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O tique da cabeça

Iniciado por Kazuyashi, 03/08/2013 às 21:43

Escrevi este texto já faz um tempo, porém não o havia postado ainda. Foi escrito no celular (estava sem papel e caneta na hora) dentro da ocasião cuja qual ele retrata. Gostaria de saber a opinião de vocês. Espero que gostem. Um grade abraço e boa leitura!

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O tique da cabeça
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Hoje me dei conta — confesso que de uma forma indesejável e completamente incômoda — da incrível capacidade que os seres humanos têm de absorver vícios de outros. Mais que isso: da sua incrível capacidade de adaptação frente ao que a vida lhes impõe. Às vezes, até sem escolha.

    Estava contemplando silenciosa e avidamente a paisagem urbana que a janela do 363 me expunha, quando algo voluntariamente fez com que eu me desprendesse e desviasse o olhar do meu absorto mundo de pensamentos.

    A alguns metros do meu assento, uma figura no mínimo exótica e nada pitoresca — quando essas palavras vieram à mente, acabei lembrando de minha amiga Camila, já que é usuária incondicional delas — cruzava a roleta.

    Não era uma roupa chamativa ou aparência esdrúxula que me chamara atenção. Até era uma criatura bem despretensiosa, embora os óculos escuros fossem de um modelo horrível. O que de fato incomodara meus órgãos sensoriais fora o seu cacoete, que mesmo não consciente, era verdadeiramente atroz. Entretanto, meu inferno dantesco começou mesmo quando o homem sentou-se no assento à frente do meu.

    Tudo se restringia a um ríspido e contínuo movimento de pescoço. Movimentava da direita para a esquerda. Da esquerda para a direita. De um lado para o outro e vice-versa. Continuamente. Eternamente.

    Imaginei que aquele homem talvez tivesse surtos espasmódicos esporádicos, ou que talvez tentasse arrancar a própria cabeça de uma forma insólita e antológica — o que seria interessante e engraçado, no sentido mais facínora que ambas as palavras podem alcançar.

    De repente me veio a cena de uma cabeça desgarrando-se do corpo e voando, janela afora, para aquela profusão caótica de pessoas nas ruas da cidade, com suas caras de espanto por presenciarem algo repulsivo e inédito até então.

    Contudo, frustrando minhas expectativas trash, nada do que imaginei aconteceu.

    O homem apenas repetiu os perturbadores movimentos um número sem fim de vezes, por um número sem fim de minutos, e pronto: saltou do ônibus como se nada tivesse acontecido, na mais perfeita normalidade, e foi para onde só Deus sabe.

    E o pior começou a partir daquele momento: estranhamente, depois de tudo, misteriosamente comecei a chacoalhar a cabeça. E não eram as trepidações do ônibus.

Eu tenho que perder esse costume de ficar lendo as letras em negrito esperando por uma mensagem secreta.

Achei bem legal o texto, apesar de curto (nada contra, só prefiro textos mais longos). Narrativa foi ótima também e gostei do final. Também acontece isso comigo, quando eu vejo um tique inconscientemente eu começo a imitá-lo. Não vi nenhum erro de escrita também. Mas sei que um dia você irá tropeçar e nesse dia eu estarei lá par NÃO percebê-lo!!!

Bom trabalho!

Viva a lenda!



Citação de: VincentVII online 03/08/2013 às 22:01
Eu tenho que perder esse costume de ficar lendo as letras em negrito esperando por uma mensagem secreta.

Achei bem legal o texto, apesar de curto (nada contra, só prefiro textos mais longos). Narrativa foi ótima também e gostei do final. Também acontece isso comigo, quando eu vejo um tique inconscientemente eu começo a imitá-lo. Não vi nenhum erro de escrita também. Mas sei que um dia você irá tropeçar e nesse dia eu estarei lá par NÃO percebê-lo!!!

Bom trabalho!

Huashasuhaua! E eu tenho que perder a mania de negritar todo início de parágrafo. Poxa, que bom que gostou do texto, rapaz! Fico feliz. =) E que bom que não sou o único louco que pega tique dos outros. \o

E que bom³ que não achou erros. Espero que ninguém os ache. xD

Um grande abraço e valeu a presença!

Kazuyashi.

Fico me imaginando passeando pelo Rio de Janeiro. Parece ser tão caótico, mas ao mesmo tempo tão calmo. De qualquer maneira, suas crônicas são interessante Kazu. São textos que costumam retratar o cotidiano da maneira que é. Só achei que você se exacerbou em palavras difíceis nesse texto. Não acho que seja tão necessário assim o uso de palavras difíceis. Enfim, continue com os textos, são interessantes e eu recomendaria você criar um blog para empurrar todas elas e deixá-las ali enterradas para situações futuras.

Safety and peace.
ALGUÉM FALOU EM JAIMES DESING?!

// -> cHEAT .exeKUTIVE OFF-ice ~~//


Citação de: Dias Anders online 07/08/2013 às 09:28
Fico me imaginando passeando pelo Rio de Janeiro. Parece ser tão caótico, mas ao mesmo tempo tão calmo. De qualquer maneira, suas crônicas são interessante Kazu. São textos que costumam retratar o cotidiano da maneira que é. Só achei que você se exacerbou em palavras difíceis nesse texto. Não acho que seja tão necessário assim o uso de palavras difíceis. Enfim, continue com os textos, são interessantes e eu recomendaria você criar um blog para empurrar todas elas e deixá-las ali enterradas para situações futuras.

Safety and peace.

Dias!!! Há quanto tempo, meu rapaz! E que bom vê-lo por aqui. Obrigado pela presença nos meus humildes textos! Hahaha, poxa, muito obrigado pelas palavras. Fico feliz que tenha gostado, cara. E boa observação. De fato, exagerei mesmo. Eu, lendo este texto com os olhos que tenho hoje, também não curti essa lambança que fiz. Eu o escrevi alguns meses atrás e naquele momento esse conflito de vocabulário me soou agradável. Mas, como já disse, esse estilo também não me agradou hoje.

Mas para não alterar o "aqui e agora", optei por deixar original mesmo. Não curto ficar reescrevendo, saca? (salvo alguns casos extremos :lol:) No momento em que foi escrito, ele fazia sentido desse jeito. Então que assim fique, mesmo que eu também não concorde. Hahaha xD

Obrigado novamente, meu rapaz! Espero vê-lo por essas bandas outras vezes. Você faz falta nos posts da CRM!

Um grande abraço,

Kazuyashi.

Delicioso! Esplêndido! Sublime.

Spoiler
+1 Gold pelo texto.
[close]

A forma com que se sucedem as palavras, oh! Minha nossa  :'0':, isso roubou a cena. Para o mundo, que eu quero ler mais, risos.
Estou apaixonado por essa história, seria ótimo se ela fosse maior, é. Existe apenas uma pergunta no ar, mesmo com todo o desfecho, o uso de belos termos, e um domínio fantástico com as palavras, essa história pretende mesmo tornar-se um jogo? Ela logo de cara já aparenta mais com textos literários. Fica a dica, pense no que você está fazendo. Abraços. Sem comentários crítico-negativos (afinal eu me senti no texto, ele mexe com minhas emoções) dado este fato, é inevitável que só me venha elogios.
Aye, sir!