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Terror Psicológico.

Iniciado por BreNN42, 21/04/2020 às 11:20

Olá, como vocês estão? Faz um tempo desde que não publico nada por aqui. Essa história abaixo ela está sendo produzida para se tornar um Jogo. Ela possui uma versão em Roteiro, mas eu quero apresentar algo diferente aqui.


Spoiler

    Desperto.
   Sinto meus pulmões se encherem e esvaziarem-se lentamente. O teto e desconhecido; em meio à dor latejante vinda de minha cabeça, eu me pergunto onde estou. A janela ao lado da cama foi pintada de preto, mas eu consigo ver algo, uma lua completamente dominada, uma lua escarlate. Talvez fosse um sonho? Meus pés tocam o assoalho podre e mórbido e em meio a um rangido, eu me levanto. Uma trilha de sangue segue até a única saída do quarto, a porta. Há o que parece serem marcas de dedo, elas se arrastam do meio da porta até o fim, seguindo até o que parece ser uma muda de roupas. Não sei por que, mas sinto meu estômago se retorcer; sinto vontade de vomitar, mas com certa dificuldade, consigo controlar esse sentimento. Ponho tudo para dentro, incluindo minha frustração. Que tipo de lugar é esse? O que eu estou fazendo assim? Quem me trouxe até aqui? Toco a maçaneta, mas a porta está trancada. Estou presa. Por que não estaria presa? Decido me afastar, procurar algo que possa me tirar daqui. Sobre a mesa, encontro alguns livros. Sempre gostei de ler; por isso, inconscientemente, li o trecho de um livro chamado "O Conto do Canário".

"Engaiolada, o tempo parece-me não avançar.
Me alimento; sobrevivo, chamando por ajuda.
Eles acham bonito.
Efêmero foram os dias em que bati asas.
Queria poder retornar no tempo".

