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Corredor de Estrelas + Conto

Iniciado por BrunoGueira, 22/12/2015 às 12:02

22/12/2015 às 12:02 Última edição: 22/12/2015 às 12:07 por BrunoGueira
Crie esse conto sem pretensão alguma, há algumas horas atrás quando a internet parou de pegar :T.T: A minha intenção era fazer uma pequena série de capítulos curtinhos para se ler rápido (menos de 500 palavras).

Capítulo 1: Revolução dos homens

Os homens sempre aspiraram ser como nós. Eles nos viam dançando de oriente a ocidente por entre as nuvens. Nós sempre fomos superiores, víamos o mundo de cima, os homens não passavam de formigas pra gente. Nós gostávamos mesmo de nos sentir especiais, sempre com os olhos virados para baixo, como se fossemos reis assentados num trono enquanto os plebeus se prostravam perante a nossa presença.
O homem, por sua vez, era diferente da gente. Eles não olhavam para baixo e enxergavam as formigas como... Bem, formigas. Eles olhavam para cima, eles nos contemplavam e sonhavam em alçar voos como nós. Os homens eram ambiciosos; e o que poderia ser visto como defeito para muita gente, é o que na verdade coroou o homem como rei. Fomos preguiçosos, demoramos demais para perceber. Num dia estávamos mais alto que qualquer animal pudesse sonhar. Noutro dia, perdemos nosso espaço para as máquinas de metal dos homens.
É esse tipo de situação que costuma receber o nome de revolução. Os pássaros que desde os primórdios dos tempos mantiveram sempre o esplendor das alturas, de alcançar as mais altas nuvens no céu. Foi como se durante toda a nossa história estivéssemos em busca de uma nuvem específica, mais alta que todas as outras. E finalmente, depois de eras e mais era; na distância de menos de um bico, aquela coisa apareceu e jogou-nos, afundou-nos, na lama da vergonha.
Não há mais nada a se fazer, tudo o que aconteceu foi, no final, resultado de nossas próprias ações. Nós nos conformamos com as nuvens mais baixas, e deixamos ser alcançados pelo pássaro de ferro. Ontem suberanos dos ares, majestosos entre todos os demais; hoje, não mais que girinos afundados na lama.
Qualquer vestígio de esperança simplesmente se extinguiu. Bem, pelo menos para a maioria de nós. É em momentos de crise, como agora, que sabemos quem merece realmente ocupar as alturas. Foi afundado na lama, abrigado a me debater e olhar para as nuvens; eu aprendi a lição. Antes de qualquer outro, sacudi minhas penas e sacudi. Vi o céu como nunca havia notado antes. Atrás das nuvens, atrás do sol, atrás de qualquer outra coisa. Vi as estrelas.
Nos achávamos tão grandes por poder olhar para baixo e ver os outros animais como formigas. Esse tempo todo elas nos observaram, silenciosamente, como formigas. Eu descobri que a vida é uma corrida. Nessa corrida, não ganha aquele que chegou primeiro; mas sim, aquele que mais aprendeu com os seus erros no caminho. Se preparem humanos... Essa foi só a primeira volta. Aprendi com os meus erros. A vantagem é minha; mas a corrida só começou.

Capítulo 2: Mantenha distância em breve!
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  Em breve...
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Do verso do mar
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E tragados pelas ondas. Jogados de um lado pro outro, em alto mar. Eram os maus ventos que se aproximavam. Traziam consigo as caravelas do imperador. "A estibordo, a estibordo homens" na confusão de água, madeira e berros, o capitão tentava controlar sua tripulação "A estibordo, sem cessar" e sem força para batalhar, retou-lhes uma fuga desonrosa. A pequena embarcação titubeou, titubeou, por pouco não virou. E o capitão aos berros. Cercaram-nos por todos os lados, malditas caravelas.
Por todos os lados só se via caravelas. A tripulação preparou-se para abandonar o navio. Para o capitão porém, derrota seria se lançar ao mar. Pelo contrário, decidiu ficar no pequeno navio e se preciso, com ele afundar. Vendo tal gesto do capitão, todos os outros decidiram aceitar o mesmo destino trágico. O capitão juntou-os no convés, para mais uma de suas histórias. Dessa vez seria a última, prometeu o capitão. Todos emocionados fizeram o possível para conter as lágrimas.
_Olhem – disse o capitão, tirando o chapéu do topo da cabeça – esse é ermta – apontou para uma símbolo que acabara de riscar na madeira do convés – é uma das 37 letras do alfabeto gmnté – todos o encararam confusos. Um deles ousou perguntar:
_Alfabeto gmnté? Nunca ouvi falar.
_Mas... Isso é óbvio. Sua anta! - este alfabeto pertence a uma língua que eu mesmo criei. Decodifiquei todos os meus mapas com ela. Creio que vai demorar um bom tempo para que decifrem tudo depois.
_Espera... - interviu Jack da perna de pau – o senhor criou um alfabeto?
_Não só um alfabeto – puxou de debaixo do braço um caderno – olha, regras gramaticais, pronomes, tudo. Eu criei tudo.
_Deve ter dado muito trabalho...
_É claro que deu. Mas tudo compensa. Imagina só! Criar um idioma todinho seu, que ninguém mais sabe – ele levantou animado. Jogou o caderno no chão e virou-se para as caravelas imperiais – vejam esses idiotas. Eles estão nos perseguindo pelos nossos mapas – todos olharam para ele sem entender o que queria dizer – não percebem? Eles nunca vão descobrir o que os mapas dizem.
Depois de um momento do silêncio seguido pelo barulho do bater das ondas no casco do navio, todos viraram os olhos para o capitão impressionados. Mais bater de ondas. O capitão começou a arrancar cuidadosamente as folhas do caderno e colocá-las em garrafas de rum.
_O que estão esperando? Me ajudem.
_Mas capitão, a ideia não era que só o senhor conhecesse essa língua? - o capitão olhou fixamente para os olhos de Jack, e com um expressão séria respondeu:
_Não seja idiota! Beethoven não poderia chamar as suas obras de música se guardasse-as para si – ignorando as perguntas de quem era Beethoven, ele continuou – agora, tratem de tampar bem essas garrafas, e jogá-las bem longe das caravelas imperiais.
  A bravura daquele capitão e de seus marujos rapidamente foi esquecida pela história. Mas as suas cartas nas garrafas de rum continuaram boiando por muito tempo. Até que acabaram chegando na costa de algum lugar do mundo alguns anos depois.
_Uma garrafa? - ele se perguntava enquanto tentava retirar a rolha. De cara, um papel por sobre a carta. "Parabéns, caro criador de mundos, você encontrou a minha carta. Estude-a com muita dedicação, e então, o meu tesouro será seu." Na parte de baixo do papel "Assinado Capitão-" a rolha danificou o resto da mensagem.
_O que? Um tesouro? Mas por onde é que eu vou começar? - de imediato, quase como uma resposta a sua pergunta surgiu uma outra garrafa – comece por aqui? O que isso significa? - como toda boa história, as cartas trouxeram mais dúvidas do que respostas.  O que é certo, é que essa aventura está apenas começando.

Continua...
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