeu.
- Carrasco do Inferno... você ainda pode implorar por sua vida...
- Essa sua morte vai ser sua sentença de prisão perpétua... no inferno...
    Enquanto isso Nin fugia, agora Nin podia fugir da vila sem problemas. Nin já lá fora não parava de correr, quando se cansou teve que parar, aproveitou e sentou em uma pedra, já estava bem longe, mas ouviu uns barulhos perto da onde ele tinha sentado, o medo tomou todo o seu corpo o fazendo tremer, ele tinha vontade de sair correndo gritando, mas não seria inteligente, o barulho era de pessoas andando, três pessoas talvez... estava se aproximando... Nin tinha que correr... mas estava paralisado... "Que droga, ter que morrer por causa de um corpo que se recusa a me obedecer." pensava Nin, mas por sorte era Clare andando calmamente pela floresta! Sorte! Ou não... ela estava com duas mulheres de seu lado... as duas eram muito bonitas... tinham mais ou menos 18 anos, uma era meio desajeitada, com menos roupa e oferecida, ela era a mais sensual das duas, tinha um cabelo curto preto, bem parecido com o da mãe de Nin, olhos pretos também, e tinha uma arma bem interessante, uma tecnologia que Nin nunca viu, ela usava duas bestas, aquele arco menor em que você atira apenas apertando um botão, porém elas eram bem menores, muito mesmo, dava para segurar uma em cada mão, ficava na sua cintura as duas armas, uma de um lado e a outra do outro, suas roupas tinham um padrão de cores, mas estilos diferentes, a da garota com as bestas usava um cachecol branco, e uma roupa com algumas partes aparecendo, tipo a barriga, ou as pernas, usava botas e luvas, tudo de azul marinho e branco, alguma partes estavam contornadas de branco e o resto azul marinho, e em algumas partes como por exemplo as costas e os ombros estava o símbolo do clã Canestatis, enquanto a outra era uma garota com uma aparência mais educada,  tinha cabelos longos que iria até as costas se ela soltasse, porque o cabelo dela ficava preso, como um rabo de cavalo, seu cabelo era preto também, as duas pareciam gêmeas, mas de estilos ao contrário, ela sempre ficava séria, e tinha um olhar mais fechado, estava sempre de braços cruzados, sua roupa era um pouco parecida com a da sua parceira, mas algumas partes eram substituídas por uma armadura, por exemplo o peitoral, suas luvas, ombros e pés, usava uma meia-calça preta, as cores de suas roupas eram sempre azul marinho e preto, realmente, as duas pareciam ser uma ao contrário da outra, ela também era bem bonita, mas sua irmã se destacava mais por causa das roupas, essa não tinha cachecol. As três pararam depois que avistaram Nin, Clare estava arregalada ao vê-lo, as duas estavam apenas surpresas de encontrar um Aquígno tão longe da vila e tão pequeno, mas Nin perguntou mesmo assim a Clare o que estava acontecendo:
- Clare... quem são essas pessoas? Por que saiu sem me dizer nada?! Fiquei preocupado!
- Que bonitinho Clare! – Disse a mulher com cabelo curto e um jeito mais oferecido.
- Cala a boca Lina. – Respondeu Clare, como se conhecesse a mulher.
    Nin se assustou um pouco com esse jeito de Clare, ela estava estranha, com um olhar mais frio e sério, parecido com a garota de cabelo longo, ainda mais depois dessa resposta que ela deu, "Lina" era o nome da garota de cabelo curto, pelo menos era o que parecia, ela depois do comentário de Clare começou a rir colocando sua mão na boca, Clare então respondeu:
- Olá... "irmão"...
- Irmã... o que está acontecendo? Por que voltou? Está acontecendo uma guerra! – Disse Nin percebendo esse jeito dela e ignorando.
- Ah... sim... a guerra... bom, eu sei mais que você sobre ela.
    Nin percebeu que ela mudou o tom de voz, começou a falar mais grosso, como uma menina na idade dela falaria, e não como uma criancinha de seis anos como ela falava, ela mudou realmente, e isso agora? "Eu sei mais que você sobre ela" como assim? Nin não hesitou e logo perguntou:
- Como assim Clare? Sabia que isso ia acontecer?
- Óbvio! Uma parte dela aconteceu por causa de mim!
- Quê?! Clare você mudou muito! De onde você aprendeu a palavra "óbvio"? – Pareceu ter sido uma piada isso, mas não, Nin perguntou sério. Logo Clare dá uma risada baixa e um pouco maligna, dizendo logo após:
- Entenda Nin, acabou, eu nunca fui aquela garotinha, eu era uma espiã todo esse tempo! Na verdade eu não era a única, eu era uma de 45 espiões, vou explicar, esse é um projeto existente a quase dez anos, consiste em basicamente mandar vários espiões com uma faixa de nove a onze anos, que são treinados desde o quatro anos de idade ou seis, o treinamento se baseia em dois passos, o primeiro é o treinamento dos sentimentos, ainda bem cedo as crianças são treinadas para se esquecer de seus sentimentos, o treinamento dura dois anos, e logo depois vem o segundo passo, que é o treinamento social, onde essas crianças aprendem a ficar amigos das pessoas muito rápido, o que ajuda mais isso é o fato delas serem crianças, essa parte dura três anos. Depois que essas crianças estiverem prontas, elas são todas mandadas para uma organização de grupos, basicamente os superiores, no caso, os adultos que treinaram as crianças, montam um grupo para elas, adicionando além da criança duas outras pessoas, essas duas outras pessoas não são necessariamente crianças, na verdade eles normalmente são adultos, esses dois vão servir para receber relatórios todos os dias do espião, são dois porque se um não puder comparecer o outro vai, por exemplo, essas duas são do meu grupo, o Grupo 23, Nina e Lina, são irmãs gêmeas, logo depois dos grupos serem selecionados, eles enviam todos os grupos, que no total são 45 grupos obviamente, cada criança tem que ter seu grupo, junto com os outros 90, para uma vila que querem atacar, no caso a vila de vocês, Aquírem, e assim, logo depois delas serem enviadas, cada uma criança espiã deve dar seu jeito de entrar na vila de alguma forma, para você eu fingi ter me afogado na frente sua e de Sein, Sein também era um espião e tentou entrar na vila usando você, mas eu consegui primeiro, por isso ele saiu, ele pertencia ao Grupo 18, mas no caso dele não deu certo, pelo menos não deu certo com você, não sei se ele depois disso tentou entrar usando outro método com outra pessoa, bom mas isso não importa, depois que entrarmos na vila de alguma forma, temos que criar um laço muito forte com alguém importante da vila, por exemplo um capitão, alguém que tem o direito de participar das reuniões de estratégias de ataques, assim, devemos conseguir todas as informações que pudermos, não necessariamente precisamos seguir esse passo, se conseguirmos entrar de alguma forma na reunião para nós mesmos ouvirmos também pode, mas é muito arriscado, então é melhor pegar as informações dos capitães depois que eles encerram as reuniões, temos cinco meses para terminar essa missão, resumindo, temos que ficar conseguindo relatórios para nosso grupo todos os dias durante cinco meses, e assim, terminamos a missão para usar essas estratégias a nosso favor quando fizermos alguma guerra contra esse clã seja ele quem for, a grande quantidade de crianças existe pela precaução, por exemplo, se fosse apenas uma criança para fazer a missão, tudo ia depender dela, se por algum motivo ela falhasse e descobrissem que ela era uma espiã, ela nunca mais ia conseguir voltar lá e continuar a missão, por isso 45 crianças, temos não só uma, ou duas chances, mas sim 45, nessa missão falharam em média 6 grupos, porém, 32 grupos mesmo tendo conseguido continuar a missão, estavam em uma situação em que eles não iam terminar a missão bem, por exemplo eu, que ao invés de um capitão me salvar e eu me socializar com o capitão, fiquei com uma criança que não tem influência nenhuma nas reuniões, e assim quase não consegui nada, mas você tinha métodos para ouvir as reuniões e conseguir informações para passar para mim, fazendo com que eu não fosse um desses 32 grupos, mas eu demorei três meses para começar a conseguir algumas coisas, resumindo, apenas sete grupos ajudaram em algo em seus relatórios, mas bem, se você percebeu, não se passaram cinco meses, e sim apenas três meses não é? Sabe por que? Porque depois de três meses da missão ter iniciado, recebemos a notícia de que alguém importante teria morrido na vila, sim, o 7º Líder Aquígno, e o atual ex-líder da vila vivo, quer dizer, morto, depois dessa notícia simplesmente tinha acabado nossa missão, agora era apenas iniciar um ataque no meio do funeral e pronto, ganhamos a tal "guerra eterna dos clãs Aquígnis e Canestatis" em um único dia, na verdade, em algumas horas, ninguém estava preparado para isso no meio de um funeral. Esse é um projeto que recebeu o nome de "Do'Muran", Vern nunca disse o significado nem o porquê desse nome, mas não importa, ele não planejou usar isso apenas em vocês Aquígnos, ele planeja usar contra outras vilas também, vocês foram apenas um teste.
    Nin não conseguiu esconder a surpresa depois de ter ouvido essa história, realmente estava confuso, tentou responder algo, mas ele não sabia o que dizer, estava muito surpreso para fazer ou falar qualquer coisa, Clare era aquela menina doce e inocente, não era possível, como? Isso nunca passou pela cabeça de Nin, e pensar que ele tinha pena dela... que decepção, Nin estava se apegando demais a ela e mesmo assim no final isso foi uma completa desvantagem, Nin pensava nessas coisas enquanto Clare continua:
- Eu entendo que você ainda não conseguiu se conformar, mas é bom se acostumar, na verdade não vai nem dar tempo para isso... recebemos uma missão especial, uma missão que nosso líder deu apenas para nós, já que fui eu a pessoa que criou um "laço forte" com você, recebemos a missão de mata-lo se encontrássemos você em algum lugar, era para você estar morto logo, mas como prova de que tudo isso que eu fiz não foi nada pessoal e que eu não tenho nada contra você, apenas executei uma missão, resolvi contar tudo antes da sua morte, não seria justo você ser morto sem saber o porquê e ainda morto pela pessoa que você estava mais apegado ultimamente, não sei o que nosso líder quer com você, mas preciso fazer isso... Nina... – Disse Clare enquanto Nin olhava para baixo e lentamente lentava a sua cabeça para olhar na cara de Clare e das duas garotas enquanto ouvia a parte que ele iria ser morto, Nina retira uma lança, a lâmina da lança era bem grande, dois quintos da arma era só a lâmina para se ter noção, Nina era a garota de cabelo longo, depois que ela retira a lança do suporte de suas costas diz enquanto se aproxima de Nin:
- Reze.
    Logo a garota levanta sua lança e ataca jogando o mesmo com toda sua força no chão, ou melhor, em Nin, mas Nin consegue saltar para trás e se desviar do golpe por pouco, a garota de um ataque lento também, ela provavelmente não achava que ele estava no mundo real, pensou que ele ainda estava "viajando" em seus pensamentos, mas Nin realmente estava, mas conseguiu "recuperar a consciência" antes. Depois que Nin salta, ele corre para longe delas, mas a menina da lança era muito rápida e logo apareceu do lado de Nin já preparando um ataque, tão rápida que pareceu que ela já estava ali, Lina também já tinha usado sua arma, e ao mesmo tempo que uma flecha seguia em direção a Nin uma lança também estava quase cortando sua cabeça, era o fim... não tinha o que fazer elas eram muito rápidas... não... não era o fim ainda! Em uma velocidade simplesmente impossível de se acompanhar com os olhos aparece Zeny na frente de Nin cruzando os antebraços para protegê-lo, Nin ainda não conseguia entender como humanos "normais" como eles conseguiam essa velocidade, isso era para ser impossível... logo quando Zeny usa seus antebraços para proteger Nin, seu braço esquerdo é cortado, enquanto a flecha que também vinha rapidamente em direção a Zeny o acerta, fazendo-o perder seu olho esquerdo,  Nin olha para Zeny vendo ele ser massacrado por dois violentos golpes apenas para salvá-lo diz:
- Zeny... seu braço... seu olho...
Zeny deu um grito de dor, enquanto retirava a flecha de seu olho com a mão do seu outro braço... A garota de cabelo longo diz:
- Foi mal, queria acertar o garoto...
Zeny responde:
- Isso não foi nada... – Depois que termina seu grito. Ela então continua:
- O que faz aqui...? Retalhador da Luz...
- Perdi... ainda estava lutando, mas quando vi todos mortos... perdi a vontade de lutar, nosso clã perdeu... – Nin nesse momento leva um susto, mesmo sabendo que isso iria acontecer, mas o susto foi mais pelo "quando vi todos mortos".
- Onde está sua espada?
- Não deu tempo de pegá-la.
- Esteve lutando como?
- Hehehe... punhos oras...
Dizia Zeny, mas Clare se aproxima e Lina também:
- Meninas! Nossa missão, mate Nin! – Disse Clare.
- Está melhor menina? – Dando uma risadinha, se referindo aquela vez que Clare chegou na vila após ter se afogado...
- Sim, obrigada.
- Não fiquem dizendo isso como se fossem conseguir levar o garoto...
- Isso é o que vamos ver! – Disse Lina.
logo a garota de cabelo longo tenta desferir um golpe em Zeny dando um salto com um ataque de cima para baixo, mas Zeny para o ataque defendendo com seu braço pelo cabo da lança, já que pela lâmina ele podia perder mais um braço, logo Zeny dá um chute na barriga da garota a jogando para trás como uma forma de ganhar tempo para fugir com Nin, Zeny o agarra e muito rapidamente foge, as garotas nem em mil anos conseguiriam acompanhá-lo, porém, um homem conseguiria, na frente dos dois aparece Vern, obrigando-os a pará-los:
- Ora ora... Retalhador da Luz, acho que perdeu um olho e um braço para as minhas filhas... – Disse o Assassino do Silêncio. Parecia que aquelas gêmeas e Clare eram filhas do homem. Ou será que era apenas as gêmeas?
- Ainda tenho outro olho e outro braço.
- Mas não imaginei que minhas filhas dariam tanto trabalho, você tem fama de ser tão rápido, como não desviou disso?
- Não preciso contar para você o que aconteceu.
- Ele não desviou para defender o garoto. – Disse Lina.
- Interessante, quer proteger o <

                                       CAPÍTULO DOIS – AS CINZAS DA FÊNIX

Horas se passaram desde o ataque, Nin dormiu todo aquele tempo mas enfim acorda, já era dia e uma fogueira quase apagando estava do seu lado, do outro lado da fogueira estava Zeny sentado debaixo de uma árvore em que os dois estavam próximos, obviamente teria uma árvore por perto já que ali era uma floresta, Nin se senta, olha ao redor tentando entender a situação, quando enfim termina sua análise pergunta:
- Quanto tempo dormi?
- Quatro horas mais ou menos... realmente estava cansado... – A chuva já tinha até parado, quase amanhecendo, Nin continua a conversa:
- Por que não me acordou?! Éramos para estarmos muito longe já!
- Mas eu carreguei você, estamos muito longe agora, não tem como Vern nos achar.
- Sério? Obrigado, então está tudo bem! Na verdade... não está tudo bem... Zeny... precisamos reunir pessoas e salvar os civis raptados... minha mãe está lá, sei que agora é impossível, mas vamos fazer algo quando for possível, só espero que até lá todos estejam bem... – Zeny depois de Nin ter dito isso pareceu estranhamente triste, respondeu então:
- Nin... quando eu falei que perdemos... não foi um simples ataque... quando eu digo que o clã morreu... quando eu digo que perdemos para sempre... eu quero dizer que... todos... com exceção a nós... – Zeny fez uma pausa parecendo que não conseguia continuar, mas logo completou:
– estão mortos...