    Mas essa escolha só acabou por me deixar ainda mais mal, porque a ideia de estar presa tornava-se diretamente conflitante à minha mente. Pouco antes de devolver o livro à bancada, pude reparar em um livro rosa, um diário. Não possuía tranca, ou qualquer coisa que me impedisse de lê-lo. Tudo dependeria do meu bom senso de respeitar, ou não a privacidade da dona. E eu decidi não respeitar. Estava em busca de respostas, e precisava encontrá-las de alguma maneira. Uma após a outra, as páginas estavam em branco, não havia nada que pudesse me ajudar. Estava prestes a desistir quando na metade do diário, encontrei um fundo, contendo uma chave enferrujada. Peguei o objeto e me senti satisfeita por um momento, e então, me dirigi até a porta, onde encaixei a chave e a destranquei. Senti uma breve pontada de alegria, visando minha saída dali. Retornei a chave ao bolso e saí do quarto, dando de cara com um largo corredor, que aparentava não ter fim.  O Quarto em que eu estava "hospedada" ficava no final do corredor. Em frente a ele, havia outra porta. Acreditei que seria outro quarto e, por conta disso, me perguntei se eu era a única presa naquele lugar. Decidi bater na porta, tentar chamar por alguém. Mas tudo que eu obtive depois de tentar algumas das várias portas foi silêncio. O assoalho ainda rangia em algumas regiões, e isso me assustava... me tirava do sério. Tinha medo de me virar para trás e dar de cara com alguém, tinha medo de fazer barulho e alguém vir atrás de mim. Ou então, ser simplesmente morta, sem ter a menor chance de me defender. As paranóias tomavam conta da minha mente cada vez mais em que eu avançava por aquele corredor. Eu não queria me virar; mas se eu o fizesse, cessaria a paranóia de que alguém estava por trás de mim. Precisava tirar esse peso da mente, ou ele me destruiria. Foi o que eu fiz. Não havia ninguém, eu estava certa, havia tirado um peso da mente. Mas... e se ele estivesse à minha frente? Minha respiração começou a acelerar, meu coração bateu mais forte, eu me virei, mas não havia ninguém, não havia nada ali. Havia um quadro, maior do que eu, pintado de preto. A tinta parecia ser recente, mas era forte o bastante para não conseguir ver o que estava por trás. Seja lá o que fosse, havia sido consumida pela escuridão. Sinto que não vou chegar a lugar nenhum, o corredor parecia estar se repetindo, mas ouvir o som de algo quebrando foi o fim dessa ilusão.
    Um grito, alguém pedindo para não fazê-lo. Meus passos se aceleraram, eu estava correndo. Ofegando, desesperadamente tentando encontrar alguém. Quando mais eu avanço, mais ela pede para parar. O longo corredor tem fim, eu acabo chegando ao que acredito ser o Centro da Mansão. Há uma pessoa caída no chão, seu braço está sangrando, ela mostra a palma da mão ensanguentada para um homem, pedindo para ele parar. Ela é loira, usa um vestido vermelho. Mas não tive muito tempo parar reparar em outros detalhes, além do machado na mão dele. Uma fina linha de sangue formava-se na lâmina e uma gota de sangue pingava de sua ponta, atingindo a superfície podre do chão.
— Não faça isso, por favor não faça! Eu sei que você não quer fazer isso! — o tom em sua voz era desesperado, havia lágrimas em seu rosto.
— Eu quero — e o tom que respondia a esse desespero era frio.
    O machado atingiu a cabeça da mulher, a qual baqueou no chão, espalhando, lentamente, uma poça de sangue ao redor de seu corpo. Não me segurei; vomitei tudo o que havia no meu estômago: suco gástrico. Comecei a tossir, horrorizada com a cena. Os olhos escuros e frios me encaravam. Ele era uma pessoa normal; alta e magra. usava um colete, camiseta e calça social. Uma franja a qual cobria parte de seu olho... quem é ele? Acabo por recuar um passo, inconscientemente. Aquele homem retira o machado ensanguentado da cabeça dela e olha para mim, me encarando, me destruindo. Um passo em minha direção era um passo que eu dava para longe dele.
— E-eu vou chamar a policia! — era tudo que eu conseguia pensar. ele simplesmente ignorava, dando mais um passo à frente.
    Eu precisava fugir; correr para qualquer lugar. Para bem longe dali, ou seria sua próxima vitima. Meu corpo parecia não me obedecer... com um movimento suave ele colocou o indicador à frente do nariz, fazendo o som de silêncio. Era uma ameaça; me virei e imediatamente comecei a correr, senti um passo abafado e em seguida, algo passando ao lado de minha cabeça. O machado havia acertado à parede; eu continuei a correr o mais rápido que podia, com todas as minhas forças. Dessa vez eu me atrevia a olhar por cima do ombro, ele estava lá, bem atrás de mim. Com uma única intenção: matar. Minha mão alcança a chave no meu bolso, eu imediatamente paro em frente ao Quarto e abro a porta com um baque, fechando-a por dentro e devolvendo a chave para o meu bolso. Ofegante, eu recuo, temendo o pior. E então, silêncio. Isso continua por algum tempo, até que ouço algo, alguém acertando a porta. Uma fenda começa a ser aberta, eu consigo ver ele, golpeando com o machado. É o meu fim. E então, ele para. Põe a cabeça entre a fenda e me olha com seus olhos vazios.
— Breve.
    Não entendo suas palavras, mas elas são o suficiente para que eu caia sobre a cama, sem forças. Ofegante, vejo-o se afastar, dando passos lentos e pesados. Cada vez mais, para longe.
[close]

E então, o que acharam?
O que fizerão comigo me criou,
é um principio básico do universo,
que toda ação cria uma reação igual e oposta!

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É interessante.
Realmente me faz querer saber mais sobre as motivações do antagonista. Tipo, porquê ele está a fazer isso? Ou, porquê que ele matou essa mulher desconhecida? Será que eles se conheciam, ou seria a primeira vez?  :o: Outra coisa que me intrigou nele foram suas frases. Simples mas intrigantes.
Enfim, a protagonista também não fica atrás. Inicialmente a personalidade dela confundiu-me, não entendia bem as suas ações iniciais... quer dizer... um livro? Sério? Fiquei meio que assim no começo. Mas ainda não tenho certeza como é a forma de pensar da personagem. Talvez precise de um pouco mais de exploração.
Enfim, como disse, é uma história interessante. Gostava de poder ver mais dessa história.  :clap:
E em especial, gera uma pequena ansiedade interna (ou seja, percebe-se porque é um terror psicológico). :ok: