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O Passageiro Fedorento

Iniciado por Vifibi, 05/07/2013 às 15:35

"Meu deus!"

"Não, não. Apenas outro passageiro. Seu deus está lá em cima. Ou lá embaixo, dependendo de qual deus ele é. Mas é raro encontrar quem venera Hades hoje em dia, devo admitir."

"... Hein? Não estou te chamando de deus. Estou é comentando sobre seu terrível cheiro."

"Meu cheiro é divinamente terrível?"

"Não, apenas terrível. Como se alguém tivesse rolado em entranhas decompostas de porco."

"Ah, não. Isso só acontece às sextas. Então... é, amanhã. Mas hoje nada disso aconteceu, não se preocupe."

"... Isso não é consolo. Apenas me faz questionar sua sanidade. Você poderia por favor ir se sentar em outro lugar?"

"Mas não tem outros lugares."

"Então fique de pé, mas longe de mim!"

"Ah, eu entendo como é. Só porque eu cheiro um pouco mal —"

"Não é um pouco mal. É muito mal. Como se alguém tivesse te banhado em tripas."

"— Só porque eu cheiro um pouco mal, eu tenho que ficar de pé."

"Sim, para você não me fazer vomitar com seu cheiro!"

"Isso é um absurdo! Aposto que você também não quer que aleijados sentem perto de você!"

"... Você está mesmo comparando cheirar mal com ser deficiente? Isso é... Isso é tão errado que eu chego a ficar sem palavras."

"É o mesmo princípio!"

"Não, não é! Deficientes não podem andar. Você só fede, e é perfeitamente capaz de ficar em pé!"

"Mas é o mesmo princípio. Aleijados não escolheram serem inúteis à sociedade, e eu não escolhi feder!"

"... Uau. Eu nem sei mais o que dizer além de 'eu espero que você nunca tenha filhos, seu bastardo preconceituoso'. Mas voltando ao assunto, aleij—deficientes não escolheram ter a condição que têm, de fato. Mas você pode muito bem tomar um maldito banho!"

"Ah, claro, e você sabe como eu pago para tomar um banho?"

"Com dinheiro."

"Com o dinheiro que eu consigo fedendo!"

"... O que, você é pago para estripar peixes ou coisa do gênero?"

"Não. Céus, não. Ainda bem que não sou um desses bastardos idiotas. Não, eu fico fedorento de propósito — usando uma receita caseira que nunca revelarei — e então começo a perseguir pessoas."

"... Hein?"

"É, eu persigo pessoas enquanto fedo, e então exijo que elas me paguem para eu ir embora. É um trabalho perfeitamente honesto, diferente desses aleijados que andam pela vida num arco-íris de açúcar andando em pôneis cor-de-rosa!"

"Dá pra você parar de falar em deficientes? Acho que você nem entende o que é uma deficiência! E isso não é um trabalho honesto, é extorsão!"

"Extorsão? Não, não. Isso é quando eles não me pagam. Aí eu tiro extorsão."

"... Você 'tira' extorsão?"

"Sim. Isto."

"Isso é uma faca."

"Yep. E ela nunca fracassou."

"Então você rouba pessoas."

"É um trabalho perfeitamente honesto."

"Não! Não é! Você é um lunático imbecil que rouba pessoas inocentes e se faz feder e que, pior de tudo, está me dando náuseas!"

"Pelo cheiro ou pelo que falo?"

"Ambos!"

"... Poxa, eu não queria te magoar assim."

"Como?"

"Eu te achei um cara legal. Sabe, o tipo de camarada que não se importaria que eu me banho em água de pia e lixo."

"Bem, eu não sou um 'cara legal'. Agora você pode por favor sair daqui, seu lunático?"

"Ah, então você não me quer? Eu devia saber! Eu sabia só de olhar pra sua cara, que você é um desses neo-olfatonazistas!"

"... O que?"

"Isso mesmo, você me ouviu, senhor Odorlf Hitler!"

"Esse trocadilho nem fez sentido. E como você pronunciou 'rlf'? Não tem fonemas nisso."

"Aposto que você tinha um bigode bicha embaixo do nariz e andava com a mão estendida enquanto fazia a caminhada do ganso, não é mesmo?"

"Você está sendo um imbecil. Pare."

"... Ok."

"... Você realmente parou?"

"Sim. Eu não quero te magoar, Odorlf Hitler."

"Pare de me chamar assim. Meu nome é... pensando bem, continue me chamando assim."

"Você é muito querido para mim."

"Nós literalmente acabamos de nos conhecer. E eu nem sei seu nome. Ou quero saber. Eu só quero ficar livre do seu cheiro."

"Não fique irritado comigo, Odorlf! Eu só quero um amigo!"

"... Se eu for seu amigo, você promete sair daqui com seu cheiro inefável?"

"Mesmo, Odorlf? Você faria isso?"

"Se isso fará seu cheiro ir embora... e como raios você foi de completo lunático para alguém tentando fazer olhos de filhote de cachorro e fracassando tão fenomenalmente que chega a ser uma conquista?"

"Odorlf, estou tão feliz!"

"O que você está fazendo."

"Vem cá!"

"Não! Não, me largue! Me largue, seu fedorento! ARGH, o cheiro é ainda pior mais perto! Me largue de uma vez, por favor! Eu te implor— GAAH, o cheiro está na minha boca! Ele está na minha boca!"

"Você é meu melhor amigo, Odorlf."

"Ao menos me mate de uma vez, isto é tortura demais!"

"Meu melhor amigo."

"SOCORRO!"



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Não sei  quantas garrafas de uísque você havia bebido quando começou a escrever esse diálogo (ou seja lá como isso se chama), só sei que eu esbocei um leve sorriso. Muito cômico.

Morri de rir. Tinha que ser o Victor que possui um belo lado "comediante". Uma vez li um texto seu ( que é bem provável que você nem se lembre dele) era dois sapos que entraram numa casa. Bem, não era sapos, mas emitia um ruído flap!flap! que morri de rir. E o da Boutique, posta eles aqui! Té mais!

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK. Nossa achei muito engraçado, sério, acho que uma das únicas vezes que eu ri com algo que seja do gênero de comédia.

Nem precisou usar palavrão(sério detesto).

Foi muito engraçado, a coisa que me fez rir muito, foi o trocadilho no nome, e ainda insistindo repetir.
Parece até algumas pessoas que conheço, que ficam repetindo o nome errado, só para ser corrigido e arranjar confusão(acredite, já quase arrumei confusão com uma pessoa deste tipo).