Nin enxergou essa possibilidade, mas não pôde deixar de se espantar com tal notícia, lembrar que todas as crianças que ele conheceu, toda sua vida, todos os seus amigos, onde ele cresceu, sua família, no caso sua mãe, por mais que ela não o tratava tão bem ainda era sua mãe, foi destruído... e agora ele não tinha para onde ir, poderia ser pior claro, Zeny estava ali junto com ele para guia-lo a algum lugar, mas mesmo assim é algo muito triste, uma guerra que durava já a quase um século, teve enfim um vencedor, o seu inimigo, que com um projeto conhecido como "Do'Muran" acabou com toda essa história em apenas três meses... Nin não tinha raiva deles, estava mais triste do que com raiva, afinal, eles eram seus inimigos, é natural que queiram acabar com um clã que você odeia, poderia ter sido os Aquígnos que tivera feito isso para os Canestacos e algum Canestaco sobrevivente estaria pensando nesse momento como Nin a se vingar do clã ou algo assim, mas Nin não era desse tipo... só que ele amava seu clã, e por isso não poderia deixar barato, não fazer nada seria um insulto para Aquígnis, Nin planejou guardar rancor de todos do seu clã, o problema é que Nin não conseguia ter raiva, mas ele vai tentar fazer algo quanto a isso, por isso ele prometeu a si mesmo que iria descobrir a verdade da guerra desses dois clãs, como começou? O real motivo disso tudo ter se iniciado, quem é o bom e o ruim da história? E enfim decidir o que fazer, mas isso não importava agora, ele estava mais preocupado com a última notícia que recebeu.
Nin após isso se sentou em uma pedra deixando os braços relaxados em suas pernas de uma forma que deixava suas mãos no meio desses dois membros, e ao mesmo tempo com sua cabeça abaixada de uma forma depressiva, logo ele respondeu:
- Hm, entendo... todos morreram então...? Mais importante... e agora?
- Agora? Bem... temos que continuar nossas vidas... somos as únicas esperanças do nosso clã... ei... não fique triste! Daremos um jeito de continuarmos nosso sangue, mas se você pergunta o que fazer nesse momento eu sei o que fazer, precisamos de comida! Vamos, levante, vamos caçar, conseguir algum alimento para nosso café-da-manhã!
- Tem razão... eu só fiquei muito chocado com a notícia por isso me sentei... a tristeza vai passar! Não sou do tipo de gente que morreria por sentimentos! Certo, vamos caçar!
- É exatamente isso que eu quero! Tudo bem, me siga.
Nin e Zeny saíram em busca de comida, mas claro, os dois não podiam caçar com os punhos, então Zeny com Nin atrás foram em busca de materiais para criar algum tipo de arma ou ferramenta, Zeny pegou uma pedra no chão, achou madeira também, mas não achava um cipó para juntar os dois materiais, então usou apenas a pedra pura mesmo, os dois então foram iniciar a caça, andaram uns vinte minutos, até que enfim encontraram uma lebre, parada, e a sorte é que ela estava de costas para os dois, Zeny estava na frente de Nin, Zeny conseguiu avistar a lebre só depois de passar na frente da árvore que tampava a visão dos dois, quando o viu, voltou para trás rapidamente da árvore para a lebre não os ver ou ouvir empurrando Nin, Nin sabia que ele tinha visto algo por isso não achou tão estranho mas não conseguiu evitar de fazer barulho quando caiu de costas no chão pelo empurrão de Zeny, fazendo com que a lebre ouvisse e olhasse, claro que ao ver um predador você correria, e era o que a lebre iria fazer se não tivesse uma pedra voando na sua cara e a matando antes de ela pensar nisso, morreu sem saber o porquê, Zeny percebeu que Nin ia fazer barulho ao cair no chão por isso jogou a pedra na lebre rapidamente um segundo antes de Nin cair, será que Zeny enxergava as coisas de um jeito lento? Não era possível ele ter esse reflexo e rapidez, Nin pergunta como ele matou a lebre se ele a pouco tinha visto ela viva, mas Zeny apenas falou que foi sorte.
Pronto, agora os dois tinham o café-da-manhã, Zeny e Nin voltaram para o lugar com a fogueira apagada, Zeny acendeu novamente usando técnicas pré-históricas com duas pedras, Zeny era bom nisso e acendeu dois minutos depois, já que Zeny tinha praticamente perdido um braço, teve que usar sua boca e o que restava do seu braço direito para segurar uma pedra, deve ter sido péssimo para ele mas mesmo assim conseguiu fazer esse trabalho melhor que Nin faria com os dois braços. Assaram a lebre e dividiram a comida, achar uma lebre novamente seria difícil, então aproveitaram bem o momento e começaram a se preparar para as horas de fome e comida ruim que viriam.
   Durante a refeição Zeny conversava com Nin, explicando o que iriam fazer depois de saírem dessa floresta e o que fazer ainda mais para frente:
- Nin, devemos ficar aqui por um tempo, e depois voltar as ruínas de Lirysdann, preciso pegar minha espada de novo e também precisamos pegar um mapa.
- Mas Zeny, não acha que sua espada já foi pega? Eles não iriam encontrar sua espada e deixar lá, afinal é a espada do Retalhador da Luz.
- Sim, eu sei, mas aí é que está, eles ainda não encontraram minha espada! Minha espada está muito bem guardada, se ela não está comigo, está nesse lugar.
- Tá mas... porque temos que voltar lá para pegar uma espada? Podemos encontrar em outros lugares, é muito arriscado pode ter Canestacos vigiando lá.
- É óbvio que não vamos agora para lá, temos que aguentar aqui por pelo menos uma semana, mas nesse caso vamos esperar duas semanas, como uma forma de garantia, se tiver Canestacos lá, serão muitos! Qualquer tipo de precaução é bem-vinda, agora quanto o porquê de nos arriscarmos tanto, basicamente aquela espada foi feita especialmente para mim, eu mandei fazê-la, adaptei ela para meu estilo de luta, e pegar outra espada seria muito ruim já que não temos dinheiro e também encontrar uma parecida seria muito difícil, e ainda precisamos de um mapa, o único lugar em que temos certeza de que vamos encontrar isso é na nossa vila, já até sei onde está.
- Hm... certo, entendi, mas e depois Zeny? Quando conseguirmos recuperar sua espada e adquirir esse mapa vamos fazer o que?
- Depois disso vamos usar o mapa para ir até a vila principal do continente e assim iremos conseguir dinheiro, depois disso, quando já tivermos algum lugar para morar e bastante dinheiro, vamos voltar a pensar no que fazer sobre nosso clã.
- Tudo bem, mas como vamos conseguir dinheiro?
- Pensei em várias coisas, mas a forma mais rápida para isso é nos transformarmos em caçadores de recompensas!
- Quê?! – Disse Nin em um grito.
- Que foi? Que surpresa é essa? Essa é a forma mais rápida e mais fácil de conseguirmos dinheiro.
- Tem razão... mas sei lá... é muito arriscado, se tentarmos pegar recompensas muito alta podemos morrer! E além disso eu sou iniciante e só sei lutar com os punhos!
- Mas você por enquanto não vai precisar fazer nada, eu vou fazer os primeiros trabalhos, se você aprender a lutar mais para frente você tenta, e também parece que você não me conhece mesmo... arriscado? Acho que você não me viu lutar a sério não é garoto?
- Eu já vi, quer dizer, não sei, as últimas lutas que você teve realmente você era forte, só não sei se aquele era seu poder máximo, mas não fale isso tão confiantemente, não subestime seus adversários.
- Hahaha! Você está falando como se eu fosse esse tipo de pessoa, nunca subestimo ninguém, mas o jeito que você falou parecia que eu era fraco, só quis colocar essa observação e tirar sua preocupação, mas bem, até lá ainda vai demorar, vamos viver o presente que também é importante.
- Tem razão.
Depois da conversa e depois de terem comido os dois se levantam e vão em busca de comida para mais tarde, andam para o mesmo local que eles teriam pego a lebre e acham algumas frutas, recolhem o suficiente para a tarde daquele dia, a noite, e para o café-da-manhã do dia seguinte.
Os dois tem dias de tédio, mas não passam muita fome, sono ou sede, não são dias tão sofridos, o problema mesmo é o tédio, é assim por muitos dias, com exceção de algumas noites em que certos visitantes apareceram enquanto os dois dormiam, as vezes uns pássaros para pegar as frutas, e até uma onça, esse dia aconteceu depois de uma semana e meia, o penúltimo dia do prazo, essa noite para a sorte dos dois eles estavam com um sono muito leve, e puderam acordar com os barulhos de seu rosnado e de suas patas pisando nas folhas e galhos, Nin quase pulou do chão ao ver a onça se preparando para tentar algo, Zeny também acordara mas sua reação foi bem controlada, apenas encarou a onça, ela pulou em cima de Zeny e ele lutou com a onça a agarrando e tentando afastá-la dele, Nin foi tentar ajudar dando chutes na onça e saindo correndo, mas Nin estava sendo tão inútil que desistiu disso e deixou o resto com Zeny, Zeny com uma mão apenas não conseguia fazer muita coisa, foi uma luta difícil, Nin ficava apenas na torcida, no final Zeny ganhou, estava esperando uma oportunidade em que a onça baixasse a guarda para ele enfim pular em cima da onça e soca-la muitas vezes, foi isso o que aconteceu, Nin torcendo fez com que a onça se distraísse e assim Zeny pulou e conseguiu vencer a luta dando os socos que planejava, a onça saiu correndo, percebeu que não iria conseguir muita coisa e fugiu, assim acabou a batalha, no final Zeny apenas teve alguns arranhões, se acostumar a lutar sem um antebraço é muito difícil, Nin pensava o que seria daquela onça se Zeny tivesse o outro braço inteiro e ainda a sua espada...
    Logo depois de tudo aquilo termina o prazo de duas semanas na floresta, agora os dois se preparavam para voltar a vila e continuar com o plano, acordam na manhã do dia seguinte bem cedo, Nin na verdade não acordou mas sim foi acordado, claro que por Zeny:
- Preparado Nin? – Que era a mesma coisa que "bom dia!".
- Não. – Responde Nin com sono.
- Então vamos! – Disse Zeny ignorando o que Nin acabara de responder, os dois tomam o café-da-manhã, já preparados iniciam enfim a jornada para voltar a vila novamente.
Os dois já caminhavam, não teria passado nem vinte minutos ainda, a caminhada estava bem no início, além de estarem bem no início chegar até lá iria demorar muito, já que quando os dois estavam fugindo de Vern e as outras Zeny mesmo correndo velozmente demorou umas seis horas toda aquela corrida, se calcular com uma caminhada iria demorar o dia inteiro, só chegariam lá a noite de madrugada. Nin se questionava de como Zeny lembra o caminho de volta para a vila? Já que os dois provavelmente não marcaram o caminho por estarem preocupados demais com o fato de serem perseguidos, pelo menos Nin não marcou o caminho, já Zeny não dava para saber, por isso Nin pergunta:
- Como você sabe o caminho de volta para a vila Zeny?
- Que caminho? Só corremos em linha reta, é só fazer o caminho ao contrário...
- Mas teve um momento em que você dormiu, eu não caminhei reto no momento em que eu carregava você!
- Você mudou só um pouco o caminho acredito, e além disso você nem correu, só andou, lentamente já que quase não me aguentava em suas costas. Quando andarmos até o fim da noite vamos conseguir ver estruturas, estando elas na nossa esquerda ou direita, a vila é bem grande...
- Vamos chegar lá só a noite... não vai dar para ver nada!
- Esperamos amanhecer! – Diz Zeny terminando a conversa.
    Os dois continuaram andando normalmente, não precisaram enfrentar nada no caminho, nem obstáculos e nem animais, apenas tiveram que passar por alguns troncos e alguns insetos.   
Três horas se passam, os dois param para comer algumas frutas que trouxeram no caminho, aproveitando para descansar, as frutas foram levadas em uma sacola improvisada com um material feito de suas próprias roupas, lá Nin carregava as frutas, nesse intervalo Nin por curiosidade pergunta para Zeny sobre seu braço e seu olho:
- Zeny, depois que você perdeu seu braço e seu olho, colocamos e refizemos várias vezes o curativo, mas você não sente dor? Como lutou com a onça naquele dia?
- Eu sinto muita dor, e é bem estranho, uma das coisas que iremos fazer na vila é costurar essa parte do braço, meu olho ficará assim mesmo, vou apenas colocar um tapa-olho, mas não se preocupe eu estou bem, temos que refazer várias vezes o curativo até enfim costurarmos, quanto a luta com a onça, na hora não doeu, só depois que a luta foi ficando cansativa que doeu, está a alguns dias assim, teve dias que eu senti como seu meu antebraço ainda estivesse ali, mas eu estou parcialmente bem!
- Entendo... – Nin e Zeny foram andando e nas pausas Nin fazia algumas perguntas como essa, perguntas que você só faz por curiosidade.
Passam-se sete horas e a próxima refeição iria ser a última, de qualquer forma eles não iriam precisar comer muito depois já que logo estariam na vila, lá deve ter mantimentos guardados em algumas casas.
No caminho Nin ajudou Zeny a refazer seu curativo do braço, limpando com água o pano e colocando de novo, a água era pega do lado esquerdo dos dois, já que havia um lago bem grande e a caminhada dos dois era alguns metros da beira desse lago, em nenhum momento mudaram de posição, o lago estava sempre lá, era um lago bem grande, chama-se Lago das Lágrimas, seu nome foi dado pelo clã Aquígnis mesmo, já que o mesmo fica bem próximo de Lirysdann, foi dado esse nome porque esse lago foi muito usado como refúgio para as pessoas chorarem longe das outras, pelo menos é o que contam na vila... ou melhor... contavam.
Duas horas se passam, não era noite ainda porém o sol já estava se pondo, os dois tinham que se organizar e encontrar algum lugar para passar a noite o mais rápido possível, se continuassem a andar por mais três horas chegariam lá, claro que só no dia seguinte, estavam cansados psicologicamente e fisicamente, por mais que pausaram várias vezes a cada três horas eles continuavam cansados:
- Parece que acabamos por hoje, temos que dormir para amanhã estarmos dispostos, mais três horas aproximadamente e vamos chegar. – Diz Zeny a Nin.
- Tem razão, também estou cansado.
Zeny então prepara alguns galhos, por sorte achou um ninho de passarinho abandonado, primeira vez que isso acontecia, também pegou duas pedras para fazer uma fogueira, usar a boca para segurar uma pedra era muito doloroso, ele não queria passar por isso de novo então pediu para que Nin segurasse com muita força uma das pedras, logo Nin o faz, pedindo claro auxílio de Zeny de onde posicionar a pedra, como segurar, coisas do tipo, assim depois de uns dez minutos tentando sincronizar com Nin Zeny consegue acender a fogueira, já estavam preparados para dormir, os dois se deitam no chão mesmo, tiveram que jogar com a sorte de não aparecer nenhum inseto venenoso por cima deles enquanto deitados, mas a sorte esteve do lado deles as duas semanas inteiras, claro que para insetos, porque animais... estavam acostumados a deitar no chão então isso não foi problema, e assim terminaram o dia dormindo cada um de um lado da fogueira.
   Enfim manhã, Nin novamente é acordado por Zeny ainda cedo, preparavam-se para enfrentar as últimas três horas de caminhada, arranjando comida para o café-da-manhã, não tinham muito o que levar, podiam aguentar três horas de caminhada sem pausas para comer, todos os dois se livram de suas necessidades e partem para a viagem.
   Novamente uma viagem bem chata e tranquila, Nin enquanto andava via o sol nascer, e conversava. Metade da viagem é completada, restavam uma hora e meia de caminhada, uma viagem sem pausas, os dois enquanto andavam conversavam para passar o tempo, nada de interessante, apenas para não deixar o momento tão chato, curiosidades sobre os animais, sobre a floresta, faziam comentários sobre o momento, dentre outras coisas.
   Quase três horas de caminhada, já dava até para ver a vila perfeitamente, perfeito era só a visão dos dois mesmo, porque a vila... era a visão mais imperfeita para os dois, completamente queimada e destruída, a única coisa que se salvava era a cobertura envolta da vila na parte exterior, na parte inferior os dois ainda nem tinham visto mas era provável que também teve um final triste junto com a vila, os dois já estavam em frente do portão, os dois não conseguiam continuar, estavam a mais ou menos cinco metros de distância do portão, olhando para a mesma direção eles estavam parados um ao lado do outro, apenas olhando para a vila, na cabeça dos dois passava um filme de suas vidas dentro daquela estrutura, Nin estava controlando até que bem seus sentimentos, estava bem triste mas ele não ia se deixar chorar, porém Zeny estava um pouco mais frágil quanto a isso, mas também não queria deixar isso acontecer e por isso foi interrompendo o momento:
- Mas o que é isso?! Viemos aqui para olhar um monte de ruínas? Passado é passado, vamos entrar nisso ou não? – Diz Zeny com um tom extrovertido olhando para Nin.
