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Batalha 02 - Magia

Iniciado por VincentVII, 18/08/2013 às 12:01

18/08/2013 às 12:01 Última edição: 30/08/2013 às 11:28 por VincentVII
Segundo conto de batalha que eu posto, agora bem menor e com menos história. Dessa vez eu quis retratar uma batalha entre magos. A ideia surgiu de uma conversa que eu tive com a SuperTifa (que anda meio sumida do fórum) muitas semanas atrás. Me baseei no universo que a gente debateu no dia só acrescentando alguns nomes. Se alguém conhecê-la por favor peçam para ela dar um olhada para ver se ela vai gostar.

Aos demais eu desejo uma boa leitura e peço que avaliem e me digam caso encontrem algum erro ortográfico (que sempre acontecem nos meus textos já que tenho preguiça de revisar).


Ryuuko VS Igoryn


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Ryuuko andava solitário como de costume pela densa floresta. Densa seria um eufemismo. Havia muitas árvores, mas estavam numa distância considerável uma das outras. O maior problema era a forte rajada de vento que não parava por um instante e insistia em remover o capuz de Ryuuko. Depois da décima vez ele desistiu e deixou que o vento vencesse essa disputa. Seus cabelos tão negros quanto seus olhos começaram a balançar seguindo a ventania.
A mente de Ryuuko se perdia nas notícias que ouvira dias atrás: outro clã arcano havia sido atacado. Ainda não se sabia quem eram os culpados, mas as suspeitas foram para a escolha mais óbvia, os Filhos das Sombras. Famosos por serem os "encrenqueiros do Mundo Arcano", seus nomes geralmente estavam relacionados aos crimes e desastres. Mas Ryuuko sabia que essa não era a verdade. Sabia que o clã dos Filhos das Sombras não estava por trás da série de ataques.
E foi por esse motivo que ele havia deixado o clã. Contrariando as ordens de seu mestre, Ryuuko deixou a sede da guilda, o lugar que ele preferia chamar de lar, para poder investigar o ocorrido. Mas até agora não tinha conseguido resultados significantes. Por isso tinha que chegar a Larya, a primeira cidade atacada. Seu instinto dizia que lá encontraria respostas.
O vento parou e Ryuuko não gostou disso. Paradas súbitas de ventania geralmente precediam eventos ruins. Com o passo firme Ryuuko não cessou sua caminhada. Seguiu em frente, porém desconfiado. De repente, as árvores se moveram de uma forma humana e se dobraram uma na direção da outra, bloqueando a passagem.
- O que você quer? – Ryuuko falou sem olhar para trás sabendo que seu interlocutor estava ali.
- Apenas conversar, Ryuuko, o Negro! – uma voz respondeu.
- Eu não tenho nada para falar com você. E este não é mais o nome!
Ryuuko se virou e deu de cara com um homem encapuzado com vestes verdes e marrons. No peito havia o símbolo de uma enorme árvore. "Gênesis!", pensou Ryuuko. O homem removeu o capuz revelando um rosto duro, com uma extensa cabeleira que caía sobre os ombros e descia pelas bochechas formando uma grossa barba. Sua expressão era calma e serena.
- Não? – continuou o homem – Uma pena, era um título muito bonito. Ryuuko, o negro, quinto mago superior dos Filhos das Sombras, o filho das trevas, o assassino arcano.
Ryuuko havia abdicado a todos esses títulos quando deixara o clã. Agora tudo não passava de palavras vazias.
- O que quer comigo, druida? – Ryuuko perguntou sem paciência.
- Já disse, conversar! Para onde está indo?
- Para um lugar! – Ryuuko dissimulou.
- E que lugar seria esse?
- Um bem longe de você!
O druida riu. Ryuuko não estava gostando do rumo da conversa. Também não gostava do fato de não entender o que um druida queria com ele. O homem deu um passo à frente.