- É... Me desculpe, acabei me deixando levar pela tristeza... – Diz Nin achando que ele era o único dos dois que estava quase chorando.
   Os dois se movem para dentro da vila caminhando, andavam eles enquanto olhavam os corpos no chão em decomposição e casas completamente destruídas, e os dois ainda inocentemente achando que suas tristezas iriam embora facilmente, lá estava um fedor muito grande de mortos, mas eles nem lembravam que existia cheiro, a única coisa que lembravam era o sofrimento do clã, Nin estava um pouco perdido por isso apenas seguiu Zeny, mas Zeny também não estava prestando muito atenção no seu objetivo, ficava se distraindo vendo crianças deitadas mortas, a raiva começou a toma-lo de lembrar que aquilo era obra dos Canestatis, mas logo se acalma ao lembrar que pensar desse jeito não era nada bom.
   Zeny e Nin ainda não tinham se desligado dos pensamentos tristes mas também não estavam tão desconcentrados de seus objetivos quanto antes, Zeny diz a Nin parando-o no caminho com sua mão no ombro dele que estava logo em sua traseira:
- Certo, vou explicar, você me segue como estava fazendo até agora, vamos primeiro nos tratar, temos ferimentos que não foram curados decentemente, depois vamos pegar o mapa e então a espada. – Diz Zeny retirando sua mão do ombro de Nin.
- Sem problemas, estou logo atrás. – Responde Nin calmamente.
   Os dois então se dirigem a Aquímum, não levam muito tempo até chegar lá, já dentro Zeny leva Nin a um local que parecia algum tipo de enfermaria, os dois lavam seus ferimentos que no caso de Nin não eram muitos, tomam banho na banheira da casa, Zeny improvisa um tapa-olho com tecidos melhores do que sua roupa, se troca também depois de um banho, e principalmente costura a abertura de seu braço, que já não tinha uma aparência tão violenta quanto na hora que foi cortado. Zeny mesmo se costura, pedindo muitas vezes ajuda a Nin, porém a maior parte da costura Zeny completou sem problemas.
   Enfim Nin e Zeny estavam limpos e curados, Zeny dá a Nin ao mesmo tempo que também usa uma espécie de um capuz com capa preto, aquele tipo de roupa que se usa para se esconder de outros, Nin não entende e pergunta:
- Para que isso Zeny?
- Vou explicar, estamos prestes a sair da vila, depois que pegarmos a espada e o mapa vamos sair, mas temos que lembrar de algo, não quer dizer que por que fugimos naquela hora que eles vão parar de procurar a gente, por isso essa capa, como vamos entrar na vila do Grande Clã é provável que lá esteja rondando vários Canestacos que possam me reconhecer, e claro reconhecer você associando que uma criança andava comigo, mas não vamos fazer só isso, precisamos ficar irreconhecíveis, por isso lhe proponho cortar nosso cabelos!
- Cortar nosso cabelos?
- Sim, pode ser um pouco difícil para você, vamos ficar um pouco feios carecas. – Diz Zeny dando poucas risadas.
- Não vejo problema, beleza não é tão importante para nós agora, deixei de ligar para beleza a tempos, mas será realmente necessário?
- Como eu disse na floresta, qualquer tipo de precaução é bem-vinda.
- Tem razão, certo... Vamos fazer isso.
Logo quando Nin aceita a proposta Zeny com uma faca corta o cabelo tanto de Nin quanto o próprio, demora um pouco já que nenhum dos dois tinha experiência para fazer esse tipo de coisa, mas enfim depois de muito tempo ficam completamente carecas, os dois riem bastante um do outro ao se verem carecas, mas agora beleza nenhuma era tão importante quanto reviver o clã.
Depois de estarem preparados, Zeny pega o mapa que ele deixava na sala de reunião, e a espada ele pega em um fundo falso em baixo do suporte do mesmo, um esconderijo até que criativo, um buraco que escondia uma caixa do tamanho quase que certinho da espada que era só puxar depois de retirar o fundo falso, depois abrir a caixa com uma chave, e lá estava, provavelmente Zeny gostava bastante dessa espada para ter feito tudo isso, e realmente ela era de se gostar, sua lâmina era completamente branca e bem fina, uma espada de prata, Nin achou pesada mas era considerada leve em comparação a outras espadas, seu punho era vermelho e dourado, Zeny disse que aquilo não era ouro mas parecia, no pomo tinha uma rubi, e sua lâmina era bem longa, mas o peso era compensado pela sua espessura bem fina e seu punho pequeno.
Zeny e Nin já tinham conseguido a espada e o mapa, enfim estavam preparados, os dois se direcionam para fora de Aquímum, e depois fora da vila, andavam calmamente até que os dois param e viram, já a mais ou menos cinco metros de distância do portão, Zeny fechando suas mãos e seus olhos abaixa sua cabeça e reza, pedia ajuda a Nárilis para reviver seu clã provavelmente, Nin olhava a Zeny enquanto fazia isso, mesmo não acreditando muito faz igual, sem falar nada sem pedir nada, apenas fecha suas mãos e entra em uma espécie de meditação enquanto lembrava dos seus amigos e todas as pessoas da vila, os dois alinhados um do lado do outro rezavam a frente da casa de seu clã. Zeny termina, levanta a cabeça e dá uma última olhada na vila fechando seus olhos de um jeito sério, Nin também dá uma última olhada na vila, isso foi na verdade uma espécie de despedida, a vila ia deixar saudades, iriam ficar muito tempo fora, nenhum dos dois sabiam quando iriam voltar, era necessário toda essa cerimônia já que estavam bem abalados. Ficaram alguns minutos em silêncio só olhando para a vila enquanto o vento passava junto com um barulho que mais se parecia com um assovio, Zeny olhando para frente diz:
- Vamos?
- Sim. – Nin não responde imediatamente, ficou alguns segundos olhando para a vila, só depois respondeu a Zeny também sem olhar para cara dele.
E assim Nin e Zeny, dando as costas a vila no sentido literal, caminham para suas jornadas em busca de suas vidas novamente, terminando uma fase difícil da vida dos dois... e iniciando outra... que provavelmente seria mais difícil que essa.

                                     CAPÍTULO TRÊS – COVIL DOS VIOLENTOS

   Após a despedida da amada vila dos dois, Nin e Zeny caminham para a Grande Vila, ainda era um mistério para Nin onde era essa "Grande Vila", mas Nin sabia que Zeny não iria deixar essa dúvida para ele, por isso nem perguntou, apenas esperou que Zeny o parasse para explicar em algum momento, e é exatamente isso que acontece, após uns cinco minutos de caminhada Zeny para, obrigando Nin parar também já que ele estava atrás, Zeny convida Nin a se sentar em uma pedra dizendo que iria explicar algumas coisas:
- Nin, vou explicar o que vamos fazer, é bom se sentar. – Dizia enquanto coçava sua cabeça com o mapa na mão sorrindo.
- Claro. – Diz Nin ao mesmo tempo que sentava na pedra.
- Certo, eu disse que iria explicar o que vamos fazer mas na verdade eu já disse o que iríamos fazer na floresta então vou me corrigir, não vou explicar o que vamos fazer mas sim para onde vamos, é importante você saber como funciona esse negócio de Grandes Clãs, Grandes Vilas e principalmente a vila pela qual vamos. – Zeny ao terminar se senta na frente de Nin no chão mesmo mostrando o mapa e apontando no local para onde iriam. Logo ele continua:
- Aqui é a vila onde vamos, ela se chama Vionguis, antes de qualquer coisa irei explicar como funciona esse negócio de Grandes Clãs, não sei se você sabe, mas é bom reforçar, os Grandes Clãs são clãs que dominam um determinado continente, como você sabe existe uma grande ilha em Gommonfell e quatro continentes, Venídia, Vionya, Caefália, Lintélia, e a ilha Iuslan, cada um desses quatro continentes e dessa ilha pertencem a um Grande Clã, na mesma ordem são eles os clãs Venia, Vionguis, Caefal, Lintia e Iusnia, o meu objetivo é explicar como é a Grande Vila para qual vamos, então eu posso explicar depois sobre os outros Grandes Clãs e até sobre os clãs "secundários" dos continentes, mas agora o meu foco é outro, o continente que estamos é o continente Vionya, já vou avisando, o clã para qual vamos no caso o clã Vionguis é um clã que tem como conceito a violência, eles acham que tudo pode ser resolvido usando violência, ao mesmo tempo que isso é bom isso é ruim, o lado ruim já é óbvio, teremos bastante problemas lá, mas o lado bom é que o lugar onde mais se cria criminosos de "qualidade" é ali.
- E desde quando criminosos de "qualidade" é algo bom?
- Desde quando eles tem um bom preço, já que vamos ser caçadores de recompensas precisamos o mais rápido possível de dinheiro para não morrermos de fome e até reconstruir a vila se possível.
- Certo, mas não quer dizer que porque se cria criminosos com bom preço naquele lugar que eles vivem lá.
- Alguns vivem lá... mas não precisamos começar com peixes grandes, vamos ir começando devagar, afinal eu nunca fui um caçador de recompensa, preciso aprender algumas coisas ainda.
- Entendi mas... quanto esse clã que tem como conceito a violência... isso significa que lá é permitido ser cruel e violento?
- Mais ou menos... em certos casos a violência é permitida, como por exemplo, os pais podem bater nos filhos a vontade, mas existe uma região bem civilizada na vila, lá o pessoal é bem educado, só até você incomodá-los ou insultá-los, nesse caso eles partem para a violência, essa gente fica mais no centro da vila, só que em geral é um povo bem malandro, a chance de você ser roubado a noite e apanhar é bem grande, mas nunca ouvi se tem uma lei que proíbe a violência em geral, só tenho a certeza que pais podem educar os filhos do jeito que quiser. Mas bem, estamos perdendo tempo, vamos conversando enquanto andamos, faça a pergunta que quiser no caminho, só precisamos nos apressar.
- Tem razão, vamos.
   Logo depois da conversa os dois se levantam e trilham novamente o caminho, Nin apenas seguia Zeny enquanto ele olhava no mapa, no caminho Nin pergunta:
- Vai demorar a viagem?
- Talvez uns dois dias caminhando - Responde Zeny calmamente. Nin então faz outra pergunta:
- Por curiosidade, todos os clãs tem uma definição que se segue, como você já respondeu Vionguis segue um conceito violento, e os outros Grandes Clãs?
- Venia é um clã que tem muito interesse em poder e dinheiro, para eles recursos são coisas que define poder, define um caminho vitorioso, é o clã mais rico de Gommonfell. Caefal segue a fé, é basicamente um clã religioso, prega o Munndismo, existem ateístas lá mas é uma porcentagem bem pequena, e além disso eles são obrigados a se esconder, já que lá ateísmo é motivo de expulsão do clã. Lintia é um clã que sempre busca o conhecimento em geral, digamos que é um clã da razão, ao contrário dos outros clãs, lá eles tem uma mente aberta, principalmente o líder do clã, qualquer opinião é respeitada, você pode viver sem estudar, sem se obrigar a isso, mas se escolher estudar terá o melhor estudo de Gommonfell, você pode escolher não lutar, e isso não é motivo de falta de soldados, lá muitos soldados mesmo tendo a opção de não lutar, lutam, mas claro, tem sempre aqueles que não importa o quanto você o educa bem ele escolhe o caminho escuro, mente fechada, você pode encontrar pessoas tentando te roubar durante a noite e tentando te bater, como qualquer outro clã. E Iusnia, um clã que segue a justiça, o clã também é um Grande Clã bem desenvolvido como qualquer outro, porém é o mais pobre dos cinco, lá eles tem uma espécie de esquadrão de espiões bem interessante, não sei muito mas sei que é formado por dez pessoas, dizem que eles são bem fortes, por causa dos problemas financeiros eles criaram esse esquadrão, eles ajudam todos os outros Grandes Clãs em troca de dinheiro por cada trabalho realizado, lá pode ter desde matar um escravo até arranjar informações confidenciais de outros clãs, claro que se o clã que mandou o esquadrão realizar o trabalho defendê-los se algo der errado na missão, até que dá certo isso, o clã recebe boas quantias de dinheiro, mas não é o suficiente, continuam pobres, eles aceitam qualquer coisa, mas só se assinar um contrato, não sei o nome do esquadrão nem se eles realizam para outros clãs além dos Grandes Clãs.
   Após Zeny ter tirado a dúvida de Nin, Nin aquieta-se por um longo período da viagem, mas quando iria voltar a fazer perguntas, os dois se encontram em uma situação espantosa, triste e ao mesmo tempo previsível, dois capitães da tropa do agora destruído clã Aquígnis mortos no chão, Zeny fica triste, pois trabalhava junto deles todos os dias, Nin nem tanto, pois mal conhecia, mas mesmo assim podia sentir a tristeza de Zeny e o quão importante foram os dois capitães para o desenvolvimento do clã, esses capitães eram os antigos capitães que desafiaram Vern para deixar Nin e Zeny fugir... mas tinha algo errado, diante daquele ambiente triste permaneceu uma dúvida, onde estava o corpo de Alanka? Afinal os dois capitães junto com o capitão Alanka enfrentaram Vern, e outra dúvida permaneceu, esse não era o local onde esses dois e Alanka lutaram, Nin e Zeny pensavam, tentando chegar em alguma conclusão:
- Eram grandes capitães... – Dizia Nin para confortar Zeny...
- Tem razão... – Mas Zeny estava mais preocupado com o fato de Alanka não estar ali... será que ele não morreu? Ou então... uma armadilha?
    Quando enfim Nin entende pela cara de Zeny a situação, já estava no chão com um espião Canestaco que acabara de cair de uma árvore acima dos dois, o espião em suas costas prendia seus punhos os cruzando, o mesmo iria ser para Zeny, mas ao contrário de Nin, Zeny sendo habilidoso conseguiu desviar antes, e logo quando Zeny viu o homem caído no chão falhando em tentar prender Zeny com um salto assim como o outro prendeu Nin, Zeny sem hesitar lhe dá um chute na boca antes que ele visse a sua falha olhando para Zeny em pé, e ao mesmo tempo que Zeny dava o chute retirava a sua espada da bainha em suas costas, e depois que o homem caia de costas, Zeny virou a ponta da espada para baixo e em um golpe finca sua espada no seu peito antes mesmo do homem encostar no chão, o outro percebe que teria que lutar com ele, não teria como prender o garoto enquanto desviava dos golpes de Zeny, então o homem solta Nin, tentando tirar uma adaga e uma espada... tarde demais... Zeny não deu tempo nem do homem tirar sua adaga e espada direito e já estava sangrando pelo peito, e sangue saia de dentro da sua boca também... ele com seus braços levantados na tentativa de tirar suas armas olha para baixo lentamente sem acreditar que já estava morrendo e só vê uma mão segurando um punho solto, parecia estar sem lâmina, mas na verdade era porque a lâmina estava escondida dentro de seu corpo, o homem para de olhar para o punho que escondia uma lâmina em seu peito e tenta olhar para o homem que o fez isso... estava lá... com um olhar sério, mal deu de ver seu rosto por causa do capuz, mas só assim ele entende a situação... o Retalhador da Luz o golpeou... então o homem falece.
   Depois dessa luta sangrenta, Zeny vai ajudar Nin deitado no chão, o coitado mal pode absorver o fato de ter sido atacado e já estava sendo salvo, a cada dia Nin se impressionava mais com Zeny, ele então levanta Nin do chão o perguntando:
- Está bem?
- Ah... sim... obrigado... - Responde Nin ainda não acreditando em tudo aquilo.
- Parece que Vern previu o que iríamos fazer... mas não entendo... como esses dois nos reconheceu...?
- Não... acho que entendi o que aconteceu... Os dois não reconheceram a gente, mas sim sabiam que os únicos que iriam sair daquela região seria nós dois... - Diz Nin ainda meio confuso com aquilo.
- Talvez... não teria como nos reconhecer como estamos agora, mas e então? Vern já sabe que nosso destino será em Vionguis, teremos que mudar o rumo da missão...
- Não Zeny, devemos continuar nosso destino normalmente...
- Pode me dizer por que isso é o mais certo a se fazer?
- Se Vern é bom em previsões, quando ele descobrir sobre a notícia da morte dos dois homens vai perceber que nós percebemos a sua previsão, e por isso vai tentar mandar o máximo de espiões para todas as vilas de Vionya, menos para a Grande Vila, claro, talvez a decisão certa seja a sua, mas só seria a sua se ele não fosse tão bom de previsões, o que é uma possibilidade, ele pode ter acertado a previsão agora, mas ter sido sorte, e nós achar que ele é bom em previsão agora sendo que só foi sorte, mas prefiro acreditar que ele é bom em previsões, então nesse caso talvez despistemos ele entrando em Vionguis normalmente e, de qualquer forma, estamos irreconhecíveis, mesmo se ele acertar a vila onde estamos, ele ainda vai ter que nos achar, quer dizer, seus espiões vão ter que nos achar, na verdade qualquer uma das duas escolhas podem ter desvantagens, mas vamos prefiro apenas seguir o caminho normal.
- Hmm... Mesmo assim tem uma chance de ele não mudar seus planos...
- Nesse caso ele vai acertar nosso destino, porém vai ter que nos achar, tentar reconhecer nossos rostos com a cabeça careca e ainda com essas roupas. Se bem que usar roupas assim é mais suspeito que roupas normais...
- Mas ainda é necessário, nossas roupas normais são feitas especialmente dos alfaiates para o clã, ele reconheceria nossa origem...
- É... resumindo não faz diferença...
- Sim - Zeny respondia normalmente, mas ele não parava de se impressionar com Nin, Zeny não expressava, mas por dentro... Nin pensava nessas coisas mesmo tão pequeno, conseguiu pensar nessa possibilidade, enquanto ele com 35 não chegou nessa conclusão tão rápido, mas enquanto isso Nin se impressionava com a genialidade na batalha de Zeny, o quão experiente ele era para ter aquela velocidade mesmo sem seu antebraço esquerdo e seu olho esquerdo. Os dois escondidos não paravam de se elogiar.
   Após todos esses acontecimentos, os dois partem em viagem sem preocupações, os quatro corpos continuaram lá, Zeny quis dar um enterro decente mas não tinha materiais para isso e voltar até a vila para pegar uma pá prolongaria demais a viagem, então Zeny nada fez, eles já estavam em um estado muito avançado de decomposição também, afinal foram duas semanas mortos no chão, Zeny até fez algo, rezou, pediu para que suas almas fossem abençoadas por Munn, e depois saiu junto com Nin.
   A viagem já tinha horas completadas, Nin teve uma ideia quanto as roupas suspeitas, mas já era tarde demais para colocar o plano em prática, usar as roupas dos Canestacos mortos lá atrás, o problema que agora eles já estavam longe, e mesmo que fossem lá, provavelmente as roupas não iriam servir, então apenas continuaram.
   Era noite, um dia estava terminando enfim, os dois se preparavam para dormir no acampamento improvisado, já estavam bem mais próximos da Grande Vila de Vionya, o problema era que os mantimentos estavam acabando e só iriam durar até o café-da-manhã do outro dia, iriam ficar sem almoço e sem lanches a tarde, não que isso fosse um problema tão grande, afinal os dois aguentaram dias comendo mal nas duas semanas se refugiando, mas nunca é bom ficar com sede e fome. Nin então aproveitando o momento que nenhum dos dois estava com tanto sono pergunta a Zeny:
- Posso fazer uma pergunta Zeny?
- Sem problemas, qual sua dúvida?
- Sabe, você luta tão bem... mas tão bem que você parece ser um mutante, sua velocidade, força, estratégia de batalha, qual o seu segredo? Muito treino? Tem gente que treina muito e não alcança nem um pouco disso... o que é? - Zeny ficou quieto por um tempo, mas logo responde:
- Nin, você se impressiona muito rápido com as coisas, eu não sou tão bom assim, em Gommonfell existe lutadores cem vezes mais fortes que eu, só treino, não tenho nenhum segredo, apenas treino. - Nin pensou um pouco, questionou-se se ele estava se impressionando rápido demais realmente, mas não, não podia ser, Nin continua:
- Zeny, e aqueles espiões de Canestatis? E a batalha dentro da nossa antiga vila? E na hora que você foi me defender, a luta do leopardo? Vai me dizer que isso é um lutador normal? Deve ter algo que eu não sei.
- O que poderia ser Nin? O que eu poderia estar escondendo? Você acha que lutadores tem segredo a não ser treinar?
- Bem... não sei... por isso estou perguntando, mas talvez realmente seja só treino, você deve ter treinado muito mesmo, só fiquei impressionado com sua velocidade nas batalhas.
- Eu entendo, não Nin, não estou escondendo nada de você pode ficar tranquilo, treino desde os quatro anos de idade, todos os dias, pareço um gênio das batalhas, mas não, sou apenas um homem que treina muito, agora vamos dormir que temos que chegar o mais rápido possível na vila.
- É... tem razão... vamos dormir estou começando a ficar com sono, boa noite.
- Boa noite. - Responde Zeny deitado em um pano no lado de uma fogueira, assim como Nin, terminando o primeiro dia da viagem.
   Já era manhã do outro dia, Nin e Zeny acabaram de comer, acordaram normalmente sem problemas algum e continuaram a viagem. Após quase uma manhã inteira caminhando os dois estavam com fome novamente, mas aguentavam até a vila, esse era de longe o maior problema, o problema de verdade era outro, cinco horas e 23 minutos de viagem, no meio do caminho, um homem parecia esperar alguém de pé, olhando para o horizonte de onde Nin e Zeny vinham, usava um chapéu de palha, de braços cruzados, olhava para os dois sem disfarçar, quando Nin e Zeny tentam desviar dele para tentar seguir seus caminhos, porém são parados com a sua mão, Zeny sem querer conflitos pergunta:
- Algum problema senhor?
- Só queria fazer uma pergunta... - Responde o homem.
- Qual sua dúvida?
- Queria saber se vocês viram dois Canetacos por aí. - Zeny lembrou dos espiões que os atacaram lá atrás, será esse homem um Canestaco? Continua então:
- Desculpe... não os vi.
- Hmm... tudo bem então. - O homem tirou a mão da frente de Zeny e o deixou seguir adiante, sem mesmo olhar para o rosto de Zeny, mas ficava olhando para o caminho que Zeny e Nin acabaram de vir, o homem na conversa inteira não olhou para cara de Zeny na verdade, conversava olhando para o chão, não dava para ver seu rosto muito bem por causa do chapéu, mas não importava mais, os dois seguiram em frente, pelo menos não importava para Nin, já Zeny parecia estar incomodado:
- Tenho uma pergunta viajante! - Disse o homem para Zeny, Zeny então vira para olhar ao homem e responder essa tal pergunta, mas quando vira-se, o homem retira uma espada e tenta dar um ataque em suas costas, mas Zeny já sabia que isso iria acontecer, portanto quando o homem se virou Zeny já estava armado, bem que Nin achou estranho sua espada não estar em suas costas, também achou estranho ele estar incomodado o tempo inteiro, Zeny defende o ataque, o homem é obrigado a recuar pulando para trás:
- Hahaha, como esperado do Retalhador da Luz - Diz o homem parecendo estar empolgado.
- Quem é você?
- Apenas um Canestaco procurando seus amigos Canestacos... você sabe onde eles estão Zeny, me responda, onde estão?
- No inferno. - O homem fica quieto por um bom tempo, mexe no seu chapéu o ajeitando, depois responde:
- Imaginava. - Os dois então partem para uma luta violenta desferindo golpes rápidos um atrás do outro, as espadas pareciam estar dançando enquanto saía faísca, Nin apenas olhava, se impressionando em cada ataque dos lutadores, o homem perde o chapéu na luta após Zeny ter tentado acertar sua cabeça, recuando para trás o homem diz:
- Sujo, meu chapéu preferido...
- Como sabia da gente? - Pergunta Zeny.
- Não é óbvio Retalhador? Meus amigos estavam lá para emboscar vocês no caminho de Vionguis, as únicas pessoas além dos meus amigos que iriam vir deste caminho por aquela direção seria vocês, os sobreviventes do clã Aquígnis. - Responde o homem apontando para onde Nin e Zeny vieram.
- Hmm... faz sentido... - Disse Zeny antes de desaparecer de vista, Zeny era rápido, o homem então se questionava sobre onde ele poderia estar olhando para um lado e para o outro desesperado, mas então sente uma dor na barriga, ele fica com um pouco de medo pois imaginava o que poderia ser, quando vai verificar, mexendo a cabeça para baixo lentamente, encontra um corte que sangra só agora, ouve uma voz baixa de repente logo em seguida no ouvido esquerdo, algo dizendo: "Pelo menos você vai encontrar seus amigos...", Zeny sai de trás dele andando calmamente enquanto colocava sua espada na bainha em suas costas, o homem ainda em posição de luta apenas vê o Retalhador da Luz indo em direção a um garoto que o esperava, ele ficou tão impressionado que esqueceu de sair de sua posição de batalha, perguntava-se indignado: "Como?" – Em voz baixa, gaguejando enquanto vomitava sangue, logo cai de joelhos, joga suas armas no chão enquanto olhava o vitorioso sair, ainda ajoelhado diz, fazendo com que Zeny parasse para olhar ao homem:
- Retalhador... ainda não acabou... meu líder o procura... e ele o encontrará... você pode ser rápido e forte... mas não se compara com ele... – Dizia ainda gaguejando, então deita com a parte de frente do corpo no chão após morrer.
   Nin pôde testemunhar toda a luta, e claro, ficou impressionado desde o início, Zeny então diante das últimas palavras do homem confessa para si mesmo que ficou com medo, pouco, mas ficou, será que Vern planejava algo contra ele? Nin também fica inquieto, um pouco ansioso, logo pergunta:
- Será que estamos seguros?
- Seguro não estamos desde o começo, mas eu também comecei a ficar preocupado, esse homem... por mais que eu ache que foi pura coincidência ele ter aparecido, ainda assim me preocupa.
- Deve ter sido coincidência, mas não esperava dois ataques nessa viagem, isso não vai acontecer de novo acredito, e nossa... o que foi aquele seu ataque final? Foi tão rápido que eu e o homem o perdemos de vista...
- Queria acabar com isso logo, ele estava muito distraído, eu tinha que aproveitar, quanto ao fato de ele aparecer no nosso caminho ser coincidência eu também acredito, vamos considerar apenas o primeiro ataque como obra planejada do clã Canestatis, ou melhor... de Vern.
- Sim. - Diz Nin bem mais calmo.
   Após a conversa e tudo aquilo, os dois continuam a viagem seguindo a trilha que levava a Grande Vila de Vionya, no fim da tarde, os dois estavam com muita fome e sede, mas nenhum demonstrava qualquer ansiedade para buscar água e comida, de qualquer forma estavam perto, mais quatro horas e já estavam na vila, a viagem já tinha-se passado.
   Quatro horas depois e lá estava, a Grande Vila, uma vila muito bela, pelo menos por fora, claro, dentro da vila iriam ter partes bem estruturadas e organizadas, enquanto outras ao contrário, só restava saber onde seria, Zeny para fazendo um comentário:
- Enfim chegamos! Preparado Nin?! Agora que começa de verdade nossa "missão"! - Diz ele parecendo empolgado.
- Nossa! Isso é uma Grande Vila?! - Diz Nin surpreso.
- Exatamente, isso é uma Grande Vila! - Os dois então caminham até o portão, lá estava dois guardas Vionianos, no momento em que Zeny tenta passar com Nin ele acaba sendo parado por um dos dois:
- De onde são forasteiros? - Diz o guarda.
- Somos de Aquíg... - Tenta dizer Nin, mas é cortado por Zeny:
- Canestatis, viemos de Canestatis...
- Selo de Comprovação. - Continua o guarda. Nesse momento Nin se desespera, mas Zeny estava tão calmo que ele não entendeu, Nin tenta dizer de novo:
- Nós não te... - Mas é cortador novamente por Zeny:
- Aqui está! - Diz Zeny entregando o que parecia ser um desenho do símbolo Canestaco.
- Hmm... normalmente isso fica na roupa de vocês... - Responde o guarda deixando dessa vez Zeny um pouco preocupado... Mas logo continua - Tudo bem... passem... - Zeny faz uma cara de alívio junto com Nin dando os dois um suspiro. Assim, enfim estavam em Vionguis!
- Obrigado! – Diz Zeny.
Os dois então entram na Grande Vila após uma viagem bem perigosa, Nin então pergunta enquanto os dois andavam dentro da vila:
- Onde conseguiu um Selo de Comprovação Canestaco?!
- O homem... peguei dele, quando dei aquele golpe final aproveitei e tirei do seu uniforme...
- Nossa... eu nem sabia que isso existia...
- Os Grandes Clãs precisam de uma comprovação que você não é de outro continente, ou que não seja um clã não-oficial, se você for tem que pagar dinheiro para entrar, eles podem descobrir isso com o "Selo de Comprovação", é um selo que fica normalmente no seu uniforme, no ombro, mas depende de cada um, nem sempre é no mesmo lugar.
- Mas nós éramos de Aquígnis, não éramos de outro continente, por que mentimos?
- Porque nosso clã foi destruído, ficamos duas semanas fora, já devem saber da notícia, e também deve saber que não existe nenhum sobrevivente, dizer que somos de Aquígnis iria causar uma polêmica, e assim Vern nos acharia muito mais rápido...
- Ah... você tem razão. Mas por que quem vem de outro continente tem que pagar para entrar? E o que é isso de clã não-oficial?
- Porque eles não são clãs aliados, pelo contrário, todos os Grandes Clãs são inimigos, conviver com alguém que é cuidado por seu inimigo é desagradável, por isso deve pagar para eles te aguentarem, dizendo de uma forma mais realista é isso. Já clãs não-oficiais são clãs que não foram aceitos pela Grande Vila, quando um Grande Clã domina um continente, todos os clãs que já viviam ali são obrigados a se aliar, porém o Grande Clã pode não querer se aliar com você, assim você não será considerado um clã oficial do continente, já que não foi aceito pelo líder do continente, nesse caso, você não será ajudado pela Grande Vila, não poderá entrar na Grande Vila, mas poderá viver no continente normalmente, porém se seu clã entrar no caminho deles, atrapalha-los, irritá-los, ou algo do tipo, eles não vão hesitar em destruí-los. Porém, se você for rico, mostrando isso com um pagamento, você poderá entrar na vila, e dependendo do pagamento, você poderá fazer com que seu clã vire um clã oficial.
- Nossa... mas nunca ouvi falar de clãs não-oficiais, tem algum em Vionya?
- Tem sim, vários na verdade, você não ouviu falar deles justamente porque eles não são clãs oficiais, ah! Existe um distrito em toda Grande Vila que preserva os puros, não são simplesmente um clã com o mesmo conceito, ou uma simples descendência, eles tem o sangue dos criadores do clã sem mistura, é uns daqueles distritos que eu falei que fica mais no centro da Grande Vila, eles são completamente puros, e é bem legal isso, existe um em todas as Grandes Vilas, porém a entrada de qualquer um no distrito é proibida, pois pode haver mistura e acabar com a pureza.
- Nossa... isso é legal... tínhamos isso no clã Aquígnis? Ah! E se um dia formos para outro continente teremos que pagar né? Isso é muito caro?
- Muito... mas até lá estaremos ricos, fique tranquilo. E não, não tínhamos um distrito dos puros, ninguém é puro do nosso clã. – Disse Zeny.
- Entendo... deve ser difícil preservar os puros. – Comenta Nin, finalizando a conversa.

06/09/2015 às 20:02 #3 Última edição: 06/09/2015 às 20:27 por Nununo
                                        CAPÍTULO QUATRO – O ALQUIMISTA

   Agora na vila principal de Vionya, os dois sobreviventes do clã Aquígnis precisavam de comida, água, e um lugar para ficar, estavam sem dinheiro, portanto, ninguém poderia comprar nada para agora, será que os dois teriam que tentar arranjar um trabalho com fome para ter o que comer? Não, Zeny tinha uma solução:
- O que vamos fazer Zeny? Estamos sem dinheiro, precisamos de comida, água, e algum lugar para dormir, se continuar assim por muito tempo estaremos indispostos para algum trabalho. – Dizia Nin, parecendo estar desesperado, mas na verdade não sentia nenhum desespero ou preocupação quanto a isso, ele aguentava suas necessidades por muito tempo ainda.