- Não se aproxime! – advertiu.
- Ou então o que, mago negro? Também irá me matar?
- Já disse que já não sou mais essa pessoa.
- Você poder ter largado o título, mas sua fama ainda te persegue. Foram quantos mesmo? Sete? Oito?
- Catorze!
O druida arregalou os olhos surpreso. Bateu palmas.
- Incrível! Os boatos são verdadeiros, você é um mago muito poderoso. Tal como é esperado de um dos Filhos das Sombras. Talvez seja por esse poder que seu clã se sentiu permitido a subjugar os outros inferiores.
- Nós não temos nada a ver com isso! – Ryuuko respondeu com raiva.
- Ora, ora! Nós? Não tinha abdicado a sua posição no clã?
Era verdade, mas Ryuuko ainda os considerava sua família e não podia deixar que um estranho os acusasse injustamente. Ele iria provar a inocência do clã e por um fim nessas conjecturas.
- Vou perguntar pela última vez, o que você quer comigo?
- Sabe que há uma recompensa pela sua cabeça? Na verdade uma recompensa por qualquer membro dos Filhos das Sombras, mas você é especial. Cem mil rúpias! Incrível, não?
- Não sabia que os druidas tinham se tornado caçadores de recompensa.
- São tempos difíceis! Mais difícil ainda quando a sua guilda é atacada por malditos magos das trevas! – a expressão serena no rosto do druida mudou para uma raiva profunda – Vocês acham isso divertido? Causar sofrimento na vida das pessoas? Seu maldito clã deveria ser banido desse mundo. E eu, Igoryn, me responsabilizarei para que isso aconteça. Começando por você!
O druida fez um rápido movimento com as mãos e as árvores atrás de Ryuuko ganharam vida. Seus galhos viraram braços e agarram o mago negro deixando-o imobilizado.
- Vou te dar mais uma chance, druida! Você tem dez segundos para me soltar, ou então...
- Ou então o quê? – Igoryn o interrompeu com um sorriso debochado.
Ryuuko abaixou a cabeça e deu um sorriso maléfico.
- Você já leu "A última folha"? – perguntou.
- Não! – respondeu o druida confuso.
- Página 237, "Ai daqueles que se protegeram nas florestas. Tolos que não compreendem que as trevas tudo consomem e até mesmo o tronco mais forte morrerá ao seu toque".
Uma fumaça negra começou a emanar de Ryuuko. As árvores que o prendiam começaram a ficar secas e seus galhos se partiram. Sem pausa, Ryuuko saltou sobre o druida. Nas mãos tinha o que parecia ser uma esfera de energia negra. Igoryn rolou para o lado, escapando do ataque e depois se levantando rapidamente. O druida tocou o solo causando um pequeno tremor na região. Ryuuko pressentiu o perigo e deu um mortal para trás no exato momento em que raízes surgiram do chão tentando agarrá-lo. No ar lançou duas esferas na direção do druida, que desviou de ambas girando para os lados. Quando Ryuuko aterrissou, Igoryn estendeu o braço e duas vinhas saíram da manga de suas vestes. O mago negro correu para trás em linha reta tentando fugir das vinhas que o perseguiam ferozmente.
De repente, girou balançando o braço. Seguindo o movimento, conjurou uma extensa rajada na forma de uma lâmina negra e a lançou sobre o druida, cortando as vinhas em seu trajeto. Antes que o ataque pudesse atingir Igoryn o chão se levantou formando um pilar na frente do druida, protegendo-o do golpe. Por outro lado, o pilar cobriu a visão de Igoryn e Ryuuko aproveitou esse momento para alcançar o druida. O braço de Ryuuko se cobriu com uma fumaça negra e atravessou o pilar como se fosse papel. O mago negro agarrou o druida e lançou sobre o chão. Depois ergueu o braço conjurando outra esfera de trevas. Antes que pudesse atingir a cabeça de Igoryn com ela o druida rolou para o lado e várias raízes saíram do chão e o cobriram. Depois o arrastaram para as profundezas da terra e Ryuuko ficou sem ação na superfície.