- Nin, não se desespere, você acha que viríamos aqui sem nenhum plano para quando chegássemos com fome ou sede? Apenas me siga...
- Tudo bem.
   Zeny então na frente de Nin, como sempre, o levava para um local ainda não revelado, os dois saiam do distrito mais distante do centro da Vila, o Distrito de Baixa Classe, ou 5º distrito, com direção ao 4º, o Distrito Comercial, Zeny contava mais ou menos o que iriam fazer:
- Vamos em direção ao Distrito Comercial? – Pergunta Nin.
- Sim. Iremos encontrar alguém, ele vai nos ajudar em nossa missão.
- Você já veio aqui?
- Há muito tempo...
- Por quê?
- Fugindo de uma guerra dos Canestacos contra nós. Eu era pequeno na época. – Explica Zeny, Nin então, por curiosidade, faz uma pergunta:
- Qual o nome dessa Grande Vila? Sempre se refere a "Grande Vila", isso é por que não tem nome?
- Sim, assim como Lirysdann, é uma vila feita por Aquígnos, porém a vila se chama Lirysdann, Aquígnis é só o nome do clã a qual a cidade pertence, Danrell é o nome da vila.
- Eu imaginava que tivesse um nome, só não descartei a possibilidade... – Diz Nin se sentindo burro. – Mas bem, quando vamos chegar nisso?
- Eu nem sei se o lugar é o mesmo ainda, vamos andando daqui a pouco chegamos... claro... se o lugar for o mesmo ainda.
- Ah... tudo bem... – Disse Nin um pouco entediado.
   A cidade de Danrell era uma novidade para Nin, porém não era tanta o suficiente para tirar seu tédio só olhando, ainda se perguntava algumas coisas, mas não queria ser muito chato fazendo a Zeny essas perguntas, então apenas ficou quieto, tentando chegar em uma conclusão sozinho, sobre algumas questões do futuro dos dois, Nin iria ficar quieto naquele momento mas cedo ou tarde ele iria acabar fazendo as perguntas, eram importantes, por agora ele tinha que apenas apreciar a vista e as pessoas que passavam, enquanto Zeny procurava esse "alguém" que foras falado.
   Zeny, após um tempo de caminhada, para em frente a uma loja de poções chamada de "Ilusão Maldita", um nome um pouco estranho para uma loja de poções pensava Nin, mas não questionou muito, preferiu perguntar de uma vez para Zeny:
- É aqui?
- É! Chegamos, esse lugar mudou bastante! – Diz Zeny sorridente, parecendo estar ansioso.
   Era uma loja de alquimia bem sofisticada, com uma escadaria com poucos degraus, dava para chegar até uma porta-dupla com ela que levava a entrada, Zeny apreciou por uns segundos a vista da loja com sua mão na cintura e suas pernas afastadas, dando um sorriso parecendo estar com o sentimento de nostalgia, logo ele começa a subir, anda uns dois degraus e depois para, chamando Nin para vir:
- Nin, vem logo!
- Ok... estou indo... – Disse Nin subindo calmamente se encontrando com Zeny, junto dele para, na entrada da loja, abrir a porta-dupla que estava como obstáculo. Após abrir a porta, encontra-se uma loja bem organizada e com muitas poções, parecia uma biblioteca de alta qualidade, porém no lugar de livros ficavam as poções, indo mais para frente já dava para ver um balcão, em que lá provavelmente ficava o vendedor, mas não havia nenhum no momento, Zeny então comenta para si mesmo:
- Uau... dentro mudou muito também... – Dizia ele andando devagar enquanto olhava os detalhes. Dava para ver algumas cadeiras na frente do balcão, Zeny então sugere:
- Vamos nos sentar ali e esperar... – Diz ele apontando para as cadeiras.
- Sim. – Responde Nin, mas justo quando os dois caminhavam para se sentar, uma porta atrás do balcão se abre, e de lá aparece um adolescente com um livro em mãos, o rapaz distraído não percebe os dois, só depois que coloca o livro em uma prateleira atrás do balcão que percebe os visitantes, os recebe então dizendo:
- Olá! Me desculpem por não percebê-los, em que posso ajudar? – Diz o rapaz um pouco nervoso. Zeny tira o capuz mostrando sua cabeça melhor e diz:
- Você não mudou nada não é? – Dizia enquanto sorri. O rapaz então parecendo um tanto perdido continua:
- Me desculpe... me conhece de algum lugar?
- Maldito! Não lembra de mim?
- Ah! – Diz o homem enquanto levanta o dedo indicador para cima e com uma expressão de como se tivesse lembrado, com uma pequena pausa para a reação ele continua:
- Não... – Abaixando o dedo indicador e tirando aquela expressão de sua cara, arcando um pouco as costas, mostra-se decepcionado.
- Sou eu! Zeny! – Diz com um berro, mostrando-se irritado, mas logo coloca um sorriso de alívio por enfim ter contado abrindo seus braços para receber um abraço.
- Zeny... Zeny...? É você mesmo...? Você... está vivo! ZENY! – Então o rapaz salta do balcão para dar o abraço que Zeny esperava:
- Eu achei que você estivesse morto! Não pode ser verdade! Hahaha! – Disse ele chorando um pouco e abraçando Zeny com muita força, Nin fica meio sem jeito por ficar olhando, não sabia o que fazia, então escolheu olhar parado. Enquanto isso o rapaz solta Zeny depois do longo abraço, diz ele então:
- O que aconteceu com o seu olho? E esse seu antebraço?! Venham! Venham até minha sala, só espere que irei fechar a loja um pouco. – Disse o adolescente indo em direção a porta.
- Não quero incomodá-lo, pode trabalhar eu não me importo! – Disse Zeny como forma de educação.
- Isso é um momento histórico para mim, não vou conseguir trabalhar, precisamos conversar! – Disse o rapaz virando a placa de "aberto" para "fechado" na porta, ele vai em direção a porta atrás do balcão os pedindo para entrar, Nin e Zeny então entram na sala para conversar. Nin se sente surpreso, o amigo alquimista de Zeny é um rapaz tão jovem? Mas são amigos a tanto tempo... o rapaz nem pelos faciais tem... estranho, Nin pensava nessas coisas, enquanto de repente sua barriga começou a roncar muito alto, o rapaz então se vira e Zeny também, logo pergunta:
- Está com fome garoto? Hahaha, desculpe por não me apresentar, sou Lusann! Lusann Vionguis, mas pode me chamar de Sann, tenho 26 anos. – Uau! Nin se surpreendeu, 28 anos? Não podia ser verdade, o rapaz... ou melhor, o homem após dizer isso ergueu a mão para um aperto de mãos, porém Nin ainda estava surpreso e só ficou olhando para ele boquiaberto, o castanho claro do cabelo dele era tão destacado, não tinha pelos faciais, e o engraçado é que ele tinha um olho estranho que Nin só reparou agora, roxos... eram roxos... muito estranho, tem que olhar bem, porque de longe parece azul, seu cabelo não era curto mas não era longo, era quase igual ao cabelo de Nin antes de ter cortado totalmente, só que no caso dele o cabelo era não era liso, era algo meio espetado, e sua franja ficava para trás, Nin já estava olhando para ele a um bom tempo, então o homem diz:
- Vai me deixar no vácuo? Que cara de surpresa é essa? Minha idade? Meu olho roxo? Minha distração por não ter visto vocês quando chegaram? Hahaha!
- Me desculpe... acabei me distraindo... – Então Nin levanta o braço rapidamente, apertando sua mão, e continua:
- Meu nome é Nínkiu, Nínkiu Aquígnis, tenho 11 anos! Pode me chamar de Nin... – Diz Nin um pouco envergonhado por ter ficado distraído naquele momento.
- Prazer, Aquígnis...? Você também sobreviveu? Estou curioso, mas vamos conversar depois, comam primeiro, devem estar cansados da viagem, vou leva-los a cozinha. – Disse Sann agradavelmente, Zeny então agradece:
- Obrigado, realmente estamos a muito tempo sem comer.
- Não agradeça antes de comer minha comida, venham comigo! – Disse Sann rindo, enquanto os levava para a cozinha.
    Já na cozinha Sann preparava algo para Nin e Zeny comer, lá a comida parecia ser de qualidade. Preparando alguns pratos, Nin e Zeny esperavam, o que não demorou muito, já estavam comendo após ter tomado água na espera pela comida, Sann não fez nenhuma pergunta, deixou eles a vontade, para aproveitar a refeição e para não deixá-los desconfortados.
   Após a refeição dos dois, Sann os convidou para sentar em um lugar mais confortável, os levando para a sala de estar, lá ele ofereceu café com leite para os dois, nenhum aceitou, mas ele fez para si mesmo, e enquanto fazia conversava com eles:
- Eu quero entender muito o que aconteceu, a notícia de que Lirysdann foi destruída veio a alguns dias, nos jornais, informado pela vila Clannfill, a vila do clã Canestatis, depois soldados de Danrell foram verificar, e era mesmo verdade, também foi dito que todos foram extintos, mas ainda estão tentando confirmar isso, para assim oficializar a desoficialização do clã Aquígnis, mas agora vocês apareceram, confesso que fiquei mal com a notícia, eu conhecia muita gente, saber que todos morreram foi chocante, mas agora vocês aparecem aqui, como sobreviveram? O que aconteceu exatamente? Como perdeu o antebraço e o olho? – Após dizer isso, Sann termina de mexer a colher da xícara de café com leite que acabara de botar açúcar, Zeny explica então:
- Eu fugi com Nin, estava tentando lutar, porém... bem... você sabe... falhei... minha única esperança naquele momento era Nin, que eu tinha visto correr da vila, consegui encontra-lo, ele estava lutando contra dois soldados do clã Canestatis, não pude evitar de usar toda minha força para correr e chegar a tempo de salvá-lo de ataques brutais, foi ai que perdi meu antebraço e meu olho, meu antebraço foi cortado por uma lança, enquanto o olho com uma flechada. – Após Zeny dizer isso Sann se sentou com eles, para ouvir mais, logo ele pede para continuar:
- Uau... meus pêsames pelo clã de vocês... perderam muita gente importante provavelmente, por favor, continue. – Zeny então continuou, contando tudo, não deixando nada de fora, as viagens, as batalhas, o tempo que tiveram que sobreviver, sobre o projeto "Do'Muran", que Nin na verdade contou, entre outros... Sann no meio da explicação fez alguns comentários como: "Nossa... e a menina Clare? Doeu para você saber que ela era uma espiã todo esse tempo?" ou então: "Deve ter sido muito difícil, bravos os homens que se sacrificaram por vocês...", mostrando interesse na história, Zeny contou tudo até chegar ao ponto de agora, em que ele termina:
- E por isso estamos aqui agora, temos que virar caçadores de recompensas, por isso queríamos que nos explicasse como funciona e nos desse um lugar para dormir, não temos onde ficar e não temos dinheiro...
- Tem dúvidas disso? É claro que ajudarei meu amigo, vai ser muito divertido tê-los comigo, estou sempre tão sozinho, e tem algumas coisas que eu... bem... esquece... – Disse Sann, realmente não se importando com a presença temporária dos dois em sua residência.
- Obrigado Sann! Você será recompensado com isso. – Diz Zeny o agradecendo, Nin também querendo agradecer diz:
- Agradeço também, está bem problemática nossa situação.
- Não se importem com isso, mas... deixando os agradecimentos de lado, vocês só querem reconstruir a vila ou querem se vingar do clã Canestatis também?
- Talvez um dia... mas não por vingança, tentaríamos algo contra eles pela segurança de nada acontecer de novo com nossa vila no máximo... – Responde Zeny.
- Nosso objetivo é reconstruir a vila, porém eu tenho um outro, descobrir o porquê da briga dos nossos clãs, quantos problemas isso causou? Principalmente a nós Aquígnos, todos que eu pergunto sobre essa guerra, o motivo dela, ninguém sabe como responder, ainda quero saber isso, e dependendo do motivo, eu tente algo contra eles... – Diz Nin, completamente calmo... porém Sann ao ouvir isso do garoto faz uma expressão estranha, uma expressão fria e depressiva, por algum motivo, e olhou para baixo, mas só por alguns segundos, depois ele percebe que os dois podiam perceber a expressão estranha dele e de repente volta ao normal, tentando mudar de assunto:
- Bom! Já está de noite, vocês chegaram aqui no fim da tarde, conversamos bastante, posso mostrar o local que vocês vão dormir, sempre morei sozinho mas tenho um quarto de hóspedes, mas só tem uma cama, portanto eu vou deixar um de vocês dormir na minha e eu durmo no sofá.
- Não se preocupe com isso Sann, eu durmo no sofá, não me importo, você já fez muito por nós hoje! – Diz Zeny.
- Capaz! Faço questão disso! Amanhã explicarei o que devem fazer para serem caçadores de recompensas!
- Antes de nos mostrar onde dormir... você sabe sobre a guerra do clã Canestatis contra o Aquígnis? – Diz Nin, se referindo ao momento que ele fez aquela expressão.
- Eu? Hahaha! Por que eu saberia? Não... não faço ideia, mas tenho uns livros que fala sobre os clãs de Gommonfell... – Diz ele, mesmo sendo convincente, Nin ainda desconfiava, porém ele ficou curioso quanto aos livros, então pergunta:
- Onde fica esses livros? Fiquei interessado...
- Claro, está na biblioteca, lá na sala que fica depois da entrada!
- Vou conferir, obrigado. – Diz Nin indo em direção a biblioteca. Enquanto isso Zeny se preparava para dormir, indo até o quarto onde Sann propôs:
- É aqui, fique a vontade, e se precisar de alguma coisa é só me chamar! – Disse Sann colocando uma mão sobre a palma da outra em frente ao seu rosto, enquanto sorria de olhos fechados.
- Obrigado por tudo que está fazendo pela gente Sann.
- Que isso, boa noite. – Disse ele fechando a porta, mas antes dele fechar o mesmo, Zeny o para, dizendo:
- Ah! Se Nin demorar muito, poderia alertá-lo de ir dormir? Ele deve ficar disposto até amanhã.
- Tudo bem, pode deixar que eu o aviso. – Disse ele fechando a porta, dessa vez, sem interrupção.
   Enquanto isso Nin fazia pesquisas nos livros de Sann, encontrando um livro que fazia descrições de todos os clãs da atualidade, e até das gerações anteriores. Lá encontrava-se o clã Aquígnis como um dos primeiros, já que os clãs eram postos de ordem alfabética, Nin lia como curiosidade, o que os outros pensavam do seu clã? E lá estava: "Um clã muito antigo, um dos clãs oficiais da agora chamada Vionya, está lá há três gerações, o "Clã da Esperança", um clã que tem a persistência como estilo de vida, os primeiros membros do clã criaram o mesmo por uma cultura religiosa, formado por pessoas que tinham fé em um Deus que abençoava os possuidores de cabelos loiros, resumindo, os primeiros membros eram todos loiros, juntos criaram uma vila para todos que tinham fé na Fênix como um Deus, e até hoje seguem essa cultura, porém agora só seguem pela tradição, e não mais pela religião em si, eram muito bons em caça e usavam roupas com penas coloridas de laranja, para parecerem aves de fogo, que é o Deus deles, a Fênix, "Aquígnis" é uma junção de palavras em latim, "Aquila" (águia) e "Ignis" (fogo), o clã existe a mais de 300 anos...". Muitas informações, até coisa que Nin não sabia do próprio clã tinha, mas nada falava da briga entre Aquígnis e Canestatis, Nin continuou procurando em outros livros, afinal, ele faz parte do Clã da Esperança, um título que nem ele sabia que existia, deve ser conhecido assim pelos outros, por mais que ele não achasse o que procurava, conhecimento a mais ele iria ter.
Enquanto lia, Nin descobriu um pouco sobre o outro clã que fazia parte de Vionya além do Aquígnis e o Canestatis, o clã Lapiselium, dizia assim: "Lapiselium, o clã do domínio da pedra, a lenda diz que os ancestrais dos atuais membros do clã, sabiam dominar a pedra, ou melhor... criar! Ninguém sabia como era possível isso, e até hoje ninguém sabe, na verdade, ninguém sabe se isso é real, alguns criam teorias, outros dizem realmente saber, mas nada comprovado oficialmente, por isso esses ancestrais se mudaram para as montanhas, lá era o melhor local de batalha deles, e também era o lugar mais seguro para esconder o segredo da dominação da pedra, e por isso atualmente esse clã vive na vila de Leenisfeer, a Vila da Pedra, por mais que hoje ninguém saiba o segredo dessa técnica, é ainda considerado a vila da pedra, um clã unido por uma antiga arte marcial. O nome do clã vem do latim, "Lapis" (pedra) e "Proelium" (luta), é um povo com uma cultura diferente, muito religiosa, e são bem receptíveis." Nin estava aprendendo muito com os livros, mas ainda não achou o que queria, ele já imaginava, se ele não descobriu até hoje, é óbvio que achar essa informação em uns livros iria ser fácil demais... o único jeito de Nin descobrir isso era perguntando para alguém muito velho, como vive há muito tempo, pode acabar sabendo por ter vivido no ápice da batalha entre os dois, já que em Vionya a guerra não é tão desconhecida...
Nin, ainda tentando achar alguma coisa, mas agora com as esperanças baixas, encontra-se com Sann, após o mesmo abrir a porta para vê-lo, entra dizendo:
- Encontrou o que queria? Está tarde, você precisa estar disposto amanhã para acompanhar Zeny na busca pelas recompensas. – Disse Sann se aproximando de Nin.
- Sem querer ser ofensivo ou agressivo, sei quando devo dormir. – Disse Nin se esforçando para não parecer mal-educado, já que ele se sentia mal quando alguém que não tinha influência sobre sua vida, dizia sobre o que fazer, só por ser criança, não que ele ficasse irritado com essas coisas, mas se sente desconfortável.
- Hehehe, não se preocupe com isso, não considero isso como ofensa, então... o que está procurando? – Responde educadamente enquanto sentava no tapete junto com Nin na biblioteca.
- Sobre a guerra entre os clãs Aquígnis e Canestatis, pelo menos eu estava, agora só estou lendo por curiosidade, eu sou um pouco chato, é bom sair daqui se não vou começar a fazer perguntas sem parar.
- Legal! Adoro responder perguntas, me diga, quais suas dúvidas? – Já ia dizendo Sann simpaticamente.
- Bom, eu reparei que as Grandes Vilas, são chamadas de "Grande Vilas" mas são cidades... eu até imagino o motivo, mas não tenho certeza, é uma forma de dizer que são superiores?
- Também, mas a população de uma Grande Vila não chega a ser a de uma cidade, mas também é por isso, os Grandes Clãs dominam todo o continente, e como os mesmos são gananciosos, preferem colocar isso de uma forma muito destacada, por isso que os continentes tem nomes parecidos com o clã dominante, eles mudam de geração em geração de Grandes Clãs, alguns Grandes Clãs não se importam muito com a popularidade de si, mas sim da popularidade do outro, deixar o nome do continente parecido com o antigo inimigo é desconfortável, então eles aproveitam na hora de mudar o nome do continente, seguir a tradição...
- Faz todo sentido... bom, mudando de assunto, sabe, existe algo que eu queria entender, o que é esse íris roxo? E qual o segredo de sua juventude...?
- Já fiz pesquisas sobre meu olho roxo, nasci assim desde pequeno, fui abandonado por acharem que eu era algum demônio ou coisa do tipo aos quatro anos de idade por causa disso, não fico mal com isso, eu não seria que eu sou hoje sem isso... – Disse Sann, parecendo querer esconder sua tristeza, mas não dava para saber se ele não sentia nada ou escondia o que sentia.
- Nossa... que história triste... mas, o que é você hoje? – Diante dessa pergunta tão simples se escondeu uma inquietação da parte de Sann, ele pareceu diferente, mas logo responde:
- Bem... eu sou o que sou! Está vendo essa pessoa na frente sua? Eu não seria ela, esse alquimista que não se deu mal na vida! Hahaha! – Responde ele sorrindo, Nin percebe a diferença em seu comportamento, mas ao invés de fingir que não viu, vai direto ao ponto:
- Você esconde algo de nós Sann? Um segredo muito significativo? Por exemplo... – Sann olhava para Nin arregalado, com uma expressão de como se estivesse perguntando: "Como? Será que esse garoto descobriu?", e Nin continua:
- A guerra entre Canestatis e Aquígnis?! – Sann então sua um pouco, e faz um expressão de alívio, parecendo fazer algum exercício de relaxamento psicológico fechando os olhos, e logo "voltando" abrindo seus olhos e sorrindo, responde:
- Não.
- Não? – Nin não esperava uma resposta tão seca, ele era impressionantemente imprevisível, e agora? Nin não sabia se desconfiava ou aceitava a resposta... ele estava tão nervoso, e simplesmente se acalmou, Nin pensava se teria errado, e ele estivesse dizendo a verdade, porém algo ele estava escondendo, não era possível...:
- Não, já tinha dito antes para você Nin, fico um pouco mal por você não confiar em mim, nos tornaremos companheiros de moradia, esse clima tem passar, bom, respondendo a sua outra pergunta, sobre o segredo da minha juventude... por mais que eu seja um alquimista, ainda não encontre o "Elixir da Longa Vida" ou algo parecido não... se era o que você pensava, também nasci assim e sou assim, um dia vou envelhecer! – Dizia ele rindo. Nin achava Sann um homem extremamente interessante, até mais interessante que Zeny, essa mudança de personalidade, ele tem algo escondido, uma personalidade fria talvez? Ou só um segredo muito confidencial, o que faz mudar de personalidade toda vez que toca no assunto, ou realmente não tem nada e esse seja apenas o jeito dele... são muitas as possibilidades, mas as possibilidades são muito inusitadas... Enquanto Nin fazia essas perguntas, as suas expressões se uniam, fazendo ser óbvio o que ele pensava, Sann então interrompe o seu pensamento:
- Algum problema Nin? Continua não acreditando? Bom, espero que isso não afete nossa relação... você é alguém que gosta de aprender, e isso é raro em uma criança, é mais que raro na verdade, e isso me faz gostar de você, me faz querer pensar quem vai ser você quando crescer, vou lhe ensinar muitas coisas enquanto estiver aqui Nin, talvez até alquimia... bom, você sabe o que faz da vida, mas aconselho-te a ir dormir, acordar cedo com sono é uma das piores coisas para uma pessoa, tanto na saúde física quanto psicológica... – Dizia Sann levantando-se ao mesmo tempo que limpava o pouco pó do seu traseiro, já em pé, olha para Nin e diz:
- Boa noite, não é obrigado a arrumar tudo isso, depois eu arrumo. – Disse novamente sorrindo com os olhos fechados.
- Obrigado por tudo novamente Sann, espero que seja recompensado com essa bondade toda! Ah! Antes de você ir... quando você foi abandonado, o que aconteceu depois?
- Bom, eu fui para um orfanato, fiquei lá por minha infância inteira, quando me tornei um adolescente, fui adotado pelo império de Vionguis para servir como um soldado, porém eu não mostrava progresso físico, eu era bem magro, então me devolveram, até lá eu já era quase adulto, a minha vida toda eu li livros, principalmente de alquimia, me interessei por aquilo, e me tornei um vendedor ambulante de poções que eu fazia no orfanato, quando me tornei adulto, tinha dinheiro o suficiente para comprar uma casa para mim, foi o que eu fiz, bom, pode parecer que eu não tinha família, mas o pessoal do orfanato era muito legal, era praticamente minha família, quando me separei deles foi um pouco difícil, mas bem, resumindo, minha vida passou a ser assim por muito tempo, até que hoje estou aqui, com minha loja de poções, uma das melhores de Gommonfell!
- Nossa, legal a sua história, obrigado por contar para alguém como eu tantas coisas da sua vida, e que continue sendo assim até o fim dela! Hehehe... – Disse Nin disse com um sorriso.
- Que assim seja! – Disse Sann sorrindo também, enquanto saia para abrir a porta. Nin ficou por mais alguns minutos, guardou todos os livros, e foi dormir.
   No dia seguinte, logo de manhã, Nin e Zeny se preparam para o café-da-manha que Sann fazia, sentando-se junto a mesa. Após preparado, Sann junta-se a Zeny e Nin, enquanto ele explicava tudo que ele sabia sobre trabalhar como caçadores de recompensas:
- Enquanto vocês aproveitam o café-da-manhã, vou ajudá-los como caçadores de recompensas, mas antes de tudo: Nin participará da "caça"?
- Bem... mais ou menos, por enquanto não, ele não sabe lutar, apenas observará, para saber como fazer no futuro. - Responde Zeny.
- Ok... bem, não sei se posso colocar minha opinião nisso mas botarei mesmo assim, é bom você não ir Nin, poderá atrapalhar, digo, o inimigo pode ser muito ágil e usá-lo como refém por exemplo... já que não sabe lutar, não vejo que isso seja um motivo tão justificável...
- Pois é... coisas assim pode prejudicar o andamento de trabalhos... não que eu não vá dar o meu melhor para isso não acontecer, mas é sua decisão Nin querer ir ou não... o que quer fazer Nin? - Disse Zeny, olhando para Nin.
- Bem... eu queria ter a experiência de um caçador de recompensa mais de perto sim, mas não agora que Sann disse isso, percebi que os riscos são maiores que os ganhos, e além de que eu já tive experiências parecidas quando eu estava andando com Zeny, teve vários momentos em que tivemos que enfrentar inimigos. - Disse Nin, terminando com um gole de café com leite.
- Então está decidido, irei sozinho. - Disse Zeny.
- Tudo bem, que bom que a decisão foi a mais racional, agora vou explicar como funciona, um caçador de recompensa não é uma profissão "oficial", sei que sabem disso, então não existe: "como ser um caçador de recompensas?", porém existem formas de facilitar a vida de um, o maior problema de um caçador de recompensas são as recompensas, quer dizer, não literalmente a recompensa, mas sim o criminoso que vai te dar a recompensa, achar um é a maioria das vezes a pior coisa, ou ele vai te dar pouco dinheiro mas fácil de se lidar, ou ele vai te dar uma recompensa bem alta porém é muito forte ou difícil de achar, Danrell é a cidade onde mais tem criminosos do mundo, mas claro, digo em quantidade, tem bastante "peixe pequeno" aqui, porém os grandões ficam em outros lugares... isso é uma vantagem para vocês no início, agora, falando da "Casa das Recompensas", é um lugar que quando você captura algum criminoso, recebe sua recompensa ali, existe dois tipos de "Casa das Recompensas", a estadual, e a particular, a diferença das duas é que a particular é uma Casa das Recompensas que tem seus próprios "criminosos", resumindo, eles te recompensam pela cabeça de "criminosos" que tiveram influência pessoal de alguém, são as próprias pessoas que pede a cabeça, elas não são oficiais só para deixar claro, esse tipo de "Casa das Recompensas" são Casas que estão fora-da-lei, resumindo, não é recomendável tentar entrar em uma como membro, elas não são fáceis de achar, são cuidadosas, normalmente não tem uma "casa" mesmo sendo chamada de "Casa das Recompensas", na maioria das vezes, os membros apenas se encontram para "saber das últimas", mas claro, tem excessões, alguns tem uma base, só que é escondida obviamente, a vantagem delas é que o pagamento é bem alto, por causa do risco que você corre. A "Casa das Recompensas" estadual é, obviamente, a do estado, todas as pessoas que cometem crimes estão lá, as mais destacadas ficam no "Mural das Recompensas", normalmente os com maior recompensa e os mais famosos na cidade, ou no mundo, já os outros ficam em uma lista, que você pede para o Dirigente da Casa das Recompensas lhe dar uma cópia, o Dirigente é alguém contratado do estado para cuidar da Casa, porém quem é dono mesmo é o estado, em uma Casa das Recompensas particular, você deve se transformar em um membro, e por isso só pode colocar as recompensas naquela Casa, e em mais nenhuma, já a pública qualquer uma do mundo você pode deixar o criminoso para receber seu pagamento. Não acho que eu possa ajudar mais que isso em informações, agora é ir até a Casa, escolher a caça, e ir atrás da "comida". - Explicava Sann, após isso Zeny se sentiu muito informado para começar, e Nin também, se fosse se transformar agora em um caçador de recompensas.
- Entendi tudo, porém onde fica uma Casa das Recompensas aqui em Vionguis? - Pergunta Zeny, com o café-da-manhã já terminado.
- Você está dizendo... uma estatal né?
- Claro! Não quero criar mais problemas do que eu já tenho agora.
- De qualquer forma eu não saberia onde fica uma particular mesmo... mas bem, tem uma no Distrito Comercial mesmo, na verdade é a única da cidade, normalmente não se tem mais de uma, a não ser particular, eles não tem regras de onde ficar, fica do outro lado do distrito.
- Tudo bem, vou me preparar para ir, preciso começar o quanto antes. - Disse Zeny, enquanto se levantava da cadeira.
- Espere! Vou com você, mostrarei onde fica.
- Então vou também, quero ver como é lá! - Dizia Nin.
- Certo, então vamos. - Responde Zeny aos dois.
- Tá, mas antes de irmos, vamos esperar minha assistente chegar! - Nin e Zeny respondem ao mesmo tempo: "assistente?!", e Sann continua:
- Sim, assistente, ah! Me desculpem, não avisei, eu sempre saio então precisei de uma assistente, a loja é bem movimentada, e como fica um pouco longe deixar a loja sozinha tanto tempo é um desperdício, minhas poções são bem variadas, inventei poções para limpeza, fazem bastante sucesso, as mulheres e empregadas sempre vem aqui comprar, muita gente de outras cidades também vem, foi uma das minhas invenções mais aproveitáveis da minha vida.
- Claro, então... - Zeny iria concluir mas é interrompido com o barulho que vinha da sala de entrada da loja, um sino, que indicava um visitante.
- Ah! Ela deve ter chegado, Nin, não se aproveite dela, ela tem a mesma idade sua. - Disse ele com uma risada
- Não! Eu não faria algo assim! - Disse Nin não entendendo que era apenas uma brincadeira.
- Relaxa! Era só uma brincadeira - Dizia Sann enquanto corria da cozinha para a sala de entrada para atende-la, junto com Nin e Zeny, que chegavam andando.
   Chegando na sala principal da loja, Nin e Zeny se deparam com Sann conversando com a menina, sua aparência mostrava mais ou menos quinze anos, seu cabelo era curto, ia até o começo do pescoço, liso, de cor castanho escuro, falava com Sann toda feliz, se assemelhava com um menino, não fisicamente, mas seu jeito, parecia ser bem extrovertida, usava roupas um pouco masculinas também, enquanto conversava com Sann,  percebe a presença de Zeny e Nin, então acaba falando um pouco alto: "Você trouxe monges para a loja?!", tapando a boca depois que percebe, não dá para ouvir direito o que conversavam a não ser isso, Sann fala algo no ouvido dela e então ela vai em direção a Sann e Nin:
- Prazer! Meu nome é Laura, tenho quinze anos, trabalho aqui a dois anos! - Dizia ela sorridente, enquanto mostrava a mão esperando um aperto.
- O prazer é todo meu, sou Zeny, tenho 35 anos! - Disse Zeny apertando a mão da menina.
- Prazer! Sou Nínkiu Aquígnis, tenho onze anos, mas pode me chamar de Nin! - Disse Nin apertando sua mão também.
- Onze anos? E já fala por si só, que fofura. - Nin já era acostumado com coisas parecidas, mas não gostava, ela parecia ser do tipo que dizia coisas que não queria sem querer, logo ela continua:
- Essas carecas de vocês, são monges ou algo assim?
- Hahahaha! Não, é que... bem, gostamos desse estilo. - Respondeu Zeny.
- Ah! Mesmo sendo ruim cada um com seu gosto né? - Nin e Zeny queriam matá-la depois disso, mas fingiram que não ouviram. Sann aproveitou que as apresentações tinham acabado e disse a ela sua responsabilidade, explicando não tudo, mas o suficiente para ela entender a importância de Sann e Nin acompanhar Zeny a uma Casa das Recompensas.
- Tudo bem então! Pode deixar, eu cuido de tudo! Hehe... - Dizia Laura enquanto acenava para os três que saiam da loja.