Prevendo que logo o druida surgiria de algum canto, o mago negro não abaixou a guarda tentando observar ao seu redor. Então a terra tremeu novamente e o chão se abriu. Do buraco, Igoryn saltou segurou um grande cajado de madeira. Tentou acertar um golpe no topo da cabeça de Ryuuko, mas este bloqueou o cajado segurando seu cabo.
Igoryn riu. Novas vinhas saíram das frestas do cajado e rodearam o braço de Ryuuko. O mago negro tentou ir para trás e arrancar as vinhas, mas elas eram fortes demais. Não, ele estava ficando fraco demais. O druida soltou uma gargalhada e se explicou:
- Gilgana, a drenadora de energia. Uma árvore mística encontrada nos pântanos mais ao sul. Ela ataca suas presas com suas vinhas e suga toda sua energia vital até que a presa morre. Essa batalha acabou!
Ryuuko sorriu em resposta.
- Você que pensa! Acorde, Abaddon!
Ryuuko levou a mão à garganta removendo um pingente de espada que se encontrava em seu colar. O pingente cresceu em sua mão se transformando numa afiada espada. Sua lâmina era prateada como a lua e emanava uma aura assassina. Com um rápido movimento, Ryuuko cortou as vinhas se libertando e lançou outro golpe no druida. Este bloqueou a espada com seu cajado que, mesmo sendo de madeira, suportou o ataque. Ryuuko continuou lançando diversos ataques em Igoryn que tentava bloqueá-los forçosamente. Mas o druida não tinha a mesma habilidade na esgrima que o mago negro, portanto conjurou outro pilar em sua frente para conseguir escapar da investida.
Ryuuko ficou parado enquanto o druida se afastava e então moveu a espada apontando-a para Igoryn. Da ponta da lâmina saiu uma linha negra que parecia uma extensão da própria lâmina. O druida segurou o cajado com as duas mãos e pôs em frente a seu peito para se proteger. Porém, para sua surpresa, a linha se transformou numa mão negra que se segurou no cajado. Ryuuko puxou o braço com tanta força que a mão negra arrancou a arma das mãos de Igoryn. Depois fez um arco com o braço e a mão negra respondeu golpeando o druida com seu próprio cajado derrubando-o ao chão. Por fim a mão soltou o cajado e agarrou a perna de Igoryn. A linha que ligava a mão a espada foi ficando menor, trazendo o druida para mais perto do mago negro. Ryuuko pisou no tronco do druida, quebrando-lhe uma costela. Igoryn não estava familiarizado com a dor e cuspiu um jato de sangue. Depois Ryuuko segurou o cabo da espada com as duas mãos apontando a lâmina para baixou. Igoryn fechou os olhos aguardando o golpe final. A lâmina desceu mortalmente e se fincou na terra. O druida reabriu os olhos, confuso e assustado. Ryuuko o encarava. O mago negro o segurou pela gola e sussurrou em seu ouvido:
- Não me entenda mal, druida! Continue me seguindo e eu te matarei sem hesitação. Agora eu quero que você vá embora e conte para o povo que os Filhos das Sombras não têm nada a ver com as ataques aos outros clãs. E diga para o próximo que tentar me caçar que eu não serei mais misericordioso.
Ryuuko soltou Igoryn que permaneceu deitado no chão. A espada do mago negro se transformou no pingente de volta e ele o colocou no colar novamente. Depois foi até o cajado e o pegou.
- Eu fico com isso!
Depois sumiu pela floresta, deixando o druida sozinho. Igoryn se levantou e procurou pelas pegadas do mago. Quando as encontrou, seguiu pelo caminho contrário!
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Viva a lenda!



SHASUHAUSAHSIASAUSAIUSIASIASHYASASAUSUASUIASUJI
MITOU
digo, com a escolha de tema. Arcanos FTW!
Bom, o clima está bem épico, eu adorei o Ryuuko (me lembrou demais o Nowak, até achei o nome beeem melhor).
Gosto quando você escreve batalhas, aliás, já tinha elogiado as do Raiki e não deixarei de elogiar esta também, me lembra a ação que estou acostumada a ver em hellsing, só que em um nível diferente. Gosto mais mesmo é das escolhas de poderes e características de batalhas que você deu aos personagens, achei a ideia da espada do Ryuuko foda demais mesmo, mas os golpes não ficam atrás. Descrever batalhas é algo extremamente dificil, a meu ver. Você se saiu bem. E achei o oponente peculiar também, mas ri do final, o cara fugiu mesmo do Ryuuko.
Tem uns errinhos aqui e ali, principalmente falta de vírgulas, mas nada perturbador que impeça a boa leitura do texto.
No mais, curti o "gift" *u*, ficou épico! \o/


Kisses and Goodbye!
Gifts:
Danti | Misty


29/08/2013 às 17:20 #2 Última edição: 29/08/2013 às 17:22 por VincentVII
Tifa minha salvadora! Achei que esse conto iria mergulhar no Oblivion sem ter pelo menos um comentário. Obrigado pelos elogios e o puxão de orelha quanto aos erros. Agora estarei revisando meus textos melhor. Eu gostei muito do Ryuuko, quis dar uma ar de Zaraki Kenpachi com um pouquinho de justiceiro. Não optei por usar magias faladas e fiz uma batalha bem rápida, mas gostei muito do resultado.

Viva a lenda!



Gostei bastante do texto, como já disseram tem uns erros em relação as vírgulas, gostei também do jeito que você escreveu a batalha, deu pra entender bem, o Ryuuko é um personagem bem parecido com os meus protagonistas (adoro personagens assim), por isso adorei o personagem, e coitado do Igoryn, esse dai nunca mais vai tentar dar uma de caçador de recompensas, rs.

Opa, valeu Yakusho. Se você gostou desse conto também tem esse aqui. É mais longo e é uma história diferente.

Eu também gosto de personagens assim. Odeio aquele típico herói bonzinho que não quer lutar mesmo que o cara seja um maníaco psicopata e fica com todas aquelas frescuragens na hora da batalha. Igoryn não vai nem mais sair da cama!

Viva a lenda!



30/08/2013 às 12:37 #5 Última edição: 15/11/2017 às 17:09 por Yakusho
Citação de: VincentVII online 29/08/2013 às 21:13
Opa, valeu Yakusho. Se você gostou desse conto também tem esse aqui. É mais longo e é uma história diferente.

Eu também gosto de personagens assim. Odeio aquele típico herói bonzinho que não quer lutar mesmo que o cara seja um maníaco psicopata e fica com todas aquelas frescuragens na hora da batalha. Igoryn não vai nem mais sair da cama!
Depois eu leio e falo o que eu achei.
Os heróis bonzinhos também não são tão ruins, é bom pra dar comédia, e também pra se superar, mas tem uns que passam do limite, tipo, o vilão mata toda a sua família, seus parentes todos, e dai o herói vai lá com papo sentimental pra não machucar o vilão, ridículo. O Gon é um exemplo de personagem bonzinho mas que não deixa barato se acontecer algo com seus amigos (o Luffy também, e ambos são bonzinhos, são os tipos de personagem que eu gosto mesmo sendo bonzinho).

Dizer o quê? Vincent, meu bom, aplaudo você de pé.  :clap:

Estou impressionado. Você evoluiu consideravelmente em pouco tempo. Não que seus textos fossem ruins, ao contrário, porém você chegou a um novo estágio! Não tenho o que tirar e nem pôr aí. Sequer encontrei erros de ortografia e pontuação. A batalha ficou impecável e novamente você me fez pagar pau pros seus personagens.

Essa superou e muito a batalha do Barathios. E apesar do texto mais sucinto, os personagens foram mais bem desenvolvidos. Isso prova que extensão textual não significa muita coisa. Usando as estratégias e palavras certas, é possível fazer o leitor se aproximar da história sem precisar prolongá-la tanto.

Parabéns, cara. Você está virando um monstro! Espero pelos próximos trabalhos!

Um grande abraço,

Kazuyashi.

Nossa, obrigado mesmo Kazu. Eu estava preocupado com essa batalha por achar que ela ficou curta demais, só que quando reli vi que ela teve bastante ação para um espaço curto de tempo. O diálogo entre os dois também achei que fluiu bem, sem rodeios e com tiradas bem legais.

Quanto aos meus trabalhos, eu tô meio que dividido. Não sei se continuo a escrever o Raiki ou dou continuidade a minha história de criptozoologia. Mas tentarei fazer uns contos de batalhas mensalmente, já pensei em um envolvendo um cenário apocalíptico com zumbis não-convencionais.

Valeu mesmo pelo elogio!

Viva a lenda!