   Enquanto isso, Zeny, Sann e Nin, caminhavam até a Casa das Recompensas de Danrell, quer dizer, antes disso, Sann pegou seu chapéu preto com pena vermelha, foi uma viagem de mais ou menos vinte minutos. Chegando lá, a Casa parecia uma espécie de bar, tanto por fora quanto por dentro, não era um local pobre, era até que sofisticado, mas estava um pouco destruido, a entrada tinha uma placa acima da porta bem grande escrtio: "Casa das Recompensas". Dentro da Casa, muitas pessoas faziam barulho, comendo e bebendo, era quase um bar mesmo, Nin se perguntava sobre a necessidade de haver comida em um lugar que você só entra para receber alguma missão para capturar criminosos, Sann parece perceber as perguntas que Nin se fazia, e Zeny parecia fazer essas perguntas também, logo Sann parecendo ler a mente dos dois responde:
- O lugar é assim porque o Dirigente permite, existem Casa das Recompensas de todo tipo, o Dirigente, se tiver dinheiro próprio, pode reformar do jeito que quiser, e o dirigente de Danrell é bem festeiro, gosta de bares, do clima feliz que tem, ou sei lá... - Foi bem esclarecedor agora tanto para Nin quanto para Zeny. Depois da explicação de Sann, parecia que só agora o pessoal dentro da Casa das Recompensas perceberam a presença dos três, e todos olharam parando o que estavam fazendo para os novos visitantes, alguns olhares de curiosidade e outros de desprezo, o ambiente ficou quieto, Nin não soube o que fazer, parecia que o tempo parou, Sann simplesmente disse então:
- Vamos? - Olhando para Zeny e Nin, enquanto caminhava para frente, Zeny seguiu Sann, e Nin também, quando os três chegaram no balcão para falar com o dirigente, todos voltaram a fazer o que estavam fazendo como se nada tivesse acontecido, Nin não entendeu nada, será que eles tinham algo com Sann? Ou até com Zeny? Mas Nin não quis perguntar, apenas esperou Sann conversar com o dirigente do local:
- Bom dia! Por favor, eu queria uma lista de procurados... - Dizia Sann, enquanto colocava a mão sobre seu chapéu preto com pena vermelha que ele trouxe antes de sair e abaixava a parte da frente dele para esconder seus olhos parcialmente.
- Você não é o famoso alquimista da cidade Lussan?! Hahaha! Pois não. Me chamo Gordonn, tome aqui uma para você! - Dizia o homem, enquanto tirava debaixo do balcão o folheto, era um homem que aparentava ter cinquenta anos, sua barriga era gorda, mas seu corpo era normal, tinha bigode, barba e era careca, usava um monóculo e roupas formais, não tinha um perfil parecido com um dono de bar mas parecia ser bem gentil.
- É bom saber que sou conhecido por aqui, o prazer foi todo meu Gordonn, espero nos encontrar algum dia de novo! - Disse Sann acenando enquanto saia junto a Nin e Zeny.
- O prazer foi todo meu! - Também acenando dizia o homem. Alguns olhares indiscretos novamente pertubavam Nin e Zeny, dessa vez não foi todos, o lugar ainda era barulhento, mas algumas pessoas pararam para olhar os três saírem, seriam caçadores de recompensas competidores? Sann estava com a mão em seu chapéu e mesmo não olhando para Nin e Zeny leu o pensamento dos dois novamente, dizendo:
- Se acalmem, isso são só olhares de outros caçadores de recompensas, não muito amigáveis, eles querem dizer algo como: "se caçar a minha caça eu vou te matar...", mas não se preocupem, não farão nada agora... - Era um lugar bem variado, velho, jovens, homens, mulheres, vários tipos de caçadores de recompensas olhavam, Sann dizia aquilo enquanto os três saiam do local, chegando uma hora que todos se encontravam fora da estruturação.
   Após o sucesso na busca pela lista de procurados da Casa das Recompensas, Nin, Zeny e Sann, se reúnem em um ponto não tão próxima do lugar do qual sairam, lá, Sann entrega a lista para Zeny começar suas procuras pelos criminosos, dizendo:
- Aqui está a lista, leia um pouco, e pense muito sobre qual vai querer ir atrás.
- Tem algum aqui na cidade? Que já deu as caras? - Pergunta Zeny a Sann.
- Tem mas... eles não são muito fracos para começar... na verdade, são bem fortes... - Disse Sann lhe aconselhando a não ir atrás desses primeiro.
- Quais são eles? - Disse Zeny, não se importando se eles eram fracos ou fortes.
- Ei! Ei! Não está pensando em ir atrás desses caras né? Sei que é forte, mas também sei que para um lutador que usava espada de duas mãos a falta de uma é um prejuízo grande!
- Eu sei muito bem lutar com espada de uma mão, não se preocupe, Nin é testemunha!
- Sim... eu estou sempre me impressionando com sua luta. - Disse Nin, testemunhando o que Zeny acabara de dizer.
- Ah... - Disse Sann em um suspiro, fica alguns segundos quieto olhando para baixo, depois mais alguns segundos porém olhando para cima, e então continua:
- Tudo bem, vou dizer os nomes: "Urllock, o Caçador de Hienas", "Jyn, a Mão do Demônio", e "Ruan, o Gatuno Assassino".
- Nossa... esse títulos mostram o que nos espera. - Comenta Nin.
- Fiquei mais impressionado com a quantidade de tantas grandes recompensas em um mesmo lugar. - Diz Zeny.
- Na verdade, dois deles apareceram esses dias, mas sumiram, não se sabe se foram embora ou se esconderam, mas é normal isso acontecer, o estado não faz nada contra, já que os caçadores de recompensas já fazem, não querem perder soldados, e quando tem muitos criminosos importantes em um mesmo lugar, piora ainda mais, eles não ficam sozinhos, vocês sabem né? Esses que carregam títulos e tem recompensas altas, sempre andam em bando, ou pelo menos com mais de um homem, claro que em certos casos não, porém a maioria deles andam juntos, os grandes criminosos de verdade, que aparecem no mural, andam sozinhos, são tão fortes que não precisam de ninguém ajudando-os, mas voltando ao assunto, os dois que sumiram foi "Jyn", e "Ruan", enquanto "Urllock" apareceu na noite passada em um bar aqui do Distrito Comercial, ele vai aparecer de novo, como seu título diz, ele caça hienas, porém não é só hienas, caça muitas outras coisas, só que ele usa a cabeça de um hiena como capuz, por isso o título, mas ele caça de tudo, só por diversão, e nas florestas perto de Danrell tem bastante animais, de dia os caça, a noite vem para o bar da cidade.
- Ele não dorme nunca? - Pergunta Nin retóricamente.
- Encontrei seu nome na lista... realmente... o seu preço é alto...
- Sim, ele usa um machado de duas mãos, um verdadeiro bárbaro... anda junto com seu bando, fazendo alvoroços nas vilas de Vionya. Zeny, me promete que não morrerá fazendo isso, ele é forte... - Disse Sann o aconselhando, dizendo o mesmo que: "não faça isso!".
- Não se preocupe, prometo que vou voltar com uma recompensa hoje ainda. - Responde Zeny, confiantemente.
- Você vai atrás dele nas florestas? Não vai esperar ele voltar para o bar da cidade?
- Brigar com ele dentro do bar pode dar problemas demais, porém capturá-lo na floresta é mais seguro.
- Bom... tudo bem... faça o que quiser, mas então, posso fazer alguns equipamentos para você conseguir com mais facilidade derrotá-lo em uma batalha.
- Não, eu e minha espada é mais que o suficiente, não tenho só minha espada... e você sabe muito bem do que estou falando Sann. - Disse Zeny, parecendo dizer algo para Nin não descobrir.
- É... eu sei. - Responde Sann, Nin apenas fingiu que não entendeu o segredo escondido, mais porque não estava interessado, mas também fez isso porque sabia que eles não contariam nada. Sann continua:
- Então tudo bem... volte para casa hoje, por favor.
- Fiquem tranquilos, voltarei. - Disse Zeny enquanto virava as costas para Nin e Sann enquanto acenava, Sann recebeu isso também acenando até perderem-se de vista, voltando junto com Nin, para a loja de novo.
   Zeny já se encontrava fora da Grande Vila, indo em direção a floresta Meni-Meni, a quatro quilômetros de Danrell, a floresta mais próxima da cidade, onde dito por Sann, estava Urllock caçando alguns animais não especificados. Seguindo viagem, após andar quatro quilômetro com apenas uma espada dentro de uma bainha, Zeny se encontra dentro da floresta, no meio da tarde, faltava apenas encontrar o criminoso, então Zeny seguiu em frente na floresta, tinha uma trilha, seguia por ela, Zeny andou muito, precisava descançar um pouco, foi o que ele fez, após dez minutos andando na floresta, e claro, quase uma hora de caminhada que andou anteriormente para chegar na floresta, senta-se em uma pedra, pôde aproveitar o momento quieto, olhando para baixo, apenas descançando, estava bem aproveitável, mas tinha algo atrapalhando, um zumbido... talvez? Não, não era nenhum inseto, algo se aproximava, Zeny não hesitou retirando sua espada da bainha velozmente e cortando ao meio uma flecha que veio em sua direção agilmente, após isso Zeny ouve uma voz em algum lugar que ele não sabia especificar dizendo: "Ora ora... Impressionante! Era de se esperar de alguém que teve a ousadia de atrapalhar minha caça!", provavelmente o homem estaria na direção contrária de onde veio a flecha, ao norte, do lado direito da direção que Zeny sentava, este já estava em pé, preparado para qualquer ataque, Zeny olhava ao seu redor, com medo de receber outro ataque, ele ouve passos, pisando em galhos e folhas, mas era de todo lugar, porém essa tortura acaba quando os inimigos dão as caras, lá estava, seis homens, Urllock e seus aliados provavelmente, estavam bem divididos, cercando Zeny completamente, em uma distância de cinco metros, um deles estava com um arco na mão e flechas nas costas, provando que a flecha anteriormente veio desse homem, este diz então:
- Quem é você espadachim?
- Me chamo Zeny... e você se chama... Urllock? - Pergunta Zeny ao homem.
- O próprio! - Zeny acerta o palpite, bom, não era tão difícil, o homem era muito forte, além de usar uma hiena como capuz, que tinha sido descrito por Sann essa aparência, com um longo machado nas costas e uma roupa de pele de hiena, olhava para Zeny de braços cruzados com o arco das costas, que o mesmo teria sido guardado durante a conversa, os outros homens apontavam flechas em seus arcos para Zeny não fugir ou tentar algo.
- Ótimo, já que estou em uma emboscada, não faz diferença, sou um Caçador de Recompensas, e vim atrás de você, por favor, aceite um duelo. - Disse Zeny, sendo recebido com várias risadas dos homens e do próprio Urllock, que riam sem parar por oito segundos, respondendo então:
- Seja quem for, eu aceito seu duelo.
- Certo, apenas eu e você. - Diz Zeny, estavam em uma parte da floresta que era aberta, a parte da trilha, a floresta levava a dois caminhos nessa parte, então duas trilhas se encontravam, formando uma maior, que deixava um espaço mais aberto que uma floresta em si. Os dois se preparam, entrando em posição de luta, o homem retira seu machado de suas costas, como Sann disse, o machado tinha um cabo longo, todos os homens de Urllock guardam suas armas apenas para assistir, esperando que Zeny seja massacrado. Zeny então continua:
- O duelo já começou... - Porém Zeny é interrompido com uma investida dada por Urllock, que corria com seu machado nas suas mãos, passando cinco metros em três segundos, que quando se aproximou o suficiente de Zeny, tenda dar um golpe no mesmo, subindo seu machado e depois o jogando para baixo na tentiva de cortá-lo ao meio, mas Zeny era mais rápido, conseguiu desviar do golpe, o homem tinha quase três metros, Zeny parecia uma criança perto dele, o machado veio tão forte que enterrou a lâmina inteira no chão, Zeny teria desviado rolando para a direita, Urllock quando percebe que Zeny acabara de desviar do seu golpe, retira rapidamente o machado do chão e vai novamente para cima de Zeny tentando dar um golpe da direita para a esquerda, Zeny salta fazendo o machado passar por baixo, quando cai no chão o homem tenta novamente dar um outro golpe, dessa vez ao contrário, da esquerda para direita, imediatamente depois que deu o último ataque, fazendo com que Zeny dessa vez inclinasse o torso para trás, agora o homem, quase imediatamente depois de dar o último ataque, tenta dar um de cima para baixo, como fez anteriormente, porém o mesmo rola para o lado esquerdo, e logo após, salta em cima do machado, e do machado salta para a cabeça do homem, dando um golpe que pega de raspão no nariz, o problema é que Urllock dá um salto para trás, fazendo o golpe não ser em cheio, porém quando Zeny volta ao chão, não perde tempo e dá uma investida para mais um golpe, o homem não consegue acompanhar sua velocidade, quando iria tentar acertar, Zeny corria em sua direção, indo para o lado e para o outro, com o objetivo de confundí-lo, e ele consegue isso, Urllock erra um ataque novamente de cima para baixo, o que enterra de novo a lâmina de seu machado no chão, Zeny após perceber que Urllock erra o ataque, corre sem parar em sua direção, criando um corte na perna esquerda do homem, o que o faz cambalear, mas não cair, e nessa distração Zeny aproveita e quase exatamente após seu golpe na perna do homem, se afasta uns três metros na direção traseira de Urllock, dando pequenos saltos para trás, e depois volta a correr, com o objetivo de pegar impulso, subindo nas costas do homem, que estaria ajoelhado, e das costas, dá um salto para frente, fazendo um espécie de "estrelinha" no ar, parecendo que jogara o corpo de qualquer jeito, e em um giro com a mão segurando a espada, deixa um corte, que fez enquanto rolava perto do seu pescoço, logo então caiu no chão em pé, de frente para Urllock, sem nem mesmo cambalear, e ainda dá mais um salto para trás, em uma distância que o machado de Urllock não alcançaria se o mesmo atacasse, o corte que foi deixado não era muito profundo, mas não chegava nem perto de um golpe de raspão, o homem agoniza, com uma das suas pernas ajoelhadas, olhando para baixo, e seu braço direito com o punho fechado encostando o chão, diz após alguns segundos de silêncio:
- Espadachim Zeny... ou melhor... Caçador de Recompensas Zeny... - Falava o homem ofegante, parecendo querer fazer uma pergunta, porém Zeny interrompe:
- Se rende?
- Não... apenas... me responda uma pergunta...
- Diga.
- Sabe qual... a vantagem... de um procurado... para um caçador de recompensas...?
- Não...
- A diferença... é que um caçador de recompensas... precisa capturar o procurado vivo... - Disse ele se levantando aos poucos...
- Já o criminoso... PODE MATAR O CAÇADOR! - Disse Urllock em um grito, jogando o machado que sorrateiramente tirava do chão enquanto falava, o machado era muito rápido, mas Zeny esperava um ataque, a conversa estava meio estranha, por isso se preparou para algo do tipo, quando o machado se aproximou, Zeny esquivou, dando um pequeno salto para o lado direito, mas isso fez o machado acertar um dos homens de Urllock em cheio na cabeça, matando-o, Urllock quando percebe seu erro, faz uma expressão de surpresa e desespero, Zeny achava que os homens não significavam muito para ele, achava que Urllock era como um outro criminoso que não dá a mínima para seus capangas, mas esse criou sentimento por eles, o ambiente fica quieto por alguns segundos, após isso, Urllock grita desesperadamente enquanto corre para socorrer seu aliado, se agacha para verificá-lo, quando percebe que o homem já estava morto, lamenta, dizendo a Zeny enquanto chorava:
- Ele... era meu irmão! - Em um grito, virando a cabeça para olhar Zeny, seu rosto estava coberto de lágrimas, Zeny continua então:
- Saiba que não tive nada haver com isso, se quer bater em alguém, bata em você mesmo! - Apontado com a espada Urllock, que mantia uma distância de meio metro, mas Urllock não se conteve:
- Cale sua boca! - Dando um tapa na espada afastando-a, dizendo logo após:
- Matem-no! E joguem fogo no corpo dele! Nunca o perdoarei pela morte de Alan! - Apontando para Zeny também, mas com o dedo indicador, Urllock não iria lutar, ia lamentar a morte ajoelhado do seu irmão "Alan", Zeny se prepara para o ataque, os homens retiram suas espadas das bainhas e correm para cima de Zeny, eram quatro agora, o primeiro vem com a espada pra cima, com o objetivo de dar um corte reto, de cima para baixo, Zeny defende o ataque, prendendo sua espada com a dele, deixando-a na horizontal, e o homem na vertical, em uma disputa de força, Zeny não podia perder tempo, ficando apenas uns três segundos nessa disputa, Zeny vence, fazendo o homem cambalear para trás afastando sua espada com força para cima, quase um segundo depois disso acontecer um outro vem tentando furar Zeny no peito com sua espada em uma investida, Zeny simplesmente desvia, o homem passa de Zeny sem querer, deixando suas costas desprotegida, o homem até tenta girar e voltar em posição de batalha, mas Zeny é mais rápido, o fura nas costas, fazendo a ponta da espada sair na barriga do criminoso, executando-o, mas ele teve que retirar a espada logo depois que colocou, pois o primeiro homem volta persistente, dando um corte horizontalmente com a espada, para a esquerda, nas costas de Zeny, o mesmo já teria virado para receber o ataque, defendendo-se, novamente entrando em uma disputa de espadas, Zeny fica por mais tempo que anteriormente, uns cinco segundos, quando Zeny lembra da falta de mais um homem para atacá-lo, recebe uma flecha em suas costas, a dor faz com que ele perca a disputa de força, caindo para trás, afastando-se quase um metro do homem, a flecha enterra entortadamente em seu corpo, fazendo Zeny dar um grito de dor, Zeny move a cabeça para ver qual seria o próximo ataque, e vê Urllock se aproximando com seu machado, Zeny tenta ser rápido para se levantar, mas acaba escorregando, fazendo com que não desse mais tempo de nada, Urllock já estava ali, com seu machado preparado para cortá-lo ao meio, mas antes diz:
- Você luta bem... não esquecerei de você "Zeny"... agora é o seu fim, meu irmão e um dos meus capangas morreram nessa batalha, devo reconhecer sua força... mas também... devo odiá-lo! POR TODA ETERNIDADE! - Urllock em um ato de raiva move seu machado para baixo com toda sua força, para fatiar Zeny ao meio, mas algo curioso acontece, Zeny não podia rolar ou qualquer coisa do tipo, estava com muita dor, mas tenta defender-se com seus pés, só que Urllock era muito forte, Zeny até consegue parar o machado, mas não era o suficiente para salvá-lo da morte por muito tempo, então Urllock irritado diz:
- Aceite sua morte! - Levantando o machado para tentar de novo, mas dessa vez, quando Urllock deixou seu machado posicionado para cima, uma bola de fogo é jogada em sua face, vindo de Zeny, vindo da mão de Zeny, que largara a pouco sua espada para isso, todos ali presentes se surpreendem obviamente, o que teria sido aquilo? Magia? Urllock nem soube o que aconteceu, gritava enquanto colocava suas mãos sobre seu rosto, largando o machado, Zeny levanta lentamente, enquanto dizia com um olhar frio:
- Não acredito... não imaginei que usaria essa técnica de novo em uma situação dessas... - Já levantado, com os braços relaxados, um pouco arcado, pois ainda doia a flecha enterrada em suas costas, Urllock colocava a mão em sua própria cara com o objetivo de verificar se estava bem, quando termina, pergunta:
- O que foi isso?! - Olhando para Zeny em um grito, com uma expressão raivosa, pernas distantes uma das outras, e fechando os punhos.
- Isso? - Dizia Zeny, enquanto levantava sua mão, deixando-a em uma altura até seu peito, distanciando do seu corpo para todos verem, fogo se criou a partir de sua palma, abria a mão completamente, continou:
- O segredo da humanidade ainda não revelado, a habilidade da junção de outra raça com a nossa, uma técnica dos Deuses talvez... - Zeny estava sério, não era brincadeira ou truque, o fogo realmente estava ali, não terminando ainda, continua:
- Vocês verão isso pela última vez, Urllock, um Caçador de Recompensas pode sim matar criminosos, o problema é que a recompensa é menor, alguns realmente são excessões, quando o crime pequeno, mas você não é uma... é o fim para você... - Zeny após dizer isso, apaga o fogo em sua mão, e logo junta sua espada que estava no chão, a espada pega fogo, uma espada flamejante, Urllock e os outros se impressionam, e se assustam:
- Se preparem, vou lutar sério agora! - Conclui Zeny, e muito velozmente se aproxima de Urllock, fincando-lhe a espada flamejante em sua barriga, Urllock estava tão espantado com sua suposta magia que nem teve tempo de reagir, Zeny deixava a espada ali, e o fogo da espada ficava mais violento, logo retira a espada, mas o fogo em Urllock continuava, gritando desesperadamente, Urllock morria, se jogava no chão tentando apagar o fogo, mas não dava mais tempo, seus homens tentam ajudar, todos correm para em direção a Zeny, mas em volta do mesmo cria-se um círculo de fogo, em que o centro era ele e Urllock, os homens distraídos acabaram sendo pegos pelas chamas, pois tentaram sair do círculo, conseguem, mas em consequência não conseguiam apagar o fogo em seus corpos, também era um mistério como aquilo aconteceu, passasse quase vinte segundos, e Zeny, estendendo sua mão para Urllock que estava agonizando no chão, a fecha, e ao mesmo tempo que fecha o fogo se apaga sobre ele, mas Urllock estava acabado, mesmo o fogo apagando, já era tarde, não tinha mais como lutar, então, como últimas palavras, dizia baixo, mas dava para ouvir:
- Como...? Quem... é você...?
- Já disse, sou Zeny, um Caçador de Recompensas... - Responde Zeny de costas para Urllock.
- Zeny... vou me lembrar de você... todos os dias... lá no inferno... - Zeny não respondeu nada, os homens também não fizeram mais nada, pois estavam queimando no chão, Zeny também para o fogo logo do corpo deles depois e o círculo, fazendo o mesmo movimento que fez para apagar o fogo de Urllock, como ficaram por pouco tempo queimando, não morreram, mas acabaram em péssimo estado. Zeny, depois de tudo isso, acaba desmaiando, por causa da dor que sentia nas costas.
   Enquanto isso, Nin ficava na casa de Sann, que era ao mesmo tempo a loja de alquimia dele, ajudou nas tarefas de casa junto com Laura, parecia que não, mas para Nin foi divertido, conversaram bastante enquanto trabalhavam, a relação de Nin aumentou com Laura, e claro, com Sann também, mas agora estava anoitecendo, e os trabalhos domésticos tinham acabado, a não ser atender clientes, que era o trabalho de Sann, Laura e Nin ficaram perto do balcão para todos poderem conversar sem atrapalhar a economia da loja. Nin percebe que Laura era alguém muito legal, por isso revela a ela que Nin era um sobrevivente do clã Aquígnis, com permissão de Sann, ela então se espanta:
- Você é um sobrevivente do clã Aquígnis?! - Em um berro, Nin e Sann pedem para ela falar mais baixo, Laura continua então:
- E Zeny também é um sobreviente?! - Dessa vez falando mais baixo.
- Sim, conseguimos escapar do ataque... - Respondia Nin.
- Mas como?! Nos jornais dizia que todos tinham morrido, por que deram uma informação sem ter certeza?!
- Mas eles tinham certeza... porém acabaram se enganando, só isso... - Novamente responde Nin.
- Ok, mas se eles não encontraram seus corpos, como tinham certeza?
- A vila do clã Canestatis devem ter enganado-os, com um falso corpo, não sei... Ou não quiseram revelar a possibilidade de existir sobreviventes.
- Ah, e por isso vocês precisam de dinheiro, para reconstruir sua vila?
- Sim. - Nin não disse mais nada, apenas revelou o importante, confiava nela, e Sann garantia que ela era confiável, então os dois não teriam com o que se preocupar. Passa algumas horas, já era noite e Zeny não voltara, Nin fica preocupado, assim como Sann, Laura também, mas não se comparava com os dois, Nin aproveita que todos pensavam neles, e faz uma pergunta a Sann:
- Sann... como conheceu Zeny?
- Zeny?! Bem, um dia seu clã se refugiou aqui, em Danrell, eu vivia em um orfanato, e as crianças se abrigaram no orfanato, nos conhecemos lá, ele dormia no mesmo quarto que eu, viramos grandes amigos, ele ficou lá por algumas semanas, quando ele cresceu, voltou para cá, só para me visitar, fiquei muito feliz com aquilo, eu já tinha minha loja, ele ficou como hóspede lá por bastante tempo, e isso fortaleceu nossa amizade, e agora ele voltou! Foi assim que nos conhecemos.
- Interessante, sempre quis saber como foi, e agora sei... - Comenta Nin.
- Ele já me falou desse amigo, quando eu vi ele pela primeira vez aqui na loja, imaginava que fosse o tal de "Zeny". - Dizia Laura, os dois começaram assuntos relacionados, e conversaram esperando Zeny.
   Passasse mais tempo, e nada de Zeny voltar, já era umas dez horas da noite, Nin não estava preocupadíssimo, sabia que Zeny era forte, e só estava tendo alguns problemas na viagem, mas mesmo assim era preocupante, Sann já estava mais preocupado, foi ele que mais alertou a Zeny não ir assim, Laura apenas acabou absorvendo a preocupação dos dois.
   Mais uma hora, e a mesma notícia, já era tarde, Laura já tinha que ir para casa, e Sann a alerta:
- Laura, sei que você também está preocupada, mas é bom você ir para casa, sua tia deve estar preocupada.
- Não, minha tia não se preocupa comigo! Por favor, me deixe dormir aqui? - A primeira frase Laura diz de um jeito raivoso, mas depois faz a pergunta com mais educação.
- Bem... Nin e Zeny dormem aqui, não sei se terá um lugar... a não ser que você queira dormir com um dos rapazes daqui.
- Vocês são meus amigos! Eu não me importo! - Sann pensa um pouco, após isso, responde:
- Está bem! Está bem, durma onde quiser, mas não me responsabilizo por sua tia, se ele ficar muito preocupada.
- Ah! Obrigada Sann! - Dizia ela muito feliz. Nin vendo sua felicidade pergunta:
- É a primeira vez que você faz isso?
- Ela já dormiu algumas vezes aqui, mas eu sempre tento convencer a ela não fazer isso. - Responde Sann, no lugar de Laura.
- E qual é o problema com sua tia? - Diz Nin, fazendo mais uma pergunta.
- Bem... ela não liga muito para mim. - Nin percebe que não devia ter feito essa pergunta, então muda de assunto comentando sobre a demora de Zeny, todos concordam com esse fato, não que fosse a primeira vez que alguém fazia um comentário parecido.
   Passa da meia-noite, sentando no banco e de bruços no balcão, Nin acaba dormindo de tanta falta de assunto, o ambiente estava quieto demais, Laura e Sann não conseguiam dormir, pensar que Zeny podia ter morrido era muito pesado para eles, por mais que Laura tivesse o visto a pouco tempo, era amigo de Sann, que era amigo dela, não podia ficar despreocupada. Para alegria de todos, alguém batia na porta, Nin acorda com o barulho, e Sann corre até a porta, esperando encontrar Zeny, e é o que encontra, Zeny estava lá, em péssimo estado, mas estava, com um sorriso no rosto, Sann o abraça e diz:
- Não nos mate de preocupação amigo! Por que demorou tanto?
- Hehe... me desculpem... os deixei preocupados... - Dizia Zeny, segurando um saco com dinheiro provavelmente, mas Zeny acaba desmaiando, quase caindo no chão, mas sendo segurado por Sann, Nin sai da cadeira para tentar ajudar.
   Após o susto, Zeny se encontrava na cama de Sann, Laura descobre o que causou o desmaio, tentando retirar a flecha em suas costas, ela consegue, Nin se perguntava o que teria causado as queimaduras na roupa de Zeny para si mesmo, mas não se questiona tanto, chega na conclusão que foi usado fogo na batalha contra o criminoso. Laura, sentada na beirada da cama e passando pano com água em suas feridas com um balde no chão, tratava Zeny, que ainda estava desacordado, Nin buscava alguns curativos, e Sann colocava em suas feridas, após terminado, passam mais alguns minutos, e Zeny acorda, Sann não estava no quarto nesse momento, preparava comida para todos, pois ninguém teria jantado, enquanto Nin e Laura conversavam com Zeny:
- Por que demorou tanto? - Perguntando Nin primeiro.
- O corpo do criminoso era muito pesado... me desculpem...
- Nin! Não venha perguntando coisas tão rápido! Ele acabou de acordar. - Alertava Laura.
- Eu só queria saber, sei que ele podia responder isso. - Olhava Nin sério para Laura.
- Ora, que indelicado! - Laura falava enquanto cruzava os braços e se virava para o outro lado.
- Eu só estava fazendo o que eu faço sempre! - Novamente Nin dizia sério, Zeny então começa a rir do nada, e diz:
- Vocês mal se conheceram e já estão brigando? Hahaha! Que bom que ficaram amigos tão rápido. - Em um sorriso dizia ele, enxugando as lágrimas de tanto rir, Laura também então ri um pouco, Nin apenas dá um sorriso. Depois disso, Sann volta para o quarto, entregando o prato a Zeny, que estava indisposto para ir até a mesa, enquanto Laura e Nin deixavam o quarto, para comer na sala de jantar, dizendo antes:
- Vamos pessoal, deixem Zeny descansar um pouco, está tarde, e precisamos todos descansar, amanhã quando ele estiver disposto, conversamos mais. - Diz Sann puxando Nin e Laura e fechando a porta do quarto. Após a refeição, Zeny dormiu, ainda doía o furo da flecha que estava em suas costas, enquanto Laura e Nin na mesa discutiam sobre onde iriam dormir, Sann tentava encontrar uma solução:
- Certo, então está decidido, vou dormir no chão, tenho alguns cobertores, vou improvisar uma cama, enquanto Nin no sofá e Laura no quarto de hóspedes. - Concluia Sann, Nin não discordou, mas Laura sim, com o fato de Sann dormir no chão:
- Você é o dono da casa, não é justo, eu durmo no chão e você na cama.
- Por isso mesmo, eu decido as coisas aqui! Hehehe, por favor, você é minha visitante, os visitantes são prioridade, vou dormir no chão e ponto. - Dizia Sann com um tom brincalhão, mas com palavras verdadeiras.
- Então eu durmo no sofá! Nin, durma na cama. - Laura dizia a Nin, enquanto Nin novamente não discordava.
- Tudo bem Laura, se prefere assim... - Concorda Sann, que não queria continuar discutindo por algo tão banal. Após o jantar, todos foram em seus devidos lugares, Laura no sofá da sala de entrada, Sann no chão da sala de entrada, e Nin no quarto de hóspedes.
   No dia seguinte, Zeny estava bem melhor, a noite de descanso teria ajudado muito, mas não estava completamente bem, o furo não era um simples furo, a flecha rasgou um pouco as costas, formando um corte que se iniciava em um furo, agora o machucado estava tampado por uma faixa que Laura colocou, ele se preparava para contar o que aconteceu. Enquanto Nin já estava acordado em sua cama, mas não levantou ainda, não sabia o que esperava para levantar, mas esperava algo, talvez a força de vontade. Laura dormia ainda, e Sann já estava levantado a uma hora, eram quase oito horas da manhã, ele já deixou o café-da-manhã preparado na mesa para os outros que levantarem, enquanto atendia os clientes que poderiam aparecer. Nin se levanta após um tempo, e vai direto a mesa, Laura já estava lá também, comendo rápido, se sujando toda, nunca comia de uma forma muito educada, e estava sempre com fome. Nin vendo aquela cena, já estava acostumando, portanto apenas se sentou junto e desejou um bom dia a ela:
- Bom dia Laura! Como foi sua noite dormindo no sofá? - Dizia Nin, provocando-a.
- Está me provocan

Então, cara, como tu mesmo disse, é um conteúdo muito grande e por estar assim desformatado,
não anima muito o pessoal a ler. Seria bem mais legal escrever uma sinopse ou deixar só um dos
capítulos e o restante em um arquivo disponível para download, assim quem interessasse, baixaria
e leria tudo. Ler esse monte de coisa na tela no PC é bem ruim.

Só avisando, pois caso não tenha feedback, pode ser isso.

Pois é, não esperei que alguém lesse desse tamanho, vou dar uma arrumada com tempo, tive que fazer bem rápido, vou fazer isso então, obrigado pela sugestão.